O Colegiado Apostólico
A
Formação do Colegiado Apostólico
Ao iniciar
sua vida publica, Jesus tinha mais ou menos trinta anos. (Le 3:23).
Após o
memorável encontro com João Batista as margens do rio Jordão: “Eis o cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo!”, Jesus, rumou para o deserto onde
permaneceu por quarenta dias e quarenta noites.
Diz o
Evangelho que Jesus ‘foi levado pelo Espírito ao deserto’, o que podemos
interpretar como inspiração divina. Durante todo o tempo desse retiro o Mestre
permaneceu em absoluto jejum, sem nada comer ou beber.
Muitos
profetas da antiguidade retiravam-se para meditação e prece, como Jesus também
o fez. Era uma prática que conduzia a certo desprendimento das coisas terrenas,
proporcionando novas percepções da realidade e da verdade universal.
Jesus, nesse
insulamento voluntário, por certo, entrou em plena comunhão com o Pai, e dali
saiu em absoluta sintonia com a missão monumental que o aguardava.
OS
PRIMEIROS DISCÍPULOS
Deixando
para trás o deserto, Jesus retoma a Galiléia. Conforme descrição constante do
Evangelho de Mateus, Jesus estava caminhando junto ao mar e viu dois irmãos:
Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao mar, pois eram
pescadores. Então, disse-lhes: “Segui-me e eu farei de vos pescadores de
homens.” Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram.
Seguiu
adiante e viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no
barco com o pai Zebedeu, a consertar redes. E os chamou. Eles, imediatamente,
abandonaram o pai e o barco, e o seguiram.
E, em outro
dia, encontrou Filipe e também lhe disse: “Segue- me”. Felipe, logo após,
encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na
Lei, e os profetas...”. Natanael, após o encontro com Jesus, muito
impressionado, exclama: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és Rei de Israel!”.
(Jo 1:43-49).
Peregrinando
por toda a Galiléia, Jesus anunciava o “Reino de Deus”, pregava nas sinagogas,
curava os enfermos, expulsava os maus Espíritos. Por toda a região sua fama se
espalhava e verdadeiras multidões o procuravam para ouvi-lo, ou para serem
curados: paralíticos, lunáticos, atormentados, etc.
Enquanto
seguia, Jesus ia convocando discípulos: “E tornou a sair para a beira-mar; e
toda a multidão até ele; e ele os ensinava. Ao passar viu Levi, o filho de Alfeu,
sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Segue-me’. Ele se levantou e o seguiu.” (Mc
2:13-14).
São
realmente fascinantes os relatos contidos nos Evangelhos sobre a convocação de
Jesus aqueles que seriam seus discípulos e a imediata resposta de aceitação.
Por essas
narrações, constatamos que Jesus tinha uma forma inigualável de falar e cativar
as pessoas.
Ouviam-no e
diziam: “Jamais um homem falou assim!” A simplicidade, a humildade, a
sinceridade, o sentimento verdadeiro, tornariam imortais as palavras do Mestre.
Jesus não pregava a prática de rituais, as penitências, ou outros tipos de
liturgias ou cerimônias publicas.
Em seu
estilo único, o Mestre não impunha as pessoas um comportamento ético, ele as
convidava a reflexão e a revisão de valores; convidava-as a um despertar.
Para os
ensinamentos morais, sua linguagem era simples e alcançava a todos. Ele falava
de grãos de mostardas, de senhores e trabalhadores, de sementes e colheitas, de
noivas e casamentos, etc., ou seja, de coisas que as pessoas estavam
familiarizadas, pois faziam parte do cotidiano da época.
E,
principalmente, Jesus era a plena exemplificação de tudo que ensinava. Tratava
amorosamente os sãos, assim como os doentes; os ricos, assim como os pobres;
acolhia os excluídos da sociedade e todos aqueles então considerados
“pecadores”.
De seu
coração, transbordava o amor, e sua presença maravilhava as pessoas. Os
discípulos, assim, eram convocados e tudo abandonavam para segui-lo.
Jesus, que
apenas com um olhar podia sondar a alma das pessoas, reconheceu nos discípulos
o potencial para serem seus seguidores.
A
INSTITUIÇÃO DOS D0ZE
Jesus então
agrupava aqueles que seriam os discípulos mais próximos e, em certo momento,
ele designou os 12 que seriam seus apóstolos “Depois subiu à montanha, e chamou
a si os que ele queria, e eles foram até ele. E constituiu Doze, para que ficassem
com ele, para enviá-los a pregar e terem autoridade para expulsar os demônios.
Ele constituiu, pois, os Doze, e impôs a Simão o nome de Pedro, a Tiago, filho
de Zebedeu, e a João, o irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é
filhos do trovão, depois André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, o
filho Alfeu, Tadeu, Simão o zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o entregou.”
(Mc 3:13-19). E deu-lhes o nome de “apóstolos” (Lc 6:13), que significa
pregadores ou propagadores.
O número
doze, precisamos lembrar, tem um significado especial para os judeus, pois foi
o número das antigas tribos de Israel. Pela significação especial do número
doze, como citamos acima, doze foram os discípulos nomeados como apóstolos por
Jesus. Tal era a importância desse simbolismo que, após Judas, para manter o numero
doze, outro o sucedeu: Matias.
OS
APÓSTOLOS
Em relação
aos apóstolos, vemos a advertência de Jesus: “A quem muito foi dado, muito será
cobrado.”
No entanto,
a atuação dos discípulos, enquanto acompanhavam Jesus, não foi tão
significativa, ou, nas palavras de Cairbar Schutel, na obra “Vida e Atos dos
Apóstolos”: “O trabalho dos apóstolos durante a vida corpórea de Jesus, foi
nulo. Só depois de haverem recebido o Espírito, após, a explosão de
Pentecostes, é que eles entraram em ação para o desempenho de grande tarefa.”
Mas,
adiante, clama: “Mas passado o Pentecostes todos os escolhidos pelo Mestre, com
exceção de Judas Iscariotes que faliu em sua missão, cedendo num momento de
fraqueza, as injunções inferiores, todos os demais fizeram o que lhes foi possível
para a difusão do grande Ideal a eles outorgado”.
PEDRO
(Simão)
Era um
pescador. Quando Jesus encontrou-o pela primeira vez, disse-lhe: “Tu és Simão,
irmão de João; chamar-te-às Cefas.” (João, 1:42). Esta palavra aramaica “Cefas”
significa “pedra”. Em outro relato, temos: “Também te digo que tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei minha Igreja.” (Mt 16:18).
Principalmente
por esta sentença de Jesus, Pedro é, para a tradição católica, designado como o
primeiro papa.
Pedro pode
ser considerado, dentre os apóstolos, como o mais importante. Ele esta presente
em quase todos os momentos de maior relevância descritos nos Evangelhos. E
embora num momento de hesitação, na hora crucial, tenha negado Jesus, vemos
que, posteriormente, ele se firmou e emergiu como o líder dos demais apóstolos.
TIAGO
(Tiago Maior)
Era irmão de
João e filho de Zebedeu. Jesus chamou a ambos, ele e seu irmão, de “filhos do
trovão”. Talvez, assim os designou pela impulsividade que lhes era peculiar,
como podemos constatar em diversas narrativas evangélicas. Podemos notar também
que seu nome sempre esta associado ao de seu irmão, e, em companhia de Pedro,
eles estiveram ao lado de Jesus nos principais eventos de curas,
materializações e, especialmente, no momento da transfiguração de Jesus
ocorrida no monte Tabor.
JOÃO
Era o mais
jovem dos discípulos. Como seu irmão, João também era pescador. Quando chamado
por Jesus, também o atendeu prontamente. Foi o único apóstolo que acompanhou
Jesus ate a morte na cruz, momento em que Jesus confiou-lhe a tarefa de cuidar
de Maria. Além do Evangelho, atribui-se a João: as Cartas de João e o Livro do
Apocalipse.
ANDRÉ
Era irmão de
Pedro. Tinha sido discípulo de João Batista, conforme vemos no Evangelho de
João (1:40): "André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram
as palavras de João e seguiram Jesus.” E foi ele que testemunhou para seu irmão
Pedro: “Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo). E o conduziu a Jesus.”
FILIPE
Em João,
1:44-45, encontramos: “Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro.
Filipe encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram
Moises, na Lei e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré.”
Em Atos dos
Apóstolos, cap. 8, encontramos algumas narrações de seu exercício apostólico:
“As multidões atendiam unânimes ao que Filipe dizia, pois ouviam falar dos
sinais que operava ou viam-no pessoalmente. De muitos possessos os espíritos
impuros saiam, dando grandes gritos, e muitos paralíticos e coxos foram curados.
E foi grande a alegria naquela cidade. E adiante, no mesmo capitulo, é descrito
que anunciava a Boa Nova em todas as cidades que atravessava”.
BARTOLOMEU
(Natanael)
Há pouca
informação sobre Bartolomeu. Assim chamado nos três primeiros Evangelhos, João
o chama de Natanael. Acredita-se que Bartolomeu seja seu sobrenome. Em João,
1:45-47, encontramos um traço de sua personalidade: a sinceridade e a
espontaneidade. Após Felipe anunciar-lhe que havia encontrado o messias em
Nazaré: “Perguntou-lhe Natanael: ‘De Nazaré pode sair algo de bom?’ Filipe lhe
disse: ‘Vem e vê ’. Jesus viu Natanael vindo até ele e disse a seu respeito:
‘Eis verdadeiramente um israelita, em quem não há fraude’.”
MATEUS
(Levi)
Mateus,
também chamado Levi, era um publicano (cobrador de impostos) - uma das classes
então mais odiadas pelos judeus. Certo dia, quando estava no exercendo suas
funções de coletoria, Jesus passou e ali o encontrando chamou-o, e ele atendeu
de imediato. E após deixar tudo, ofereceu a Jesus uma grande festa em sua casa,
e com eles estava numerosa multidão de publicanos e outras pessoas. Nesta
passagem, após a manifesta indignação dos fariseus e seus escribas sobre “comer
com pecadores”, Jesus responde: “Os são não têm necessidade de médico, e sim os
doentes.”
TOMÉ
Tomé, também
chamado Dídimo, não é muito citado nos Evangelhos. Ficaria conhecido por, após
o desencarne e reaparecimento de Jesus, ser aquele que não acreditou porque não
viu. Alguns dias depois, quando Jesus apareceu novamente, disse: “A paz esteja
convosco” Disse depois a Tomé: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua
mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu
Senhor e meu Deus! ’ Jesus lhe disse: “Porque viste, creste. Felizes os que não
viram e creram!”.
TIAGO
(Tiago Menor)
Tiago, filho
de Alfeu, foi chamado, por Marcos, de Tiago Menor, para distingui-lo de Tiago,
irmão de João, e filho de Zebedeu. Há poucas referências a este apóstolo. Ele
sempre é citado em Companhia dos outros apóstolos.
TADEU
(Judas, não o Iscariotes)
Mateus e
Marcos o chamaram de Tadeu; Lucas, de Judas – filho de Tiago, e João, de Judas
- não o Iscariotes.
Na última
Ceia, foi o apostolo que perguntou a Jesus: “Senhor por que te manifestarás a
nós e não ao mundo?”
SIMAO
(o zelote)
Para
distingui-lo de Pedro, que também se chamava Simão, os evangelistas o chamaram
de Simão, o zelota, ou Simão, o cananeu. Nos Evangelhos, há poucas referências
a este apóstolo.
JUDAS
ISCARIOTES
Nos
Evangelhos, quando sãos relacionados os apóstolos, Judas Iscariotes é sempre
colocado no fim da lista, pois este foi aquele que entregou Jesus. Não há
indicação de quando ele foi chamado por Jesus. Quando então se juntou aos
demais discípulos, assumiu a função de tesoureiro. Após ter entregado Jesus as
autoridades, sentiu imenso remorso e suicidou-se.
MATIAS
Com a morte
de Judas, outro deveria assumir seu lugar. Conforme narrativa contida em Ato
dos Apóstolos, capitulo 1 , o apostolo Pedro conduziu a escolha de um sucessor
de Judas. No sorteio entre Barsabás e Matias, este último foi o vencedor.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Como fizeram
os discípulos de Jesus, seríamos nós capazes de, se fossemos chamados, segui-lo
com todo o coração?
Fonte da imagem: Internet Google.
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