13ª AULA - PARTE A
ESPÍRITOS ERRANTES - MUNDOS TRANSITÓRIOS
ESPÍRITOS ERRANTES: Espíritos errantes
são todos os Espíritos que, estando desencarnados, ainda estão sujeitos à
reencarnação.
Diz-se,
então, que eles vivem ou estão, na ERRATICIDADE. Os Espíritos puros que não
necessitam mais reencarnar, não são denominados errantes; e, então, eles não
estão na erraticidade.
A
reencarnação dos Espíritos errantes não se processa logo em seguida à
desencarnação, ocorrendo geralmente após intervalos mais ou menos longos. Em
resposta a Allan Kardec, os benfeitores espirituais disseram que o tempo que o
Espírito permanece na ERRATICIDADE aguardando novas encarnações, varia de
algumas horas a alguns milhares de anos. (LE, perg. 224a).
Nos mundos
superiores as reencarnações podem ocorrer quase que imediatamente após a desencarnação;
pelo fato de a matéria ser menos grosseira nesses mundos, o Espírito desfruta de
maior liberdade, fazendo de modo mais amplo uso de suas faculdades espirituais,
possibilitando-lhe uma visão mais nítida da realidade à sua volta. Alguns
Espíritos solicitam que a erraticidade se prolongue, a fim de prosseguirem em
estudos só suscetíveis de serem realizados quando no mundo espiritual.
Mas, também
existem casos em que os próprios Espíritos demoram a reencarnar por temerem as
consequências da vida corpórea que levarão; tal o montante de débitos que
contraíram perante a justiça divina, sendo necessário então a reencarnação
compulsória. Mas, o fato de permanecer na erraticidade não é indício de
inferioridade dos Espíritos, uma vez que a condição de errantes abrange toda a
escala evolutiva, com exceção dos Espíritos Puros.
Os Espíritos
errantes estudam e procuram meios de elevar-se; mas é na existência corpórea que
põem em prática aquilo que aprenderam, porque é na vida material que acontecem
os grandes embates que levam os Espíritos a superar-se. São felizes ou
infelizes, conforme os méritos conquistados; sofrem por efeito das paixões,
cuja essência conservaram, e são felizes de conformidade com o grau evolutivo a
que tenham chegado. Na erraticidade têm a percepção do que lhes falta para
serem felizes, e desde então procuram os meios de se melhorarem.
MUNDOS TRANSITÓRIOS: Existem mundos
espirituais chamados "TRANSITÓRIOS" particularmente destinados aos
seres errantes e que lhes servem de habitação temporária, onde descansam
durante uma longa erraticidade, servindo-lhes de estações de repouso.
Nesses
mundos eles progridem, instruem-se e obtêm permissão para passar a outros
lugares melhores e chegar mais depressa à perfeição.
Em tais
mundos, a superfície é estéril transitoriamente (LE, perg. 236b) e os seres que
os habitam de nada precisam (LE, perg. 236a), em relação à natureza material,
mas não conservam permanentemente essa condição.
Assim, nada
é inútil na natureza, pois tudo tem um fim, uma destinação. Em parte alguma do Universo
há o vazio; nele tudo é habitado, e a vida se manifesta em toda parte. Mesmo no
período de formação da Terra, quando seus períodos de transição eram lentos,
antes mesmo do aparecimento dos primeiros seres orgânicos, não havia ausência
de vida espiritual no planeta.
QUESTIONÁRIO:
A: ESPÍRITOS
ERRANTES - MUNDOS TRANSITÓRIOS
1 - O que é
erraticidade?
2 - O fato
de permanecer na erraticidade é indício de inferioridade do Espírito?
3 - Qual a
finalidade dos mundos transitórios?
Fonte da
imagem: Internet Google.
13ª AULA - PARTE B
PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS
PERCEPÇÕES E SENSAÇÕES: Percepção é a
faculdade que os Espíritos têm de perceber o mundo à sua volta, faculdade essa
que nos Espíritos desencarnados é muito mais acurada do que nos encarnados.
Isto ocorre em função da matéria compacta que representa verdadeiro entrave
para a livre manifestação das suas faculdades. Livres da matéria, a
inteligência e demais potencialidades se revelam em toda a sua plenitude.
Porém, a maior ou menor expressão de tais atributos está diretamente
relacionada ao grau evolutivo de cada um, ou seja: quanto mais se aproximam da
perfeição, maior é a percepção que os Espíritos têm da realidade que os cerca.
Assim, Espíritos
ainda inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de tudo; isto significa que
enquanto os Espíritos superiores conhecem, em grande extensão, o princípio das
coisas, os inferiores não sabem mais do que sabem os homens de igual condição
evolutiva.
PERCEPÇÃO EXTERIOR: Com relação à
percepção Exterior, os Espíritos veem por si mesmos não necessitando de luz
externa.
Aqueles que
são bons livraram-se das trevas, que são peculiares apenas aos que passam por
grandes expiações. Desfrutam da faculdade de ver, a qual reside em todo seu
ser, assim como a luz que se encontra em todas as partes de um corpo luminoso.
Trata-se de uma espécie de lucidez que se estende a tudo e para a qual não há
trevas; ela abrange o espaço, o tempo, as coisas, e é por isso que a visão do
Espírito independe de luz exterior.
Outra
particularidade inerente aos Espíritos elevados, é que podem ver em dois
lugares simultaneamente, uma vez que transportam-se com a velocidade do
pensamento; os que são mais elevados irradiam seus pensamentos em várias
direções ao mesmo tempo.
PERCEPÇÃO DO TEMPO: Os Espíritos vivem
fora do tempo tal como é concebido no plano físico, pois a medida temporal
praticamente deixa de existir para eles; enquanto para os encarnados os séculos
são longos, para os desencarnados não passam de instantes que se diluem na
eternidade.
CONHECIMENTO DO PASSADO E DO FUTURO: O
conhecimento do passado e do futuro é muito relativo para os Espíritos. Quanto
mais evoluídos, mais noções têm do passado, e pressentem com maior nitidez o
futuro. Quase sempre, nada mais fazem do que entrevê-lo, "mas nem sempre
têm a permissão de o revelar"; quando o veem, ele lhes parece presente (LE,
perg. 243). Contudo, nenhum Espírito de ordem elevada tem completo conhecimento
do futuro, pois este somente pertence a Deus.
PERCEPÇÃO DA MÚSICA E DAS BELEZAS NATURAIS:
Os Espíritos desencarnados, por terem as percepções mais afloradas, têm suas
qualidades sensitivas mais desenvolvidas; portanto, são mais sensíveis à música
principalmente à música celeste, muito mais perfeita do que a do mundo
material. A mesma sensibilidade se revela também no que diz respeito às belezas
naturais dos diferentes mundos espirituais. Embora tais belezas sejam tão
diversas que estamos longe de conhecê-las, os Espíritos são sensíveis a elas,
segundo as suas aptidões para apreciá-las e compreender (LE, perg. 252).
INTUIÇÃO DE DEUS: Respondendo a uma
pergunta sobre os Espíritos veem a Deus (LE, perg. 244), os benfeitores
espirituais afirmaram que somente Espíritos superiores o veem e compreendem,
enquanto os menos evoluídos sentem-no intuitivamente. É assim que ele (Espírito
inferior) não vê a Deus, mas sente a sua soberania, e quando uma coisa não deve
ser feita ou uma palavra não deve ser dita, ele o sente como uma intuição, uma
advertência invisível que o inibe de fazê-lo (LE, perg. 244a).
SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS: Os Espíritos
conhecem os sofrimentos, porque passaram por eles na existência corpórea, mas
quando desencarnados não os experimentam materialmente como sucede nos
encarnados. Não sentem a sensação de fadiga, e quando a sentem é tão somente
resultado de sua pouca evolução moral. Desde modo, não precisam de descanso
corporal, pois não são dotados de órgãos cujas forças devam ser reparadas. O Espírito
repousa no sentido de não estar em constante atividade.
A espécie de
fadiga que os Espíritos podem provar está razão da sua inferioridade, pois
quanto mais se elevam, de menos repouso necessitam (LE, perg. 254). De modo
geral os Espíritos, quando desencarnados, gozam de percepções e sensações
diferentes daquelas que tiveram quando encarnados, tudo dependendo da elevação
moral que tenham atingido.
QUESTIONÁRIO:
B -
PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS DOS ESPÍRITOS
1 - Por que
a percepção não é igual para encarnados e desencarnados?
2 - Como é a
percepção do tempo para os Espíritos?
3 - Os
Espíritos elevados podem ver em dois lugares simultaneamente?
13ª AULA - PARTE C
DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE
Muitos
pensam que Espíritos errantes são aqueles que cometeram erros, quando na
realidade são os Espíritos que estão em diferentes moradas, embora não estejam
nem localizadas, nem circunscritas, independentemente de erros que
eventualmente tenham ou não cometido. Os Benfeitores espirituais ensinam que A
casa do Pai é o Universo; as diferentes moradas são os mundos que circulam no
espaço infinito, e oferecem aos Espíritos desencarnados moradas apropriadas ao
seu adiantamento.
Independentemente
da diversidade dos mundos, pode-se também definir a palavra "morada" usada
por Jesus, como sendo o estado de felicidade ou infelicidade que o Espírito
desfruta na erraticidade.
Assim,
aqueles Espíritos que na existência corpórea tiveram demasiado apego às coisas
materiais, não conseguem se desprender totalmente dos valores terrenos. Este
apego faz com que não se libertem facilmente dos convencionalismos terrenos,
deixando de percorrer o espaço infinito em busca de maior esclarecimento,
preferindo pelo contrário, manterem-se jungidos às coisas transitórias do mundo
corporal.
Assim,
enquanto os Espíritos mais inferiores erram nas trevas, os felizes desfrutam de
uma luz resplandecente e do sublime espetáculo do infinito. Em "O Céu e o
Inferno", uma das obras básicas da Codificação Espírita, Allan Kardec
através da manifestação de Espíritos de várias categorias, propicia o seguinte
quadro bastante nítido das alegrias ou das penúrias que os Espíritos
experimentam quando na Erraticidade, segundo o modo de vida que tiveram quando encarnados.
ESPÍRITOS FELIZES: Pessoas que foram
íntegras e bondosas, que jamais cometeram uma ação má, e que sofreram
enfermidades ou experimentaram rudes provações, jamais lhes faltando coragem
nas adversidades, entram no mundo espiritual desfrutando de indescritível felicidade.
A separação do invólucro físico se assemelha a um sonho, sem sentirem qualquer sensação
de dor. Alguns Espíritos descrevem que passam a perceber brilhante luz, tendo a
impressão de saírem de uma atmosfera constrangedora para sentirem indizível
bem-estar.
ESPÍRITOS EM CONDIÇÃO INTERMEDIÁRIA: O
mesmo não acontece com aqueles que na vida terrena foram considerados pessoas
de boa índole, que não praticaram o mal, mas também não fizeram o bem,
incapazes de qualquer sacrifício para minorar um sofrimento alheio,
esquivando-se de qualquer ato de caridade. Para estes, o fenômeno da morte se
torna mais penoso, prolongado, e a sensação que experimentam ao adentrarem o
mundo invisível não é tão alentadora.
ESPÍRITOS SOFREDORES: Um quadro bem
diverso apresenta um Espírito que na existência física foi orgulhoso, que
jamais se preocupou com o aprimoramento de suas qualidades morais e
espirituais, e muito menos se condoeu dos sofrimentos alheios. O estado de alma
desse Espírito na erraticidade é assaz doloroso, pois sua consciência acusa-o
constantemente, aumentando ainda mais seus sofrimentos morais. Tal Espírito tem
a sensação de que seus sofrimentos são eternos, não entrevendo sequer um termo
(fim) para suas dores.
Espíritos
que adentraram o mundo espiritual pela porta enganosa do suicídio vivem verdadeiros
martírios; o seu estado de alma é dos mais deploráveis, pois, muitas vezes, experimentam
a sensação de estarem ligados aos seus antigos invólucros físicos. Não menos agudo
é o sofrimento dos Espíritos endurecidos que, pelo orgulho, não se arrependem
do mal praticado. São Espíritos insubmissos que se revoltam contra a justiça
divina, hesitando em se submeterem à vontade soberana do Criador. Por isso
vivem num estado trevoso e de revolta interior, refratários ao benefício
balsâmico do perdão. Tais Espíritos também têm a sensação de viverem em eterno
sofrimento e somente novas e difíceis reencarnações os aproximarão mais do
caminho do bem.
QUESTIONÁRIO:
C -
DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE
1 - O que
são Espíritos errantes?
2 - Como
pode ser definida a palavra "morada" empregada por Jesus?
3 - O que
determina a condição de feliz ou infeliz quando na erraticidade?
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