A REALEZA DE JESUS
“O título de
rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é dado, por consenso
unânime, aos que por seu gênio se colocam em primeiro lugar em alguma
atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso da Humanidade.
É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas,
dos poetas, dos escritores etc. Essa realeza, que nasce do mérito pessoal,
consagrada pela posteridade, não tem muitas vezes maior preponderância que a
dos reis coroados?” (ESE, cap. II, item 4).
Complementa
Kardec, no mesmo item, que “a realeza terrena acaba com a vida, mas a realeza
moral continua a imperar, sobretudo, depois da morte. Sob esse aspecto, Jesus
não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que
Ele disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo”.
Foi o rei
dos trabalhadores, pois abraçou o serviço espontâneo, a favor da Humanidade,
como sendo a tradução da própria fé.
Foi o rei
dos servidores, pois se transfigurou em servidor da comunidade, estendendo mais
imediata assistência aos que se colocavam no último plano da escala social.
Foi o rei da
Justiça, pois envergou a toga de juiz e patrocinou a causa dos deserdados. Foi
o rei dos políticos, pois ensinou o acatamento maior às autoridades
constituídas.
Foi o rei
dos médicos, pois, sem nenhum juramento que o obrigasse a tratar os enfermos,
amparou os doentes com extremada solicitude.
Foi o rei da
humildade, pois podendo nascer em “berço de ouro”, optou pela manjedoura,
socorrendo-se da hospitalidade dos animais.
Foi o rei da
liberdade, pois transmitiu a sua mensagem libertadora, aconselhando aos homens
libertar-se dos erros, porquanto todo aquele que comete o pecado é escravo do
pecado, acrescentando que se permanecessem os homens em sua Doutrina, sejam,
verdadeiramente, seus discípulos e conheceriam a verdade, que os libertaria.
Foi o rei da
tolerância, quando aferroado pelos soldados e vilipendiado pelo próprio povo
que ajudara, disse:
“Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34).
Foi o rei do
amor, quando deu o novo mandamento, dizendo: “Amai-vos uns aos outros como eu
vos amei” (Jo 13:34).
Foi, em
síntese, o rei dos homens, pois passou no mundo abençoando e consolando,
esclarecendo e servindo, mas preferiu morrer a tisnar o mandato de amor e
verdade que o jungia aos desígnios do Pai Eterno.
O Espírita,
no exercício de sua mediunidade e na vivência de todos os seus passos com
Jesus, deve viver como todos os homens, mas sempre lembrando em todas as
manifestações de sua existência que é chamando a servir aos outros, como o
fizera o Mestre. Deve ter sempre o ensinamento de Kardec na lembrança.
“Reconhece-se
o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz
para dominar suas más inclinações” (ESE, cap. XVII, item 4).
Além da
Lição de Jesus, das recomendações de Kardec e dos Espíritos na Codificação,
deve o médium lembrar-se das palavras de André Luiz (Opinião Espírita, Lição
15), quando ensina: “Compenetra-te dos teus deveres sagrados, sabendo que o
medianeiro honesto para consigo mesmo, chega a desencarnação com a mediunidade
gloriosa, enquanto o medianeiro negligente atinge o rio da morte com a tortura
de quem desertou da própria responsabilidade. A mediunidade não se afasta de
ninguém; é a criatura que se distância do mandato mediúnico que o Plano
Superior lhe confere”.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Caps. ll e XVII item 4
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Opinião Espírita: Lições 15, 16 e 58
BÍBLIA
SAGRADA. Novo Testamento: Lucas, 23:34
BIBLIA DE
JERUSALÉM. Antigo Testamento Jo, 13:34
Questões
para reflexão:
1) Explique
o que você entendeu por mediunidade com Jesus e, quais os cuidados que deve ter
o médium na aplicação dos seus talentos.
2) Relate o benefício
alcançado pelo médium Segundo André Luiz.
3) Faça uma
análise sobre o significado da realeza de Jesus.
4) Explique
os gestos de Jesus que o caracteriza como rei da liberdade e rei da segurança.
Fonte da imagem: Internet Google.
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