CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS
LIBERTARÁ
O conceito
de verdade é algo que tem desafiado a humanidade desde os seus primórdios,
desde os primeiros filósofos da Grécia antiga que debateram sua natureza.
Discutiram se sua realidade era absoluta, relativa ou ilusória. Nenhum deles
chegou a uma conclusão definitiva, ainda que existam muitos conceitos
diferentes sobre ela. O Espírito Emmanuel comenta que, ainda hoje, dada a
profunda diversidade das mentes é impossível, por enquanto, a exposição da
realidade plena ao Espírito. “Vemos verdades estagnadas nas igrejas dogmáticas,
verdades provisórias nas ciências, verdades progressivas nas filosofias,
verdades convenientes nas lides políticas e verdades discutíveis em todos os
ângulos da vida civilizada.” (Vinha de Luz, 175).
O que
tratamos sobre este tema é que, no plano individual, Jesus é a verdade sublime
e reveladora. A tão conhecida frase “Conhecereis a verdade e a verdade vos
libertara” é proveniente de um discurso travado entre Jesus e os Fariseus. O
Mestre citava que “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos;
conhecereis a verdade e a verdade vos libertara”. Falava Jesus de uma liberdade
espiritual para aqueles que seguissem os seus preceitos. E complementava logo a
seguir: “Todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo”, afirmação que faz
todo sentido pelo que podemos verificar no nosso próprio dia-a-dia.
Quanto mais
nos apegamos às coisas materiais, mais cegos ficamos para aqueles que são os
verdadeiros tesouros, que de fato nos conduzem a felicidade verdadeira.
A mensagem
bíblica ensina que não há liberdade na mentira. A liberdade procede da verdade,
e a verdade esta nos ensinamentos de Jesus. Conhecer a verdade é conhecer o
próprio Cristo. Isto implica em amá-lo, acatá-lo, honrá-lo e seguir fielmente
os seus ensinos.
Para se
levar em conta a verdade, é preciso considerar que a fé esta relacionada ao seu
reconhecimento. Isso significa que a verdade se identifica com a verdadeira e
correta doutrina; a pregação do Evangelho é denominada “palavra da verdade”.
Aprendemos que Cristo veio ao mundo para dar testemunho da verdade. O reconhecimento
da verdade, por outro lado, corresponde a uma libertação. Sua libertação não se
refere a um reconhecimento racional, que isente de erros e preconceitos: a
verdade nos liberta espiritualmente, enobrecendo nossas virtudes.
Só existe
verdadeira liberdade na submissão ao dever fielmente cumprido. Emmanuel assim
se expressa: “Quem apenas Vislumbra a glória ofuscante da realidade, fala muito
e age menos. Quem, todavia, lhe penetra a grandeza indefinível, age mais e fala
menos”.
Se nossa
escolha é livre, ela pode tender tanto para o bem quanto para o mal. Optando
pelo bem, teremos como consequência novos atos livres no bem, o que aumenta a
nossa liberdade; ao contrario, optando por atos viciosos, teremos de arcar com
as consequências, o que diminui a nossa liberdade. A escolha de um vício faz-nos
ficar presos a ele. Em outras palavras, a pessoa não é livre, está escravizada
ao vicio, seja ele qual for.
Podemos
extrapolar este mesmo raciocínio para quaisquer vícios ou vicissitudes
presentes na humanidade que nos atrelam a vida material.
À medida que
nos elevamos espiritualmente, tanto em termos do conhecimento como em termos
morais, vamos nos desvencilhando das ilusões que a vida material nos enreda.
Vamos nos libertando, abrindo novos horizontes para a vida espiritual. Quando a
verdade brilhar em nosso caminho, veremos que o erro, as admoestações, as
tribulações não representam espantalhos, mas sim lições valorosas que têm como
objetivo central, afastar-nos do mal, da vaidade e do tolo egoísmo.
Emmanuel
comenta que embora a tribulação seja a tormenta da alma, ninguém deveria olvidar
lhe os benefícios (Vinha de Luz, 119), ou seja, a libertação da nossa alma dos
apegos às coisas materiais e aos desmandos da inteligência viciosa.
À medida que
seguimos os ensinamentos dispostos no Evangelho, colocando de fato em prática
as orientações iluminadas que lá se encontram, deparamos com a Verdade.
Processa-se dentro de nós uma grande transformação que gradativamente nos eleva
a um nível de compreensão tão elevado que passamos a encarar a tudo e a todos
que nos cercam com olhos de entendimento. O homem passa então a “observar a
experiência sob outros prismas, elege mais altos padrões de luta, descortina
metas santificantes e identifica-se com horizontes mais largos” (“Vinha de
Luz”, 175). Esta é a tão sonhada liberdade, livre de preconceitos, de apegos, descompromissada
das coisas materiais e fortemente comprometida com a causa do Espírito,
penetrando mais intensamente na órbita da Verdade.
Bibliografia:
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Vinha de Luz
Bíblia de
Jerusalém: Novo Testamento. João 8:32
Questões
para reflexão:
1) Relacione
alguns tipos de comportamentos que conduzem o homem ao insucesso em suas
tarefas mediúnicas.
2) Segundo
Kardec a obsessão é um dos maiores obstáculos da mediunidade. Cite alguns meios
de combatê-los.
3) Analise o
ensinamento de Jesus: “conhecereis a verdade e a verdade vos Libertará”.
4) Descreva
as consequências de nossas escolhas; e faça a diferença entre aqueles que optam
pelo bem e os que optam pelos vícios.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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