CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 17 de maio de 2016

9ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

O Colegiado Apostólico

A Formação do Colegiado Apostólico

Ao iniciar sua vida publica, Jesus tinha mais ou menos trinta anos. (Le 3:23).

Após o memorável encontro com João Batista as margens do rio Jordão: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”, Jesus, rumou para o deserto onde permaneceu por quarenta dias e quarenta noites.

Diz o Evangelho que Jesus ‘foi levado pelo Espírito ao deserto’, o que podemos interpretar como inspiração divina. Durante todo o tempo desse retiro o Mestre permaneceu em absoluto jejum, sem nada comer ou beber.

Muitos profetas da antiguidade retiravam-se para meditação e prece, como Jesus também o fez. Era uma prática que conduzia a certo desprendimento das coisas terrenas, proporcionando novas percepções da realidade e da verdade universal.

Jesus, nesse insulamento voluntário, por certo, entrou em plena comunhão com o Pai, e dali saiu em absoluta sintonia com a missão monumental que o aguardava.

OS PRIMEIROS DISCÍPULOS

Deixando para trás o deserto, Jesus retoma a Galiléia. Conforme descrição constante do Evangelho de Mateus, Jesus estava caminhando junto ao mar e viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Então, disse-lhes: “Segui-me e eu farei de vos pescadores de homens.” Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram.

Seguiu adiante e viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com o pai Zebedeu, a consertar redes. E os chamou. Eles, imediatamente, abandonaram o pai e o barco, e o seguiram.

E, em outro dia, encontrou Filipe e também lhe disse: “Segue- me”. Felipe, logo após, encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas...”. Natanael, após o encontro com Jesus, muito impressionado, exclama: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és Rei de Israel!”. (Jo 1:43-49).

Peregrinando por toda a Galiléia, Jesus anunciava o “Reino de Deus”, pregava nas sinagogas, curava os enfermos, expulsava os maus Espíritos. Por toda a região sua fama se espalhava e verdadeiras multidões o procuravam para ouvi-lo, ou para serem curados: paralíticos, lunáticos, atormentados, etc.

Enquanto seguia, Jesus ia convocando discípulos: “E tornou a sair para a beira-mar; e toda a multidão até ele; e ele os ensinava. Ao passar viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: ‘Segue-me’. Ele se levantou e o seguiu.” (Mc 2:13-14).

São realmente fascinantes os relatos contidos nos Evangelhos sobre a convocação de Jesus aqueles que seriam seus discípulos e a imediata resposta de aceitação.

Por essas narrações, constatamos que Jesus tinha uma forma inigualável de falar e cativar as pessoas.

Ouviam-no e diziam: “Jamais um homem falou assim!” A simplicidade, a humildade, a sinceridade, o sentimento verdadeiro, tornariam imortais as palavras do Mestre. Jesus não pregava a prática de rituais, as penitências, ou outros tipos de liturgias ou cerimônias publicas.

Em seu estilo único, o Mestre não impunha as pessoas um comportamento ético, ele as convidava a reflexão e a revisão de valores; convidava-as a um despertar.

Para os ensinamentos morais, sua linguagem era simples e alcançava a todos. Ele falava de grãos de mostardas, de senhores e trabalhadores, de sementes e colheitas, de noivas e casamentos, etc., ou seja, de coisas que as pessoas estavam familiarizadas, pois faziam parte do cotidiano da época.

E, principalmente, Jesus era a plena exemplificação de tudo que ensinava. Tratava amorosamente os sãos, assim como os doentes; os ricos, assim como os pobres; acolhia os excluídos da sociedade e todos aqueles então considerados “pecadores”.

De seu coração, transbordava o amor, e sua presença maravilhava as pessoas. Os discípulos, assim, eram convocados e tudo abandonavam para segui-lo.

Jesus, que apenas com um olhar podia sondar a alma das pessoas, reconheceu nos discípulos o potencial para serem seus seguidores.

A INSTITUIÇÃO DOS D0ZE

Jesus então agrupava aqueles que seriam os discípulos mais próximos e, em certo momento, ele designou os 12 que seriam seus apóstolos “Depois subiu à montanha, e chamou a si os que ele queria, e eles foram até ele. E constituiu Doze, para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar e terem autoridade para expulsar os demônios. Ele constituiu, pois, os Doze, e impôs a Simão o nome de Pedro, a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, o irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é filhos do trovão, depois André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, o filho Alfeu, Tadeu, Simão o zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o entregou.” (Mc 3:13-19). E deu-lhes o nome de “apóstolos” (Lc 6:13), que significa pregadores ou propagadores.

O número doze, precisamos lembrar, tem um significado especial para os judeus, pois foi o número das antigas tribos de Israel. Pela significação especial do número doze, como citamos acima, doze foram os discípulos nomeados como apóstolos por Jesus. Tal era a importância desse simbolismo que, após Judas, para manter o numero doze, outro o sucedeu: Matias.

OS APÓSTOLOS

Em relação aos apóstolos, vemos a advertência de Jesus: “A quem muito foi dado, muito será cobrado.”

No entanto, a atuação dos discípulos, enquanto acompanhavam Jesus, não foi tão significativa, ou, nas palavras de Cairbar Schutel, na obra “Vida e Atos dos Apóstolos”: “O trabalho dos apóstolos durante a vida corpórea de Jesus, foi nulo. Só depois de haverem recebido o Espírito, após, a explosão de Pentecostes, é que eles entraram em ação para o desempenho de grande tarefa.”

Mas, adiante, clama: “Mas passado o Pentecostes todos os escolhidos pelo Mestre, com exceção de Judas Iscariotes que faliu em sua missão, cedendo num momento de fraqueza, as injunções inferiores, todos os demais fizeram o que lhes foi possível para a difusão do grande Ideal a eles outorgado”.

PEDRO (Simão)

Era um pescador. Quando Jesus encontrou-o pela primeira vez, disse-lhe: “Tu és Simão, irmão de João; chamar-te-às Cefas.” (João, 1:42). Esta palavra aramaica “Cefas” significa “pedra”. Em outro relato, temos: “Também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja.” (Mt 16:18).

Principalmente por esta sentença de Jesus, Pedro é, para a tradição católica, designado como o primeiro papa.

Pedro pode ser considerado, dentre os apóstolos, como o mais importante. Ele esta presente em quase todos os momentos de maior relevância descritos nos Evangelhos. E embora num momento de hesitação, na hora crucial, tenha negado Jesus, vemos que, posteriormente, ele se firmou e emergiu como o líder dos demais apóstolos.

TIAGO (Tiago Maior)

Era irmão de João e filho de Zebedeu. Jesus chamou a ambos, ele e seu irmão, de “filhos do trovão”. Talvez, assim os designou pela impulsividade que lhes era peculiar, como podemos constatar em diversas narrativas evangélicas. Podemos notar também que seu nome sempre esta associado ao de seu irmão, e, em companhia de Pedro, eles estiveram ao lado de Jesus nos principais eventos de curas, materializações e, especialmente, no momento da transfiguração de Jesus ocorrida no monte Tabor.

JOÃO

Era o mais jovem dos discípulos. Como seu irmão, João também era pescador. Quando chamado por Jesus, também o atendeu prontamente. Foi o único apóstolo que acompanhou Jesus ate a morte na cruz, momento em que Jesus confiou-lhe a tarefa de cuidar de Maria. Além do Evangelho, atribui-se a João: as Cartas de João e o Livro do Apocalipse.

ANDRÉ

Era irmão de Pedro. Tinha sido discípulo de João Batista, conforme vemos no Evangelho de João (1:40): "André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus.” E foi ele que testemunhou para seu irmão Pedro: “Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo). E o conduziu a Jesus.”

FILIPE

Em João, 1:44-45, encontramos: “Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro. Filipe encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moises, na Lei e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré.”

Em Atos dos Apóstolos, cap. 8, encontramos algumas narrações de seu exercício apostólico: “As multidões atendiam unânimes ao que Filipe dizia, pois ouviam falar dos sinais que operava ou viam-no pessoalmente. De muitos possessos os espíritos impuros saiam, dando grandes gritos, e muitos paralíticos e coxos foram curados. E foi grande a alegria naquela cidade. E adiante, no mesmo capitulo, é descrito que anunciava a Boa Nova em todas as cidades que atravessava”.

BARTOLOMEU (Natanael)

Há pouca informação sobre Bartolomeu. Assim chamado nos três primeiros Evangelhos, João o chama de Natanael. Acredita-se que Bartolomeu seja seu sobrenome. Em João, 1:45-47, encontramos um traço de sua personalidade: a sinceridade e a espontaneidade. Após Felipe anunciar-lhe que havia encontrado o messias em Nazaré: “Perguntou-lhe Natanael: ‘De Nazaré pode sair algo de bom?’ Filipe lhe disse: ‘Vem e vê ’. Jesus viu Natanael vindo até ele e disse a seu respeito: ‘Eis verdadeiramente um israelita, em quem não há fraude’.”

MATEUS (Levi)

Mateus, também chamado Levi, era um publicano (cobrador de impostos) - uma das classes então mais odiadas pelos judeus. Certo dia, quando estava no exercendo suas funções de coletoria, Jesus passou e ali o encontrando chamou-o, e ele atendeu de imediato. E após deixar tudo, ofereceu a Jesus uma grande festa em sua casa, e com eles estava numerosa multidão de publicanos e outras pessoas. Nesta passagem, após a manifesta indignação dos fariseus e seus escribas sobre “comer com pecadores”, Jesus responde: “Os são não têm necessidade de médico, e sim os doentes.”

TOMÉ

Tomé, também chamado Dídimo, não é muito citado nos Evangelhos. Ficaria conhecido por, após o desencarne e reaparecimento de Jesus, ser aquele que não acreditou porque não viu. Alguns dias depois, quando Jesus apareceu novamente, disse: “A paz esteja convosco” Disse depois a Tomé: “Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus! ’ Jesus lhe disse: “Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!”.

TIAGO (Tiago Menor)

Tiago, filho de Alfeu, foi chamado, por Marcos, de Tiago Menor, para distingui-lo de Tiago, irmão de João, e filho de Zebedeu. Há poucas referências a este apóstolo. Ele sempre é citado em Companhia dos outros apóstolos.

TADEU (Judas, não o Iscariotes)

Mateus e Marcos o chamaram de Tadeu; Lucas, de Judas – filho de Tiago, e João, de Judas - não o Iscariotes.

Na última Ceia, foi o apostolo que perguntou a Jesus: “Senhor por que te manifestarás a nós e não ao mundo?”

SIMAO (o zelote)

Para distingui-lo de Pedro, que também se chamava Simão, os evangelistas o chamaram de Simão, o zelota, ou Simão, o cananeu. Nos Evangelhos, há poucas referências a este apóstolo.

JUDAS ISCARIOTES

Nos Evangelhos, quando sãos relacionados os apóstolos, Judas Iscariotes é sempre colocado no fim da lista, pois este foi aquele que entregou Jesus. Não há indicação de quando ele foi chamado por Jesus. Quando então se juntou aos demais discípulos, assumiu a função de tesoureiro. Após ter entregado Jesus as autoridades, sentiu imenso remorso e suicidou-se.

MATIAS

Com a morte de Judas, outro deveria assumir seu lugar. Conforme narrativa contida em Ato dos Apóstolos, capitulo 1 , o apostolo Pedro conduziu a escolha de um sucessor de Judas. No sorteio entre Barsabás e Matias, este último foi o vencedor.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como fizeram os discípulos de Jesus, seríamos nós capazes de, se fossemos chamados, segui-lo com todo o coração?


Fonte da imagem: Internet Google.

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