CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

7ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Desmistificando o Batismo

Significado - Do grego baptismos, que significa mergulho, imersão, banho. O batismo é utilizado por varias religiões, como rito de purificação e renovação.

A ORIGEM DESSA PRÁTICA

Segundo Cairbar Schutel, o batismo tem origem na Grécia Antiga, onde os cultuadores da deusa Cotito participavam de banhos de imersão para purificação, antes dos rituais dedicados a ela. Por isso, eram chamados de baptai ou banhistas.

Mas os hebreus não adotavam essa prática. Seguindo a lei mosaica, para se purificarem, eles adotavam a circuncisão que consiste na remoção do prepúcio, uma pele que recobre a extremidade do órgão sexual masculino.

JOÃO BATISTA, AQUELE QUE INTRODUZIU O BATISMO ENTRE OS HEBREUS.

João Batista andava em meio ao povo e pregava com austeridade o arrependimento das faltas cometidas.

Batizava aqueles dispostos a se renovarem interiormente, aqueles que aceitavam as realidades que ele pregava de maneira a se prepararem para o advento do Cristo.

O batismo de João, nas águas, segundo explica Cairbar Schutel, era uma tentativa de abolir a circuncisão, que além de um ato violento e desnecessário, vinha servindo de pretexto para a demagógica prática exterior entre o povo hebreu.

O batismo realizado por João, com água, era uma prática provisória, pois ele mesmo anunciava que outro viria e batizaria não mais com água, mas com fogo e o Espírito Santo: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu, de fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhes as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo.” (Mt 3: 11-12).

Depois de suas pregações, João Batista imergia os arrependidos e os preparava para receberem posteriormente as lições que Jesus iria trazer. “Voz do que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor; tornai retas suas veredas”. (Mt 3:2).

JOÃO BATISTA E JESUS CRISTO

João Batista, ao se deparar com Jesus, não queria batizá-lo e argumentou: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?” Ao que Jesus respondeu: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”.

Se João Batista batizava as pessoas para o arrependimento, por quais razões foi necessário batizar Jesus?

Certamente que Jesus não tinha do que se arrepender. É um Espírito puro. Há interpretações de que, submetendo-se ao batismo, Jesus quis nos ensinar a obediência e a submissão. Sim, podemos encarar assim, se considerarmos que João Batista exortava todos a se submeterem a imersão nas águas como símbolo da aceitação das leis de Deus.

Mas naquele momento, algo era mais importante que o exemplo, até porque a partir dali, Jesus assumiria a sua missão e teria outras e muitas oportunidades para deixar como exemplos para a humanidade.

Na verdade era necessário que João Batista identificasse Jesus e tivesse plena certeza de tratar-se do Messias.

Isso aconteceu logo apos a imersão, quando ocorreram dois fenômenos espirituais de diferentes abrangências: o primeiro abrange somente a João Batista, que vê os Espíritos Superiores, por determinação do Pai Celestial, produzirem a figura de pomba que desce e pousa sobre Jesus. A segunda abrange todos os presentes que não veem a pomba, mas ouvem a Voz “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.”, que certamente também foi produzida pelos Espíritos em nome de Deus. (Mc 1:9-11).

Portanto, com o batismo, João Batista identifica Jesus e pode anunciá-lo ao povo hebreu, encerrando, assim, a sua missão precursora do Cristianismo.

BATISMO COM FOGO E ESPÍRITO SANTO

Batizar imergindo na água, conforme efetuava João Batista era um ato simbólico. Mais importante do que ele era o discurso que exortava as pessoas à reflexão em mudança e a esperança, na espera daquele que viria para modificar definitivamente as suas vidas: Jesus.

João Batista antecedia e preparava o ambiente e os corações, criava a expectativa positiva para o advento do Cristo.

Jesus, com sua missão de redenção da humanidade, batizaria com o fogo e o Espírito Santo. O termo “Espírito Santo” designa as falanges de Espíritos Superiores a serviço da missão especial de Jesus. O fogo era a força comburente que queimaria as paixões mundanas e o erro, consumiria as ilusões e os enganos. Podemos interpretar esse fogo como uma força permanente, tal como de fato o é o Evangelho de Jesus. Essa força não se esgotara e agira até o final, para redenção de todos os homens, limpando os corações e mentes das coisas impuras e distantes das leis divinas, até que aprendamos e apliquemos a Lei de Amor, como a palha é queimada em fogo que não se extingue: “A pá esta em sua mão; limparás sua eira e recolherás o trigo em seu celeiro; a palha porém, ele a queimará num fogo inextinguível.” (Lc 3:17).

O batismo com o Espírito Santo é o despertamento para os fatos relativos ao Espírito a partir de uma renovação interior, de uma conscientização. Significa uma qualificação das relações dos homens com o Plano Espiritual. Essas relações sempre existiram, mas a partir dessa tomada de consciência pela adesão ao caminho indicado por Jesus, o Homem se torna apto a melhorar e receber a “graça invisível que vem do alto e produz em todos os que a recebem, um sinal visível que constitui a nossa fé sincera, a prática das virtudes ativas e os esforços para a regeneração e a formação do nosso caráter”, segundo explica Cairbar Schutel.

BATISMO E COMPROMISSO NA VISÃO ESPÍRITA

O verdadeiro batismo para Jesus e para a Doutrina Espírita é a restauração interior, a renovação pela prática do Evangelho. Os Espíritos muito nos ensinam sobre a verdadeira comunhão dos cristãos com Jesus Cristo e com Deus, o Pai Celestial. Emmanuel, por exemplo, nos diz que nem mais água, menos água, nem em relação às crianças recém-natas, nem aos adultos - nada disso faz diferença. Essas práticas foram necessárias como o uso de figuras é necessário para cativar e prender a atenção das crianças no curso primário. Mas o verdadeiro batismo consiste em ouvir os ensinamentos do Mestre e praticá-los.

Sobre a prática das demais religiões, a Doutrina nos diz que devemos compreender e não criticar a nenhum ritual. Emmanuel nos lembra que “a intenção nobre e reta, seja onde for, é sempre digna e respeitável”.

QUESTÃO REFLEXIVA

Qual o sentido do verdadeiro batismo que a Doutrina Espírita nos ensina?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. F EESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C. /Humberto de Campos - Boa Nova.
- Schutel, Cairbar - O Batismo.
- Grande Enciclopédia Larousse Cultural.


Fonte da imagem: Internet Google.

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