Parábola das Dez Virgens; Parábola do
Mordomo; Orai e Vigiai.
PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS (OU AS VIRGENS
INSENSATAS E AS PRUDENTES)
“Então o
reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram
ao encontro do noivo. Cinco, eram insensatas e Cinco, prudentes. As insensatas,
ao pegarem as lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes
levaram vasos de azeite com suas lâmpadas. Atrasando o noivo, todas elas
acabaram cochilando e dormindo. À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo vem
aí! Saí ao seu encontro!’ Todas as virgens levantaram-se, então, e trataram de
aprontar as lâmpadas. As insensatas disseram as prudentes: ‘Dai-nos do vosso
azeite, porque as nossas lâmpadas apagam-se’. As prudentes responderam: ‘De
modo algum, o azeite poderia não bastar para nós e para vós. Ide antes aos que
vendem e comprai para vós’. Enquanto foram comprar o azeite, o noivo chegou e
as que estavam prontas entraram com ele para o banquete de núpcias. E fechou-se
aporta. Finalmente, chegaram às outras virgens, dizendo: Senhor, senhor;
abre-nos!’ Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo não vos conheço!’ Vigiai,
portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mt 25:1-13).
As
reencarnações terrenas - oportunidades para novos aprendizados, para novas
provas e reparação de equívocos passados - contam-se aos milhares todos os
dias. Dependendo da condição espiritual, as novas existências são solicitadas,
e em parte planejadas, por nós, ainda no mundo espiritual.
Quando
mergulhados no corpo físico, porém, despreocupamo-nos daquilo que nos
propusemos ao reencarnar, permitindo que nossas imperfeições morais tomem vulto
e, por vezes, dominem nossa vida. Nem sequer nos recordamos da importância do
aprimoramento para podermos participar do “banquete espiritual”, quando retornarmos
ao mundo dos Espíritos.
Esta
parábola mostra-nos a importância da vigilância e da prudência para que trabalhemos,
constante e incessantemente, praticando o bem e a caridade, pois, em
determinado momento, que nos é desconhecido, deixaremos o corpo físico e
teremos que nos confrontar com aquilo que plantamos.
Não é na
hora da morte ou nos últimos momentos de nossa reencarnação que, subitamente,
procederemos às transformações necessárias para angariar os tesouros
espirituais que garantirão a nossa entrada no “Reino dos Céus”.
As virgens
prudentes (em algumas versões: previdentes ou sensatas) representam as pessoas
que compreendem os objetivos da sua encarnação e procuram viver, da melhor
forma, os ensinamentos evangélicos, esforçando-se na renovação de seus valores,
afastando as imperfeições e hábitos menos nobres.
As virgens
insensatas (em algumas versões imprudentes, néscias, ou loucas) são as pessoas
que vivem e morrem se preocupando apenas consigo mesmas, ligadas as ilusões da
matéria, sem se atentarem para a prática do Bem, esquecendo-se de adquirir os
tesouros “que as traças não corroem”, ou seja, os do Espírito.
O “noivo”
(ou esposo) é Jesus, que se uniu a Humanidade (esposa), representada pelas
virgens; sua chegada significa o convite para o “banquete espiritual”, através
de seus ensinamentos morais. A aceitação desse convite dependera da prudência (preparo)
ou insensatez (despreparo) dos Homens. Os que o aceitarem ingressarão em uma
Nova Era, que se assentara na moral do Cristo: um mundo novo de paz e alegria,
onde o Bem suplantara o Mal.
As lâmpadas
representam a nossa luz interior, a essência divina que existe em nós, que não
deve ficar apagada ou escondida, mas deve brilhar para iluminar o nosso caminho
e o dos que o compartilham conosco.
O azeite é o
combustível que deve abastecer as lâmpadas e representa as qualidades
espirituais que vamos adquirindo durante as nossas estadias na Terra. Essas
aquisições são pessoais e intransferíveis, e, por esse motivo, as virgens da
parábola não puderam dividir com as virgens insensatas o azeite que,
prudentemente, haviam levado consigo.
Como não
haviam reservado azeite (renovação interior e boas obras), elas se atrasaram ao
procurá-lo apressadamente e, ao voltar, encontraram a porta fechada.
Restou-lhes, então, retomar a vida terrena para adquirir sua provisão do
“azeite” da prática do amor fraterno, através de novas experiências vividas
durante a reencarnação.
“Vigiai,
portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora”, diz Jesus na parábola; por
isso, o verdadeiro cristão deve “vigiar e orar” sempre, estar disposto e
disponível para trabalhar na seara do Mestre, com entusiasmo e boa vontade, por
menor que seja a tarefa; utilizar de prudência em todas as suas ações,
adquirindo a serenidade suficiente em seu coração para um dia, retomar a pátria
espiritual.
PARÁBOLA DO MORDOMO
“Quem é,
pois, o servo fiel e prudente que o senhor constituiu sobre a criadagem, para
dar-lhe o alimento em tempo oportuno? Feliz aquele servo que o Senhor ao chegar
encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo, ele o constituirá sobre todos os
seus bens. Se aquele mau servo disser em seu coração: ‘Meu Senhor tarda’, e
começar a espancar seus companheiros, a comer e beber em companhia dos
beberrões, o senhor daquele servo virá em dia imprevisto e hora ignorada. Ele o
partirá ao meio e lhe designará seu lugar entre os hipócritas. Ali haverá choro
e ranger de dentes.” (Mt 24:45-51).
Esta
parábola tem sentido semelhante a “Parábola das Dez Virgens”: indica-nos a
necessidade do trabalho, da prudência, da honestidade de propósitos. Convida-nos,
também, a vigilância de nós mesmos, dos nossos pensamentos e atitudes, pois não
nos é dado conhecer em que momento seremos provados como verdadeiros discípulos
de Jesus.
A parábola
trata do servo fiel e prudente, aquele que é responsável por todas as tarefas
que assume e cumpre seus deveres com respeito e humildade, honrando o salário
que lhe foi oferecido; que cuida do seu progresso espiritual e se preocupa com
seus companheiros, amparando-os nas necessidades materiais e partilhando com
eles seus valores morais. Este é o servo a quem o Senhor confiará os seus bens,
e ele terá condições de entrar no “Reino dos Céus” e de participar do “banquete
espiritual”.
O mau servo
é o que não se preocupa com o momento da chegada do seu Senhor e maltrata seus
companheiros, entrega-se aos maus hábitos, a ignorância, ao egoísmo, a
violência... Há muitas espécies de servos infiéis e imprudentes, tantas quantas
são as imperfeições humanas; mas todos recebem, pela Bondade do Pai, inúmeras
oportunidades de se tornarem servos fiéis, dependendo apenas de cada um: a escolha
do caminho e a recompensa ou o sofrimento que venham a receber.
Na narração
de Lucas (12:47-48), evidencia-se, ainda mais, a questão da Justiça e da
Bondade Divina: “Aquele servo que conheceu a vontade de seu senhor mas não se
preparou e não agiu conforme sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia,
aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será
acoitado poucas vezes”.
Quando temos
consciência de que estamos infringindo deliberadamente a Lei Divina, por nossa
livre escolha, passaremos por aprendizados mais difíceis, por vezes bastante
dolorosos, para que possamos harmonizar-nos novamente com ela. Entretanto, para
aquele dentre nós que desrespeitar a Lei por ignorância, por ainda não conhecer
ou não compreender a Vontade do Pai, as faltas serão atenuadas, e recebera
novas oportunidades reencarnatórias para seu aprendizado.
ORAI E VIGIAI
“Vigiai e
orai para não entrar em tentação: pois o espírito está pronto, mas a carne é
fraca.” (Mc 14:38).
Reencarnamos,
trazendo conosco toda a bagagem espiritual adquirida nas múltiplas jornadas
passadas, e carregamos tanto as virtudes conquistadas, como também os
desequilíbrios ainda não superados. E aqui, na escola terrena, que temos a
oportunidade de nos reajustarmos, corrigindo e renovando as nossas disposições
íntimas.
Assim sendo,
tentações de toda a espécie permeiam a nossa vida, algumas surgindo das nossas
próprias tendências, outras como sugestões sedutoras de desencarnados ou
encarnados, que se aproveitando de nossas más paixões, buscam manter-nos na
inferioridade.
Quando Jesus
recomenda-nos o “Vigia e Orai”, está incentivando-nos a não nos deixarmos
acorrentar as perturbações e seduções deste mundo. Precisamos ter firmeza e
estar conscientes de que depende somente do nosso esforço individual direcionar
o nosso pensamento para o Bem, escolher os valores morais que nos convém,
exercitando a humildade, a paciência, o perdão, a fraternidade e permanecendo,
constantemente, em sintonia com o Plano Maior através da prece sincera.
Alerta-nos
Vinicius, em sua obra “Em Tomo do Mestre”, a importância de vigiarmos a nos
mesmos: “Confiai em Deus e na sua justiça. Desconfiai dos homens, da tentação e
das fascinações do século; mas, sobretudo, desconfiai de vós mesmos”.
Mais uma
vez, através do “Orai e Vigia”, o Mestre trouxe-nos uma verdadeira norma de
conduta para que pudéssemos manter-nos física e espiritualmente saudáveis.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
O que
representa em nossa vida diária “Vigiar e Orar”?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec,
Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Almeida,
José de Sousa e - As Parábolas - Ed. FEESP.
- Schutel,
Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.
- Godoy,
Paulo Alves - O Evangelho Pede Licença - Ed. FEESP.
- Vinicius -
Em Torno do Mestre.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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