FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS
Não existe
um processo de formação de médiuns e um diagnóstico para a mediunidade. O mais
aconselhável é uma orientação, um esclarecimento positivo, a fim de que os médiuns
possam desenvolver-se com equilíbrio e segurança.
Médium - do
latim - médium, meio, intermediário - Pessoa que pode servir de intermediaria
entre os Espíritos e os homens. É o traço de união aos Espíritos.
Os médiuns
são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos
Espíritos; ou melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos
para se expressarem aos homens por maneira inteligível. Todo aquele que sente
num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Pode, pois,
dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só
se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica, se mostra bem
caracterizada e se traduz, por efeitos patentes, de certa intensidade.
Segundo
Emmanuel em “O Consolador” questão 382 é “Luz que brilha na carne”, atributo do
Espirito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da
criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e
da inteligência, sempre que se encontra ligada aos princípios evangélicos na
sua trajetória pela face do mundo.
O
desenvolvimento mediúnico é disciplina. Mas, acima de tudo é amor, que se
divide em milhares de atitudes que deveremos tomar, como forma do bem em todas
as direções. Uma vez afirmado, pelos meios adequados, que alguém é médium, deve
este procurar desenvolver e educar a mediunidade. Desenvolver a mediunidade significa
fazer os exercícios próprios para que a faculdade mediúnica passe da fase
embrionária para a da maturidade, ou seja, dos primeiros passos, hesitantes e
inseguros, para os desenvoltos. Educar a mediunidade é disciplinar o seu
exercício, escoimá-lo dos vícios e maus hábitos. O desenvolvimento diz respeito
à formação especifica do médium, a preparação para o exercício da mediunidade
de modo seguro e satisfatório. Já a educação tem por objeto disciplinar o uso
da faculdade, de modo a evitar os seus escolhos, o seu mau uso. O médium
deseducado se torna joguete dos Espíritos inferiores.
No sentido
Espirita, desenvolver mediunidade é aprimorar nossa capacidade de
relacionamento com os Espíritos. É nossa educação psíquica. Entretanto, não há
uma receita universal e infalível para a formação dos médiuns. Cada um traz em
si o gérmen das qualidades necessárias para se tomar médium, tais qualidades existem
em graus diferentes e o seu desenvolvimento depende das causas que não são
controladas pela vontade. As regras de poesia, da pintura e da música não
transformam as pessoas em poetas, pintores ou músicos. Apenas guiam os que as
cultivam, no emprego de suas faculdades naturais. O mesmo acontece com o desenvolvimento
e educação da mediunidade. O objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento
da faculdade mediúnica, tanto quanto permitam as disposições de cada um, e,
sobretudo, dirigir a mediunidade para que seja usada de um modo útil, quando
ela exista. Das múltiplas formas de comunicação mediúnica, a psicografia e
certamente a mais segura, a mais completa e a mais fácil de fiscalizar. São
eles, os médiuns escreventes ou psicógrafos. Foi pela psicografia que Allan Kardec
deixou as obras da codificação.
As
comunicações escritas de efeitos inteligentes podem ser:
1- Mecânicas
> Médiuns mecânicos ou Autômatos
2-
Semi-mecânicas > Médiuns Semi-mecânicos
3-
Intuitivas > Médiuns Intuitivos
4-
Inspiradas > Médiuns Inspirados
Os médiuns
mecânicos não tem consciência do que escrevem. O Espírito expressa o seu
pensamento agindo, diretamente sobre a mão do médium, de forma a não ocorrer
influência por parte do pensamento do intermediário. O médium e um agente
passivo, pois, ele toma conhecimento do pensamento do Espírito depois que
escreveu. A escrita às vezes é legível e limpa, em outras, é ilegível, com
muita dificuldade para ser lida. Os semimecânicos são os médiuns que sentem uma
impulsão dada a sua mão, para escrever, mas, ao mesmo tempo tem consciência do
que escrevem. O médium toma conhecimento do pensamento do Espírito, no mesmo
instante que escreve.
No caso dos
médiuns intuitivos, a escrita pode dar-se pela transmissão ao Espírito do
médium, ou melhor, de sua alma. O Espírito em liberdade toma a mão e a guia. O
papel da alma aqui não é de inteira passividade, pois recebe o pensamento do
Espírito livre e o transmite com plena consciência do que escreve embora muitas
vezes fora dos limites do conhecimento do médium. O médium inspirado recebe
pelo pensamento comunicações estranhas as suas ideias preconcebidas. A
inspiração vem dos Espíritos que os influenciam para o bem ou para o mal,
dependendo ai da elevada posição moral do médium ou não, suas intenções boas ou
más.
Kardec nos
alerta para que cada um invoque com fervor e confiança nosso anjo protetor, em
caso de necessidade e frequentemente nos admiraremos das ideias que surgem como
por encanto na mente.
As condições
mais importantes no desenvolvimento da faculdade mediúnica são:
1 - A
transformação interior à luz do Evangelho.
2 - A
vontade firme de ser o intermediário entre o Mundo Espiritual e o Material.
Pode
acontecer a mudança de caligrafia com médiuns mecânicos ou semi-mecânicos,
porque neles é involuntário o movimento das mãos, o qual é dirigido unicamente
pelo Espírito comunicante. Nos médiuns puramente intuitivos isto não ocorre
porque o Espírito apenas atua sobre o pensamento, sendo a mão dirigida pela
vontade do médium.
A mudança de
caligrafia decorre de uma aptidão especial, de que os médiuns mais decisivamente
mecânicos nem sempre são dotados. São os médiuns designados por médiuns
polígrafos.
“A faculdade
mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões momentâneas, tanto para
as manifestações físicas, quanto para a escrita”.
Os médiuns
não devem considerar-se melhor do que outros ou do que outras pessoas, nem sua
mediunidade deve ser motivo de vaidade, de orgulho, mas sim uma tarefa de
servir, uma missão a ser cumprida, com fraternidade e desinteresse. Existem
médiuns que manifestam repugnância ao uso de suas faculdades. São os médiuns
imperfeitos: desconhecem o valor da mediunidade.
A faculdade
mediúnica pode ser interrompida, temporariamente, por diferentes motivos:
1.
ADVERTÊNCIA: Prova para o médium que ele é um simples instrumento, que sem o
concurso dos Espíritos nada faria. Se o médium se conduz mal, moral e
doutrinariamente, fazendo mau uso ou abusando de sua faculdade, o Espírito
comunicante afasta-se em busca de um médium mais digno. Neste caso, quase
sempre, os maus Espíritos se apoderam do médium para obsidiar e enganar.
2.
BENEVOLÊNCIA: É um benefício ao médium para evitar que ele se debilite por
doença física. Quando as forças do médium se agitam, seu poder de defesa fica
reduzido. Neste caso, a suspensão é temporária; O Espírito lhe proporciona um
repouso físico necessário.
3- PROVAÇÃO:
O objetivo é desenvolver a paciência, a perseverança, para dar tempo ao médium
para reflexão sobre o conteúdo das mensagens recebidas, como também, fazer um
exame interior, estudar, ponderar, pensar, analisar como está empregando a sua
faculdade mediúnica.
É importante
ainda esclarecer que a perda da mediunidade nem sempre significa uma punição
pelo abuso ou mau uso da faculdade, pode acontecer que seja um encerramento de
uma determinada tarefa, o início de uma outra tarefa ou até mesmo um trabalho
específico na área da saúde, pesquisa, etc. que demanda um esforço maior, o que
importa na realidade é servir com amor, humildade e fraternidade em qualquer
setor que estivermos na Seara do Mestre Jesus.
Conforme
esclarece-nos Joanna D’Angelis, através do médium Divaldo P. Franco, a verdade
é que todos estamos interligados, em ministério mediúnico ativo, incessante,
graças aos múltiplos dons de que nos achamos investidos. Aprimorar ou descuidar
da nossa faculdade mediúnica, relegando-a a plano secundário, é responsabilidade
que cada um exerce mediante o próprio livre arbítrio. Assim sendo, se faz
necessário meditarmos nas possibilidades mediúnicas de que nos encontramos
investidos e elevar-nos pelo exercício das ações nobilitantes, de modo a
desenvolvermos os recursos positivos na realização do bem a que o Senhor a todos
nos convoca.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns, 2ª Parte - Cap. XVII
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns: item Formação
Mediúnica
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Opinião Espirita: no 20
KARDEC,
Allan. O Livro dos Espíritos - introdução: item V e XII
PERALVA,
Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 7 - Médiuns
MIRANDA,
Hermínio C. Diálogo com as Sombras: Cap. 2 - Os Médiuns
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Conduta Espirita: Cap. 27
FRANCO,
Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Convites da Vida: item 303
XAVIER,
Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). O Consolador: questão 382
Fonte da imagem: Internet Google.
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