CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 24 de maio de 2016

10ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Os Sermões do Novo Testamento

Sermões do Monte, Profético, do Cenáculo, dos Oito “Ais”

A palavra SERMÃO significa discurso religioso, doutrinário ou moral; pode ter também o sentido de uma repreensão, uma admoestação ou crítica com a intenção de moralizar, corrigir um comportamento ou situação.

No Novo Testamento, estão relatados quatro sermões proferidos por Jesus em sua vida pública, em seus contatos e diálogos com as pessoas, cada um deles com destinação e objetivos definidos:

1) Sermão do Monte ou da Montanha ou das Bem-Aventuranças (Mt 5:1-12; Lc 6:20-23):

Bem-aventurados os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus.

Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra.

Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vos por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vos.

Iniciando sua vida publica, Jesus foi morar em Cafarnaum, começando então a pregar, e logo as multidões o seguiam.

O Sermão da Montanha foi uma das primeiras mensagens coletivas de Jesus ao povo judeu e a Humanidade.

Podemos imaginá-lo falando com imensa doçura à multidão que o escutava, os olhos cheios de luz e amor, as palavras consolando e curando as almas doloridas.

Este é o mais profundo, expressivo e também o mais conhecido dos Sermões de Jesus e foi pronunciado aos pés de um monte próximo ao Mar da Galiléia (Lago de Genesaré).

Nele, Jesus se mostra em toda a sua plenitude espiritual e convida a Humanidade a uma reflexão interior, mostrando a bondade, a justiça e o acolhimento de Deus a todos os seus filhos, sem exceção. O Mestre não condena a Lei existente, mas traz uma nova interpretação da moral bíblica, conduzindo as pessoas a uma interiorização e aprofundamento dos seus ensinamentos e ao desejo de se transformar intimamente.

Jesus explica a todos como devem viver para chegar a perfeição espiritual e apresenta um Deus de Amor e Paz, que jamais deixa de ouvir nenhum de seus filhos. As pessoas ficavam surpresas e encantadas ao ouvirem uma interpretação das Escrituras tão diferente da ensinada pelos sacerdotes e fariseus, uma Lei dura, cheia de rituais e imposta pelo medo.

No Sermão da Montanha, Jesus convida o Homem a abandonar o “homem velho”, sua inferioridade espiritual, suas antigas crenças, vícios e hábitos e a deixar surgir em si mesmo o “homem novo”, edificado em novos e verdadeiros Valores morais.

2) Sermão Profético (Mt 24:1-51 e 25:1-30; Lc 21:5-7; Mc 13:1-4):

Este Sermão, também chamado de Discurso Escatológico (previsões sobre a consumação do tempo e da história), foi pronunciado no Horto das Oliveiras e revela uma serie de profecias (predições ou previsões do futuro), as mais importantes do Novo Testamento: descreve acontecimentos que ocorreriam nos anos ou séculos seguintes, por causa da dureza dos corações humanos, que resistiam e resistem, ainda hoje, em acolher e viver a mensagem de amor trazida pelo Mestre.

Pelas palavras que Jesus usou nesse Sermão, pode-se perceber nele uma certa tristeza, pela incompreensão dos homens diante de seus ensinamentos, cujo objetivo básico é a transformação moral da Humanidade.

Entre outras profecias, Jesus descreve a destruição do Templo de Jerusalém, que se cumpriu no ano 69 d.C., quando o exército romano de Tito invadiu Jerusalém.

O Mestre descreve também o sofrimento que estava por vir pela ação dos falsos profetas, aqueles que, embora conhecedores das verdades espirituais deturpam e manipulam os ensinamentos evangélicos para seu beneficio próprio, submetendo os desavisados ao seu poder de dominação e sedução, a fé cega, ao fanatismo, ao ritualismo, a discórdia e a superstição.

Jesus fala da perseguição e morte dos seus discípulos, os daquela época e os que o seguissem no futuro, pagando com a própria vida a defesa dos princípios ensinados por ele; alerta sobre guerras, fome e outras tragédias que atingiriam a Humanidade pela persistência do Homem no orgulho e no egoísmo, pelo seu apego as instituições, dogmas e as ideias moralmente distorcidas.

Em “A Gênese”, Cap. XVIII, it. 9, Kardec escreve: *...] a Humanidade se transforma como já se transformou noutras épocas, e cada transformação é marcada por uma crise que é, para o gênero humano, o que são as crises de crescimento para os indivíduos; crises, muitas vezes penosas, dolorosas, que arrastam consigo as gerações e as instituições, mas, sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral”.

O retorno de Jesus, também citado por ele, não afirma um retorno físico, mas a vitória de seus ensinamentos, a compreensão e a vivência da Lei do Amor pelos homens, instalando no planeta um mundo novo de paz e progresso, quando eles aprenderem não apenas a ler, mas, sobretudo a viver os Evangelhos.

No Sermão Profético, Jesus nos legou ainda algumas analogias e três parábolas que resumem todo o ensinamento e as advertências do Mestre para que possamos superar as tribulações e os sofrimentos causados pela nossa pouca evolução espiritual do “Mordomo ou dos Dois Servos” (Mt 24:45-51), das “Dez Virgens” (Mt 25:1-13) e dos “Talentos” (Mt 25:14-30).

Nesse Sermão são descritas grandes dificuldades, mas é preciso enxergar através e além da dor, a mensagem de esperança e de certeza num futuro muito melhor, construído pela transformação moral dos seres humanos. Para construir, muitas vezes é necessário destruir. (LE. – Lei de destruição).

3) Sermão do Cenáculo (Mc 14:1-31; Mt 26:1-35; Lc 22:1-38; Jo 13:1-38; 14:1-31;15:1-27; 16:1-33; 17:1-26):

Esse Sermão é conhecido como “Sermão do Cenáculo”, por ter acontecido num recinto fechado, uma sala para refeições, um lugar onde Jesus se reuniu com os doze discípulos para a ceia da Páscoa Judaica, a última que faria na vida terrena junto a aqueles a quem tanto amava. E ali ele preveniu e preparou os discípulos para os acontecimentos que iriam ocorrer nos próximos dias.

Para os judeus, a Páscoa (Pesach = passagem) é a data em que comemoram sua saída do Egito, o fim de uma longa e sofrida escravidão.

Para os cristãos, a Páscoa relembra a ressurreição de Jesus e tem um sentido simbólico de libertação, pois demonstra, sem duvida, a imortalidade da alma, que não fica presa a vida física nem se anula com a morte, mas representa, sobretudo, a renovação do Espírito, o fim da escravidão da ignorância espiritual.

Nessa ceia, Jesus partilhou com os discípulos o pão e o vinho, simbolizando a sua entrega total de amor pela Humanidade. Foi também nessa ocasião que ele nos deixou uma profunda lição de humildade, ao lavar os pés dos discípulos e mostrar que a autoridade só pode ser entendida como função de servir aos outros. O amor conduz ao sentimento fraterno e exclui qualquer tipo de superioridade entre as pessoas.

Ele se despede dos discípulos e reafirma sua ida para o Pai, com as palavras que talvez sejam o seu mais belo pronunciamento, nos entregando o mandamento maior da Lei e nos dando a diretriz que deve nortear o nosso comportamento como seres humanos irmãos:

Em João 13:33-35: “Filhinhos, por pouco tempo ainda estou convosco. Para onde vou vós não podeis ir. Dou-vos um mandamento novo: Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns aos outros”.

O Mestre anunciou também a vinda do Paráclito (o Consolador, o Espírito de Verdade). Esta predição é uma das mais importantes, do ponto de vista religioso, porque em Suas palavras se percebe claramente que: Jesus não disse tudo o que tinha a dizer, mas caberia a “outro Consolador” complementar e relembrar os seus ensinamentos; quando se refere a “outro Consolador”, é obvio que Jesus não se reporta a si mesmo; e quando diz que esse Consolador ficaria eternamente conosco, ele não poderia ser uma pessoa, mas poderia ser uma doutrina consoladora inspirada pelo Espírito de Verdade.

A Doutrina Espírita tem as condições para ser o Consolador prometido por Jesus, pois não é uma doutrina individual, nem de concepção humana, mas foi uma Doutrina trazida por uma coletividade de Espíritos; não suprime nada do Evangelho, antes o complementa e esclarece; com a ajuda das novas leis que revela, aliadas as leis que a Ciência já descobriu e continua descobrindo, permite o entendimento do que era até então incompreensível ou inadmissível para nós.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. VI, “O Cristo Consolador”, it. 4, Kardec escreve: “O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito de Verdade preside ao seu estabelecimento. [...] O Cristo disse: “que ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositadamente lançado sobre certos mistérios e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores”.

Terminada a ceia, Jesus orou serena e amorosamente por ele mesmo, pelos discípulos e por todos os que viriam a ser seus seguidores em todas as épocas e foi com eles para o Jardim de Getsêmani, onde deveria acontecer a prisão e o inicio de sua paixão.

4) Sermão dos oito “Ais” (Mt 23:13-36):

Este Sermão foi uma severa repreensão aos escribas (Doutores da Lei) e Saduceus, mas principalmente aos fariseus, a mais influente seita entre os judeus. Eles cerceavam a liberdade religiosa e moral do povo, devido ao poder e domínio que detinham e a imposição de suas ideias cristalizadas e apego aos rituais.

É chamado “Sermão dos Oito Ais”, porque a maioria das advertências do Mestre iniciavam-se com as palavras: ‘Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas...”

Na Bíblia de Jerusalém, em Mt 23:13-36, são consideradas sete advertências de Jesus aos fariseus, mas levando-se em conta também o trecho encontrado em Mc 12:40 e Lc 20:47, elevam-se a oito as suas repreensões a eles, a quem se dirige enfaticamente.

Jesus adverte-os principalmente a respeito das falsas virtudes com que se apresentavam publicamente, da corrupção e da desonestidade de seus propósitos perante os menos favorecidos intelectual e socialmente, da injustiça que praticavam de todas as maneiras. E os chama de serpentes e raça de víboras, alertando-os sobre as consequências espirituais no futuro.

Por isso não hesitaram em insuflar e manipular a multidão que dominavam com tanta facilidade, para condenar Jesus à morte.

QUESTÃO REFLEXIVA

No Sermão da Montanha, Jesus ensinou-nos o caminho para a nossa transformação individual e coletiva. Faça uma reflexão sobre esse ensinamento na sua vida diária.


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quinta-feira, 19 de maio de 2016

9ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Missão dos Apóstolos

Jesus ensinava por parábolas. Muitas vezes, os discípulos, após ouvirem uma parábola, não a compreendiam.

Como consta do Evangelho de Mateus, cap. 13, após Jesus ter contado a parábola do semeador à multidão: “Aproximando-se os discípulos, perguntaram-lhe: ‘Por que lhes falas em parábolas? ’Jesus respondeu: ‘Parque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. Pois aquele que tem, lhe será dado e lhe será dado em abundância, mas ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas: porque veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender, e “neles” que se cumpre a profecia de Isaias, que diz: Certamente haveis de ouvir e jamais entendereis, certamente haveis de enxergar e nada vereis ’.(...)” (Mt 13:10-14).

E adiante: “Mas felizes os vossos olhos, porque veem e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis e não ouviram”.

Por esta passagem, vemos que Jesus tinha um cuidado especial para ensinar seus discípulos que eram mais próximos. Essa atenção justificava-se exatamente porque eles estavam sendo preparados para assumir suas missões.

Os apóstolos, podemos deduzir pela análise conjunta dos Evangelhos, por certo tempo, nutriram a ideia comum aos judeus: a do Messias que iria libertá-los do jugo estrangeiro e se tomar um monarca.

Eles demoraram algum tempo para entender a verdadeira missão de Jesus, e também a natureza de seus próprios compromissos. É relevante citar também que, além dos doze discípulos que se tomaram apóstolos, muitos outros discípulos seguiram Jesus.

Em Lucas, 10:1, encontramos a citação da missão dos setenta e dois discípulos: “Depois disso, o Senhor designou outros setenta e dois, e os enviou dois a dois a sua frente a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: ‘A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para sua colheita. Ide! Eis que vos envio como cordeiros entre lobos.”

No discurso aos seus discípulos, Jesus faz diversas recomendações. Citemos algumas, como consta em Mateus, cap.10 e Lucas, caps. 9 e 10:

- “Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Dirigi-vos, antes, as ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus esta próximo”.

- “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai”.

- “Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento”.

- “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudentes como as serpentes e sem malicia como as pombas”.

- “Por causa de mim, sereis conduzidos à presença de governadores e de reis, para dar testemunho perante eles e perante as nações. Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em saber como ou o que haveis de falar. Naquele momento o Espírito de vosso Pai é que falará em vós”.

Vemos nestas exortações do Mestre Maior, como em todas as outras que eram dirigidas especialmente aos seus discípulos, uma solicitação de algo mais, de um compromisso muito maior. Em geral, quando Jesus dirigia-se a multidão, sabendo a natural dificuldade do Ser, não lhes pedia além do que eles podiam compreender.

Assim, em regra, seus sermões eram mais esclarecedores, acolhedores, consoladores... Eram como sementes lançadas para germinarem futuramente com mais vigor; eram bálsamos que aqueciam os corações oprimidos e aflitos e despertavam a esperança na vida, despertavam naqueles que não tinham mais fé, por ver tanta iniquidade, despertavam a confiança em Deus, e especialmente a convicção na vida futura.

Para seus discípulos, no entanto - repetimos - vemos que o chamado é uma convocação para ir muito além. E, como em todo trabalho missionário, para dar largos passos, passos vigorosos de sacrifício, de renuncia, de superação.

Conclamou-os Jesus, como acima transcrevemos, a ir e propagar o Evangelho, anunciando o “Reino de Deus”, pois esse deve ser um dos principais objetivos de um cristão: difundir, espalhar, fazer a divulgação do Evangelho.

Conclamou-os o Mestre a levar alivio aos enfermos, sacrificando-se para levar conforto aos sofredores. E tudo isso gratuitamente, dando de graça o que de graça receberam. Foram conclamados a vencer todas as paixões humanas, como a cobiça e a vaidade. Foram inspirados a ter sabedoria e prudência para saber agir em cada circunstancia.

Foram, por fim, alertados que toda essa tarefa, todo esse trabalho despertaria a fúria e a animosidade de muitos, especialmente daqueles que não queriam ver o triunfo do Bem. E diante de todo esse panorama que lhes é apresentado, que faria muitos outros recuar, Jesus pede-lhes que tenham confiança, pois em todos os momentos difíceis que viriam o “Espírito de vosso Pai é que falará em vós”.

Após terem convivido por três anos com o Mestre, quando Jesus anunciou a sua partida, eles manifestaram medo e preocupação. Nós podemos ficar imaginando: Como seria conviver pessoalmente com Jesus? Como seria ouvir diretamente suas inigualáveis palavras? Como seria estarmos em sua presença, estarmos envoltos em sua luz resplandecente?

Com certeza, os discípulos, em companhia de Jesus, sentiam-se seguros, protegidos. Mas, a esta altura, a hora era chegada. Então Jesus disse-lhes: “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe nem se intimide vosso coração.” (Jo 14:27).

Ainda assim, como sabemos, dentre os doze apóstolos, apenas João acompanhou-o até o Gólgota - o local de sua crucificação. Todos os demais hesitaram e fugiram. Como citamos anteriormente, foi somente após o Pentecoste que os apóstolos compreenderam e assumiram integralmente suas missões.

Vemos que, em relação à vida e missão dos apóstolos, encontramos poucas informações nos Evangelhos. No entanto, embora sejam poucos os dados que temos, são estes suficientes para entendermos o caráter de suas missões, bem como constatar o fervor que cada um deles demonstrou.

Cairbar Schutel, na obra “Vida e Atos dos Apóstolos”, conclui: “A vida dos Apóstolos foi uma vida de trabalhos, de incessante luta pela difusão do Evangelho; foi uma vida de abnegação e ingentes sacrifícios; de verdadeiro desapego as coisas do mundo; de dares, de sofrimentos, mas lambem de gloria que não se extingue, de aquisição de tesouros que não perecem, de luzes que não se apagam, de verdades que nos conduzem as alturas, onde melhor compreenderemos a Deus e sua infinita sabedoria.”

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como podemos vivenciar, nos dias de hoje, as orientações de Jesus aos Apóstolos?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Schutel, Cairbar e Vida e Atos dos Apóstolos.
- Xavier, Francisco C./ Humberto de Campos - Boa Nova.


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 17 de maio de 2016

9ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

O Colegiado Apostólico

A Formação do Colegiado Apostólico

Ao iniciar sua vida publica, Jesus tinha mais ou menos trinta anos. (Le 3:23).

Após o memorável encontro com João Batista as margens do rio Jordão: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”, Jesus, rumou para o deserto onde permaneceu por quarenta dias e quarenta noites.

Diz o Evangelho que Jesus ‘foi levado pelo Espírito ao deserto’, o que podemos interpretar como inspiração divina. Durante todo o tempo desse retiro o Mestre permaneceu em absoluto jejum, sem nada comer ou beber.

Muitos profetas da antiguidade retiravam-se para meditação e prece, como Jesus também o fez. Era uma prática que conduzia a certo desprendimento das coisas terrenas, proporcionando novas percepções da realidade e da verdade universal.

Jesus, nesse insulamento voluntário, por certo, entrou em plena comunhão com o Pai, e dali saiu em absoluta sintonia com a missão monumental que o aguardava.

OS PRIMEIROS DISCÍPULOS

Deixando para trás o deserto, Jesus retoma a Galiléia. Conforme descrição constante do Evangelho de Mateus, Jesus estava caminhando junto ao mar e viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Então, disse-lhes: “Segui-me e eu farei de vos pescadores de homens.” Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram.

Seguiu adiante e viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com o pai Zebedeu, a consertar redes. E os chamou. Eles, imediatamente, abandonaram o pai e o barco, e o seguiram.

E, em outro dia, encontrou Filipe e também lhe disse: “Segue- me”. Felipe, logo após, encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas...”. Natanael, após o encontro com Jesus, muito impressionado, exclama: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és Rei de Israel!”. (Jo 1:43-49).

Peregrinando por toda a Galiléia, Jesus anunciava o “Reino de Deus”, pregava nas sinagogas, curava os enfermos, expulsava os maus Espíritos. Por toda a região sua fama se espalhava e verdadeiras multidões o procuravam para ouvi-lo, ou para serem curados: paralíticos, lunáticos, atormentados, etc.

Enquanto seguia, Jesus ia convocando discípulos: “E tornou a sair para a beira-mar; e toda a multidão até ele; e ele os ensinava. Ao passar viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Segue-me’. Ele se levantou e o seguiu.” (Mc 2:13-14).

São realmente fascinantes os relatos contidos nos Evangelhos sobre a convocação de Jesus aqueles que seriam seus discípulos e a imediata resposta de aceitação.

Por essas narrações, constatamos que Jesus tinha uma forma inigualável de falar e cativar as pessoas.

Ouviam-no e diziam: “Jamais um homem falou assim!” A simplicidade, a humildade, a sinceridade, o sentimento verdadeiro, tornariam imortais as palavras do Mestre. Jesus não pregava a prática de rituais, as penitências, ou outros tipos de liturgias ou cerimônias publicas.

Em seu estilo único, o Mestre não impunha as pessoas um comportamento ético, ele as convidava a reflexão e a revisão de valores; convidava-as a um despertar.

Para os ensinamentos morais, sua linguagem era simples e alcançava a todos. Ele falava de grãos de mostardas, de senhores e trabalhadores, de sementes e colheitas, de noivas e casamentos, etc., ou seja, de coisas que as pessoas estavam familiarizadas, pois faziam parte do cotidiano da época.

E, principalmente, Jesus era a plena exemplificação de tudo que ensinava. Tratava amorosamente os sãos, assim como os doentes; os ricos, assim como os pobres; acolhia os excluídos da sociedade e todos aqueles então considerados “pecadores”.

De seu coração, transbordava o amor, e sua presença maravilhava as pessoas. Os discípulos, assim, eram convocados e tudo abandonavam para segui-lo.

Jesus, que apenas com um olhar podia sondar a alma das pessoas, reconheceu nos discípulos o potencial para serem seus seguidores.

A INSTITUIÇÃO DOS D0ZE

Jesus então agrupava aqueles que seriam os discípulos mais próximos e, em certo momento, ele designou os 12 que seriam seus apóstolos “Depois subiu à montanha, e chamou a si os que ele queria, e eles foram até ele. E constituiu Doze, para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar e terem autoridade para expulsar os demônios. Ele constituiu, pois, os Doze, e impôs a Simão o nome de Pedro, a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, o irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é filhos do trovão, depois André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, o filho Alfeu, Tadeu, Simão o zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o entregou.” (Mc 3:13-19). E deu-lhes o nome de “apóstolos” (Lc 6:13), que significa pregadores ou propagadores.

O número doze, precisamos lembrar, tem um significado especial para os judeus, pois foi o número das antigas tribos de Israel. Pela significação especial do número doze, como citamos acima, doze foram os discípulos nomeados como apóstolos por Jesus. Tal era a importância desse simbolismo que, após Judas, para manter o numero doze, outro o sucedeu: Matias.

OS APÓSTOLOS

Em relação aos apóstolos, vemos a advertência de Jesus: “A quem muito foi dado, muito será cobrado.”

No entanto, a atuação dos discípulos, enquanto acompanhavam Jesus, não foi tão significativa, ou, nas palavras de Cairbar Schutel, na obra “Vida e Atos dos Apóstolos”: “O trabalho dos apóstolos durante a vida corpórea de Jesus, foi nulo. Só depois de haverem recebido o Espírito, após, a explosão de Pentecostes, é que eles entraram em ação para o desempenho de grande tarefa.”

Mas, adiante, clama: “Mas passado o Pentecostes todos os escolhidos pelo Mestre, com exceção de Judas Iscariotes que faliu em sua missão, cedendo num momento de fraqueza, as injunções inferiores, todos os demais fizeram o que lhes foi possível para a difusão do grande Ideal a eles outorgado”.

PEDRO (Simão)

Era um pescador. Quando Jesus encontrou-o pela primeira vez, disse-lhe: “Tu és Simão, irmão de João; chamar-te-às Cefas.” (João, 1:42). Esta palavra aramaica “Cefas” significa “pedra”. Em outro relato, temos: “Também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja.” (Mt 16:18).

Principalmente por esta sentença de Jesus, Pedro é, para a tradição católica, designado como o primeiro papa.

Pedro pode ser considerado, dentre os apóstolos, como o mais importante. Ele esta presente em quase todos os momentos de maior relevância descritos nos Evangelhos. E embora num momento de hesitação, na hora crucial, tenha negado Jesus, vemos que, posteriormente, ele se firmou e emergiu como o líder dos demais apóstolos.

TIAGO (Tiago Maior)

Era irmão de João e filho de Zebedeu. Jesus chamou a ambos, ele e seu irmão, de “filhos do trovão”. Talvez, assim os designou pela impulsividade que lhes era peculiar, como podemos constatar em diversas narrativas evangélicas. Podemos notar também que seu nome sempre esta associado ao de seu irmão, e, em companhia de Pedro, eles estiveram ao lado de Jesus nos principais eventos de curas, materializações e, especialmente, no momento da transfiguração de Jesus ocorrida no monte Tabor.

JOÃO

Era o mais jovem dos discípulos. Como seu irmão, João também era pescador. Quando chamado por Jesus, também o atendeu prontamente. Foi o único apóstolo que acompanhou Jesus ate a morte na cruz, momento em que Jesus confiou-lhe a tarefa de cuidar de Maria. Além do Evangelho, atribui-se a João: as Cartas de João e o Livro do Apocalipse.

ANDRÉ

Era irmão de Pedro. Tinha sido discípulo de João Batista, conforme vemos no Evangelho de João (1:40): "André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus.” E foi ele que testemunhou para seu irmão Pedro: “Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo). E o conduziu a Jesus.”

FILIPE

Em João, 1:44-45, encontramos: “Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro. Filipe encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moises, na Lei e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré.”

Em Atos dos Apóstolos, cap. 8, encontramos algumas narrações de seu exercício apostólico: “As multidões atendiam unânimes ao que Filipe dizia, pois ouviam falar dos sinais que operava ou viam-no pessoalmente. De muitos possessos os espíritos impuros saiam, dando grandes gritos, e muitos paralíticos e coxos foram curados. E foi grande a alegria naquela cidade. E adiante, no mesmo capitulo, é descrito que anunciava a Boa Nova em todas as cidades que atravessava”.

BARTOLOMEU (Natanael)

Há pouca informação sobre Bartolomeu. Assim chamado nos três primeiros Evangelhos, João o chama de Natanael. Acredita-se que Bartolomeu seja seu sobrenome. Em João, 1:45-47, encontramos um traço de sua personalidade: a sinceridade e a espontaneidade. Após Felipe anunciar-lhe que havia encontrado o messias em Nazaré: “Perguntou-lhe Natanael: ‘De Nazaré pode sair algo de bom?’ Filipe lhe disse: ‘Vem e vê ’. Jesus viu Natanael vindo até ele e disse a seu respeito: ‘Eis verdadeiramente um israelita, em quem não há fraude’.”

MATEUS (Levi)

Mateus, também chamado Levi, era um publicano (cobrador de impostos) - uma das classes então mais odiadas pelos judeus. Certo dia, quando estava no exercendo suas funções de coletoria, Jesus passou e ali o encontrando chamou-o, e ele atendeu de imediato. E após deixar tudo, ofereceu a Jesus uma grande festa em sua casa, e com eles estava numerosa multidão de publicanos e outras pessoas. Nesta passagem, após a manifesta indignação dos fariseus e seus escribas sobre “comer com pecadores”, Jesus responde: “Os são não têm necessidade de médico, e sim os doentes.”

TOMÉ

Tomé, também chamado Dídimo, não é muito citado nos Evangelhos. Ficaria conhecido por, após o desencarne e reaparecimento de Jesus, ser aquele que não acreditou porque não viu. Alguns dias depois, quando Jesus apareceu novamente, disse: “A paz esteja convosco” Disse depois a Tomé: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus! ’ Jesus lhe disse: “Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!”.

TIAGO (Tiago Menor)

Tiago, filho de Alfeu, foi chamado, por Marcos, de Tiago Menor, para distingui-lo de Tiago, irmão de João, e filho de Zebedeu. Há poucas referências a este apóstolo. Ele sempre é citado em Companhia dos outros apóstolos.

TADEU (Judas, não o Iscariotes)

Mateus e Marcos o chamaram de Tadeu; Lucas, de Judas – filho de Tiago, e João, de Judas - não o Iscariotes.

Na última Ceia, foi o apostolo que perguntou a Jesus: “Senhor por que te manifestarás a nós e não ao mundo?”

SIMAO (o zelote)

Para distingui-lo de Pedro, que também se chamava Simão, os evangelistas o chamaram de Simão, o zelota, ou Simão, o cananeu. Nos Evangelhos, há poucas referências a este apóstolo.

JUDAS ISCARIOTES

Nos Evangelhos, quando sãos relacionados os apóstolos, Judas Iscariotes é sempre colocado no fim da lista, pois este foi aquele que entregou Jesus. Não há indicação de quando ele foi chamado por Jesus. Quando então se juntou aos demais discípulos, assumiu a função de tesoureiro. Após ter entregado Jesus as autoridades, sentiu imenso remorso e suicidou-se.

MATIAS

Com a morte de Judas, outro deveria assumir seu lugar. Conforme narrativa contida em Ato dos Apóstolos, capitulo 1 , o apostolo Pedro conduziu a escolha de um sucessor de Judas. No sorteio entre Barsabás e Matias, este último foi o vencedor.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como fizeram os discípulos de Jesus, seríamos nós capazes de, se fossemos chamados, segui-lo com todo o coração?


Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

8ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Jesus: Infância à Vida Pública

A INFÂNCIA DE JESUS

Há no evangelho de Lucas (2:39,40) uma citação sobre a infância de Jesus: “Terminando de fazer tudo conforme a Lei do Senhor; voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade. E o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele”.

JESUS AOS 12 ANOS

Encontramos em Lucas 2:41-50, o episódio de Jesus no Templo de Jerusalém, assim narrado: “Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para a festa. Terminados os dias, eles voltaram, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e puseram-se a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. E não o encontrando, voltaram a Jerusalém à sua procura.

Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas. Ao vê-lo, ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse: ‘Meu filho, porque agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos ’. Ele respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?’ Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera.

JESUS DOS DOZE AOS TRINTA

Após este episódio, as narrativas evangélicas focalizam Jesus no início de seu ministério publico, aos 30 anos de idade. A ausência de informações a este respeito tem levado muitas pessoas a levantarem conjecturas que, muitas vezes são tomadas como verdade.

Entre estas conjecturas, há quem afirme que Jesus esteve entre os essênios. A este respeito, vale destacar as considerações de Emmanuel, em A Caminho da Luz, capitulo XII: “Muitos séculos depois de sua exemplificação incompreendida há quem o veja entre os essênios, aprendendo as suas doutrinas, antes do seu messianismo de amor e de redenção. As próprias esferas mais próximas da Terra, que pela força das circunstâncias se acercam mais das controvérsias dos homens, que do sincero aprendizado dos espíritos estudiosos e desprendidos do orbe, refletem as opiniões contraditarias da humanidade, a respeito do Salvador de todas as criaturas. O Mestre, porém, não obstante a elevada Cultura das escolas essênias, não necessitou de sua contribuição. Desde os seus primeiro dias na Terra, mostra-se tal qual era, com a superioridade que o planeta lhe conheceu desde os tempos longínquos do princípio.” Onde esteve Jesus dos 12 aos 30?

Retornemos a Lucas 2:51,52 e vejamos o que ele nos diz, após o fato de Jesus ter sido encontrado no templo de Jerusalém: “Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, conservava a lembrança de todos esses fatos em seu coração. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens.”

No limiar do estudo sobre o ministério publico de Jesus, vamos refletir: Jesus era o Messias? As principais acomodações, interpolações, alterações nos textos evangélicos, especialmente quanto às origens humanas de Jesus, convergem para um único objetivo: convencer que Jesus é o Messias.

Porém, o que Israel esperava? Durante séculos, foram construindo a expectativa de um messias belicoso, segundo as melhores interpretações dos textos proféticos, revestido de poder temporal, que iria libertar o povo do jugo estrangeiro e estabelecer a hegemonia do povo de Deus.

Jesus, no entanto, não corresponde ao conceito tradicional judaico do Messias. Jesus não era um messias político. As profecias que o descrevem como um líder político são inaceitáveis.

Conforme assinala Hermínio Miranda no livro “Cristianismo: A Mensagem Esquecida”: “... A despeito das manipulações posteriores, contudo ficaram veementes indícios de que Jesus jamais se considerou o messias da tradição judaica. Um desses indícios está na surpreendente questão levantada por João Batista, segundo consta em Mateus, 11:3 “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?”

Jesus lhe responde com extrema habilidade e inteligência: Que o próprio João o julgue: os cegos veem, os coxos andam, os “mortos” ressuscitam. No entanto, cala-se sobre os aspectos políticos. Equivale isso a dizer: Trago comigo as credenciais de um enviado, sim, para servir, para amar e pregar uma doutrina libertadora, mas não sou o Messias no sentido político das expectativas tradicionais.

A DESCONSTRUÇÃO DO MITO

Assinala Herculano Pires em sua obra “Revisão do Cristianismo” que Kardec foi o primeiro a ter a coragem de submeter o Evangelho (no sentido global do termo) as divisões necessárias, para separar do texto, dividido em cinco partes, o ensino moral de Jesus. Esse ensino que realmente nos oferece a concepção cristã do mundo e do Homem. E nele, Jesus não aparece como um taumaturgo místico ou um semideus, a pessoa de Deus no mundo ou a encarnação do Verbo, mas como o ser na existência, o homem no mundo (não do mundo) da expressão kardeciana, o homem que traz consigo a mais perfeita ideia de Deus e por isso se encamou, para transferi-la aos homens como homem.

Finalizando, transcrevemos as considerações de André Luiz em “Mecanismos da Mediunidade”, capitulo XXVI: “Desde a chegada do Excelso benfeitor ao planeta, observa-se-lhe o pensamento sublime penetrando o pensamento da humanidade”.

Dir-se-ia que no estábulo se resumem pedras e arbustos, animais e criaturas humanas, representando os diversos reinos da evolução terrestre, para receber-lhe o primeiro toque mental de aprimoramento e beleza.

Casam-se os hinos singelos dos pastores aos cânticos de amor nas vozes dos mensageiros espirituais, saudando aquele que vinha libertar as nações, não na forma social que sempre lhes será vestimenta às necessidades de ordem coletiva, mas no ádito das almas, em função da vida eterna.

Antes dele, grandes comandantes da ideia haviam pisado o chão do mundo, influenciando multidões.

Guerreiros e políticos, filósofos e profetas alinhavam-se na memória popular, recordados como disciplinadores e heróis, mas todos desfilaram com exércitos e formulas, enunciados e avisos, em que se misturam retidão e parcialidade, sombra e luz.

Ele chega sem qualquer prestígio de autoridade humana, mas, com a sua magnitude moral, imprime novos rumos à vida, por dirigir-se, acima de tudo, ao espírito, em todos os climas da Terra. Transmitindo as ondas mentais das esferas superiores de que procede, transita entre as criaturas, despertando-lhes as energias para a Vida Maior como que a ranger-lhes as fibras recônditas, de maneira a harmonizá-las com a sinfonia universal do Bem Eterno.”

QUESTAO REFLEXIVA:

Comente a importância da encarnação de Jesus entre nós

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Miranda, Hermínio - Cristianismo: A mensagem Esquecida.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Xavier, Francisco C./André Luiz - Mecanismos da Mediunidade.
- Pires, Herculano - Revisão do Cristianismo.


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 10 de maio de 2016

8ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Jesus; Anunciação, Nascimento, Família, Vida Dos 12 Aos 30 - Formação Religiosa e Espiritual

Anunciação e Nascimento

As únicas fontes acerca da concepção e do nascimento de Jesus são os evangelhos de Mateus e Lucas. São narrativas que trazem informações distintas.

De acordo com a Bíblia de Jerusalém, em nota explicativa encontrada em Lucas 1:29, as narrativas de Lucas expressam o ponto de vista de Maria, enquanto Mateus apresenta-as pelo prisma de José.

Mateus aborda a concepção de Jesus, o conflito de José e a intervenção do plano espiritual em sonho, a visita dos reis magos, guiados pela estrela de Belém, a matança dos inocentes decretada pelo rei Herodes, a fuga da família de Jesus para o Egito e o retomo para Nazaré após a morte de Herodes.

Lucas aborda a anunciação feita pelo anjo Gabriel, a concepção de Jesus, o nascimento, o coro dos anjos anunciando aos pastores o nascimento de Jesus, a visita dos pastores a Jesus, a apresentação de Jesus no templo de Jerusalém, conforme costume da época.

Estas narrativas têm sido objeto de pesquisas cientificas que visam à construção do Jesus histórico. Hoje não existe qualquer dúvida sobre a existência histórica de Jesus e há um bom levantamento dos aspectos culturais, sociais da época, que nos fornecem um panorama da sociedade ao tempo de Jesus. Mas, muitas perguntas permanecem sem respostas conclusivas. Entre estas perguntas estão: Jesus teria nascido em Belém? Herodes teria decretado a matança dos inocentes? Jesus teria permanecido no Egito até a morte de Herodes?

Quem eram os reis magos e Jesus teria sido visitado por eles? Essas narrativas são lendas criadas em torno de Jesus, no processo de mistificação ocorrido ao longo dos séculos?

São perguntas, cujas respostas têm importância apenas relativa, na medida em que o essencial é a mensagem, a vida, os exemplos de Jesus.

Aqui, destacaremos alguns pontos fundamentais: a anunciação, a concepção de Jesus, sua família, a infância, Jesus dos 12 aos 30. Abordaremos também a seguinte questão: Jesus era o Messias?

A ANUNCIAÇÃO

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: Alegra-te cheia de graça, O Senhor está contigo”.

Ela ficou intrigada com essa palavra e pôsse a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberas no teu seio e darás a luz um filho, e tu o chamaras com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim.” (Lc 1:26-33).

O evangelho de Lucas revela-nos a beleza poética do anuncio feito pelo anjo Gabriel a Maria, vaso escolhido para ser a mãe de Jesus, bem como lhe fala da excelsa missão de que Jesus fora investido por Deus, nosso Pai.

0s evangelhos estão repletos de fenômenos espíritas, evidenciando o intercambio constante entre o céu e a terra, a amorosa solicitude dos mensageiros de Deus, acendendo clarões imortais na face da Terra.

Abordaremos na sequência, a narrativa de Mateus, para nos determos no estudo da concepção virginal de Jesus.

A CONCEPÇÃO DE JESUS

Vejamos a narrativa de Mateus, capitulo 1, versículos de 18 a 25: “A Origem de Jesus Crista foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com Jose, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segurança. Enquanto assim decidia, eis que a Anjo do Senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher pois o que nela foi gerada vem do Espírito Santo. Ela dará a luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvara o seu povo dos seus pecados. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho e a chamará a com o nome de Emanuel, o que traduzido significa ‘Deus está conosco’. José, ao despertar do sono, agiu conforme a Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher. Mas não a conheceu até o dia em que ela deu a luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus.”

O evangelho de Mateus se dirigia particularmente aos judeus e ele tinha o objetivo de evidenciar que Jesus era o Messias aguardado ha séculos, aquele de quem tantos profetas haviam falado. Para evidenciar isto, Mateus faz constantes alusões às escrituras antigas, inserindo-as no seu evangelho.

No tocante a concepção de Jesus, Mateus cita o profeta Isaias. No entanto, na Bíblia de Jerusalém, encontramos em Isaias, capitulo 7, versículo 14, a seguinte profecia: “Eis que a jovem está grávida e dará a luz um filho e dar-lhe-ei o nome de Emanuel.”

Em nota explicativa referente a Isaias 7: 14, a Bíblia de Jerusalém diz o seguinte: “A tradução grega traz a “virgem” precisando assim o termo hebraico almah, que designa quer a donzela, quer uma jovem casada recentemente, sem explicitar mais. Ou seja, a Bíblia de Jerusalém é fiel ao texto original hebraico, em Isaias 7:14, no qual a palavra não é ‘virgem’, mas ‘almah’, ou seja, uma moça, mas em Mateus 1:23, o termo é “virgem” utilizado na tradução grega da Septuaginta, combinando com a interpretação católica.

Voltando ao Evangelho de Lucas, nos perguntamos: O texto atual de Lucas contém a ideia de uma concepção virginal? Se contém, teria essa ideia sido introduzida posteriormente sendo que no relato original ela não existia? O que se verifica é que não ha nenhuma declaração explicita de que Maria e Jose não tenham se unido após a anunciação.

Destacando Lucas 1:34 onde se lê: “Maria, porém, disse ao anjo: Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” Podemos compreender que no momento da anunciação, Maria não teria ainda se unido a José, o que não quer dizer que não tenha feito posteriormente.

A profecia de Isaias (7:14) inserida em Mateus 1:23, daria fundamentação à ideia da concepção sobrenatural de Jesus, transformando-se mais tarde num dogma da Igreja. A partir do momento em que a Igreja declara que Jesus é Deus (século IV), Jesus só poderia ter sido gerado pelo “Espírito Santo”.

Tudo indica que ao tempo dos apóstolos, e, portanto, do aparecimento dos evangelhos, não havia a ideia de que Jesus havia sido concebido de forma sobrenatural. O apostolo Paulo não faz menção a isto em suas epistolas. Em suas viagens missionárias, Paulo percorreu uma boa parte do mundo conhecido de então e se não fez menção a concepção virginal era porque não era doutrina corrente no seu tempo. Caso isto tivesse sido apregoado, ele, que sempre foi muito atento na observação de desvios doutrinários, telo ia abordado o assunto. Registramos em sua epistola aos Gálatas (4:4) o seguinte: “...Enviou Deus o seu filho, nascido de mulher; nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei,...”

A ideia da concepção e do nascimento virginais são acomodações posteriores e foram introduzidas no texto, de forma incompetente, forçando-o a dizer, em alguns versículos, o que outros contradizem, explícita ou implicitamente.

Jesus foi concebido de acordo com as leis naturais. Nada ocorre fora das leis naturais, que são divinas e imutáveis. Podemos compreender o termo virgem como uma metáfora, para nos referimos ao coração lirial de Maria, um Espírito de alta envergadura, missionária, cuja grandeza lhe facultou a condição de ser mãe de Jesus, aceitando, incondicionalmente, a incumbência de orientar-lhe os passos e acompanhá-lo em pleno exercício de sua excelsa missão, até o desfecho doloroso do calvário e prosseguir como apoio amoroso aos cristãos de todos os tempos.

A FAMÍLIA DE JESUS - JESUS TINHA IRMÃOS?

Em Lucas, 2:7, encontramos: “... e ela deu á luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura porque não havia um lugar para eles na sala”.

Pela narrativa, podemos concluir que não havia nesse tempo, a tradição de que Jesus fosse filho único. O termo primogênito e não unigênito (único filho gerado) deixa claro que Lucas não pretendeu apresentar Jesus como filho único de Maria.

Os evangelhos bem como Atos dos Apóstolos fazem referência aos irmãos de Jesus. Em Mateus (13:55-56) encontramos: “Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas entre nós?”

Há outra referência em Mateus (12:46): “Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus irmãos estavam fora, procurando falar-lhe”, e em nota explicativa a este versículo, a Bíblia de Jerusalém, coerente com a postura dogmática, declara que os irmãos ai referidos não eram filhos de Maria, mas parentes próximos, por exemplo, primos, que o hebraico e o aramaico também chamavam irmãos.

Porém, além das evidências encontradas no Novo Testamento acerca dos irmãos de Jesus, prevalece hoje, em função das pesquisas históricas, a ideia de que Jesus teve irmãos e irmãs.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Jesus nasceu em uma manjedoura. Emmanuel refere-se a momento como “ponto inicial da lição salvadora do Cristo como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes”. Reflita e comente as palavras de Emmanuel.


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quinta-feira, 5 de maio de 2016

7ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Desmistificando o Batismo

Significado - Do grego baptismos, que significa mergulho, imersão, banho. O batismo é utilizado por varias religiões, como rito de purificação e renovação.

A ORIGEM DESSA PRÁTICA

Segundo Cairbar Schutel, o batismo tem origem na Grécia Antiga, onde os cultuadores da deusa Cotito participavam de banhos de imersão para purificação, antes dos rituais dedicados a ela. Por isso, eram chamados de baptai ou banhistas.

Mas os hebreus não adotavam essa prática. Seguindo a lei mosaica, para se purificarem, eles adotavam a circuncisão que consiste na remoção do prepúcio, uma pele que recobre a extremidade do órgão sexual masculino.

JOÃO BATISTA, AQUELE QUE INTRODUZIU O BATISMO ENTRE OS HEBREUS.

João Batista andava em meio ao povo e pregava com austeridade o arrependimento das faltas cometidas.

Batizava aqueles dispostos a se renovarem interiormente, aqueles que aceitavam as realidades que ele pregava de maneira a se prepararem para o advento do Cristo.

O batismo de João, nas águas, segundo explica Cairbar Schutel, era uma tentativa de abolir a circuncisão, que além de um ato violento e desnecessário, vinha servindo de pretexto para a demagógica prática exterior entre o povo hebreu.

O batismo realizado por João, com água, era uma prática provisória, pois ele mesmo anunciava que outro viria e batizaria não mais com água, mas com fogo e o Espírito Santo: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu, de fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhes as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo.” (Mt 3: 11-12).

Depois de suas pregações, João Batista imergia os arrependidos e os preparava para receberem posteriormente as lições que Jesus iria trazer. “Voz do que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor; tornai retas suas veredas”. (Mt 3:2).

JOÃO BATISTA E JESUS CRISTO

João Batista, ao se deparar com Jesus, não queria batizá-lo e argumentou: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?” Ao que Jesus respondeu: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”.

Se João Batista batizava as pessoas para o arrependimento, por quais razões foi necessário batizar Jesus?

Certamente que Jesus não tinha do que se arrepender. É um Espírito puro. Há interpretações de que, submetendo-se ao batismo, Jesus quis nos ensinar a obediência e a submissão. Sim, podemos encarar assim, se considerarmos que João Batista exortava todos a se submeterem a imersão nas águas como símbolo da aceitação das leis de Deus.

Mas naquele momento, algo era mais importante que o exemplo, até porque a partir dali, Jesus assumiria a sua missão e teria outras e muitas oportunidades para deixar como exemplos para a humanidade.

Na verdade era necessário que João Batista identificasse Jesus e tivesse plena certeza de tratar-se do Messias.

Isso aconteceu logo apos a imersão, quando ocorreram dois fenômenos espirituais de diferentes abrangências: o primeiro abrange somente a João Batista, que vê os Espíritos Superiores, por determinação do Pai Celestial, produzirem a figura de pomba que desce e pousa sobre Jesus. A segunda abrange todos os presentes que não veem a pomba, mas ouvem a Voz “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.”, que certamente também foi produzida pelos Espíritos em nome de Deus. (Mc 1:9-11).

Portanto, com o batismo, João Batista identifica Jesus e pode anunciá-lo ao povo hebreu, encerrando, assim, a sua missão precursora do Cristianismo.

BATISMO COM FOGO E ESPÍRITO SANTO

Batizar imergindo na água, conforme efetuava João Batista era um ato simbólico. Mais importante do que ele era o discurso que exortava as pessoas à reflexão em mudança e a esperança, na espera daquele que viria para modificar definitivamente as suas vidas: Jesus.

João Batista antecedia e preparava o ambiente e os corações, criava a expectativa positiva para o advento do Cristo.

Jesus, com sua missão de redenção da humanidade, batizaria com o fogo e o Espírito Santo. O termo “Espírito Santo” designa as falanges de Espíritos Superiores a serviço da missão especial de Jesus. O fogo era a força comburente que queimaria as paixões mundanas e o erro, consumiria as ilusões e os enganos. Podemos interpretar esse fogo como uma força permanente, tal como de fato o é o Evangelho de Jesus. Essa força não se esgotara e agira até o final, para redenção de todos os homens, limpando os corações e mentes das coisas impuras e distantes das leis divinas, até que aprendamos e apliquemos a Lei de Amor, como a palha é queimada em fogo que não se extingue: “A pá esta em sua mão; limparás sua eira e recolherás o trigo em seu celeiro; a palha porém, ele a queimará num fogo inextinguível.” (Lc 3:17).

O batismo com o Espírito Santo é o despertamento para os fatos relativos ao Espírito a partir de uma renovação interior, de uma conscientização. Significa uma qualificação das relações dos homens com o Plano Espiritual. Essas relações sempre existiram, mas a partir dessa tomada de consciência pela adesão ao caminho indicado por Jesus, o Homem se torna apto a melhorar e receber a “graça invisível que vem do alto e produz em todos os que a recebem, um sinal visível que constitui a nossa fé sincera, a prática das virtudes ativas e os esforços para a regeneração e a formação do nosso caráter”, segundo explica Cairbar Schutel.

BATISMO E COMPROMISSO NA VISÃO ESPÍRITA

O verdadeiro batismo para Jesus e para a Doutrina Espírita é a restauração interior, a renovação pela prática do Evangelho. Os Espíritos muito nos ensinam sobre a verdadeira comunhão dos cristãos com Jesus Cristo e com Deus, o Pai Celestial. Emmanuel, por exemplo, nos diz que nem mais água, menos água, nem em relação às crianças recém-natas, nem aos adultos - nada disso faz diferença. Essas práticas foram necessárias como o uso de figuras é necessário para cativar e prender a atenção das crianças no curso primário. Mas o verdadeiro batismo consiste em ouvir os ensinamentos do Mestre e praticá-los.

Sobre a prática das demais religiões, a Doutrina nos diz que devemos compreender e não criticar a nenhum ritual. Emmanuel nos lembra que “a intenção nobre e reta, seja onde for, é sempre digna e respeitável”.

QUESTÃO REFLEXIVA

Qual o sentido do verdadeiro batismo que a Doutrina Espírita nos ensina?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. F EESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C. /Humberto de Campos - Boa Nova.
- Schutel, Cairbar - O Batismo.
- Grande Enciclopédia Larousse Cultural.


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