“Curai os enfermos,
ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expeli os demônios; daí de graça o
que de graça recebestes”. (Mateus, X, 8).
“Ai de vós, escribas e
fariseus hipócritas, porque devorais as casas das viúvas, com pretextos de
longas orações; por isso sofrereis um juízo mais rigoroso”. (Mateus, XXIII,
14).
“Daí de graça o que de
graça recebestes”, disse Jesus aos discípulos, recomendando-lhes, dessa forma,
que não aceitassem pagamentos pela dispensa dos bens, cuja obtenção nada lhes
houvesse custado, isto é, que nada cobrassem dos outros por aquilo que não
pagaram.
O que eles receberam,
gratuitamente, foi a faculdade de curar doentes e expulsar os demônios, ou
seja, os maus espíritos. Esse dom lhes fora dado de graça, para que aliviassem
os que sofriam e ajudassem a propagação da fé e, por isso, lhes prescrevera o
Mestre que não o transformassem em artigo de comércio ou de especulação e, muito
menos, em meio de vida.
Também disse Jesus:
“Não façais pagar as vossas preces; não façais como os escribas que, a pretexto
de longas orações, devoram as casas das viúvas”.
A prece é um ato de
caridade, um impulso do coração, e fazer alguém pagar por esse ato de
intercessão junto a Deus, em favor de outrem, é transformar-se em intermediário
assalariado, tornando-se, assim, a prece uma simples fórmula, dependente da
soma recebida.
Deus não vende os
benefícios que concede, e seria absurdo pensar que poderia subordinar um ato de
clemência, de bondade e de justiça, solicitado a Sua misericórdia, a uma
quantia em dinheiro.
A razão, o bom censo e
a lógica dizem que Deus, a perfeição absoluta, não pode delegar à criatura
imperfeita o direito de fixar um preço para a Sua Justiça. A justiça de Deus é
como o Sol: para todo o mundo, tanto para o pobre como para o rico.
Os médiuns,
intermediários entre a Espiritualidade e o mundo material, verdadeiras pontes
de ligação entre dois planos de vida, são os intérpretes dos Espíritos para a
instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e trazê-los à fé, mas
não para vender palavras que lhes não pertencem, de vez que não são o produto
de sua concepção, nem de suas pesquisas, nem de seu trabalho pessoal.
A mediunidade séria
não pode ser nem será jamais uma profissão, mesmo porque e, sobretudo no seu
aspecto de concessão como prova, é uma faculdade essencialmente móvel e
variável.
Não é, portanto, a
mesma coisa que a capacidade adquirida pelo estudo e pelo trabalho, da qual se
tem o direito de usar.
Sobretudo, a
mediunidade curadora é que jamais deveria ser explorada, pois, como nenhuma outra,
requer, com mais rigor, a condição de desprendimento e a capacidade de renúncia
santificante.
O médium curador é o
veículo para a transmissão do fluido salutar dos Bons Espíritos e, nestas condições,
jamais tem o direito de o vender.
BIBLIOGRAFIA:
Novo Testamento - I
Epístola aos Coríntios
Kardec, Allan - O
Livro dos Médiuns
Kardec, Allan - O
Evangelho Segundo o Espiritismo
QUESTIONÁRIO:
1 - Explique a frase
de Jesus: "Dai de graça o que de graça recebeste".
2 - Como pode ser
encarada a mediunidade séria?
3 - Na sua opinião, o
que é um bom médium?
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