CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

15ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

BEM E MAL SOFRER

“Bem aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5:4)

DEFINIÇÕES

Bem – definição: tudo que leva ao aperfeiçoamento espiritual do ser humano; aquilo cuja posse e fruição (física e espiritual) julga a coletividade ser conveniente à manutenção e/ou ao progresso do homem.

Mal – definição: contrariamente à virtude, à moral, ao dever; ao que preceitua a ética; o que prejudica o dever; o que concorre para o dano ou a ruína de alguém ou de algo; o que é nocivo, desastroso para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral; infelicidade; (Dicionário Eletrônico Houaiss)

Podemos defini-los da seguinte maneira:

Bem:

- O bem se constitui na correta aplicação das Leis Divinas ou Naturais.

- Em nosso planeta é a aplicação da lei de amor ao próximo, decorrente do amor a Deus sobre todas as coisas.

- A sua existência é concreta, verdadeira, pois as leis de Deus conduzem a sua aplicação e a torna materializada no dia a dia das criaturas humanas.

Mal:

- É o “vazio”, o “buraco” causado no bem todas às vezes que não são cumpridas as “leis naturais”.

- O mal é toda ação onde o amor não esteja presente, ou seja, aparece em cada desrespeito que praticamos aos nossos semelhantes e à natureza.

- É uma ação destruidora, que incorrerá num sofrimento futuro.

ORIGEM DO BEM E DO MAL

1. – “Sendo Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria, todo bondade, todo justiça, tudo o que dele procede há de participar dos seus atributos, porquanto o que é infinitamente sábio, justo e bom nada pode produzir que seja ininteligente, mau e injusto. O mal que observamos não pode ter nele a sua origem” (A Gênese – Allan Kardec, Cap. III, item 1), portanto, é criação do homem.

2. – “Pode-se dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é atributo distinto; um é o negativo do outro. Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia evitar; mas tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á sempre que o queira”. (A Gênese, Allan Kardec, cap. III, item 8)

No Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 18. Bem e Mal Sofrer, os Espíritos nos lembram as palavras do Cristo: ”Bem aventurados os aflitos, que deles é o reino dos céus”. Diante disso, podemos tecer o seguinte comentário: Jesus Cristo não se referia apenas àqueles que sofrem em geral, pois as mais de seis bilhões e quinhentos milhões de pessoas que se encontram neste planeta e sofrem, independentemente de sua cor, posição, social, poder, religião; mas apenas aos que “sofrem bem”. O sofrimento, seja físico ou moral, gera reflexão e o que determina se bem sofremos é como reagimos.

Temos dificuldades em compreender os sublimes mecanismos reajustadores do sofrimento porque somos, por natureza, demasiadamente afeitos ao prazer e arredios à dor.

A dor que nos atinge, para que sejamos considerados bem aventurados, deve ser suportada com paciência, resignação, sem reclamações ou blasfêmias. Poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao reino de Deus. O desencorajamento é uma falta. Não podemos ser consolados porque nos falta coragem para enfrentar esses momentos, sejam eles longos ou breves. Na Lei de Deus nada está errado, Ele não coloca fardos pesados em ombros fracos; o fardo é sempre proporcional as forças.

Assim também a recompensa será proporcional como a enfrentamos. É preciso merecer essa recompensa; por isso, a vida está repleta de dores e aflições.

“... Cada um deve destruir em si toda a causa do mal, arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Para o homem vale mais ter cortada uma das mãos, antes de servir essa mão de instrumento para uma ação má; ficar privado da vista, antes que lhe servirem os olhos para conceber maus pensamentos.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII item 17)

Existem pessoas que sentem o sofrimento de maneira mais intensa que as outras, porque lhes faltam paciência, resignação e fé, e principalmente por não terem conhecimento ou não aceitarem que somos imortais como Espíritos e que a passagem na Terra é apenas temporária.

Em nossa passagem, como Espíritos imortais, muitas vezes rápida pela escola da vida terrena, habitando em um novo corpo físico, devemos lutar com todas as nossas energias para vencer as nossas deficiências e atenuar o sofrimento decorrente do mau uso de nosso livre arbítrio: (cada um responde proporcionalmente pelos seus erros).

“Não te deixes vender pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Paulo - Romanos, 12:21)

Ternos que ter a certeza de que todas as dores que nos atingem hoje, se não forem provas pedidas, são erros de um passado, mas que um dia cessarão, e de que o nosso futuro depende do que estamos plantando hoje. (O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória). Joana de Angelis, através de Divaldo nos fala que “devemos afastar a nuvem cinzenta do pessimismo e da queixa, enquanto a dor se demora conosco, concedendo ao sol da esperança a oportunidade de fulgir ante os nossos olhos acostumados as sombras das recriminações. Quando nos entregamos ao desânimo e o espalhamos, conspiramos contra a ordem natural, o equilíbrio e o progresso da vida. É pernicioso mal sofrer; malbaratando a oportunidade de aproveitar bem a lição do sofrimento”.

Nos fala ainda: Mas se tuas legitimas aflições forem muito grandes e esmagadoras, evoca Jesus, que quando na via dolorosa, esmagado sob a cruz e, no entanto aconselhando e advertindo as «mulheres piedosas de Jerusalém», ou cravejado, logo depois, no madeiro de infâmia, convocando dois estranhos e desafortunados salteadores, neles semeando as esperanças do Reino de Deus, instantes antes do «momento extremo», e refaze as tuas forças reconsidera a situação, recompõe os «joelhos desconjuntados» e avança, confiante, cantando a certeza de que, apôs a partida libertadora, uma madrugada sublime te alcançará, fazendo-te ditoso por fim, vitorioso com o bem”. (Lampadário Espírita, Joana de Angelis, pelo médium Divaldo Pereira Franco)

Só seremos plenamente felizes, alcançando assim o Reino de Deus, quando conseguimos eliminar dos nossos corações toda a maldade.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V itens 18 e 19


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

15ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

PENAS E GOZOS TERRENOS

FELICIDADE E INFELICIDADE RELATIVAS – DECEPÇÕES, INGRATIDÃO E QUEBRA DE AFEIÇÕES - UNIÕES ANTIPÁTICAS - PREOCUPAÇÃO COM A MORTE - DESGOSTO PELA VIDA E SUICÍDIO

1. FELICIDADE E INFELICIDADE RELATIVAS

“O homem pode gozar na Terra uma felicidade completa”? Não, pois a vida foi lhe dada como prova ou expiação, mas dele depende abrandar os seus males e ser tão feliz quanto pode ser na Terra” (LE. 920)

Na maioria das vezes o homem é o artífice da sua própria infelicidade. Se praticasse a lei de Deus, livrar-se-ia de muitos males e gozaria da felicidade tão grande quanto o comporta a sua existência num plano grosseiro.

O homem ciente do seu destino futuro vê, na existência corpórea, apenas uma rápida passagem; ele consola-se facilmente depois de alguns aborrecimentos passageiros.

Recebemos, nesta vida, os efeitos das infrações que cometemos às leis da existência corpórea, pelos próprios males decorrentes dessas inflações e pelos nossos próprios excessos. Se remontarmos, pouco a pouco, a origem do que chamamos infelicidade terrena, veremos esta como consequência de um primeiro desvio do caminho certo. Em virtude desse desvio inicial, entramos num mau caminho e, de consequência em consequência, caímos no infortúnio.

A felicidade terrena é relativa à posição de cada pessoa. Entretanto, podemos dizer que há uma medida comum de felicidade para todos os homens, expressa da seguinte forma: para a vida material, é a posse do necessário; para a Vida moral, a consciência pura e a fé no futuro.

Todavia, a medida do necessário e do supérfluo varia segundo as pessoas. Há algumas que têm muito e acham que não têm aquilo de que necessitam, enquanto outras se contentam com o pouco. “O homem criterioso, a fim de ser feliz, olha sempre para baixo e não para cima, a não ser para elevar sua alma ao infinito.”

Os males que dependem da maneira de agir, e que ferem o homem mais justo, devem ser encarados com resignação e sem queixas para se poder progredir. Este homem tira sempre uma consolação da sua própria consciência, que lhe da a esperança de um futuro melhor.

Aos olhos de quem apenas vê o presente, certas pessoas parecem favorecidas pela fortuna sem o merecer.

Porém, a fortuna é uma prova, geralmente mais perigosa do que a miséria.

De ordinário, os males da vida terrena estão relacionados diretamente com as necessidades artificiais que criamos. Aquele que soubesse restringir os seus desejos, e olhasse sem inveja os que estivessem acima dele, livrar-se-ia de muitos desenganos nesta vida. O mais rico seria o que menos necessidades tivesse.

Deus permite que o mau prospere algumas vezes, mas a sua felicidade não é de causar inveja porque a pagará com lagrimas amargas. “Quando um Justo é infeliz, isso representa uma prova que lhe será levada em conta, se a suportar com coragem.”

O homem só é verdadeiramente infeliz “quando sofre da falta do necessário à vida e à saúde do corpo. Todavia, pode acontecer que essa privação seja de sua culpa. Então, só tem que se queixar de si mesmo. Se for ocasionada por outrem, a responsabilidade recairá sobre aquele que lhe houver dado causa”.

Muitos dos males originam-se de não seguirmos a vocação que determina as nossas aptidões naturais. “Muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam os seus filhos da senda que a natureza lhes traçou, comprometendo-lhes a felicidade. Por efeito desse desvio, responderão por eles.”

“Em afastarem-se os homens da sua esfera intelectual reside indubitavelmente uma das mais frequentes causas de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada constitui fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio, sobrevindo a tudo isso, impede que o que fracassou recorra a uma profissão mais humilde... Se uma educação moral o houvesse colocado acima dos tolos preconceitos do orgulho, jamais se teria deixado apanhar desprevenido.”

Há pessoas em cujo derredor reina a fartura e, apesar disso, encontram-se baldos de todos os recursos e tem diante de si apenas a perspectiva da morte. Todavia, ninguém deve reter a ideia de se deixar matar de fome.

Achariam “sempre meio de se alimentar, se o orgulho não se colocasse entre a necessidade e o trabalho. Não há ofício desprezível; o seu estado não é o que desonra o homem”.

“Com uma organização social criteriosa e previdente ao homem, só por culpa sua pode faltar o necessário”.

Porém, as suas próprias faltas são frequentemente resultado do meio em que se acha colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio também será melhor.

Na sociedade, geralmente, as classes sofredoras são mais numerosas que as chamadas felizes. Mas, na verdade, nenhuma é perfeitamente feliz, pois, muitas vezes, há ocultas pungentes aflições. As classes a que chamamos “sofredoras são mais numerosas por ser a Terra lugar de expiação. Quando houver transformação em morada do bem e de espíritos bons, o homem deixara de ser infeliz ai e ela será para ele o paraíso terrestre”.

Diz-se que no mundo, muito amiúde, a influência dos maus sobrepõe-se à dos bons, por fraqueza destes. “Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

Algumas vezes os sofrimentos materiais independem da vontade do homem, que quase é o próprio causador deles. Porém, mais do que estes, os sofrimentos morais são gerados pelo orgulho ferido, pela ambição frustrada, pela ansiedade da avareza, pela inveja, pelo ciúme e todas as paixões que são torturas da alma.

“De ordinário, o homem só é infeliz pela importância que liga as coisas deste mundo... Se se colocar fora do círculo acanhado da vida material, se elevar os seus pensamentos para o infinito, que é seu destino, mesquinho e pueril lhe parecerão as vicissitudes da humanidade, como o são as tristezas da criança que se aflige pela perda de um brinquedo que resumia a sua felicidade suprema.”

“Como civilizado, o homem raciocina sobre a sua infelicidade e a analisa. Por isso é que esta o fere. Mas, também, é-lhe facultado raciocinar sobre os meios de obter consolação e de os analisar. Essa consolação, ele a encontra no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de melhor futuro - o espiritismo dá-lhe a certeza desse futuro.”

2. DECEPÇÕES, INGRATIDÃO E QUEBRA DE AFEIÇÕES

“Para o homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade são também uma fonte de amargura.” Porém, devemos lastimar os ingratos e os infiéis; serão muito mais infelizes. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará com corações insensíveis, como o seu próprio o foi.

O bem deve ser praticado sem exigências; a ingratidão é uma prova à nossa perseverança no exercício do bem.

Os ingratos serão punidos na proporção exata do seu egoísmo. Por isso, o homem não deve endurecer o seu coração e tomar-se insensível ao topar com a ingratidão. Ao contrário, deve sentir-se feliz pelo bem que faz.

Às vezes, a ingratidão lhe fere o coração, porém, não deve preferir a felicidade do egoísta e tomar-se indiferente pela ingratidão que recebe: “saiba, pois, que os amigos ingratos não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros que saberão compreendê-los melhor.” Os ingratos merecem ser lastimados, pois bem triste se lhes apresentara o reverso da medalha.

“A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe é concedido na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.”

3. UNIÕES ANTIPÁTICAS

Como podemos observar acima, os espíritos simpáticos buscam-se reciprocamente e procuram unir-se. Todavia, é muito frequente que entre os encarnados na Terra, a afeição exista só de um lado e o mais sincero amor se veja colhido com indiferença e até com repulsão. E, além disso, encontramos situações em que a mais viva afeição de dois seres se transforma em antipatia e mesmo em ódio.

Estas ocorrências, sob o ponto de vista da lei moral, constituem uma punição passageira. Além disso, “quantos não são os que acreditam amar perdidamente porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com a pessoa amada, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material”.

“Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que em muitas uniões que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas; acabam, os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e temo amor, porque assente na estima! Cumpre não esquecer de que é o espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o espírito vê a realidade.”

Há duas espécies de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo, com frequência, tomar-se uma pela outra.

Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo. Daí vem que muitas vezes os que julgavam amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.

A falta de simpatia entre seres destinados a viver juntos constitui igualmente fonte de amargos dissabores que envenenam toda a existência. Todavia, essa é uma das infelicidades de que os seres humanos, na maioria das vezes, são a causa principal. Primeiramente pelo erro das leis. Deus não constrange ninguém a permanecer junto dos que o desagradam. “Depois, nessas uniões, ordinariamente buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as consequências dos vossos prejuízos.”

Nesse caso há quase sempre uma vítima inocente, o que lhe constitui uma dura expiação. “Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que a tiverem causado. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação. Todavia, a medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças íntimas também desaparecerão.”

4. PREOCUPAÇÃO COM A MORTE

“Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade.” Porém, falta-lhes fundamento para semelhante temor. Isto provém da infância, quando procuram persuadi-lo “de que há inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na natureza constitui pecado mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo tem, não podem admitir tal coisa e se fazem materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há.”

Quem tem fé tem a certeza do futuro. Quem tem esperança conta com uma vida melhor. Quem tem caridade sabe que não tem de temer o mundo para onde vai.

“O homem carnal, mais preso a vida corpórea do que a vida espiritual tem na Terra, penas e gozos materiais. A sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, conserva-se numa ansiedade e uma tortura aparentemente perpétuas. A morte o assusta porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.”

“O homem moral, que se colocou acima das necessidades fictícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação dos seus desejos dá-lhe ao espírito, calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.”

5. DESGOSTO PELA VIDA, SUICÍDIO

O desgosto da vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos nasce da ociosidade, da falta de fé e, também, da saciedade.

“Para aquele que usa de suas faculdades, com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanta mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”

O homem não tem o direito de dispor da sua vida; “só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão desta lei.”

Nem sempre o suicídio é voluntário. “O louco que se mata não sabe o que faz.”

O suicídio que decorre do desgosto da vida é uma insensatez. O trabalho torna a existência menos pesada.

Há os que se suicidam para fugirem as misérias e as decepções deste mundo. São “pobres espíritos que não tem a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda os que sofrem e não os que carecem de energia e coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso ou fortuna! O acaso ou a fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde cruelmente a vacuidade dessas palavras.”

Os que hajam conduzido o infeliz do desesperado até ao suicídio sofrerão as consequências de tal proceder. “Ai deles! Responderão por um assassínio.”

Pode ser considerado suicida aquele que, a braços com a maior penúria, se deixa morrer de fome. Mas, os que lhe foram causa ou que teriam podido impedi-lo, são mais culpados do que ele a quem a indulgencia espera.

Todavia, não penseis que seja isto em absoluto, se lhe faltaram à firmeza e perseverança e se não usou de toda a sua inteligência para sair do atoleiro. Ai dele, sobretudo se o seu desespero nasce do orgulho. Há pessoas que preferem morrer de fome a sacrificar o que clamam a sua posição social e se envergonhariam de dever a existência ao trabalho das suas mãos. “Haverá mil vezes mais grandeza e dignidade em lutar contra a adversidade, em afrontar a crítica de um mundo fútil e egoísta que só tem boa vontade para com aqueles a quem nada falta.”

“É tão reprovável como o que tem por causa o desespero o suicídio daquele que procura escapar a vergonha de uma ação má.” Isto porque o suicídio não apaga a falta. Ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as consequências. “Deus, que julga, pode conforme a causa, abrandar os rigores da sua justiça.”

Outra loucura é o caso daquele que se mata, na esperança de chegar mais depressa a uma vida melhor, pois, assim agindo, “retarda a sua entrada num mundo melhor e terá que pedir para voltar, para concluir a vida a que pôs termo sob o influxo de uma ideia falsa. Uma falta, seja qual for, jamais abre a alguém o santuário dos eleitos.”

O sacrifício da vida, quando aquele que o faz visa salvar a de outrem, ou ser útil aos seus semelhantes; constitui uma atitude sublime, “conforme a intenção, e, em tal caso, o sacrifício da vida não constitui suicídio. Mas Deus opõe-se a todo o sacrifício inútil e não o pode ver de bom grado se tem o orgulho a manchá-lo. Só o desinteresse torna meritório o sacrifício e, não raro, quem o faz guarda oculto um pensamento que lhe diminui o valor aos olhos de Deus.”

O homem que perece vitima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas, comete um suicídio moral. Nesse caso é duplamente culpado. Há nele falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus.

“É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe atribuiu a existência.” É erro, portanto, alguém que vê diante de si um fim inevitável e horrível, querer abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos e apressar voluntariamente a sua morte. E quem poderá estar certo de que, mau grado as aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no ultimo momento?

Mesmo no caso em que a morte é inevitável e em que a vida só é encurtada alguns instantes, “é sempre uma falta de resignação e de submissão a vontade do criador.” A consequência de tal ato será “uma expiação proporcional, como sempre, a gravidade da falta, de acordo com as circunstancias.”

Aqueles que não podem conformar-se com a perda de pessoas que lhes eram caras e se matam na esperança de juntar-se a elas, muito diverso do que esperam é o resultado que colhem. “Em vez de se reunirem ao que era objeto da sua afeição, dele se afastam por longo tempo, pois não é possível que Deus recompense um ato de covardia e o insulto que lhe fazem com o duvidarem de sua previdência”.

Sofrerão, com isso, aflições maiores do que as que pensavam abreviar e não terão a satisfação que esperavam.

Com relação ao estado do espírito, as consequências do suicídio são muito diversas. “Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar: é o desapontamento. Mas a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”

“A observação, realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são idênticos. Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a consequência brusca da vida. Há primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o espírito ao corpo, por estar quase sempre este laço na plenitude da sua forca no momento em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente. As consequências deste estado de coisas são o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se a ilusão em que, durante mais ou menos tempo, o espírito se conserva de que ainda pertence ao número dos vivos.”

“A afinidade que permanece entre o espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no espírito, que, assim, a seu mau grado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angustias e de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofre interrupção. Não é geral esse efeito; mas, em caso algum, o suicida fica isento das consequências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu.”

“A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da natureza. Ao espiritismo estava reservado demonstrar, pelos exemplos dos que sucumbiam, que o suicídio não e uma falta, somente por constituir infração a uma lei moral, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá.”

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 4°, cap. I, questões 920 a 957;
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - questão 289;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV item 19, Cap. V, itens 4, 6, 21 g, 23; cap. VI, item 2; cap. XIII, item 19; cap. XIV, item 9, Introdução, item 4;
KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno – 1ª Parte, cap. II, nº 1 a 10; Cap. III, nº 15, 2ª Parte, cap. V.
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. I, nº 42;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I;
Revista Espírita, de novembro de 1858; de dezembro de 1858; de março de 1860; de dezembro de 1860; de fevereiro de 1861; de março de 1861 ; de fevereiro de 1865; de março de 1865;

Bibliografia Complementar:

EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - item 15;
O Espírito da Verdade - Diversos Espíritos - item 19;


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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

14ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

SEDE PERFEITOS

“Porque se vós amais senão os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai Celestial é perfeito.” (Mt 5:46-48).

Como é a Perfeição de Deus? É a perfeição absoluta. É principio elementar julgar a causa pelos seus efeitos.

Sendo Deus a inteligência suprema Ele se revela através de suas obras admiráveis e de leis sábias constituindo um conjunto grandioso de harmonia onde há perfeita adequação dos meios aos fins, que se torna impossível não ver por trás de tão portentoso mecanismo a ação de uma Suprema Inteligência.

Ao recomendar que sejamos perfeitos como o Pai celestial, Jesus ensina o amor ao próximo em sua máxima expressão, ou seja, a prática do amor indistintamente, seja aos inimigos, seja aos que nos perseguem e caluniam.

O verdadeiro amor é uma exteriorização da essência divina que deve existir em si mesma, independente do ser a que é dirigida; é assim que Deus faz brilhar o sol sobre os bons e maus, sobre os justos e injustos. O homem compenetrado de alegria que o sentimento de amor proporciona, pratica o bem pelo bem, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, independentemente da retribuição de quem quer que seja ou de qualquer interesse pessoal.

Sente-se jubiloso pelo bem que esparge, pelos atos altamente meritórios de fazer feliz a quem quer que seja. O amor ao próximo estendido até o amor aos inimigos é indício de superioridade moral; disso resulta que o grau de perfeição esta na razão direta da extensão do amor ao próximo (ESE, Cap. XVII, item 2); por isso recomenda o Mestre a perfeição, no sentido de estendermos o amor a todos, sem limites e distinção, vivendo assim uma consciência de ordem coletiva e não apenas pessoal. A perfeição, como disse o Cristo, encontra-se inteiramente na prática da caridade sem limites, pois os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde a mais ínfima até a mais elevada (ESE, Cap. XVII, item 1o).

Deve-se, no entanto, entender por essas palavras uma perfeição relativa, aquela de que a humanidade é suscetível, e que mais pode aproximá-la de Deus. Não se deve nunca tomar essas palavras em sua acepção absoluta, pois o ser humano jamais poderá atingir a perfeição absoluta; dado o fato de ser inteligente, ter passado pela materialidade, ele será sempre relativo, ou seja, sempre perfectível. O itinerário da perfectibilidade é, portanto, a destinação dos Espíritos, cuja tendência ao progresso lhes é imanente.

Os Espíritos, sendo individuações da essência divina, possuem identidade de origem e de natureza com Deus. A presença divina lhes é, pois, imanente e possuem em forma de potencial todos os atributos divinos a serem revelados. Cabe-lhes, assim, revelar, tomar manifestas essas potencialidades infinitas, pela conscientização e consequente dinamização delas. “Sede perfeitos” implica em exteriorizar a qualidade infinita da essência oculta que habita o Espírito.

É assim que afirma ainda Jesus “Vos sois deuses” (Jo 10-34), pois cada criatura é uma criação divina, e sua destinação consiste na manifestação cada vez mais grandiosa do que há em si mesmo de divino. Todo o segredo da perfeição, da felicidade esta, portanto, na autoconscientização das potências divinas que caracterizam o Espírito.

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVII, itens 7 a 10;


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terça-feira, 18 de agosto de 2015

14ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

PERFEIÇÃO MORAL

AS VIRTUDES E OS VÍCIOS - DAS PAIXÕES - DO EGOÍSMO - CARACTERES DO HOMEM DE BEM - CONHECIMENTO DE SI MESMO

AS VIRTUDES E OS VÍCIOS

Na busca por nosso progresso reencarnamos inúmeras vezes, até atingir o mais alto grau de perfeição que comporta nosso planeta. A cada reencarnação temos desafios que, se traduzem em lições a serem refeitas.

Mas, o que significa lições a serem refeitas? O nosso planeta é semelhante a uma escola, com seus vários graus de ensino e diversos tipos de alunos. Todos, sem exceção, começam seus estudos pelo nível mais baixo, porém, a medida que assimilamos os estudos correspondentes a cada série somos promovidos a série seguinte. Há alunos que desejam ardentemente aprender, outros que o fazem por fazer e uns que odeiam estudar e preferem se divertir.

Vê-se então que todos se encontram num mesmo caminho, ou seja, o do aprendizado, porém, cada um trilhando determinado percurso da estrada. Todos têm grandes lições a aprender, e outras, a serem refeitas, estamos em processo de evolução.

As lições a serem refeitas são aquelas que apresentam maior dificuldade de assimilação. Desta forma, temos que nos empenhar mais, estudar com mais afinco, fortalecer nossa vontade de aprender a fim de atingir nossa meta.

Os vícios representam as lições a serem refeitas em nossas vidas.

Para tanto, é importante o autoconhecimento, que identifique sua realidade, seus vícios assim como as virtudes que eventualmente possua.

Quais são? Como identificá-los? Qual possui?

Vamos ao significado das palavras Virtudes e Vícios.

Virtudes: são todos os hábitos que levam o homem para o bem, é uma disposição adquirida voluntariamente para o bem e consiste na boa qualidade moral do homem, Excelência moral, forca interior, retidão, austeridade.

Vícios: ausência das virtudes. São ações que tendem para o mal, os costumes censuráveis, os hábitos perniciosos, entre os quais: o fumo, a gula, o álcool, os abusos sexuais. Já os defeitos consistem nas imperfeições ou desvios das leis morais, como o orgulho e seus filhos: o egoísmo, a inveja, o ciúme, a maledicência, etc.

Todas as virtudes são louváveis, porque implicam no cumprimento da Lei do Progresso. Existem pessoas que fazem o bem espontaneamente, isso é um sinal de progresso realizado. Esses lutaram outrora e triunfaram. Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas ações lhes parecem simplíssimas.

O bem se lhes tomou um hábito. Devidas lhes são as honras que se costuma tributar a velhos guerreiros que conquistaram os seus altos postos. (LE 894)

Há pessoas que demonstram um desinteresse natural pelas coisas materiais, no entanto, o descuido irrefletido de nossos bens constitui sempre falta de juízo.

A riqueza, do mesmo modo que não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersa ao Vento. Representa um depósito de que todos terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lagrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam. (LE 896)

O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma das suas boas ações renderem na vida futura. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender. (LE 897-B)

E útil que nos esforcemos por adquirir conhecimentos científicos, pois, isso nos põe em condições de auxiliar nossos irmãos. Nos intervalos das encarnações, aprenderemos numa hora o que na Terra exigiria anos de aprendizado. Nenhum conhecimento é inútil; todos contribuem para o progresso, porque o Espírito, para ser perfeito, tem que evoluir, e fazer com que o progresso se efetue em todos os sentidos, todas as ideias adquiridas ajudam no desenvolvimento do Espírito.

De dois homens ricos que empregam suas riquezas exclusivamente em gozos pessoais, o mais culpado é aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como frequentemente sucede, já dela não se lembra. (LE 899)

Cuidado ao observar as imperfeições alheias, porque isso é faltar com a caridade. Se o fizer, porém, para auxiliar o próximo para que este possa evitá-lo, esse estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade.

Importa não esquecer, porém, que a indulgência para com os limites de outrem é uma das virtudes contidas na caridade. “Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo”.

Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse é o meio de vos tornardes superiores a ele. Se lhe censurais a avareza, sede generoso; se for orgulhoso, sede humildes e modestos; se for aspereza, sede brandos; se for pequenez, sede grandes. Numa palavra, fazei de maneira que não se vos possam aplicar estas palavras de Jesus: “Vê o argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio”. (LE 903)

DAS PAIXÕES

O princípio que dá origem as paixões não é mau quando bem dosado, e pode levar o homem a grandes feitos. O perigo da paixão esta no excesso da vontade descontrolada, visto que o principio que lhe da origem foi posto no homem para o bem. O abuso que delas se faz é que causa o mal. (LE 907)

As paixões são como um automóvel que, só tem utilidade quando Governado e, se toma perigoso desde que passe a governar. Uma paixão toma-se perigosa a partir do momento em que não podemos governá-la e que resulta um prejuízo qualquer para vos mesmos, ou para outrem. (LE 908)

A paixão é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa, e esse excesso se toma um mal, quando tem como consequência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual. (LE 908, comentário de Kardec)

DO EGOÍSMO

O egoísmo é a fonte de todos os vícios que caracterizam a imperfeição humana. Dele derivam a ambição, o ciúme, a inveja, o ódio, e toda sorte de males que infelicitam a Humanidade, pelas mágoas que produzem, pelas dissensões que provocam e pelas perturbações sociais a que dão ensejo.

O egoísmo funda-se num sentimento exagerado sobre si mesmo, no qual a pessoa deseja que o mundo gire em tomo de si. Ela é o centro das atenções. Esta chaga da humanidade deverá desaparecer da Terra, porque impede o seu progresso moral.

Ao Espiritismo cabe a tarefa de fazê-la elevar-se na hierarquia dos mundos.

Portanto, o egoísmo é o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir Suas armas, Suas forcas e sua coragem. Coragem, porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros.

Que cada qual dedique toda a sua atenção em combatê-lo em si próprio, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias terrenas. Ele é a negação da caridade, e por isso mesmo, o maior obstáculo a felicidade dos homens.

O egoísmo cresce com a civilização e parece até que esta o excita e mantém. Quanto maior é o mal, mais hediondo se torna. É preciso que o egoísmo produza muito mal, para que se faca compreensível a necessidade de extirpá-lo.

Quando os homens se despojarem do egoísmo, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum e auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento mutuo da solidariedade.

CARACTERES DO HOMEM DE BEM

Reconhece-se o verdadeiro homem de bem pela sua elevação espiritual, que é provocada pela compreensão da vida espiritual e pelas suas atitudes evidenciadas na pratica da lei de Deus, ou seja, das leis morais.

Os Espíritos são seres imortais criados por Deus, e possuem uma destinação gloriosa - a perfectibilidade. Para efetivar esse itinerário são dotados de recursos e talentos incontáveis, quais a razão, o amor, o livre-arbítrio.

Assim, o Espírito vai gradativamente, realizando sua caminhada evolutiva, errando e acertando, formando sua bagagem de conhecimentos, pessoal e intransferível, a qual Jesus se refere como verdadeira e que a ferrugem nem a traça consomem.

Nessa caminhada vão se estruturando os sinais que evidenciam o progresso já alcançado pelo Espírito.

Comprova-se, facilmente, a elevação espiritual de um individuo pela sua conduta moral no dia-a-dia.

“O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da vida corpórea constituem a prática da Lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual” (LE 918). Quando vivência espontaneamente as leis naturais, quando se harmoniza com a essência divina que o caracteriza, o grandioso processo de transcendência foi iniciado e novas dimensões se abrem para o ser.

O homem de bem busca continuamente uma auto avaliação de si mesmo, para conscientizar-se de seus atos. Ele pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua mais completa pureza (LE 918).

Valendo-se da Lei de Liberdade, pratica o bem pela alegria de praticar o bem, e não porque estivesse condicionado por algum castigo ou recompensa.

Se Deus lhe concedeu o poder e a riqueza, administra-os, seguindo a Lei da Caridade, servindo-se deles como um depósito a ser utilizado em proveito de muitos. Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, respeita de fato a Lei de Igualdade, tratando-os com benevolência e respeito, valendo-se da autoridade para apoiá-los moralmente.

Pratica a Lei do Amor ao ser, indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência. Respeita, enfim, nos seus semelhantes, todo o direito decorrente da lei natural, como desejaria que respeitassem os seus (LE 918).

Busca, enfim, a sua perfectibilidade moral, pois vivência em sua consciência a necessidade de superação em respeito à Lei do Progresso. Ciente da bondade de Deus que se revela em cada criatura, vivência a Lei de Sociedade através da pratica do amor ao próximo, da exteriorização do amor em meio aos homens. O homem de bem edifica sua vida sobre a rocha, pois ao identificar-se com o bem, terá sempre forca interior contra as adversidades da vida.

A parábola da Semente (Marcos, 4:26-29) representa perfeitamente o modo de aproveitarmos as lições do Evangelho para nosso crescimento moral. Realmente, o Reino de Deus é como uma semente. As pessoas têm a opção de aceitá-lo ou ignorá-lo. Esta parábola baseia-se em algo da natureza: o crescimento da semente. Deus é o semeador. As sementes são seus ensinamentos e a terra representa todos nos. Deus lança a semente na terra e seu desejo é de que todas germinem, cresçam e frutifiquem. Entretanto, o solo pode ainda não estar convenientemente, preparado, adubado, e assim a semente não germina. No momento em que esta terra for tratada, adubada a semente vingará e dará frutos. Quando nos despertarmos e conscientizarmos de que somos a terra e, portanto depende de nossa vontade de ser adubada, e tratada para que a semente germine. Somos filhos de Deus e se estamos aqui é porque temos uma grande tarefa. Assim quando oramos: “Venha a nós Vosso Reino” temos que trazer este Reino para dentro de nos e fazer com que ele cresça e se espalhe a nossa volta, ajudando a transformar o mundo. Às vezes podemos ter pressa para que o mundo seja melhor num instante, mas, temos que ter paciência e fazer a cada dia o melhor que nos compete, há um tempo para tudo.

CONHECIMENTO DE SI MESMO

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, afirmou Jesus (João, 8:32). Quanto mais consciente de si, mais livre será o Espírito. Da mesma forma, recomendam os Espíritos que o meio mais prático para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal é o “conhece-te a ti mesmo” (LE 919)

É muito importante a conscientização da necessidade de reforma intima, como meio de transformação interior, de superação dos erros, de acionar a vontade para substituir os vícios por virtudes. No autoburilamento consiste a chave do progresso individual, por isso não se pode mais dispensar o esforço consciente, não se deve mais viver simplesmente seguindo impulsos e instintos.

O primeiro passo para o conhecimento de si mesmo, segundo Santo Agostinho, consiste em interrogar a cada dia a própria consciência e ver se não se faltou ao cumprimento do dever, se ninguém tem nada de se queixar sobre a sua pessoa.

Mas como julgar a si mesmo? A dificuldade esta justamente em conhecer a si próprio. Existe, segundo o Livro dos Espíritos, um meio de controle que não pode enganar: “Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa”. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legitima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça (LE 919a).

É assim que podemos julgar nossas ações segundo uma máxima universal: Não fazer aos outros o que não se deseja para si mesmo.

O que conhecer? Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios. Nossas faltas são sempre justificadas por nos mesmos. É importante a humildade em aceitar as limitações para que se possa crescer e superar-se. Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as mas tendências como arranca as ervas daninhas de seu jardim (LE 919a). No entanto, importa conhecer não somente as limitações mas, sobretudo, as potencialidades, aquilo que existe de divino no Espírito, a forca interior, o amor, a inteligência, a capacidade de transcender a si mesmo.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, questões 893 a 919-a;
KARDEC, Allan -A Gênese - cap. I, parágrafo 38; cap. III; cap. XVIII;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno - Código Penas Futuras;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas - Egoísmo e Orgulho, Causas e Efeitos e Meios de Destruí-las; Da Obsessão e da Possessão, parágrafo 58,
item “Questões e Problemas”, As Expiações Coletivas e ultimo parágrafo;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - questão 132;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VII, item 12; cap. X, itens 9 e 10; cap. XI, itens 11 e 12; cap. XII, itens 1 a 3; cap.
XVII, itens 1 a 4, e, 8; cap. XVIII, item 16;


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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

13ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A MÃO DIREITA

“Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que esta nos céus. - Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”. Jesus (Mateus, 6:1 a 4.)

“Que a não esquerda não saiba o que faz a direita” é uma metáfora alusiva a modéstia real. Entretanto, existe, também, a falsa modéstia que é aquela camuflada, onde existe o ato benévolo, mas de forma discreta assegurasse de alguém esteja testemunhando o seu ato.

A ostentação é o orgulho em ação, e desta forma, será julgado perante seus pares, ou seja, recebera a sua recompensa na Terra, pois Deus não apreciara o seu ato, vez que já foi objeto de avaliação.

“A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito”. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola.

A verdadeira caridade preocupa-se em auxiliar o necessitado sem que ele se sinta humilhado, como se estivesse recebendo uma esmola. Ela figura-se com palavras brandas, espontâneas e afáveis deixando o beneficiado a vontade.

A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras:

“Não saiba a mão esquerda o que da a direita.”

Quando a lei de justiça, caridade e amor ao próximo, reinar na Terra, não haverá mais necessitados, pois a fraternidade suprirá todas as faltas, pois os bens terrenos não terão maior valor do que os espirituais.

A caridade será realizada de forma plena, direta e espontânea, sem melindres e exposição, pois se tornara a pedra angular da fraternidade.

O acúmulo de bens terrenos perdera seu valor abstrato, pois o homem saberá que a vida imortal não pertence a este mundo, que os bens materiais são transitórios e não poderão ser transportados, apenas os bens espirituais que estarão arraigados em seu Espírito e são eternos.

Eis porque Jesus ensinou: “não amontoeis tesouros na Terra, pois são perecíveis, mas amontoai-os nos Céus, onde são eternos”.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XIII, itens l a 3 e Cap. XXV, item 8; tradução de J. Herculano Pires. 14ª edição. São Paulo. Edições FEESP, 1998.


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terça-feira, 11 de agosto de 2015

13ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE

JUSTIÇA E DIREITO NATURAL - DIREITO DA PROPRIEDADE. ROUBO. - CARIDADE E AMOR AO PRÓXIMO - AMOR MATERNAL E FILIAL

JUSTIÇA E DIREITO NATURAL

Justiça, Segundo o dicionário Houaiss é: “a conformidade com o direito; virtude de dar a cada um o que é seu”.

Justiça no Direito: “Conjunto de normas sociais obrigatórias para assegurar o equilíbrio das funções do organismo social”.

Justiça segundo o Livro dos Espíritos, questão 875, “consiste no respeito aos direitos de cada um”.

A justiça é um sentimento natural, nato, pois Deus quando criou o Ser, Ele implantou esse sentimento em seu coração. E com o progresso moral o homem vai apurando esse sentimento.

Mas até que essa elevação moral se apure, ele acaba por confundir o sentimento real de Justiça, com seus interesses, com suas paixões e tem uma falsa visão de Justiça.

Os direitos são determinados por lei humana e lei natural.

A lei humana é apropriada e adequada aos costumes e as características, daquele momento, para assegurar os direitos dos homens, logo ela é variável, mutável e progressiva.

No Brasil temos uma Constituição Federal que assegura o direito de cada um. Uma das mais completas, quiçá, a mais, acompanhada de várias emendas e Leis complementares.

Essas são as Leis Humanas que asseguram o Direito de cada cidadão dependendo do remendo que ele se enquadre.

De contra partida temos as Leis de Deus; justas, imutáveis e eternas.

Justiça Divina - são as Leis de Deus - Leis Morais. Elas são singelas, generosas, abrangentes, não necessitam de emendas e não tem rasuras.

“Fora do direito consagrado pela Lei Humana, qual a base da Justiça fundada sobre a Lei Natural”?

O Cristo vos disse: “Querer para os outros o que quereis para vós mesmos”. (LE 876)

Com isso Jesus faz aflorar o senso de Justiça que esta dentro de cada um.

Ao contrário das Leis humanas as Leis Divinas não tem emendas e nem complementações.

Homem - Leis Divinas

Para viver em harmonia é necessário estar em conformidade com as Leis de Deus.

Por ser a Justiça uma lei natural, e o homem ter sido criado por Deus, com esse sentimento, ele sempre deseja que seus direitos sejam respeitados. E com esse ensinamento o homem passa a ser mais criterioso em seus julgamentos, desejando o bem para o seu próximo.

Em um mundo de expiação e provas, como o nosso, vemos muitos homens não utilizando a Lei Natural.

Querendo obter vantagens sobre os outros.

E temos uma sociedade perturbada e confusa, pois a Vida social dá direitos e impõe deveres recíprocos.

Mas a medida que o homem vai progredindo moralmente, ele vai se aprimorando e as Leis de Deus vão se fundindo no coração e na sua consciência e as Leis humanas vão chegando cada vez mais próximas a de Deus.

E o segundo maior mandamento se cumprirá: “amar a teu próximo como a ti mesmo”.

O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, é aquele que pratica o amor ao próximo e a caridade consolidando assim a Verdadeira justiça.

DIREITO DE PROPRIEDADE. ROUBO

O primeiro direito natural do homem é o de viver. Portanto ninguém tem o direito de fazer o contrário.

Durante a trajetória de Vida do homem, até por uma questão de sobrevivência, ele amealha bens: desde o mais miserável ao milionário, ou seja, aquele que nada tem e aquele que tudo possui, para resguardar o seu bem estar atual e o futuro.

Juntar bens para garantir uma Vida melhor é um direito natural.

Se esses bens são conseguidos por meios lícitos e pelo trabalho honesto, ele se constitui em propriedade legitima.

A propriedade legitima esta pautada pelo não prejuízo ao próximo e é ilimitada.

Devemos utilizar esses bens com sabedoria, e na medida do possível, em favor do próximo.

Muitas Vezes, vemos o direito de propriedade ser agredido pela lei humana, onde os homens a manipulam em detrimento de padrões convencionais, porém a lei humana é variável, modificando-se sempre.

Apossar-se de algo que não lhe pertence, não é uma propriedade legítima e vai contra as Leis Divinas e automaticamente você fica submetido à Lei de Ação e Reação, se fez algo de mal ao outro, isso poderá acontecer em algum momento com você.

CARIDADE E AMOR AO PRÓXIMO

Caridade é “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas” LE 886.

Indulgência: Devemos ser tolerantes e compreensivos com os defeitos do próximo.

Não devemos humilhar ou constranger outrem, porque num mundo onde estamos encarnados, nos mesmos vivemos deslizando e desejamos que os outros sejam, indulgentes conosco e o contrário deve ser recíproco.

Benevolência: É ter bom animo em ajudar sem interesse. Utilizando-se de carinho e altruísmo para com o outro.

Perdão: Que não é só esquecer o mal que foi feito, mas não desejar mal a quem pratica.

Perdoar é despojar-se de qualquer sentimento ruim que possa existir no coração.

Perdoar os inimigos não é amá-los com ternura, mas pagar o mal com o bem.

É colocar em prática o que Jesus ensinou “Amai-Vos uns aos outros, como irmãos”.

A caridade em sua mais ampla assepsia se reporta a todo ato de atenção e respeito com o próximo, seja doando algo material e/ou moral.

Em uma doação (caridade) material, se aquele objeto não for imantado de amor e despojamento, passa a ser uma ostentação ao seu ego, exaltando o orgulho.

Doação (caridade) moral, num abraço, um carinho, atenção ao ouvir, uma palavra confortadora, se não for feita com amor, não é caridade.

A Caridade moral consiste, ainda, em vibrar por todos necessitados, inclusive os que se consideram nossos desafetos.

Ninguém é tão miserável que não possa doar algo.

Qualquer doação com prazer, sem esperar nada em troca, é um ato de caridade.

Numa visão espírita, pode haver: “esmola sem caridade, esmola com caridade e... caridade sem esmola, dependendo tudo dos sentimentos que acompanham ou inspirem o modo de agir das criaturas”. (As Leis Morais - Rodolfo Calligaris)

O ato de dar esmola deve ser realizado, discretamente... A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a Verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca, jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessam as línguas, ou seja abolida a ciência. – “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes: porém a maior delas é a Caridade.” (Paulo, I Coríntios, XIII, 4-10 e 13)

AMOR MATERNAL E FILIAL

O amor maternal é uma virtude, um sentimento instintivo comum aos homens e aos animais.

A mãe ama seu filho e o protege, de forma natural, por toda vida e os animais, são mais limitados, cuidando de seus filhotes apenas pelo período em que ele precisa.

Apesar de o lar ser a porta regeneradora onde Espíritos antagônicos reencarnam, amparados pelo Amor Maternal e este sentimento ser inerente a Lei Natural, há mães que aparentemente rejeitam seus filhos, nesses casos, normalmente, existe um reajuste a ser cumprido, onde o Espírito filho será recompensado segundo a sua resignação durante sua encarnação.

Como ha, também, filhos que causam desgosto aos pais, que não deixam, também, de ser um reajuste para os pais aprendendo com as dificuldades, ou até mesmo, atitudes inadequadas dos pais, por falta de uma educação apropriada. Acabam por colher o que semearam.

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - questões 873 a 892;
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I e Cap. XV
Emmanuel (Espírito). Fonte Viva, item 142
Emmanuel (Espírito). Caminho, Verdade e Vida, item 149
Calligaris, Rodolfo. As Leis Morais
Peralva, Martins. O pensamento de Emmanuel


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