Mediunidade é a
faculdade, ou aptidão, que possuem certos indivíduos, denominados médiuns, de
servirem de intermediários entre os mundos físico e espiritual.
A mediunidade é
inerente ao organismo, como a visão, a audição e a fala, daí, qualquer um pode
ser dotado dessa faculdade.
É uma conquista da
alma; daí, a necessidade de oração e vigilância, de reforma íntima, isto é, da
substituição de defeitos e vícios, por qualidades e virtudes, de uma conduta
moral irrepreensível, para que possa sintonizar-se com espíritos de hierarquia
mais elevada.
Evangelizando-se,
estudando muito, dando a cota de tempo de que possas dispor e, principalmente,
seguindo lições como a que se encontra no capítulo XXVI, do Evangelho Segundo o
Espiritismo “Daí de graça o que de graça recebestes”.
Na I Epístola de Paulo
de Tarso aos Coríntios, temos lições sobre teoria e prática mediúnica.
Em O Livro dos
Médiuns, Kardec também o faz. De ambos, as lições “Os Dons Mediúnicos” demonstram
a inteligência, as potencialidades, a diversidade de Espíritos que existem na Terra.
Não é bastante, por
isso, estudar ou conhecer o efeito; é indispensável buscar e conhecer a causa
de todos os fenômenos que se vão estudando. Toda a mediunidade a serviço de
Jesus é realizada pelos Espíritos mais evoluídos que sintonizam com cada
médium, conforme sua
capacidade de doação.
Paulo traz
ensinamentos de imenso valor doutrinário: “Quanto aos dons mediúnicos, não quero,
irmãos, que estejais em ignorância”, começa ele no cap. 12. Explica a
diversidade de carismas, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de ministérios,
mas o Senhor é o mesmo; diversidade de operações, mas é o mesmo Deus, que opera
em todos.
Prossegue falando da
mediunidade de vidência e xenoglossia, dizendo que não basta haver médiuns em
sintonia, é preciso haver pessoas em estado de lucidez que orientem os
trabalhos, dialoguem com os Espíritos e interpretem o que haviam dito.
Todas as formas de mediunidade
são necessárias; nenhuma faculdade é superior à outra; são todos indispensáveis
ao bom andamento dos
trabalhos, até as mais humildes tarefas.
Não há ninguém mais
importante, porque todos são importantes, mas cada um deve ter a sua tarefa
específica e por vezes até certa hierarquia em favor da disciplina, pois tudo
deve ser feito dentro da mais absoluta ordem.
Allan Kardec, no
século XIX, e os espíritas do século XX, reexaminam incessantemente as fontes
do Cristianismo primitivo, buscando ali as lições que os inspirem. Hoje ainda
temos as preocupações de Paulo.
“Orar e vigiar” é a
maior delas.
Cada um de nós é o
único responsável pela valorização das oportunidades ofertadas por Deus.
Paulo classifica a
mediunidade, discorre sobre a hierarquia das funções, fala sobre o exercício da
mediunidade e escreve sobre a “excelência da caridade”, no Cap. 12. Por que o
ensaio sobre o amor é inserido no contexto de uma dissertação sobre a
mediunidade?
Porque Paulo
compreendeu profundamente esta verdade: “Se eu falar a língua dos homens e dos
anjos e não tiver caridade, sou como um metal que soa, ou como o sino que tine.
E se tiver o dom da profecia e penetrar todos os mistérios, mas não tiver a
caridade, nada sou”.
Entre estas três
virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a
caridade”. Coloca assim, a caridade acima da própria fé. O exercício da mediunidade
sem o amor, é frio e inócuo.
Emmanuel, em O
Consolador, respondendo a questões afirma: A maior necessidade do médium é
evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas
doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do
personalismo, em detrimento de sua missão. “O primeiro inimigo do médium reside
nele mesmo”.
Frequentemente é o
personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento
dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro,
conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.
Contra esse inimigo é
preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade,
pela boa vontade, com o melhor esforço de autoeducação, à claridade do
Evangelho.
BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan - O
Evangelho Segundo o Espiritismo
Xavier, F. C. - O
Consolador
QUESTIONÁRIO:
1 - O que é
mediunidade?
2 - Qual o principal
inimigo do médium?
3 - Na sua opinião,
por que o médium deve evangelizar-se?
Nenhum comentário:
Postar um comentário