A Existência
de Deus
Quando o homem pré-histórico voltou seus olhos pela primeira vez para
o céu noturno, repleto de estrelas, ou quando se admirou diante da Natureza exuberante
que o cercava, ou ainda quando passou a descobrir-se como um ser de ideias e
sentimentos, adentrou os domínios dos "mistérios" da Criação.
Iniciava-se, então, de modo extremamente primário, a formação da ideia acerca da existência de Deus. A partir daí, através de práticas as mais extravagantes, o homem tentou a comunicação com Deus, num processo que culminou com a própria humanização da divindade.
O homem passou a conceber Deus à sua imagem e semelhança. Foi assim que se organizaram as mais diversas religiões.
Afinal, Deus existe?
O fato de nunca ter existido um povo ateu sobre a face da Terra parece responder à pergunta. Mas, os sentidos humanos são inadequados para o conhecimento de Deus, em sua natureza íntima. Por isso, muitos ainda vacilam em afirmar categoricamente a sua existência. Contudo, "Deus existe, não o podeis duvidar, e isso é o essencial" (L.E., 14).
Qualquer artifício ou método que queiramos aplicar para prová-lo é inútil.
Qualquer fórmula utilizada para descrevê-lo ou mostrá-lo (como na mitologia greco-romana ou na religião dogmática), é imprópria.
Como bem expressou Léon Denis: "há coisas que, de tão profundas, só se sentem, não se descrevem".
A Doutrina Espírita nos apresenta um conceito magnífico de Deus: a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. Mas, a ideia vem enriquecida por alguns dos atributos da divindade, que revelam ao homem algumas de suas perfeições: Deus é eterno, único, imutável, imaterial, soberanamente justo e bom.
E sobre este último atributo (da justiça divina) que se funda o princípio da reencarnação.
Se todos tendemos à perfeição, Deus nos proporciona os meios de
consegui-la, com as provas da vida corpórea.
É então que nos depuramos, submetendo-nos à prova de uma nova existência, condição necessária da evolução do Espírito, sem a qual permaneceríamos estacionários.
Depois de analisar cada atributo, Kardec conclui: "Tal é o eixo sobre o qual repousa o edifício universal; é o farol do qual os raios se estendem sobre o universo inteiro, o único que pode guiar o homem em sua pesquisa da verdade; ao segui-lo, não se extraviará nunca; e se tem se desencaminhado com tanta frequência, é por não ter seguido o caminho que lhe é indicado.
Tal é também o critério infalível de todas as doutrinas filosóficas e religiosas; para julgá-las, o homem tem um padrão rigorosamente exato nos atributos de Deus, e ele pode afirmar a si mesmo, com certeza, que toda teoria, todo princípio, todo dogma, toda crença, toda prática, que esteja em contradição com um só destes atributos, que tenda não só a anulá-los, mas simplesmente a enfraquecê-los, não pode estar com a verdade.
Em Filosofia, em Psicologia, em moral, em religião, nada há de verdadeiro que não esteja conforme às qualidades essenciais da Divindade. A religião perfeita seria aquela da qual nenhum artigo de fé estivesse em oposição com estas qualidades, da qual todos os dogmas possam suportar a prova deste controle, sem dele receber nenhuma contradita. (A Gênese, cap. II, item 19).
É o próprio Universo que oferece evidências materiais acerca da existência de Deus.
Em nossa consciência, estão inscritas as suas leis infinitamente perfeitas (L.E., 621).
É o sentimento inato de sua existência, que trazemos no coração, é "a marca do obreiro em sua obra". Ora, "vede a obra e procurai o autor!", sentenciou o Espírito da Verdade. Se o efeito que se vê é
inteligente, sua causa só pode ser inteligente. O que não é obra do
homem, só pode ser obra de um poder inteligente. Esse poder é Deus!
QUESTIONÁRIO
1 - COMO SE PODE CONCEITUAR DEUS?
2 - COMO ENTENDER A NECESSIDADE DA REENCARNAÇÃO?
3 - ONDE SE PODE ENCONTRAR DEUS?
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