SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS - ESQUECIMENTO DO PASSADO
Frequentemente
durante a romagem terrena, dois seres sentem-se naturalmente atraídos um pelo
outro, em circunstâncias aparentemente fortuitas; ou inversamente, a sensação
que surge é de antipatia e rejeição. Estes personagens não se reconhecem,
porém, esta primeira impressão é resultante de encarnações anteriores, cujas
experiências felizes ou desagradáveis emergem da memória espiritual de cada um.
Nem sempre é
recomendável que eles se reconheçam; a recordação das existências passadas teria
inconvenientes maiores do que pensais. Após a morte eles se reconhecerão e
saberão em que tempo estiveram juntos (LE, perg. 386a). Afora estas circunstâncias,
dois Espíritos que tenham afinidades se procuram sem que necessariamente se
hajam conhecido em épocas remotas; fazem-no por identidade de objetivos e
metas.
Além de os
encontros que se dão entre certas pessoas não serem obra do acaso, mas sim o efeito
de relações simpáticas, há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não
conheceis.
O magnetismo
é a bússola desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor (LE, perg. 388).
Assim como a atração de um ser para outro resulta da simpatia, Espíritos
antipáticos se reconhecem sem se falarem.
Dois
Espíritos não são necessariamente maus pela ausência de simpatia, mas também
pela falta de similitude do modo de pensar. Tal acontece por não serem afins. À
medida em que eles se elevam, as diferenças se anulam e a antipatia desaparece.
Um Espírito mau sente antipatia por aquele que possa julgá-lo e desmascará-lo.
Ao sentir sua aproximação, já pela primeira vez percebe iminente desaprovação;
reage então sob a forma de uma repulsa que se transforma facilmente em rancor,
inveja e uma inspiração de fazer o mal.
O bom
Espírito, por sua vez, pode afastar-se do mau porque sabe que não será por ele entendido;
porém, consciente de sua superioridade não alimenta rancor nem inveja;
limita-se a evitá-lo.
ESQUECIMENTO DO PASSADO: O Espírito
quando reencarna, esquece totalmente o seu passado; porém, muitas pessoas
acreditam que a lembrança de vidas anteriores, no decorrer da vida presente,
seria de grande benefício. Mas, em cada reencarnação manifestam-se as tendências
decorrentes da natureza do Espírito, a orientar seu comportamento mais correto;
as boas inclinações indicam o progresso já realizado e as más, as paixões a
serem superadas.
Inúmeras
vezes, Espíritos que foram acerbos inimigos numa determinada vida, renascem no seio
de uma mesma família, a fim de removerem as arestas e aprenderem a se amar; se relembrassem
do passado, em muitos casos essa reconciliação se tornaria extremamente difícil.
O homem nem pode nem deve saber tudo; Deus assim o quer, na sua sabedoria. Sem
o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado, como aquele que
passa sem transição da obscuridade para a luz. Pelo esquecimento do passado,
ele é mais ele mesmo (LE, perg. 392).
Em cada nova
existência, o Espírito usufrui do conhecimento conquistado nas vidas passadas, estando
em melhores condições de distinguir o bem do mal; ao retornar ao plano
espiritual, descortina-se diante dele sua vida pregressa. Vê as faltas que
cometeu e que deram origem aos seus sofrimentos, assim como o modo como as
teria evitado; isto lhe servirá de orientação, caso tenha o mérito de escolher
por si próprio uma nova encarnação, a fim de evitar e reparar os erros
cometidos. Ele então escolhe provas semelhantes às que não soube aproveitar, ou
os embates que melhor possam contribuir pra o seu adiantamento.
Mas, se não
temos, durante a vida corpórea, uma lembrança precisa daquilo que fomos e do que
fizemos de bem ou de mal em nossas existências anteriores, temos, entretanto, a
sua intuição. E as nossas tendências instintivas são uma reminiscência do nosso
passado, às quais a nossa consciência, - que representa o desejo por nós
concebido de não mais cometer as mesmas faltas, - adverte que devemos resistir
(LE, perg. 393). Se o homem não tem, portanto, lembranças precisas do passado,
tem sempre a voz da consciência e suas tendências instintivas, que lhe permite
o conhecimento de si mesmo.
Existem
mundos mais evoluídos, onde seus habitantes guardam lembranças claras de suas existências
passadas; mas isto é resultado da condição superior por eles conquistada, e que
os leva a uma melhor compreensão e melhor aproveitamento da liberdade que Deus
lhes permite desfrutar. Nesses mundos, onde não reina senão o bem, a lembrança
do passado nada tem de penosa; é por isso que neles se recorda com frequência a
existência precedente, como nos lembramos do que fizemos na véspera.
Quanto à
passagem que se possa ter tido por mundo inferiores, a sua lembrança nada mais
é, como dissemos, do que um sonho mau (LE, perg. 394). Mesmo em mundos como a
Terra, e em casos muito especiais, existem pessoas que sabem o que foram e o
que faziam; contudo, abstêm-se de dizê-lo abertamente, pois, do contrário,
fariam extraordinárias revelações sobre o passado.
Assim, cabe
ao homem suportar resignadamente as provas e expiações que lhe são pertinentes,
sem a preocupação desnecessária de desvendar suas vidas passadas, a cada nova
existência a justiça divina dar-lhe-á a oportunidade de retomar o curso do
aprendizado interrompido, propiciando-lhe os recursos necessários para os
devidos reajustes. Observando seu próprio caráter, ele sentirá, cada vez mais,
a necessidade de superar suas imperfeições, pois basta que estude a si mesmo, e
poderá julgar o que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências (LE, perg.
399).
QUESTIONÁRIO:
B -
SIMPATIAS E ANTIPATIAS TERRENAS - ESQUECIMENTO DO PASSADO
1 - Como se
explica a simpatia e antipatia à luz da Doutrina Espírita?
2 - Porque o
esquecimento do passado representa valioso benefício para a evolução do Espírito?
3 - Sob que
aspecto a análise de nossas tendências instintivas é importante para a reforma íntima?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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