CONHECE-SE A ÁRVORE PELOS FRUTOS
Porque não é
boa árvore a que dá maus frutos, nem má árvore a que dá bons frutos. Porquanto
cada árvore é conhecida pelo seu fruto. Porque nem os homens colhem figos dos
espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem bom, do bom tesouro do seu
coração tira o bem; e o homem mau, do mau tesouro tira o mal. Porque, do que
esta cheio o coração, disso é que fala a boca. (Lucas VI: 43-45).
Guardai-vos
dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas, e por dentro são
lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Por ventura os homens
colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Assim, toda
árvore boa dá bons frutos, e a árvore má dá maus frutos. Não pode uma árvore
boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos. Toda árvore que não dá
bons frutos será cortada e lançada ao fogo.
Assim, pois,
pelos seus frutos as conhecereis. (Mateus, VII: 15-20).
E
respondendo Jesus, lhes disse: vede, não vos engane alguém; porque virão muitos
em meu nome, dizendo:
Eu sou o
Cristo; e enganarão a muitos. - E levantar-se-ão muitos falsos profetas, e
enganarão a muitos. E porquanto multiplicar-se-á a iniquidade, se resfriará a
caridade de muitos. Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo. - Então,
se alguém vos disser: Olhai, aqui está o Cristo; ou, ei-lo acolá, não lhe deis
crédito.
Porque se
levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão grandes prodígios, e
maravilhas; tais, que, se fora possível, até os escolhidos se enganariam.
(Mateus, V:4-5, 11-13, 23-24, e semelhante em Marcos, XIII: 5-6, 21-22.).
Os fenômenos
espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como
algumas pessoas gostam de dizer, vem, pelo contrário, dar-lhes o ultimo golpe.
O Espiritismo declara formalmente que não produz milagres. Da mesma maneira que
a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia, revelaram as leis do mundo
material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do
mundo corpóreo com o mundo espiritual. Essas leis, tanto quanto as científicas,
pertencem à natureza. Dando, assim, a explicação de uma ordem de fenômenos até
agora incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.
Como se vê
os que fossem tentados a explorar esses fenômenos em proveito próprio,
fazendo-se passar por enviados de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da
credulidade alheia, e bem logo seriam desmascarados. Alias, como já ficou dito,
esses fenômenos nada provam por si mesmos: mas se prova por condições morais,
que nem todos podem produzir. Esse é um dos resultados do desenvolvimento da
ciência espírita, que, pesquisando a causa de certos fenômenos, levanta o véu
de muitos mistérios. Os que preferem a obscuridade à luz são os únicos
interessados em combatê-la. Mas a verdade é como o sol: dissipa os mais densos nevoeiros.
O
Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas,
bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os
desencarnados. É a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios,
que passaram da terra para a erraticidade, e se disfarçam com nomes veneráveis,
para procurar, através da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias,
frequentemente as mais bizarras e absurdas.
Antes que as
relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira mais
ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou de
incorporação.
O número dos
que, em diversas épocas, mas, sobretudo, nos últimos tempos, se apresentaram
como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, sua mãe, e até
mesmo como Deus, é considerável. São João nos põe em guarda contra eles, quando
adverte: “Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se
os Espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no
mundo”.
O
Espiritismo nos oferece os meios de experimentá-los, ao indicar as
características pelas quais se reconhecem os Bons Espíritos, características
sempre morais e jamais materiais. E, sobretudo, ao discernimento dos Bons e dos
Maus Espíritos, que podemos aplicar as palavras de Jesus: “Reconhece-se a
árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore
má não pode dar bons frutos.” Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas
obras, como a árvore pela qualidade de seus frutos.
Mas essas
palavras também se aplicam ao verdadeiro cristão, ao verdadeiro espírita.
“O espírita
é reconhecido pelo esforço que faz para sua transformação moral e para vencer
suas tendências para o mal.” (Allan Kardec ESE - Cap. XVII- item 4).
O verdadeiro
espírita é aquele que aceita os princípios básicos da Doutrina Espírita. Quando
se pergunta ao praticante: você é espírita? Comumente ele responde: “Estou
tentando”. Na verdade, a resposta deveria ser sem hesitação: Sou espírita!!!
Quanto ao fato de ser perfeito ou qualquer qualificação moral é outro assunto,
que não exime o espírita de ser incisivo na sua resposta. Nesse ponto, o
praticante não tem que hesitar na sua definição, porquanto Allan Kardec foi
claro no seu esclarecimento ao afirmar que se reconhece o espírita pelo seu
esforço, pela sua transformação moral, e não pelas suas virtudes ou pretensas
qualidades, raras nos habitantes deste Planeta.
O que
acontece com frequência, seja no caso do iniciante ou mesmo com os mais antigos
na Doutrina é que é mais Cômodo não assumir uma postura mais responsável sem se
comprometer com a própria renovação interior permanecendo com um “pé na canoa e
outro na terra”.
Assim,
conhece-se a árvore pelos seus frutos; vale tanto para os desencarnados quanto
para os encarnados.
Com sua
lucidez de sempre, Allan Kardec afirma que bem compreendido, mas, sobretudo bem
sentido, o Espiritismo leva aos resultados de caráter e conduta, que
caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um é o
mesmo que o outro.
BIBLIOGRAFIA:
KARDEC,
Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo, - cap. XXI, itens 1 a 3, cap. XV
itens 8 a 1o;
Bibliografia
Complementar:
O Espírito
da verdade - Diversos Espíritos - itens 28 e 86.
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