CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 9 de junho de 2015

11ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

SERVIR A DEUS E A MAMON

Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar o outro, ou há de entregar-se a um e não fazer caso do outro; vós não podeis servir a Deus e as riquezas. (Lucas 16-13)

Para se compreender corretamente os ensinos de Jesus, é necessário interpretar suas palavras levando-se em consideração a linguagem figurada que o Mestre empregava para se fazer entender.

Mamon era tido, na época, como o Deus do dinheiro, da riqueza, dentro da concepção politeísta de que para tudo havia um deus, ainda em voga no seio do povo. Mamon, portanto, simboliza a riqueza, os bens terrenos.

Quando Jesus ensina que não se pode servir a Deus e a Mamon, quer dizer que o homem não pode se apegar aos bens materiais terrenos e atender a Lei de Deus ao mesmo tempo. São coisas incompatíveis.

Aquele que serve a Mamon, ou seja, a riqueza, esquece-se do cumprimento das leis divinas. Isso não significa, contudo, que não podemos usufruir dos bens materiais, por serem estes um mal. Os bens terrenos não são maus nem bons. São neutros. O que vai caracterizar o mal ou o bem é o destino que a ele daremos e a maneira de adquiri-los.

Jesus não recomendou que nos desfizéssemos dos bens terrenos para poder ingressar em seu reino de amor.

Quando ele disse ao jovem rico que o procurou para saber o que fazer para adquirir a vida eterna; que ele deveria vender tudo o que tinha e doá-los aos pobres; é porque sabia que aquele homem era ainda muito apegado às coisas materiais. Falou isso para mostrar-lhe que ele ainda não estava preparado para ingressar no reino de Deus.

Ensinou-lhe o caminho a seguir, que era desapegar-se dos bens terrenos e praticar a caridade. Não significa, portanto, que um homem rico jamais poderá atingir a vida eterna.

Quis demonstrar, Jesus, porém, que isso é ainda muito difícil, face a nossa evolução moral ainda muito atrasada. Tanto que ele afirmou que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus. Se o homem for rico, mas não tiver apego aos bens materiais e praticar a lei de caridade, não há por que não ingressar no reino de Deus, que é para todos. Se a riqueza fosse um mal incontornável, Deus não a colocaria nas mãos do homem sem ferir o seu atributo de bondade infinita.

Podemos compreender também essa advertência de Jesus: “Servir a Deus a Mamon”, quando em Lucas; XIX, 1o nos fala: “Estando Jesus em Jericó, passava pela cidade onde havia um homem chamado Zaqueu - chefe dos Publicanos e muito rico - que, tendo vontade de ver a Jesus para conhecê-lo, não o podia conseguir, pois era pequeno de estatura e a multidão o impedia. Por isso correu adiante, e subiu a uma árvore para vê-lo, pois ele passaria por ali. Tendo Jesus vindo a este lugar, levantou os olhos e o viu, chamando-O: Zaqueu, desça pois é preciso que eu me abrigue, hoje, na sua casa. Zaqueu desceu rapidamente e recebeu-o com alegria. Todos viram a cena e comentaram: Ele foi se abrigar na casa de um homem de má vida.
Entretanto, se apresentando diante do Senhor, Zaqueu lhe diz: Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, pagá-lo-ei quadruplicado. Jesus lhe disse: Essa casa, hoje, recebeu a salvação, pois este também é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.

Não podemos servir a Deus, em seus princípios de espiritualismo, e a Mamon, cultuando ao mesmo tempo o materialismo. Os bens materiais são provisórios e usados somente nesta vida, enquanto os bens espirituais (inteligência e moral) são eternos.

Apêndice

Deus: Inteligência suprema causa primaria de todas as coisas (LE 1)

Mamon: Palavra grega; mamona = dinheiro, posses, bens terrenos, vinda do aramaico mamom ou mamona, que significa riqueza; Em Mateus 6:24; Lucas 16:9, 11 e 13, foi empregada para personificar a riqueza, não necessariamente um deus mitológico. (Dicionário de Filosofia Espírita)

BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XVI, itens 1 a 4
Peralva, Martins, “O Pensamento de Emmanuel”, n° 2o
Schutel, Cairbar - Ensinamentos de Jesus
Dicionário de Filosofia Espírita - L. Palhano Jr


Fonte da imagem: Internet Google.

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