CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

5ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Parábola das Dez Virgens; Parábola do Mordomo; Orai e Vigiai.

PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS (OU AS VIRGENS INSENSATAS E AS PRUDENTES)

“Então o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco, eram insensatas e Cinco, prudentes. As insensatas, ao pegarem as lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes levaram vasos de azeite com suas lâmpadas. Atrasando o noivo, todas elas acabaram cochilando e dormindo. À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo vem aí! Saí ao seu encontro!’ Todas as virgens levantaram-se, então, e trataram de aprontar as lâmpadas. As insensatas disseram as prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas apagam-se’. As prudentes responderam: ‘De modo algum, o azeite poderia não bastar para nós e para vós. Ide antes aos que vendem e comprai para vós’. Enquanto foram comprar o azeite, o noivo chegou e as que estavam prontas entraram com ele para o banquete de núpcias. E fechou-se aporta. Finalmente, chegaram às outras virgens, dizendo: Senhor, senhor; abre-nos!’ Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo não vos conheço!’ Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mt 25:1-13).

As reencarnações terrenas - oportunidades para novos aprendizados, para novas provas e reparação de equívocos passados - contam-se aos milhares todos os dias. Dependendo da condição espiritual, as novas existências são solicitadas, e em parte planejadas, por nós, ainda no mundo espiritual.

Quando mergulhados no corpo físico, porém, despreocupamo-nos daquilo que nos propusemos ao reencarnar, permitindo que nossas imperfeições morais tomem vulto e, por vezes, dominem nossa vida. Nem sequer nos recordamos da importância do aprimoramento para podermos participar do “banquete espiritual”, quando retornarmos ao mundo dos Espíritos.

Esta parábola mostra-nos a importância da vigilância e da prudência para que trabalhemos, constante e incessantemente, praticando o bem e a caridade, pois, em determinado momento, que nos é desconhecido, deixaremos o corpo físico e teremos que nos confrontar com aquilo que plantamos.

Não é na hora da morte ou nos últimos momentos de nossa reencarnação que, subitamente, procederemos às transformações necessárias para angariar os tesouros espirituais que garantirão a nossa entrada no “Reino dos Céus”.

As virgens prudentes (em algumas versões: previdentes ou sensatas) representam as pessoas que compreendem os objetivos da sua encarnação e procuram viver, da melhor forma, os ensinamentos evangélicos, esforçando-se na renovação de seus valores, afastando as imperfeições e hábitos menos nobres.

As virgens insensatas (em algumas versões imprudentes, néscias, ou loucas) são as pessoas que vivem e morrem se preocupando apenas consigo mesmas, ligadas as ilusões da matéria, sem se atentarem para a prática do Bem, esquecendo-se de adquirir os tesouros “que as traças não corroem”, ou seja, os do Espírito.

O “noivo” (ou esposo) é Jesus, que se uniu a Humanidade (esposa), representada pelas virgens; sua chegada significa o convite para o “banquete espiritual”, através de seus ensinamentos morais. A aceitação desse convite dependera da prudência (preparo) ou insensatez (despreparo) dos Homens. Os que o aceitarem ingressarão em uma Nova Era, que se assentara na moral do Cristo: um mundo novo de paz e alegria, onde o Bem suplantara o Mal.

As lâmpadas representam a nossa luz interior, a essência divina que existe em nós, que não deve ficar apagada ou escondida, mas deve brilhar para iluminar o nosso caminho e o dos que o compartilham conosco.

O azeite é o combustível que deve abastecer as lâmpadas e representa as qualidades espirituais que vamos adquirindo durante as nossas estadias na Terra. Essas aquisições são pessoais e intransferíveis, e, por esse motivo, as virgens da parábola não puderam dividir com as virgens insensatas o azeite que, prudentemente, haviam levado consigo.

Como não haviam reservado azeite (renovação interior e boas obras), elas se atrasaram ao procurá-lo apressadamente e, ao voltar, encontraram a porta fechada. Restou-lhes, então, retomar a vida terrena para adquirir sua provisão do “azeite” da prática do amor fraterno, através de novas experiências vividas durante a reencarnação.

“Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora”, diz Jesus na parábola; por isso, o verdadeiro cristão deve “vigiar e orar” sempre, estar disposto e disponível para trabalhar na seara do Mestre, com entusiasmo e boa vontade, por menor que seja a tarefa; utilizar de prudência em todas as suas ações, adquirindo a serenidade suficiente em seu coração para um dia, retomar a pátria espiritual.

PARÁBOLA DO MORDOMO

“Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o senhor constituiu sobre a criadagem, para dar-lhe o alimento em tempo oportuno? Feliz aquele servo que o Senhor ao chegar encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo, ele o constituirá sobre todos os seus bens. Se aquele mau servo disser em seu coração: ‘Meu Senhor tarda’, e começar a espancar seus companheiros, a comer e beber em companhia dos beberrões, o senhor daquele servo virá em dia imprevisto e hora ignorada. Ele o partirá ao meio e lhe designará seu lugar entre os hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mt 24:45-51).

Esta parábola tem sentido semelhante a “Parábola das Dez Virgens”: indica-nos a necessidade do trabalho, da prudência, da honestidade de propósitos. Convida-nos, também, a vigilância de nós mesmos, dos nossos pensamentos e atitudes, pois não nos é dado conhecer em que momento seremos provados como verdadeiros discípulos de Jesus.

A parábola trata do servo fiel e prudente, aquele que é responsável por todas as tarefas que assume e cumpre seus deveres com respeito e humildade, honrando o salário que lhe foi oferecido; que cuida do seu progresso espiritual e se preocupa com seus companheiros, amparando-os nas necessidades materiais e partilhando com eles seus valores morais. Este é o servo a quem o Senhor confiará os seus bens, e ele terá condições de entrar no “Reino dos Céus” e de participar do “banquete espiritual”.

O mau servo é o que não se preocupa com o momento da chegada do seu Senhor e maltrata seus companheiros, entrega-se aos maus hábitos, a ignorância, ao egoísmo, a violência... Há muitas espécies de servos infiéis e imprudentes, tantas quantas são as imperfeições humanas; mas todos recebem, pela Bondade do Pai, inúmeras oportunidades de se tornarem servos fiéis, dependendo apenas de cada um: a escolha do caminho e a recompensa ou o sofrimento que venham a receber.

Na narração de Lucas (12:47-48), evidencia-se, ainda mais, a questão da Justiça e da Bondade Divina: “Aquele servo que conheceu a vontade de seu senhor mas não se preparou e não agiu conforme sua vontade, será açoitado muitas vezes. Todavia, aquele que não a conheceu e tiver feito coisas dignas de chicotadas, será acoitado poucas vezes”.

Quando temos consciência de que estamos infringindo deliberadamente a Lei Divina, por nossa livre escolha, passaremos por aprendizados mais difíceis, por vezes bastante dolorosos, para que possamos harmonizar-nos novamente com ela. Entretanto, para aquele dentre nós que desrespeitar a Lei por ignorância, por ainda não conhecer ou não compreender a Vontade do Pai, as faltas serão atenuadas, e recebera novas oportunidades reencarnatórias para seu aprendizado.

ORAI E VIGIAI

“Vigiai e orai para não entrar em tentação: pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mc 14:38).

Reencarnamos, trazendo conosco toda a bagagem espiritual adquirida nas múltiplas jornadas passadas, e carregamos tanto as virtudes conquistadas, como também os desequilíbrios ainda não superados. E aqui, na escola terrena, que temos a oportunidade de nos reajustarmos, corrigindo e renovando as nossas disposições íntimas.

Assim sendo, tentações de toda a espécie permeiam a nossa vida, algumas surgindo das nossas próprias tendências, outras como sugestões sedutoras de desencarnados ou encarnados, que se aproveitando de nossas más paixões, buscam manter-nos na inferioridade.

Quando Jesus recomenda-nos o “Vigia e Orai”, está incentivando-nos a não nos deixarmos acorrentar as perturbações e seduções deste mundo. Precisamos ter firmeza e estar conscientes de que depende somente do nosso esforço individual direcionar o nosso pensamento para o Bem, escolher os valores morais que nos convém, exercitando a humildade, a paciência, o perdão, a fraternidade e permanecendo, constantemente, em sintonia com o Plano Maior através da prece sincera.

Alerta-nos Vinicius, em sua obra “Em Tomo do Mestre”, a importância de vigiarmos a nos mesmos: “Confiai em Deus e na sua justiça. Desconfiai dos homens, da tentação e das fascinações do século; mas, sobretudo, desconfiai de vós mesmos”.

Mais uma vez, através do “Orai e Vigia”, o Mestre trouxe-nos uma verdadeira norma de conduta para que pudéssemos manter-nos física e espiritualmente saudáveis.

QUESTÃO REFLEXIVA:

O que representa em nossa vida diária “Vigiar e Orar”?

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Almeida, José de Sousa e - As Parábolas - Ed. FEESP.
- Schutel, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.
- Godoy, Paulo Alves - O Evangelho Pede Licença - Ed. FEESP.
- Vinicius - Em Torno do Mestre.


Fonte da imagem: Internet Google.

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