Desmistificando o Batismo
Significado
- Do grego baptismos, que significa mergulho, imersão, banho. O batismo é
utilizado por varias religiões, como rito de purificação e renovação.
A ORIGEM DESSA PRÁTICA
Segundo
Cairbar Schutel, o batismo tem origem na Grécia Antiga, onde os cultuadores da
deusa Cotito participavam de banhos de imersão para purificação, antes dos
rituais dedicados a ela. Por isso, eram chamados de baptai ou banhistas.
Mas os
hebreus não adotavam essa prática. Seguindo a lei mosaica, para se purificarem,
eles adotavam a circuncisão que consiste na remoção do prepúcio, uma pele que
recobre a extremidade do órgão sexual masculino.
JOÃO BATISTA, AQUELE QUE INTRODUZIU O BATISMO
ENTRE OS HEBREUS.
João Batista
andava em meio ao povo e pregava com austeridade o arrependimento das faltas
cometidas.
Batizava
aqueles dispostos a se renovarem interiormente, aqueles que aceitavam as
realidades que ele pregava de maneira a se prepararem para o advento do Cristo.
O batismo de
João, nas águas, segundo explica Cairbar Schutel, era uma tentativa de abolir a
circuncisão, que além de um ato violento e desnecessário, vinha servindo de
pretexto para a demagógica prática exterior entre o povo hebreu.
O batismo
realizado por João, com água, era uma prática provisória, pois ele mesmo
anunciava que outro viria e batizaria não mais com água, mas com fogo e o
Espírito Santo: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que
vem depois de mim é mais forte do que eu, de fato, eu não sou digno nem ao menos
de tirar-lhes as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o
fogo.” (Mt 3: 11-12).
Depois de
suas pregações, João Batista imergia os arrependidos e os preparava para receberem
posteriormente as lições que Jesus iria trazer. “Voz do que grita no deserto:
Preparai o caminho do Senhor; tornai retas suas veredas”. (Mt 3:2).
JOÃO BATISTA E JESUS CRISTO
João
Batista, ao se deparar com Jesus, não queria batizá-lo e argumentou: “Eu é que
tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?” Ao que Jesus
respondeu: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a
justiça”.
Se João
Batista batizava as pessoas para o arrependimento, por quais razões foi necessário
batizar Jesus?
Certamente
que Jesus não tinha do que se arrepender. É um Espírito puro. Há interpretações
de que, submetendo-se ao batismo, Jesus quis nos ensinar a obediência e a
submissão. Sim, podemos encarar assim, se considerarmos que João Batista
exortava todos a se submeterem a imersão nas águas como símbolo da aceitação
das leis de Deus.
Mas naquele
momento, algo era mais importante que o exemplo, até porque a partir dali,
Jesus assumiria a sua missão e teria outras e muitas oportunidades para deixar
como exemplos para a humanidade.
Na verdade
era necessário que João Batista identificasse Jesus e tivesse plena certeza de
tratar-se do Messias.
Isso
aconteceu logo apos a imersão, quando ocorreram dois fenômenos espirituais de
diferentes abrangências: o primeiro abrange somente a João Batista, que vê os
Espíritos Superiores, por determinação do Pai Celestial, produzirem a figura de
pomba que desce e pousa sobre Jesus. A segunda abrange todos os presentes que
não veem a pomba, mas ouvem a Voz “Tu és o meu Filho amado, em ti me
comprazo.”, que certamente também foi produzida pelos Espíritos em nome de
Deus. (Mc 1:9-11).
Portanto,
com o batismo, João Batista identifica Jesus e pode anunciá-lo ao povo hebreu,
encerrando, assim, a sua missão precursora do Cristianismo.
BATISMO COM FOGO E ESPÍRITO SANTO
Batizar
imergindo na água, conforme efetuava João Batista era um ato simbólico. Mais
importante do que ele era o discurso que exortava as pessoas à reflexão em
mudança e a esperança, na espera daquele que viria para modificar
definitivamente as suas vidas: Jesus.
João Batista
antecedia e preparava o ambiente e os corações, criava a expectativa positiva
para o advento do Cristo.
Jesus, com
sua missão de redenção da humanidade, batizaria com o fogo e o Espírito Santo.
O termo “Espírito Santo” designa as falanges de Espíritos Superiores a serviço
da missão especial de Jesus. O fogo era a força comburente que queimaria as
paixões mundanas e o erro, consumiria as ilusões e os enganos. Podemos interpretar
esse fogo como uma força permanente, tal como de fato o é o Evangelho de Jesus.
Essa força não se esgotara e agira até o final, para redenção de todos os
homens, limpando os corações e mentes das coisas impuras e distantes das leis
divinas, até que aprendamos e apliquemos a Lei de Amor, como a palha é queimada
em fogo que não se extingue: “A pá esta em sua mão; limparás sua eira e
recolherás o trigo em seu celeiro; a palha porém, ele a queimará num fogo
inextinguível.” (Lc 3:17).
O batismo
com o Espírito Santo é o despertamento para os fatos relativos ao Espírito a
partir de uma renovação interior, de uma conscientização. Significa uma
qualificação das relações dos homens com o Plano Espiritual. Essas relações
sempre existiram, mas a partir dessa tomada de consciência pela adesão ao
caminho indicado por Jesus, o Homem se torna apto a melhorar e receber a “graça
invisível que vem do alto e produz em todos os que a recebem, um sinal visível
que constitui a nossa fé sincera, a prática das virtudes ativas e os esforços
para a regeneração e a formação do nosso caráter”, segundo explica Cairbar
Schutel.
BATISMO E COMPROMISSO NA VISÃO ESPÍRITA
O verdadeiro
batismo para Jesus e para a Doutrina Espírita é a restauração interior, a
renovação pela prática do Evangelho. Os Espíritos muito nos ensinam sobre a
verdadeira comunhão dos cristãos com Jesus Cristo e com Deus, o Pai Celestial.
Emmanuel, por exemplo, nos diz que nem mais água, menos água, nem em relação às
crianças recém-natas, nem aos adultos - nada disso faz diferença. Essas
práticas foram necessárias como o uso de figuras é necessário para cativar e
prender a atenção das crianças no curso primário. Mas o verdadeiro batismo
consiste em ouvir os ensinamentos do Mestre e praticá-los.
Sobre a
prática das demais religiões, a Doutrina nos diz que devemos compreender e não
criticar a nenhum ritual. Emmanuel nos lembra que “a intenção nobre e reta, seja
onde for, é sempre digna e respeitável”.
QUESTÃO
REFLEXIVA
Qual o
sentido do verdadeiro batismo que a Doutrina Espírita nos ensina?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. F EESP.
- Kardec,
Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Xavier,
Francisco C. /Humberto de Campos - Boa Nova.
- Schutel, Cairbar
- O Batismo.
- Grande
Enciclopédia Larousse Cultural.
Fonte da imagem: Internet Google.
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