LEI DE IGUALDADE
IGUALDADE
NATURAL – DESIGUALDADE DAS APTIDÕES - DESIGUALDADES SOCIAIS - DESIGUALDADE DAS
RIQUEZAS - PROVAS DA RIQUEZA E DA MISÉRIA - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E
DA MULHER - IGUALDADE PERANTE O TÚMULO
IGUALDADE NATURAL
Todos os
homens são iguais perante Deus. Todos tendem para o mesmo fim e Deus fez as
suas leis para todos (LE, 8o3).
“Todos
tendem para o mesmo fim” entendemos com a resposta dos espíritos a Kardec, que
a igualdade natural é a essência que caracteriza toda a humanidade sendo, pois
que todos temos um mesmo principio e uma mesma destinação.
Essa
igualdade natural toma-se difícil de entender se não tivermos uma “inteligência
espiritual” que nos remeta ao sentido da existência de Deus como criador de
tudo e de todos, tendo em vista que convivemos em uma sociedade marcada pela
desigualdade nos mais diversos setores de nossa vivência social e individual.
Se
incorporássemos realmente o significado da igualdade natural em nossa vivência,
ficaria mais consciente o entendimento das palavras de Jesus “Vos julgais
Segundo a carne, e eu a ninguém julgo”, pois conseguiríamos usufruir da paz sem
julgar, perseguir ou condenar a ninguém. (Leis Morais da Vida – Cap. IX)
DESIGUALDADE DE APTIDÕES
Deus criou
todos os espíritos iguais, mas cada um deles viveu mais ou menos tempo e, por
conseguinte realizou mais ou menos aquisições. A diferença esta no grau de
experiência e na vontade que e o livre arbítrio, dai decorre que uns se
aperfeiçoam mais rapidamente o que lhes dá aptidões diversas (LE 8o4). Portanto
as diferenças que os homens apresentam entre si quer em inteligência quer em
desenvolvimento moral não derivam da sua natureza íntima, resultam antes de
dois fatores:
a) No maior
ou menor desempenho de suas potencialidades no desenvolvimento ou não das
aptidões e virtudes enfim no bom ou mau uso do livre arbítrio por parte de cada
um. Disto decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente o que lhes confere
aptidões mais diversificadas;
b) Sendo os
mundos solidários entre si, os habitantes dos mundos superiores reencarnam em
mundos mais atrasados como espíritos missionários para aprimorar o progresso
intelectual e moral através de seus exemplos.
Partindo da
premissa de que os espíritos não regridem no seu progresso tem-se que ao passar
de um mundo superior para um inferior conservarão integralmente as faculdades e
aptidões adquiridas, consequentemente tal fato acentua ainda mais as
desigualdades de aptidões que existem entre os homens.
Deus não
criou, portanto, espíritos com faculdades desiguais, mas permitiu que espíritos
com os mais diversos graus de desenvolvimento estivessem em contato entre si
para auxiliar a evolução dos mais atrasados e, necessitando uns dos outros,
cumprissem a lei do amor. Tal fato explica porque o misto de aptidões é
necessário para que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da
providência, respeitando-se, evidentemente, os limites físicos e intelectuais.
Deste contexto, percebemos que cada um desempenhará um papel útil dentro da
criação, pois o que um não tem condições de fazer, o outro certamente terá.
DESIGUALDADES SOCIAIS
As
desigualdades sociais não se enquadram nas leis naturais porque não são obras
de Deus, e sim, consequência do orgulho e do egoísmo do próprio homem. Contudo,
à medida que a humanidade avançar ética e moralmente, essas desigualdades
tenderão a desaparecer, restando somente a desigualdade fruto do mérito e das
virtudes adquiridas pelo homem.
As desigualdades
de riquezas nem sempre se originam das diferentes faculdades, ou dos mais
variados recursos que alguns dispõem para adquirir mais bens do que outros,
muitas vezes são também fruto de meios ilícitos.
Observamos
que as desigualdades sociais levam as desigualdades financeiras, e vice-versa.
E preciso considerar que não é incomum uma fortuna chegar providencialmente às
mãos de alguém, por meios lícitos, para reparar uma injustiça cometida.
A igualdade
social ou financeira jamais existiu, pois entre os homens a diversidade das
faculdades e aptidões impedirá que assim seja.
O ser humano
se encontra na Terra envolto em batalhas iluminativas cada vez mais severas. À
medida que se robustece emocionalmente, mais desafiador se tornam os combates,
porque se transferem para o campo intimo onde permanecem as heranças do
processo de evolução já conquistada. “Combate o egoísmo, pois esta e a vossa
chaga social, e não corrais atrás de quimeras” (LE 811 a)
DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS
O homem tem
por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstruí-lo,
saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão
comporta. Para realizar esses trabalhos, precisa de recursos e a necessidade
fez que Deus criasse a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. Sem a riqueza,
não haveria maiores trabalhos, nem atividade, nem estimulante para a ação, nem
pesquisas.
A atividade
que esses mesmos trabalhos impõem ao homem lhe amplia e desenvolve a
inteligência. A inteligência que ele concentra primeiro, na satisfação das
necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades
morais.
A riqueza,
pois, não é um mal em si mesma; bem utilizada, ela leva a Humanidade não só ao
progresso material e intelectual, mas, também, ao progresso moral.
Se a riqueza
é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo
tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa,
como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele toma pernicioso o que mais útil
lhe poderia ser; é a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre.
Se a riqueza
somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra, portanto,
compete ao homem fazê-la produzir bem.
Que
aconteceria se, acaso, se pudesse repartir toda a riqueza da Terra com
igualdade entre todos os seus habitantes? A cada um caberia apenas uma parcela
mínima e insuficiente. Não haveria recursos para nenhum dos grandes trabalhos
que concorrem para progresso e o bem- estar da Humanidade. Tendo o necessário
para sobreviver, o homem não sentiria o aguilhão da necessidade para o impelir
as descobertas e aos empreendimentos uteis. Ainda que fosse possível efetuar
essa repartição entre todos os homens, em pouco tempo o equilíbrio estaria desfeito,
pela diversidade dos caracteres e das aptidões.
Por que não
são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples:
por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem
sóbrios e previdentes para conservar.
A
desigualdade das riquezas, como vemos, é um dos problemas que inutilmente se
procura resolver, desde que se considere apenas a vida atual.
A luz do
Espiritismo, porém, entendemos que: nós seres humanos, somos espíritos imortais
reencarnados; para progredir, precisamos das experiências que a vida corpórea
enseja; uma dessas experiências é aprender a produzir a riqueza e com ela
trabalhar, acertadamente; através das reencarnações, vamos tendo oportunidade para
isso.
Entendemos,
também, que: Deus concentra a riqueza em certos pontos, para que dai se expanda
em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades; e a desloca
constantemente, para que não fique longo tempo improdutiva nas mãos dos que não
a estão sabendo utilizar; e para que cada um, por sua vez, tenha a oportunidade
de lidar com ela. Alguns estão dispondo da riqueza no momento, outros já a
tiveram, outros ainda virão a usufruí-la e mesmo quem já a teve poderá, se
necessário, voltar a possuí-la.
Por
enquanto, na Terra a riqueza é para poucos, a maioria luta por sobreviver,
dispondo apenas de posses medianas ou mesmo enfrentando a miséria. Isto se da
não apenas pela má distribuição da riqueza, feita pelo materialismo e o
egoísmo, dominantes no planeta.
E, também,
porque não sabemos todos produzir riquezas ou não queremos nos esforçar para
isso. Se a riqueza na Terra fosse fácil para todos, em nosso grau de evolução,
a maioria não trabalharia, não estudaria, quereria somente gozar, e isto não
traz progresso para o Espírito.
Se há os que
abusam da riqueza, não será com decretos ou leis dispendiosas que se remediara
o mal. As leis podem de momento, mudar o exterior, mas não conseguem mudar o
coração; dai vêm serem elas de duração efêmera e quase sempre seguida de uma
reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho; os
abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da
caridade.
Com a
evolução intelecto-moral da Terra, os extremos da miséria ou da riqueza
excessiva serão corrigidos, pela melhor produção e distribuição dos recursos.
Entretanto, “os pobres sempre os tereis convosco”. 12:8) Sempre haverá na Terra
pessoas com menos aptidões e recursos do que outras, por estarem em diferentes graus
de evolução.
PROVAS DA RIQUEZA E DA MISÉRIA
A diversidade
de riquezas e de misérias tem uma finalidade útil: a de provar as almas no
excesso e na submissão.
Assim, os
que sofrem com resignação, sem murmurações e com trabalho constante, conseguem
superar suas provas. Pelo arrastamento ao mal a que se dá causa, pelas
tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova arriscada,
mais perigosa que a pobreza; é o supremo excitante do orgulho do egoísmo e da
vida sensual. É o mais estreito laço que prende o homem a Terra.
Ambas as
provas apresentam facetas diferentes, mas tanto o rico quanto o pobre podem
fracassar. O primeiro por não fazer o bem, e o segundo pelas queixas contra a
Providência. O rico esta mais sujeito as tentações, mas dispõem de meios de
praticar o bem; mas isso é justamente o que nem sempre faz, pois se torna
egoísta, orgulhoso e insaciável.
A riqueza
também pode ser um fator para a redenção do Espírito, quando dela sabe
servir-se, empregando-a com critério e discernimento. Enquanto para uns a
pobreza é a prova da paciência e da resignação, a riqueza é para outros o
exercício da caridade e da abnegação.
Êxitos e
desditas à luz do evangelho se apresentam comumente em sentido oposto a
interpretação imediatista dos conceitos humanos.
Na
manjedoura, entre pecadores, no trabalho humilde, convivendo com os deserdados,
raptado e largado numa cruz. Jesus é o símbolo do triunfo real sobre tudo e
todos, em imperecível lição, que ninguém pode deslustrar ou desconhecer.
“Toma-o por modelo e não te perturbes nunca nas glórias ou nos insucessos;
guarda-te na paz interior e persevera no amor, seguindo a rota do bem
inalterável.”
Cada
espírito é um ser com programação própria fruto das realizações passadas e
presentes.
Conquistas
materiais e espirituais marcam as etapas evolutivas da humanidade,
independentemente da encarnação, ora como homem, ora como mulher, rico ou
pobre...
A lei de
igualdade faz-nos sentir que as sábias palavras do Mestre, Sede perfeitos, só
se concretizarão quando entendermos que todos somos iguais perante o Pai da
vida.
IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER
Deus não
concedeu superioridade natural a nenhum homem ou mulher, nem pelo nascimento e
nem pela morte, pois todos estão submetidos às mesmas leis naturais (divinas).
Deus (pai),
como ser antropomórfico foi nos colocado por meios político-religiosos para
temermos, sabemos que na antiguidade cultuavam a Deusa (mãe). Hoje entendemos
muito pouco sobre o que é Deus, 1ª pergunta do LE, mas compreendemos que ele
nos criou como espíritos iguais com compromissos assumidos conforme o uso do nosso
livre arbítrio das várias encarnações, ora como homem ora como mulher.
Desde o ano
313 D.C., no Concilio de Nicéia, onde sob as ordens do imperador Constantino,
através de debates, os bispos chegam à conclusão que Jesus trazendo a
substância de Deus, era portanto, também um ser trino: pai, filho e espírito
santo.
Vários
relatos do Mestre provam o contrário como, por exemplo, “A doutrina que vos
ensino não é minha, mas sim daquele que me enviou” (João 7: 16).
Sabemos,
isto sim, que Jesus encarnou como homem, pois como mulher ele mal seria ouvido,
mas suas energias eram totalmente equilibradas, viril como um homem e doce como
uma mulher (ex. vendilhões do templo/ mulher adúltera).
Esse
equilíbrio que devemos conquistar como espíritos, que por isso mesmo, ora
reencarnamos como homens, ora como mulheres. Pessoa alguma se encontra em clima
de privilégio enquanto na vilegiatura material.
Todas as
lágrimas procedem de razoes justas, embora não alcances prontamente as suas
nascentes.
Reconforta-te
na decisão das atitudes sãs, faze tua parte.
Cada ser
responde pelos próprios atos, ontem, hoje e sempre.
IGUALDADE PERANTE O TÚMULO
Segundo os
Espíritos Superiores, o desejo de perpetuar a própria memória nos monumentos
fúnebres, ou honrar o falecido é originado pelo orgulho. Os familiares também
fazem por ostentação e exibição de riqueza perante aqueles menos afortunados.
“TODO AQUELE, POIS QUE SE HUMILHAR E SE
FIZER PEQUENO COMO ESSE MENINO SERÁ O MAIOR NO REINO DOS CÉUS” (Mateus cap.
XVIII; 1-5)
Se o Cristo
prometeu aos pobres o Reino dos Céus, foi porque os grandes da Terra imaginavam
que os títulos e as riquezas terrenas eram a recompensa de seus méritos, e sua
essência era mais pura que a do pobre.
Deus
estabeleceu alguma distinção entre o invólucro do pobre e do rico?
- O Criador
não criou duas espécies de homens. Tudo o que Deus faz é grande e sábio. (ESE
cap. VII item II)
“PORQUE QUEM SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO E
QUEM SE HUMILHAR SERÁ EXALTADO” (Lucas cap. XIV; 1, 7 - 11)
“A tumba é o
lugar de encontro de todos os homens, nela se findam impiedosamente todas as
distinções humanas...” (LE, 824).
A evidenciar
que as lembranças das boas ações farão parte da nossa bagagem espiritual não
tendo relevância as pompas do funeral, pois não nos acrescenta nenhum mérito na
escala evolutiva.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC,
Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3º, cap. IX, questões 8o3 a 824;
KARDEC,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVI, itens 7 e 8;
Bibliografia
Complementar:
EMMANUEL,
Francisco Cândido Xavier - Estude e Viva – nº 10;
FEESP –
CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 2º ANO
EMMANUEL,
Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
CALLIGARIS,
Rodolfo - Leis Morais, “Lei de Igualdade”;
PIRES, José
Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;
PERALVA,
Martins - O Pensamento de Emmanuel - n° 30;
EMMANUEL,
Francisco Cândido Xavier- O Livro da Esperança - item 43;
Fonte da imagem: Internet Google.
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