SONO E OS SONHOS
EMANCIPAÇÃO
DA ALMA
O SONO: O sono, para o corpo físico, é
comparável à morte, aparente e incompleta; e por isso diz-se comumente que o
homem morre todos os dias. Não obstante estar ligado ao corpo durante toda a
vida, o Espírito não está tão aprisionado a ponto de não poder desfrutar de uma
liberdade relativa; quando o corpo dorme, surgem os sonhos, frestas amplas,
através das quais se tem a visão de cenas da Espiritualidade.
O sono é uma
função normal de defesa do organismo físico, pois é através dele que se recuperam
as energias despendidas na vigília. O sono é, portanto, um fenômeno físico que,
libertando parcialmente a alma do corpo, propicia o sonho. Na realidade, um
terço de sua vida o homem passa dormindo. Durante o sono, o Espírito não fica
em repouso; os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita
do Espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os
outros Espíritos (LE, perg. 401).
Por efeito
do sono, os seres encarnados e desencarnados podem, portanto, manter um contato;
a isto pode-se chamar de emancipação da alma. Ficando o corpo inativo, o
Espírito se desprende e passa a viver a vida espiritual, havendo, portanto,
grande similitude com o estado em que estará de maneira permanente após a morte
(LE, perg. 402).
No momento
em que o Espírito se desprende do corpo, o laço fluídico que o prende à vida carnal
alonga-se, acompanhando-o para onde for, pois esse laço somente se rompe definitivamente
quando da extinção absoluta da atividade do corpo; ao passo que enquanto o corpo
vive, o Espírito, a qualquer distância que esteja, retorna instantaneamente,
sempre que a sua presença se fizer necessária. O sono é, portanto, o prelúdio
do sonho, quando o Espírito emancipado vai procurar os que lhe são afins, tudo
dependendo da sua superioridade ou inferioridade.
OS SONHOS: Deste modo, o sonho é a
lembrança do que o Espírito vive durante o sono.
Nessas horas
de libertação, o Espírito adquire mais consciência, podendo ter visões do passado
e previsão de coisas que acontecerão no futuro, sendo-lhe viável um contato
mais estreito com os Espíritos de ordem mais elevada, desde que ele tenha uma
vida equilibrada e moralizada, como também com Espíritos menos puros, se se
tratar de um indivíduo de maus instintos ou que vive mergulhado nas coisas
deprimentes do mundo.
No entanto,
não recordamos sempre dos sonhos, porque o corpo é de matéria pesada e grosseira
e dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espirito
não as percebeu pelos órgãos do corpo (Le, perg. 403). Pode-se classificar os
sonhos em duas categorias distintas: sonhos do subconsciente e sonhos reais ou
inteligentes.
SONHOS DO SUBCONSCIENTE: São
reproduções de ideias e pensamentos, impressões que afetam a mente na vigília,
fatos comuns da vida normal. Entram nessas espécies de sonho o temperamento
imaginativo e seus recalques. O que caracteriza esses sonhos são os aspectos confusos
e nebulosos, a falta de coerência e de nitidez. O Espírito vê aquilo que
deseja, porque vai procurá-lo. É preciso não esquecer que, durante o sono, a
alma está mais ou menos sob a influência da matéria e que, por conseguinte,
nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde resulta que as
preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se
deseja, ou do que se teme. (LE, perg. 405).
Portanto,
este tipo de sonho tem origem no estado psicológico do homem, ao transpor para
as imagens oníricas seus desejos reprimidos, suas preocupações e seus temores.
SONHOS REAIS OU INTELIGENTES: São
reproduções daquilo que se vê, ouve e sente; o contato que se faz com pessoa ou
coisa desses lugares; consiste em visões perfeitas, diretas e objetivas. Isto,
naturalmente, para os Espíritos encarnados mais elevados. Para a grande maioria
dos Espíritos que ainda não se desprendeu completamente das coisas materiais, prevalece
a lei que rege o planeta, mantendo-se o véu da obscuridade.
É por isto
que nem sempre o homem se lembra desses sonhos, pois que ainda tem a alma em desalinho
e não lhe resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha e não lhe resta
mais do que a lembrança do que o preocupa em estado de vigília. No entanto,
quando esses sonhos são lembrados, revelam nitidez, clareza, lógica e colorido,
características dos sonhos reais. Este fato pode acontecer com relação aos
Espíritos encarnados mais elevados, que podem ter uma clarividência mais
definida porque guardam na memória, ao voltarem, os acontecimentos verificados,
quer digam respeito à existência presente ou às vidas passadas, ou ao que lhes
vai suceder no futuro.
Para
ilustração desses sonhos lúcidos, pode-se mencionar o sonho de Joana D'Arc, de
Jacó e dos antigos profetas judeus; são lembranças da vida espiritual que a
alma vê, inteiramente desprendida do corpo físico. Eles são verdadeiros no
sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas que, frequentemente,
não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes, ainda, como
já dissemos, são uma recordação. Podem ser, enfim, algumas vezes, um
pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no
momento em outro lugar, a que a alma se transporta (LE, perg. 404).
QUESTIONÁRIO:
A - O SONO E
OS SONHOS
1 - O que
acontece com o Espírito durante o sono do corpo?
2 - Por que
nem sempre nos lembramos claramente dos sonhos?
3 -
Estabeleça a distinção entre os sonhos do subconsciente e os sonhos reais?
Fonte da imagem: Internet Google.
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