CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS I
PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS:
Constituindo-se em uma lei da natureza, a pluralidade das existências é uma realidade
inerente ao homem, cujos indícios se revelam desde as épocas mais remotas da
humanidade, evidenciando o fato de que ela sempre foi uma verdade insofismável.
Os Vedas, nos rituais que presidiam à
iniciação dos seus adeptos, já apregoavam as leis que presidem os mistérios da
imortalidade da alma, da pluralidade das existências e dos mundos.
O Bramanismo também tinha e tem como base
a crença em tal princípio.
Krishna, por sua vez, renovou as
teorias védicas ao ensinar que "o corpo é o envoltório da alma que aí tem
a sua morada, sendo uma coisa finita; porém a alma que o habita é invisível, imponderável
e eterna".
Buda foi ainda mais incisivo ao
afirmar: "Uma vida curta, uma vida longa, um estado mórbido, uma boa
saúde, o poder, a fraqueza, a fortuna, a pobreza, a ciência, a ignorância. tudo
isso depende de atos cometidos em anteriores existências".
Pitágoras, filósofo e matemático grego,
era um fiel partidário da teoria da transmigração da alma de um corpo para
outro.
Orígenes, importante filósofo e teólogo
da igreja grega, admitia a preexistência da alma como uma necessidade lógica,
na explicação de certas passagens da Bíblia, chegando à conclusão de que se ela
não existisse, Deus seria injusto.
Entre os Judeus, a ideia das vidas sucessivas
era geralmente admitida. A crença nos renascimentos dos Espíritos encontra-se
indicada veladamente no Antigo Testamento, porém muito mais claramente nos
Evangelhos, como se pode verificar em algumas de suas passagens.
Platão, uma das maiores figuras da
filosofia de todos os tempos, já concebia a chamada Teoria da Reminiscência,
segundo a qual o nosso conhecer é apenas o recordar. A ocasião para isso é o
encontro com as coisas deste mundo, o qual desperta na alma a recordação das ideias
e lembranças. No sistema de Platão, a Doutrina da Reminiscência exerce três
funções importantes:
a - Fornece uma prova da preexistência,
da espiritualidade e da imortalidade da alma;
b - Estabelece uma ponte entre a vida
antecedente e a vida presente;
c - Dá valor ao conhecimento das coisas
deste mundo, reconhecendo-lhe o mérito de despertar as recordações das ideias.
Vê-se,
assim, que os Espíritos benfeitores apenas renovam um princípio que teve origem
nas primeiras idades do homem e que se conservou até hoje. A diferença é que os
Espíritos apresentam esse princípio de um ponto de vista mais de acordo com as
leis evolutivas da natureza, e de conformidade com os desígnios de Deus.
CONSIDERAÇÕES
SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS II
FUNDAMENTOS: Ao trazer à luz
esclarecimentos sobre a pluralidade das existências corpóreas, os Espíritos
superiores resgatam uma doutrina que teve início nos primeiros tempos da
humanidade. Mas, algumas correntes doutrinárias deixaram de lado em seus fundamentos
o princípio evolutivo da reencarnação, preferindo antes, consagrar a teoria da
unicidade das existências. Desta forma, rejeitaram princípios que poderiam
auxiliar o homem em seus questionamentos existenciais. Porém, cedo ou tarde, ao
atingir a sua maturidade espiritual, a humanidade não poderá conciliar as
diversidades da evolução e as consequentes divergências sociais, em face da inverossímil
possibilidade de a alma encarnar uma só vez.
Ao tecer
algumas considerações sobre a pluralidade das existências, Allan Kardec formulou as seguintes questões:
1 - Por que a alma revela aptidões tão
diversas e tão independentes das ideias adquiridas pela educação?
2 - De onde vem a aptidão extranormal
de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras
permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida?
3 - De onde vêm, para uns, as ideias
inatas ou intuitivas, que não existem para outros?
4 - Por que alguns homens,
independentemente da educação, são mais adiantados que outros?
5 - Se a existência presente deve ser
decisiva para a sorte futura, qual é, na vida futura, respectivamente, a
posição do selvagem e a do homem civilizado? Estarão no mesmo nível ou estarão
distanciados no tocante à felicidade eterna?
6 - O homem que trabalhou toda a vida
para melhorar-se estará no mesmo plano daquele que permaneceu inferior, não por
sua culpa, mas porque não teve o tempo nem a possibilidade de melhorar? Há uma
doutrina que possa resolver essas questões?
Admiti as
existências sucessivas, e tudo estará explicado de acordo com a justiça de
Deus. Aquilo que não pudemos fazer numa existência, faremos em outra. É assim
que ninguém escapa à lei do progresso.
Cada um será
recompensado segundo o seu verdadeiro merecimento, ninguém é excluído da felicidade
suprema a que se pode aspirar, sejam quais forem os obstáculos que encontre no seu
caminho.
Portanto, as
discrepâncias ocorrem em função dos desvios cometidos, e que exigem reajuste perante
Deus. Deve-se, pois, reconhecer que a pluralidade das existências é a única
capaz de explicar aquilo que, sem ela, seria inexplicável, pois representa para
o homem a resposta aos seus anseios, na medida em que explica o presente e lhe
possibilita novas oportunidades corpóreas de aprimoramento espiritual.
QUESTIONÁRIO:
A:
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS I, II
1- Em que
sentido a teoria de Platão é precursora do princípio da reencarnação?
2 - Qual a
posição de Orígenes perante a teoria da pluralidade das existências? Pesquise
3 - Por que
a pluralidade das existências é superior à teoria da unicidade das existências?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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