Eutanásia é o ato pelo
qual subtrai-se a vida de alguém, com o pretexto de evitar-lhe sofrimentos, bem
como aos seus familiares.
Desde a época de Esparta,
na antiga Grécia, com seu culto ao corpo, eram condenados os inaptos, os
enfermos. Gladiadores da Roma Antiga ou guerreiros na Idade Média, eram
sacrificados sob pretexto de poupá-los da agonia.
Séculos se passaram e
alguns esqueceram o juramento de Hipócrates (460/377 AC): “A ninguém darei,
para agradar, remédio mortal, nem conselho que o conduza à destruição”.
A
Medicina
A ciência médica tem a
finalidade de curar, de sanar dores. Tem como dever, a preservação da vida em
todos e qualquer caso.
O código de Ética
Médica prescreve como dever do médico, o cuidado de preservar a vida humana e
proíbe ao mesmo a utilização de meios destinados a abreviar a vida do paciente,
ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal. (Cap. V. art. 66).
Alguns defensores da
Eutanásia argumentam quanto à inutilidade do enfermo e o custo de sua manutenção
à sociedade. Ninguém é inútil.
Todos temos
responsabilidades quanto à preservação da vida, dada por Deus.
A morte como terapia
destrói a razão de ser da Medicina (manter a vida). Argumento decrépito é
aquele dos que defendem a morte dos idosos. Total falta de respeito àqueles que
deram a vida física a outros. E, como esse ato indigno, argumentam com a
dignidade do morrer. “Se fossem dignos, viveriam defendendo a dignidade de
viver”.
Como definir a morte?
Nas últimas décadas mudou-se a maneira de considerar a morte. Várias interrogações
de ordem médica, ética e jurídica, foram levantadas com o desenvolvimento das técnicas
de transplantes e da possibilidade de subsistência artificial das funções
fisiológicas fundamentais.
A antiga concepção da
morte, entendida como um momento preciso de trespasse, e hoje interpretada como
desintegração de um indivíduo, que se realiza em vários níveis e em várias
etapas.
Daí, a dificuldade de
encontrar sinais clínicos seguros de falecimento. A passagem da vida à morte
envolve uma série de acontecimentos; não é uma mutação instantânea. Após discussões
éticas e estudos técnicos, concluiu-se que a morte encefálica é o critério para
caracterização e constatação da morte do indivíduo.
Desencarnação
Mas, a desencarnação
significa o desligamento do Espírito daquele corpo em processo mortal, podendo
acontecer desde momentos antes da consumação do óbito, até tempos depois, como em
caso de suicidas. E a Doutrina Espírita vem nos ensinar questões de maior
importância.
Assim, não é a partida
do Espírito. Cada Espírito é sempre o mesmo indivíduo antes, durante e depois
da encarnação, sendo esta, apenas, uma fase da sua existência. (Gênese, Cap.
XI).
Em O Evangelho Segundo
o Espiritismo (Cap. V, item 28), Allan Kardec recebe de São Luís, a resposta à
pergunta: “Um homem agoniza, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado
é sem esperança. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia,
abreviando-lhe o fim?”.
“Mas quem vos daria o
direito de prejulgar os desígnios de Deus”?
Não pode ele conduzir
um homem até à beira da sepultura, para em seguida, retirá-lo, com o fim de
fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar lhe os pensamentos? A que extremos
tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que chegou a sua
hora final.
A ciência, por acaso,
nunca se enganou em suas previsões?
“Bem sei que há casos
em que se pode considerar, com razão, como desesperados, mas se não há nenhuma
esperança possível de retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros
exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por
alguns instantes”?
Pois bem: essa hora de
graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois
ignorais as reflexões que seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da
agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um clarão de arrependimento.
“O Materialista, que
só vê o corpo, não levando em consideração a existência da alma, não pode
compreender estas coisas”.
Mas o Espírita, que
sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. “Aliviai
os sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo
que seja em apenas um minuto porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no
futuro”.
Emmanuel, no texto
intitulado “Eutanásia e Vida”, do livro Diálogo dos Vivos, observa que “o homem
comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes,
ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de coletividades
inteiras”.
Devidamente
reencarnados, em tarefas de reajuste, não mostram senão o quadro aflitivo que
criaram para si próprios, de vez que todo Espírito descende das próprias obras
e revela consigo aquilo que fez de si mesmo.
“Diante das crianças
em prova ou dos irmãos enfermos imaginados irrecuperáveis, medita e auxilia-os.”
“Ninguém, por agora,
nas áreas do mundo físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de
alguns dias, para o Espírito temporariamente internado num corpo doente ou disforme”.
O Livro dos Espíritos,
em sua questão 944, coloca: “O homem tem direito de dispor da própria vida”?
“-Não. Somente Deus
tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei”.
Emmanuel, no livro
Religião dos Espíritos, encerra o texto “Sofrimento e Eutanásia”, dizendo: “Lembra-te
de que, valorizando a existência na Terra, o próprio Cristo, arrancou Lázaro às
trevas do sepulcro, para que o amigo dileto conseguisse dispor de mais tempo
para completar o tempo necessário à própria sublimação”.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan - O
Livro dos Espíritos
Kardec, Allan - O
Evangelho Segundo o Espiritismo
Kardec, Allan - A
Gênese
Cajazeiras, Francisco
- Eutanásia à Luz do Espiritismo
Xavier,F. C. - Diálogo
dos vivos
Xavier,F. C. -
Religião dos Espíritos
QUESTIONÁRIO:
1 - Que é a Eutanásia?
2 - Por que o homem
não tem o direito de dispor da própria vida?
3 - Qual a resposta de
São Luis, dada no Cap. V, ítem 28, do E.S.E., referente à Eutanásia?
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