CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Prezados amigos, amigas e seguidores deste blog


Com a aula de ontem eu encerro um ciclo de sete cursos sobre a Doutrina Espirita.

Com as bênçãos de Jesus eu vou iniciar um novo ciclo, desta vez, com oito cursos a saber:

1 CURSO: “O QUE É O ESPIRITISMO” - FEESP em 2020

2 CURSO: “PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO” – FEESP em 2021

3 CURSO: “BÁSICO DE ESPIRITISMO” 1º ANO – FEESP em 2022

4 CURSO: “BÁSICO DE ESPIRITISMO” 2º ANO – FEESP em 2023

5 CURSO: “APRENDIZES DO EVANGELHO” 1º ANO - FEESP em 2024

6 CURSO: “APRENDIZES DO EVANGELHO” 2º ANO - FEESP em 2025

7 CURSO: “EDUCAÇÃO MEDIÚNICA” 1º ANO FEESP em 2026

8 CURSO: “EDUCAÇÃO MEDIÚNICA” 2º ANO FEESP em 2027

Até Março de 2020.

Carlos Varoli

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

25a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


A REALEZA DE JESUS

“O título de rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é dado, por consenso unânime, aos que por seu gênio se colocam em primeiro lugar em alguma atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso da Humanidade. É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores etc. Essa realeza, que nasce do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não tem muitas vezes maior preponderância que a dos reis coroados?” (ESE, cap. II, item 4).

Complementa Kardec, no mesmo item, que “a realeza terrena acaba com a vida, mas a realeza moral continua a imperar, sobretudo, depois da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que Ele disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo”.

Foi o rei dos trabalhadores, pois abraçou o serviço espontâneo, a favor da Humanidade, como sendo a tradução da própria fé.

Foi o rei dos servidores, pois se transfigurou em servidor da comunidade, estendendo mais imediata assistência aos que se colocavam no último plano da escala social.

Foi o rei da Justiça, pois envergou a toga de juiz e patrocinou a causa dos deserdados. Foi o rei dos políticos, pois ensinou o acatamento maior às autoridades constituídas.

Foi o rei dos médicos, pois, sem nenhum juramento que o obrigasse a tratar os enfermos, amparou os doentes com extremada solicitude.

Foi o rei da humildade, pois podendo nascer em “berço de ouro”, optou pela manjedoura, socorrendo-se da hospitalidade dos animais.

Foi o rei da liberdade, pois transmitiu a sua mensagem libertadora, aconselhando aos homens libertar-se dos erros, porquanto todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado, acrescentando que se permanecessem os homens em sua Doutrina, sejam, verdadeiramente, seus discípulos e conheceriam a verdade, que os libertaria.

Foi o rei da tolerância, quando aferroado pelos soldados e vilipendiado pelo próprio povo que ajudara, disse:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34).

Foi o rei do amor, quando deu o novo mandamento, dizendo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13:34).

Foi, em síntese, o rei dos homens, pois passou no mundo abençoando e consolando, esclarecendo e servindo, mas preferiu morrer a tisnar o mandato de amor e verdade que o jungia aos desígnios do Pai Eterno.

O Espírita, no exercício de sua mediunidade e na vivência de todos os seus passos com Jesus, deve viver como todos os homens, mas sempre lembrando em todas as manifestações de sua existência que é chamando a servir aos outros, como o fizera o Mestre. Deve ter sempre o ensinamento de Kardec na lembrança.

“Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações” (ESE, cap. XVII, item 4).

Além da Lição de Jesus, das recomendações de Kardec e dos Espíritos na Codificação, deve o médium lembrar-se das palavras de André Luiz (Opinião Espírita, Lição 15), quando ensina: “Compenetra-te dos teus deveres sagrados, sabendo que o medianeiro honesto para consigo mesmo, chega a desencarnação com a mediunidade gloriosa, enquanto o medianeiro negligente atinge o rio da morte com a tortura de quem desertou da própria responsabilidade. A mediunidade não se afasta de ninguém; é a criatura que se distância do mandato mediúnico que o Plano Superior lhe confere”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Caps. ll e XVII item 4

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Opinião Espírita: Lições 15, 16 e 58

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Lucas, 23:34

BIBLIA DE JERUSALÉM. Antigo Testamento Jo, 13:34

Questões para reflexão:

1) Explique o que você entendeu por mediunidade com Jesus e, quais os cuidados que deve ter o médium na aplicação dos seus talentos.

2) Relate o benefício alcançado pelo médium Segundo André Luiz.

3) Faça uma análise sobre o significado da realeza de Jesus.

4) Explique os gestos de Jesus que o caracteriza como rei da liberdade e rei da segurança.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

25a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MEDIUNIDADE COM JESUS

“Todos vós, conforme o dom que cada um recebeu, consagrai-vos ao serviço uns aos outros, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (I Pedro, 4:10)

Mediunidade com Jesus significa o exercício da faculdade medianímica com base nos seus ensinamentos, e não se refere a sua mediunidade, pois, o Divino Mestre não era um médium na acepção do termo empregado ao homem comum, que permite a utilização dos seus órgãos para que os desencarnados manifestem-se das mais diversificadas formas e por variados motivos.

Quem segue o Cristo, vive-lhe o apostolado. Serve, coopera e caminha sem temor ou vacilação. Por ser uma missão sagrada no auxílio ao próximo, em nome de Jesus, o exercício mediúnico deve ser realizado com amor.

“Todos os homens tem o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do Espírito representa a alvorada de novas percepções para o homem do futuro”. Emmanuel afirma que a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar as grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre no personalismo, em detrimento de sua missão. O médium deve saber que os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho, se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor.

O conhecimento e a prática do Evangelho e da Doutrina dos Espíritos conscientizam o médium quanto a missão de amor suscitada pela oportunidade do intercâmbio com o Plano Espiritual.

Referindo-se aos médiuns, o Espírito André Luiz diz o seguinte: “Quanto mais se acentuem o aperfeiçoamento e a abnegação, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamentos, e com isso, mais se lhe aguçam as percepções mediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições individuais”. (Mec. da Mediunidade, Cap. XVIII)

Honremos a faculdade que nos felicita os dias, mediante a execução de um plano socorrista em favor dos sofredores, a fim de nos libertarmos do currículo das manifestações inferiores.

Cada médium segue o roteiro que se desdobra como senda de purificação.

- uns curam, outros materializam;

- uns doutrinam, outros enxugam;

- uns falam, outro escrevem;

- uns ensinam, outros ouvem;

- uns libertam, outros servem na cooperação psicofônica, ajudando os atormentados do além-túmulo com as preciosas luzes do evangelho.

Não pretendamos atender a todos os dons espirituais, conforme a linguagem do vidente de Damasco Paulo de Tarso, que nos apresentou a diversidade dele em sua memorável Cartas aos Coríntios (I Cor 12:4 a 11)

Utilizemos a força mediúnica em todo tempo e lugar, consoante as necessidades, examinando atenciosamente os necessitados e ensinando que todo o bem procede sempre do Pai que rege a vida.

“Ao exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus Valores a benefício da criatura, em nome da Caridade, é que o ser atinge a plenitude das suas funções e faculdades, convertendo-se em celeiro de bênçãos, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana, na Terra".

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: Cap. XIV no 159

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XVIII e XXVI

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XXIX

PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns: Lição 62

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). O Consolador: itens 383, 387 e389

FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Estudos Espíritas: Lição 18 (Mediunidade)

CARVALHO, Vianna de. A Luz do Espiritismo

BÍBLIA DE JERUSALÉM. (I Pedro, 4:10); (I cor, 12: 4 a 11).

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

24a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


O PODER DO BOM ÂNIMO

“No mundo tereis aflições, mas tende bom animo, eu venci o mundo” (Jo 16:33)

O ânimo é uma disposição do Espírito, é um alento, refere-se, também a índole das pessoas, a coragem, valor, disposição - Dicionário Aurélio Buarque de Holanda.

Bom ânimo - relaciona-se com a fé, confiança em Deus.

Em todos os momentos de sua vida, Jesus exercitou e exemplificou o bom ânimo, a fé Nele e no Pai, relembremos:

“Os discípulos estavam num barco açoitado pela tempestade e Jesus dirigiu-se a eles caminhando pelas águas, assustaram-se achando que viam um fantasma, ao que o Mestre lhes falou “tende bom ânimo, sou eu, não temais” (Ev. Mateus 14,24-37). E, em todas as oportunidades o Mestre relembrava: Tenham fé; alguns exemplos: a cura da mulher hemorrágica, em que Ele coloca como o principal e único remédio para a cura, a fé da mesma.

O espírita já adquiriu o conhecimento necessário para superação de seus males, pois o Evangelho traz em seu bojo todo o conhecimento para o equilíbrio e a cura de suas doenças e mazelas, cujos maiores e melhores remédios que o Médico das nossas Almas prescreveu é: a fé e a perseverança em nós e em Deus para iniciarmos o processo de mudança interior e adquirirmos a verdadeira saúde.

Portanto, bom animo é um atributo da alma, uma virtude moral e social do ser humano, que o leva a tomar iniciativa quando tem de enfrentar dificuldade ou iniciar um empreendimento incomum.

Este termo é amplo, pois quando somos aconselhados a exercitar o bom ânimo, estamos iniciando o treinamento, para aprendermos a viver melhor, com alegria, mansuetude, ou seja, por mais dificuldades que tenhamos, sejamos positivos e acreditemos que venceremos as dificuldades que se nos apresentam.

Pois, o ser que tem confiança em si e em Deus. Aceita mudanças e é receptivo ao aprendizado.

Viver não é somente desenvolver os sentidos, satisfazer instintos naturais, e materiais, pois os animais também o fazem, o ser hominal, vai mais, satisfaz sim e protege o corpo físico, pois vive no Planeta Terra, e necessita da vida material, também para sua sobrevivência, busca desenvolver suas potencialidades estudando, trabalhando, progredindo, sempre, pois é da Lei de Deus que o homem progrida sempre.

Quando iniciamos o nosso processo de reforma interior, começamos a exercitar o poder da confiança em nós e no Pai Criador.

Porque é exatamente neste ponto da vida em que fazemos um balanço das nossas ações e percebemos que já vivenciamos ou vivenciaremos situações da nossa vida em que enfrentamos dificuldades, estados emocionais de insegurança e medo. E, percebemos a importância de desenvolvermos a coragem, que também é uma disciplina da nossa alma.

Iniciamos, aí, a Educação da nossa Alma, do nosso Espírito Eterno.

O bom ânimo vincula-se a fé e confiança em Deus, eliminando assim, estados de medo, depressão, ansiedade: os três males da atualidade.

Ter bom ânimo, equipara-se a ser corajoso, uma disposição voltada para o Bem e o Amor, portanto este ser posiciona-se, e tem um compromisso a ser realizado pela pessoa perante si mesma, perante a família e a sociedade. E, quando o mesmo é chamado para mostrar os seus talentos, ele o faz com alegria e uma grande satisfação íntima.

É necessário ter bom ânimo para trilhar o caminho do Bem, num mundo cheio de maldades, lutar pela justiça e amor entre os homens; altruísta numa sociedade egoísta.

É necessário ter fé para amar a todos, independentemente de raça, credo, ou posição social, reiniciar um trabalho que não teve o sucesso idealizado, ser receptivo a mudanças e buscar entender o outro ser no estágio em que o mesmo está, lutar pela verdade e justiça, quando outros a negam, lutar sempre para que a paz e o amor se façam entre os homens, e reconhecer que os seres humanos são todos filhos de um mesmo Pai e devem amar-se uns aos outros, aceitar que o Amor é a Lei Maior que está presente em todos os atos de nossa vida.

Portanto, o ser que adquire o bom ânimo é o HOMEM DE BEM, que nos fala o Evangelho segundo o Espiritismo no Capítulo XVII, item 3, ou seja ele tem fé em Deus, tem fé no futuro; entende que todas as dores ou decepções, são provas ou expiações e as aceita sem decepção, resigna-se; é bom, humano, benevolente, respeita os outros, e é respeitado, não tem ódio, nem rancor; é indulgente, não se envaidece, usa, mas não abusa dos bens que adquire em sua jornada terrena, quando é autoridade, usa-a com parcimônia, sabendo colocar-se para aqueles que estão sob sua ordem, não esmaga o subordinado, quando é subalterno, sabe portar-se como tal, desempenhando com amor e dedicação suas funções.

E, já reconheceu que os vícios e defeitos tem origem na alma, e busca combatê-los com força de vontade, já entende que as aflições tem origem nesta vida ou em outra e busca melhorar-se, interiormente para que a sua cura se reflita, inclusive no corpo físico. Busca respeitar todos os direitos que as Leis da Natureza proporcionam aos seus semelhantes, como pede que os seus sejam respeitados.

O Bom ânimo é um indicador daqueles que possuem a fé irrestrita em Deus, e, portanto conseguem superar suas dores e quedas, resignadamente, pois já adquiriram o CONHECIMENTO E O AMOR, e, portanto tem FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE.

Bibliografia:

BROGLIO, Dr. Roberto. Educação da Alma

XAVIER, Francisco Candido. Pão Nosso: Lição 113

KARDEC, Allan, Evangelho Segundo o Espiritismo: cap. V; cap. XVII, item 3; cap. XIX, itens 10 e 11

Questões para reflexão:

1) Explique o que você entendeu por faculdades paranormais.

2) Explique porque o animismo prova a realidade da alma.

3) Analise o ensinamento contido no Evangelho de João (16:33): “No mundo tereis aflições, mas tende bom animo, eu venci o mundo”.

4) Descreva os conhecimentos adquiridos por aqueles que se consideram espíritas.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

24a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


PARANORMALIDADE OU MEDIUNIDADE?

“Parapsicologia é o processo cientifico de investigação dos fenômenos inabituais, de ordem psíquica e psicofisiológica, e tem como objeto, os fenômenos psíquicos não habituais, mas apesar disso naturais, comuns a toda espécie humana. Esses fenômenos considerados parapsicológicos são de ordem vital, psíquica e física”. (J.H.Pires)

O Prof. Ernesto Bozzano, em sua obra “Animismo ou Espiritismo?”, publicada em 1944, sustenta a tese, cuja discussão fundamental e de indiscutível importância é a de que “as faculdades supranormais subconscientes não são e não podem ser fruto da evolução biológica da espécie”. Além disso, refuta a hipótese de que estas faculdades se destinem a emergir e fixar-se na espécie, no porvir. (Pag. 16 e 21)

A tese foi apresentada em 1937, a convite do Conselho Diretor do Congresso Espírita Internacional, de Glasgow, que propôs ao nobre pesquisador o tema “Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?”, ao que respondeu logo no prefácio de sua obra: “Nem um nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única e esta causa é o Espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediunicamente, durante a existência “desencarnada”, determina os fenômenos espiríticos.”

Em suas pesquisas, Ernesto Bozzano observou inúmeros casos ou “episódios de fenômenos anímicos” como “leitura do pensamento”, “telepatia”, “visão de corpos opacos”, “clarividência no presente, no passado e no futuro”, fenomenologia que para o nobre pesquisador foi suficiente para fazê-lo chegar às conclusões a que se propunha: a demonstração de que “o animismo prova o Espiritismo”

Baseado em sua pesquisa psíquica desenvolvida ao longo de quarenta anos, afirma que “as condições requeridas para que as faculdades sensoriais normais cheguem a despontar e evolver são diametral e irredutivelmente contrarias as que se exigem para que as faculdades supranormais subconscientes cheguem a surgir e exteriorizar-se...”

Explica o nobre cientista que a Gênese e a evolução dos órgãos dos sentidos e das faculdades psíquicas normais se executam necessária e exclusivamente no plano da vida de relação, sob a forma de uma reação continua e complexa, contra os estímulos exteriores. O que equivale a dizer que se executa no plano da consciência normal, que é aquele no qual se desenvolve, para o ser vivo, a luta pela vida. E toda a atividade organizadora da evolução biológica se exercita por meio de uma lei que é a da “seleção natural”.

Quanto as faculdades supranormais subconscientes, em vez de se exercitarem no plano da consciência normal, somente surgem sob a condição de que as funções da vida de relação se achem temporariamente abolidas ou apagadas, dependendo do grau, mais ou menos profundo, de inconsciência em que esteja o sensitivo (médium), o grau de maior ou menor perfeição com que elas se exteriorizam.

As faculdades supranormais como patrimônios do Espírito, aguardam para emergir e exercitar-se plenamente, no ambiente espiritual que sucede a vida material.

Mencionando as palavras do Dr. Gustavo Geley, cientista francês, autor da obra “Do Inconsciente ao Consciente”, o ilustre pesquisador demonstra a inconciliabilidade das faculdades supranormais da telepatia, da telestesia, da clarividência no passado, no presente e no futuro, com o desenvolvimento regular e natural da existência terrena.

Os poderes das faculdades supranormais subconscientes se circunscrevem dentro de limites definidos estabelecidos pela “lei de afinidade”, que governa o universo físico e o psíquico, que se expressa sob a “lei de relação psíquica”. Todo semelhante atrai semelhante, esta é a lei de afinidade universal a qual temos que nos harmonizar.

Assim, fazendo-se uma analogia ao mecanismo do rádio que deve ser regulado com o “comprimento de onda” que se pretenda captar, para que as subconsciências humanas recebam e registrem as vibrações psíquicas, necessário estarem reguladas pelo “comprimento de onda” correspondente a “tonalidade vibratória” que diferencia de outra qualquer a pessoa ausente que se procura.

Ernesto Bozzano tece também em seu minucioso trabalho da seguinte questão: se ainda se discute a autenticidade de algumas categorias de fenômenos físicos de mediunismo, já se não discute a existência de faculdades supranormais subconscientes, existência que todos reconhecem, graças, sobretudo, a obra de dois pesquisadores, considerados pelo mestre, geniais: o professor Charles Richet e o Doutor Eugene Osty.

Contudo, conforme ressalta o ilustre pesquisador, as comunicações mediúnicas entre vivos provam a realidade das comunicações mediúnicas com os mortos.

Diz ele: “Não esqueçamos que a denominação de fenômenos mediúnicos propriamente ditos designa um conjunto de manifestações supranormais, de ordem física e psíquica, que se produzem por meio de um sensitivo a quem é dado o nome de médium, por se revelar qual instrumento a serviço de uma vontade que não é a sua. Ora, essa vontade tanto pode ser a de um defunto, como a de um vivo. Quando a de um vivo atua desse modo, a distância, somente o pode fazer em virtude das mesmas faculdades espirituais que um defunto põe em jogo. Segue-se que as duas classes de manifestações resultam de naturezas idênticas, com a diferença, puramente formal, de que, quando elas se dão por obra de um vivo, entram na órbita dos fenômenos anímicos propriamente ditos, e quando se verificam por obra de um defunto, entram na categoria, verdadeira e própria, dos fenômenos espíritas. Evidencia-se, portanto, que as duas classes de manifestações são complementares uma da outra, a tal ponto que o Espiritismo careceria de base, dado não existisse o Animismo”.

Em seu livro “Metapsíquica Humana”, cap. IV assevera que o “Animismo e Espiritismo” representam o duplo aspecto pelo qual se apresenta a mesma fenomenologia, que provém de uma causa única, constituída pelo Espírito humano, na sua dupla fase de existência: a “encarnada” e a “desencarnada”.

Seus estudos lograram ainda demonstrar a preexistência da alma, propondo, portanto, a partir da vasta gama de experiências realizadas, sérias reflexões de ordem moral e filosófica a respeito das comunicações mediúnicas e a origem e o destino do ser. O Espiritismo, como asseverou o nobre Codificador, tem por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma o conhecimento do mundo espiritual.

“O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo”.

O Prof. Joseph Banks Rhine, da Duke University, Estados Unidos: O Novo Mundo da Mente apresenta-nos essa área na forma de um mapa bem delineado. Esse mundo, como diz o autor, só é novo para as Ciências. Porque, na realidade, é conhecido do homem há muitos milénios. Talvez desde que o homem existe. (...) Quando, pois, um pretenso parapsicólogo se propõe a “ensinar” que a parapsicologia nega a existência de Espíritos, de comunicações espirituais, de princípios religiosos e filosóficos, como o da reencarnação e da existência de Deus, os seus diplomas e certificados não tem sequer o valor de atestado de informação sobre o assunto.

Alguns parapsicólogos de renome mundial, com base em suas ilações que tiraram de suas investigações, reconheceram a supervivência da mente após a morte física. O Prof. Rhine, em seu livro “O Novo Mundo da Mente”, reconhece que nas experiências realizadas pela sua esposa na Duke University, há casos que sugerem a participação de uma entidade extracorpórea. O conjunto dessas experiências, acabou demonstrando de maneira irrefutável que possuímos a capacidade de percepção extra-sensorial. O homem pode perceber por outra via que não a dos sentidos Físicos. E o mais importante é que pode “adquirir conhecimentos verdadeiros sobre a matéria por vias não materiais.” (José Herculano Pires).

Continua Herculano Pires: “O homem não é apenas uma estrutura mental. É um ser espiritual, um organismo psíquico. A mente é a sua cabine de comando”.

A Parapsicologia e o Espiritismo

As relações entre o Espiritismo e a parapsicologia não são, portanto, amistosas, como pensam geralmente os espíritas e não espíritas. O enclave científico, orgulhoso, retém ciosamente o que conseguiu conquistar do vasto império que o rodeia, e ameaça desmantela-lo por completo, no futuro, se os Espíritos puderem ser eliminados.

Tanto a Parapsicologia, quanto o Espiritismo objetivam exclusivamente a descoberta da verdade sobre a natureza humana.

Diante desse impasse, Kardec afirma que o Espiritismo é uma Ciência que trata do elemento inteligente do Universo, ou seja, uma ciência espiritual. Não se pode confundi-lo com as ciências chamadas positivas, que tratam do elemento material do Universo. Mas é evidente que as duas formas de Ciência devem conjugar-se, para abrangerem todos os aspectos do Universo. (J.H.Pires)

Bibliografia:

KARDE, Allan. Obras Póstumas: Primeira Parte - Causa e natureza da Clarividência Sonambúlica;

BOZZANO, Ernesto. Animismo ou Espiritismo?: caps. I, II e III;

BOZZANO, Ernesto. Metapsíquica Humana: cap. IV;

PIRES, J. Herculano. Parapsicologia Hoje e Amanhã: primeira e segunda parte

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. I, item 5

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

23a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


A PIEDADE

“A piedade é a virtude que mais nos aproxima dos anjos. É a irmã da caridade que vos conduz para Deus”, nas sábias palavras do Espirito de Michel. (ESE, cap. XIII, item 17)

Piedade é aquele sentimento íntimo, profundo, que faz uma pessoa solidarizar-se com a dor do semelhante, restituindo-lhe a confiança, a esperança e a resignação.

Surgindo ao lado da desgraça, a piedade transmite uma penetrante suavidade, que encanta a alma: quando profundamente sentida, é amor; o amor é devotamento; e devotamento é o esquecimento que o homem sente de si mesmo para solidarizar-se com a dor do semelhante e esse devotamento, essa abnegação pelos infelizes é a virtude por excelência, aquela que Jesus praticou em toda a vida, ensinando-a com toda a sublimidade.

O progresso do Espírito passa pela constatação e pela erradicação do orgulho e do egoísmo, dispondo a alma à humildade, à beneficência e ao amor ao próximo. É a piedade o sentimento mais apropriado para colocar o Espírito nessas condições, comovendo-lhe as fibras mais intimas, diante do sofrimento dos seus irmãos, levando-o a estender-lhes a mão caridosa e arrancando-lhes lágrimas de simpatia.

E se o aperfeiçoamento, a purificação do Espírito implica na vivência de todos os problemas que lhe dizem respeito e no armazenamento de todo os conhecimentos possíveis, não se deve jamais sufocar este sentimento sublime, essa emoção celeste, que faz o Espírito experienciar, no corpo e na alma, o sofrimento por que ele precisaria passar, para elevar-se.

A alma experimenta uma angústia ao contato da desgraça alheia, sentindo um estremecimento natural e profundo, que faz vibrar todo o seu ser, afetando-a profundamente. Mas há aí uma grande compensação, posto que os benefícios não tardam para o Espírito piedoso que consegue devolver a coragem e a esperança a um irmão infeliz, que se comove ao aperto da mão amiga. Seu olhar umedecido de emoção e de reconhecimento, volta-se com doçura, para o benfeitor, antes de elevar-se ao céu, em agradecimento pelo envio do consolador, do amparo tão desejado. “Mas é grande ganho a piedade com contentamento” (Paulo, 1ª Epístola a Timóteo, cap. 6:6).

Por isso, o homem deve afastar de si a indiferença, a insensibilidade, assim como a compaixão aparente, o fingimento, a antipatia gratuita, a piedade mentirosa, repleta de ilusões e exigências, pois na realidade aí temos os sentimentos de orgulho e de egoísmo, nossos defeitos morais mais difíceis de erradicar, antepondo-lhes a simpatia espontânea e desinteressada. Ensina Cairbar Schutel que “a piedade é a simpatia espontânea e desinteressada, que se antepõe a antipatia gratuita ou desrespeitosa”, que “só a piedade consoladora traz alegria ao Espírito, criando elevação e valor”.

A piedade sincera jamais expressa covardia a destruir o Bem, nem ridículo a excitar o riso alheio, porque é força de renovadas almas e luz interior.

Emmanuel escreve: “Fala-se muito em piedade na Terra; todavia quando assinalamos referências a semelhantes virtudes, dificilmente discernimos entre compaixão e humilhação.

Ajudo, mas este homem é um viciado.

Atenderei, entretanto esta mulher é ignorante e má.

Penalizo-me; contudo este irmão é ingrato e cruel”.

Complementa Emmanuel que, de maneira geral, “só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas”, deitando mel e veneno, socorrendo e espancando, ao mesmo tempo. Mas, “a verdadeira piedade, no entanto é filha legitima do AMOR. Não perde tempo na identificação do mal”.

E, além do mais, devemos considerar a PIEDADE sempre como um instrumento ativo, ou seja ela nos induz a pratica do socorro material ou espiritual, junto daqueles que os despertaram para este sentimento divino, sem o que ela é infrutífera, nos ensina Emmanuel na Lição 96 - Espírito da Verdade.

O dia em que o homem praticar a piedade pura e verdadeira ensinada por Jesus, reinará na face da Terra a concórdia, a paz e o amor.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XIII- item 17

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). O Espírito da Verdade: Lição 96

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Pão Nosso: Lição 107

Questões para reflexão:

1) Explique a interferência do Plano Espiritual no processo de cura.

2) Comente o pensamento de José Herculano Pires sobre a participação da Medicina Espírita nos tratamentos das doenças dos homens.

3) Explique o sentimento de piedade e o porquê do Espírito necessitar da erradicação do orgulho e do egoísmo.

4) Analise a expressão de Emmanuel: “só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas”.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

23a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


SOCORRO ESPIRITUAL

De que maneira se processa o Socorro Espiritual?

Porque, muitos são os Espíritos infelizes que se demoram nas cercanias das regiões a que estão ligados, em processos de revolta, desespero, rebeldia, violência, vampirismo, sofrimento profundo, zombaria, formam legiões de Espíritos emaranhados no próprio orgulho e atrelados a doloroso desequilíbrio.

Outros continuam jungidos às limitações físicas impostas pelas mais variadas enfermidades, inconscientes de si mesmo, pois, ainda não despertaram que já vivem a vida espiritual, sentindo ainda as dores físicas e mentais.

Alguns são desertores dos mais sagrados compromissos assumidos na Espiritualidade. Outros ainda, Espíritos chegados ao fim de sua jornada, reclamando preparo para o retorno a Pátria Espiritual. Infinito é o número de Espíritos necessitados de assistência espiritual.

Como se caracterizam: os grupos (ou equipes) espirituais de socorro?

Como esse auxílio pode ser prestado?

Quem pode prestar tal assistência? Em que condições pode ela ser ministrada?

As equipes espirituais de socorro: tem sempre o seu dirigente, que é um Espírito mais evoluído, portador de grandes conhecimentos, com grande elevação moral, que orienta os trabalhos e dele participa ativamente.

Ressalte-se que todos os demais componentes das equipes tem, também, as suas funções, havendo, inclusive, aqueles Espíritos que participam dos trabalhos visando o seu próprio aprendizado.

Os trabalhos de socorro, em algumas oportunidades, não prescindem da colaboração dos Espíritos encarnados que, na qualidade de médiuns, doam seus fluidos para as tarefas em que estes são necessários.

A prece é valioso instrumento de colaboração magnética nas ações curativas praticadas pelas equipes espirituais.

Também, o necessitado de socorro é chamado a colaborar, espiritualmente em favor de si mesmo, colocando-se em posição favorável para receber o auxílio.

Convém ressaltar aqui o estudo das “Curas”, onde na “Mediunidade Curadora”, se verifica a comunhão do trabalho entre as duas esferas da vida para a aplicação dos respectivos fluidos: humano e espiritual, ou combinados igualmente. André Luiz, nos mostra em Missionários da Luz, cap. 7, a necessidade de participação dos encarnados junto aos desencarnados, para os trabalhos socorristas, em razão da diferença da qualidade nos fluidos.

Há inumeráveis turmas de socorro que colaboram nos círculos da crosta, voltadas para a necessidade e grau evolutivo de cada Espírito encarnado ou grupo. Essas turmas são dedicadas a caridade evangélica. Aliás, “todas as escolas religiosas dispõem de grandes valores na vida espiritual”, como nos ensina André Luiz, para atender os Espíritos que desencarnam nos mais variados degraus evolutivos e nas mais diversas condições de crença.

Os milhares de servidores espirituais que participam desses grupos socorristas estão ligados a diversas regiões espirituais mais elevadas, onde há Espíritos Benfeitores que velam pelos trabalhadores inspirando-os em suas tarefas de amparo fraternal. O auxilio é desinteressado, e os trabalhos são os mais eficientes e dignos.

E, inclusive unem-se Espíritos com ideais comuns de socorro aos irmãos sofredores encarnados ou desencarnados formando diferentes grupos de trabalho das Fraternidades do mundo extra físico. Na esfera de ação da Federação Espírita do Estado de são Paulo, por exemplo, há a Fraternidade dirigida pelo Espírito Dr. Bezerra de Menezes, com atividades médicas e investigações científicas para curas físicas; a Fraternidade dos Cruzados, dirigida por Ismael, para proteção da Federação e dos lares dos trabalhadores no campo mediúnico.

Admite-se a existência de tantas Fraternidades do mundo espiritual quantas são as diferentes atividades, incluindo vigilância, assistência, pesquisas, socorristas, estudos, etc.

André Luiz e outros amigos espirituais tem trazido aos homens informações preciosas das atividades dos trabalhadores do Bem na erraticidade, vide Livro Liberação. Os Espíritos do Bem, compreendendo melhor que os homens o ensinamento de Jesus “que ninguém se eleva senão através do amor ao próximo”, suas atividades socorristas em busca do aprendizado são certamente mais intensas que a dos homens, porquanto sabem mais que eles que a vida continua, donde sentir a necessidade de refazer o caminho percorrido, reequilibrando almas, restabelecendo direitos, ou reajustando as próprias responsabilidades.

O socorro espiritual é um trabalho constante para os Espíritos mais esclarecidos, mais do que os homens possam imaginar, seja em favor dos Espíritos desencarnados, ainda envolvidos em fluidos espessos, sofrendo a atração da matéria e sob a influência de apetites grosseiros, seja em favor daqueles que estão desencarnando e necessitam de Socorro imediato para a própria libertação perispiritual do invólucro físico, ou ainda, no socorro dos próprios desencarnados em suas fainas, sempre pedintes da misericórdia divina, que conforta os tristes, acalma os desesperados, socorre os ignorantes e abençoa os infelizes.

Dia virá em que a Medicina Espírita, que “é um processo em desenvolvimento”, como fala J. Herculano Pires (Mediunidade, cap.12), terá a participação mais direta e objetiva dos Espíritos no tratamento da doença dos homens.

Os médicos, paulatinamente, começam a olhar o homem integral, ou seja, corpo, mente e Espírito, no tratamento dos doentes. O Espiritismo contribui com a Mediunidade, e a Medicina com o saber e as experiências dos médicos, de tal modo que “os médiuns representam os médicos espirituais que, através deles dão a contribuição das observações do outro lado da vida. Os médicos representam a medicina da atualidade e procuram estabelecer as ligações necessárias para um esforço comum em benefício da Humanidade”.

“Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á, disse Jesus (Mt 7:7 a 9), e sua promessa se cumpre através da ação dos Espíritos cooperadores com a obra do Bem, em atenção ao mérito de cada um e segundo a vontade do Senhor.

Não há aquisição sem trabalho, ou mérito sem esforço próprio, na senda de cada alma encarnada ou desencarnada.

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Cap. 7

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Entre a Terra e o Céu: Cap. XXXIV

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns: Lição 34

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 7

PIRES - José Herculano. Mediunidade: Cap. 12

THOMAZ - Martha Gallego. O Instituto de Confraternização Universal e as Fraternidades do Espaço

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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

22a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


O DEVER - A VIRTUDE

Define-nos Lázaro, no capítulo XVII, item 7, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que “dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo e depois para com os outros”, esclarecendo que se refere somente ao dever moral.

Toda criatura de DEUS, em qualquer reino da Criação, está sujeito à lei do progresso, lei natural que a todos liga e congrega para a consecução final deste desígnio divino: a perfectibilidade.

E o ser humano deve perlustrar o caminho do progresso, no uso do seu livre arbítrio, monitorado pela consciência, na qual DEUS inscreveu suas Leis, imperando soberana a Lei de Amor.

Assim, para realizar a Lei de Amor devemos cumprir nossos deveres, na concretização do progresso moral e intelectual, como perfeitamente acentuou o Espírito Verdade, no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI, item 5, recomendando: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”, e continua: “todas as verdades se encontram no Cristianismo”.

Logo, todos os nossos deveres se consubstanciam na aquisição da instrução intelectual e no exercício do Amor; este, por sua vez, luarizando a intelectualidade e transformando-a em sabedoria, eis que o conhecimento intelectual, somente quando empregado conforme os ditames da ética e da moral, ou seja, seguindo os ensinamentos e exemplos de JESUS, completa o que denominamos reforma íntima, tomando-nos um homem novo, como preconizado por Paulo de Tarso: “E assim, se alguém está em CRISTO é nova criatura: as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas” ( II Coríntios, 5:17).

Entretanto, há de se perguntar: o dever, onde ele começa, onde acaba?

E Lázaro esclarece judiciosa e cristalinamente: “O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do próximo e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a vós mesmos”, todos temos deveres e direitos e, cumprindo nossos deveres com fidelidade em relação ao próximo, nascem nossos direitos.

Assim, se queremos evitar, para o futuro, a dor, os sofrimentos e os resgates aos quais estamos jungidos, cumpramos hoje as obrigações que nos são próprias, com obediência e resignação nesta época de transição que atravessamos, continuando aptos a habitar a Terra, que tanto amamos e a qual tanto devemos, quando guindada em planeta de regeneração.

“Encerra a virtude, em seu grau mais elevado, o conjunto de qualidades essenciais que caracterizam o homem de bem. Virtuosa é a criatura boa, caritativa, laboriosa, sóbria, modesta. No entanto, alguns atos reveladores de fraquezas morais, muitas vezes, empanam o brilho dessas qualidades intrínsecas. A pessoa que faz alarde de suas qualidades não é virtuosa, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e lhe sobeja o vício mais oposto: orgulho.”

A pessoa, portadora de virtudes verdadeiramente dignas desse nome, evita a ostentação e faz com que ela se oculte, fugindo, assim, as homenagens de seus semelhantes. Jesus Cristo é o modelo excelso da virtude; no entanto, podem-se também mencionar alguns expoentes de virtudes santificantes, tais como: Francisco de Assis, Vicente de Paulo, Anália Franco, Bezerra de Menezes e muitos outros, que passaram pela Terra como um rasgo de luz, disseminando o Bem em sua expressão mais elevada.

Aquele que se exalta, que levanta monumento às próprias virtudes, com essa atitude anula o mérito real que possa ter. Que dizer, então, daquele que apenas aparenta virtudes que não possui? Este procura enganar-se a si próprio e também a Deus. Aquele que pratica o Bem sente em sua alma uma satisfação íntima; entretanto, desde que esta seja exteriorizada com o fito de receber elogios, receber aplausos, degenera em amor-próprio e vaidade.

Por isso, quando deres esmola, não te ponhas a trombetear em público, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, com o propósito de serem glorificados pelos homens. “Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu porém, quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita para que a tua esmola fique em segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará”. (Mt 6:2-4)

Ou ainda: “Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. VI, item 5 e cap. XVII - itens 7 e 8

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Novo Testamento II Coríntios -5; 17

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Novo Testamento: Mateus - 6:2-4

Questões para reflexão:

1) Descreva sucintamente o que é mandato mediúnico.

2) Explique a relação do Médium, no mandato mediúnico com o seu mentor espiritual.

3) Explique a finalidade do conhecimento e pratica do Evangelho de Jesus no cumprimento do Dever.

4) Faça um breve relato sobre a virtude e como se comporta uma pessoa virtuosa.

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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

22a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MANDATO MEDIÚNICO

O termo mandato não é de uso comum em nossa convivência diária.

Assim sendo, urge dar lhe sentido e melhor conhecimento, familiarizando-nos com o mesmo, a fim de que, conhecendo sua origem e conteúdo, nossa compreensão do que seja e significa mandato mediúnico, seja completa, haja vista que ambos guardam semelhanças em suas essências.

Mandato, Segundo definição formal, e autorização que alguém confere a outrem, para em seu nome praticar certos atos; delegação; confiança; missão. Na verdade, exprime um contrato, que é um ajuste de vontades entre pessoas.

Deriva-se do latim mandatum, de mandare, composto de manus dare (dar a mão), que tecnicamente significa dar poder ou autorizar e se alinhava com um aperto de mãos pelos contratantes, que se davam a mão direita, pois os antigos romanos acreditavam que o dedo anular era atravessado por um nervo que ia ao coração, sede da fidelidade.

Vale dizer que, entre os antigos romanos, as mãos simbolizavam a amizade, a lealdade e a fidelidade entre amigos e, sendo o mandato outorga de poder, consequentemente carrega consigo o ônus de honrar a amizade e os sentimentos nela fundados.

E, se no plano material, o mandato implica tanta responsabilidade moral para quem o recebe, no campo da mediunidade e no seu exercício, a outorga de mandato mediúnico não é menos severa, exigindo do medianeiro qualidades intelectuais e morais superiores, como nos narra André Luiz no capítulo; 16 de “Nos Domínios da Mediunidade”, conforme ensinamentos e esclarecimentos do Instrutor Áulus a respeito de Ambrosina.

Assim revela Áulus que, Ambrosina após trabalhar por mais de vinte (20) anos consecutivos no exercício da mediunidade com JESUS, ou seja, com absoluto desinteresse, fidelidade, perseverança, obediência, disciplina, renúncia de si mesma, paciência evangélica e acendrado amor recebeu do Plano Superior o mandato mediúnico.

Igualmente, Áulus nos define que mandato de serviço mediúnico é uma delegação de poder obtido pelo crédito moral do medianeiro, no exercício da mediunidade cristã por largo período de tempo.

Por via de consequência, mandato mediúnico, por ser uma delegação de poder, acarreta para o medianeiro uma carga maior de trabalho e responsabilidade.

Entretanto, em contrapartida, o médium contará com uma associação mais estreita com o mentor que supervisiona e lhe preside a tarefa, passando a guiar-lhe a peregrinação na Terra, governando lhe as forças e dando-lhe mais imediato apoio, sustentação e proteção, somente estabelecendo o médium o contato com o plano espiritual de acordo com a supervisão dele, o que significa uma garantia para o desempenho fiel e seguro do mandato mediúnico.

Esclarece-nos Áulus:

- que o mandato mediúnico está vinculado a compromissos assumidos pelo médium, antes da reencarnação, no Plano Espiritual;

- que, não sendo um atestado de santidade, o médium pode recuar diante da responsabilidade que encerra o seu cumprimento;

- isto porque, o livre arbítrio do médium é sempre respeitado, haja vista que suas vitorias devem ser fruto do trabalho e esforço próprio, daí advindo seu mérito.

Enfim, a quem muito foi dado, muito será pedido, valendo igualmente: quem muito deu, no cumprimento fiel de seus deveres e obrigações, muito receberá. É da Lei.

Ensina Martins Peralva que é necessária “a bondade para atender, com o mesmo carinho, e a mesma boa vontade todos os tipos de necessitados, sem nenhuma expressão de particularismo; a discrição, para conhecer e sentir, guardando-os para si, dramas inconfessáveis e lacunas morais lastimáveis; é necessário o discernimento, para opinar com segurança, segundo as necessidades do consulente, a fim de ajudar os outros, para que os outros se ajudem”.

Diz Emmanuel que “o mandato pede excessiva renúncia; no entanto, sem o sacrifício dos operários do progresso, as maquinas poderosas que assinalam a civilização da atualidade, não existiriam no mundo”.

Bibliografia:

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 24 e 25

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns: Lição 88

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. XVI

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XXIV e XXV

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns Lição 88

SILVA, Plácido e. Vocabulário Jurídico: Tomo III - Págs. 981/982

ACQUAVIVA, Marcus Claudio. Diário Enciclopédico de Direito: Vol. 4 Pag. 4

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