CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 23 de abril de 2013

2ª AULA PARTE B CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP


O Espiritismo Em Seu Tríplice Aspecto

O Espiritismo surgiu oficialmente em 18 de abril de 1857, com a primeira edição de O Livro dos Espíritos, que viria a alterar muitos dos conceitos até então vigentes, com relação a Deus, à imortalidade da alma, à reencarnação, à comunicação com os mortos e, principalmente, ao mundo dos Espíritos.

Escrito na forma dialogada da Filosofia Clássica, em linguagem clara e simples, para divulgação popular, este livro é um verdadeiro tratado filosófico que começa pela Metafísica, desenvolvendo em novas perspectivas a Ontologia, a Sociologia, a Psicologia, a Ética e, estabelecendo as ligações históricas de todas as fases da evolução humana em seus aspectos biológico, psíquico, social e espiritual.

Um livro para ser estudado e meditado, com o auxílio dos demais volumes da Codificação, escreveu o Prof. José Herculano Pires, o mais celebrado dos seus tradutores.

Como síntese de todo o conhecimento humano, a Doutrina dos Espíritos vem muito bem estruturada na sua obra máxima, aparecendo à análise da razão sob a forma de ciência, filosofia e religião. Estes três aspectos vêm convenientemente distribuídos no conjunto de perguntas e respostas do notável livro. Ademais, no encerramento dos "Prolegômenos" de O Livro dos Espíritos pode ver-se o nome de Espíritos Veneráveis, que formaram a plêiade do Espírito da Verdade e foram, enquanto encarnados na Terra, expoentes da Filosofia, da Ciência e da Religião.

Em princípio, o Espiritismo é filosofia, com raízes profundas na própria tradição filosófica (a partir das escolas gregas). Esta é a razão pela qual Sócrates e Platão figuram na Codificação como precursores do Cristianismo e, por conseguinte, do Espiritismo.

O Livro dos Espíritos fora até mesmo escrito na forma dos diálogos de Platão: perguntas e respostas. E, ao final da obra, nas suas "Conclusões", Kardec analisa a doutrina e afirma: "Sua força está na sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom senso” (item VI).

Na primeira parte de O Livro dos Espíritos, são abordadas as "Causas Primárias": Deus, Elementos Gerais do Universo, Criação e Princípio Vital. Contudo, o Espiritismo não é só filosofia.

No "Preâmbulo" do livro “O que é o Espiritismo”, Kardec afirma: "O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica”. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.

E conclui, definindo com precisão: “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”.

Surge então o segundo aspecto do Espiritismo, que é Ciência. Como tal, a Doutrina Espírita difere da ciência materialista, rompendo definitivamente com a barreira de pressupostos para firmar em bases lógicas e experimentais os princípios da Nova Ciência, que vinha revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis: a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo.

A Ciência Espírita, portanto, contém duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral; outra, filosófica, sobre as manifestações inteligentes (L.E., "Introdução", item XVII).

Ambos os casos apresentam como base do conhecimento a fenomenologia mediúnica, coroada pelo ensinamento dado pelos Espíritos, que nos revelaram as leis naturais.

Finalmente, como terceiro aspecto da Doutrina Espírita, fechando o Triângulo de Forças Espirituais a que se referiu Emmanuel em “O Consolador”, surge o aspecto religioso, que Kardec deixou para o final de sua missão.

Neste aspecto, porém, o Espiritismo é muito diferente das religiões tradicionais, visto ser desprovido de rituais, sacramentos, idolatria, paramentos, mitos e quaisquer cultos exteriores.
A Doutrina Espírita, por isso, como religião que efetivamente é, surge do exercício da razão; daí a ideia de fé raciocinada, "que se apoia nos fatos e na lógica e não deixa nenhuma obscuridade: crê-se porque se tem a certeza, e só se está certo quando se compreendeu". (E.S.E., Cap. XIX, item 7).

Não se trata de uma religião, com uma série de rituais, mas de "Religião, propriamente considerada como sistema de crescimento da alma para celeste comunhão com o Espírito Divino", nas sábias palavras do Espírito Emmanuel.

Assim, o Espiritismo, como consciência teórica, está concentrado em O Livro dos Espíritos; como consciência prática, está exposto em O Livro dos Médiuns; e, como consciência moral, religiosa, ética e estética, desdobra-se em O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Questionário

1) Onde encontrar as raízes da Filosofia Espírita?

2) Quais são as partes da Ciência Espírita?

3) Como se caracteriza a fé na Religião Espírita?

terça-feira, 16 de abril de 2013

2ª AULA PARTE A CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP


As 5 Alternativas da Humanidade

As alternativas da humanidade em relação ao mundo espiritual resultam das seguintes doutrinas: materialismo, panteísmo, deísmo, dogmatismo e Espiritismo.

Doutrina Materialista:

A inteligência do homem é uma propriedade da matéria; nasce e morre com o organismo. O homem nada é antes, nem depois da vida corporal.

Consequências.

Tendo o homem apenas matéria, os gozos materiais são as únicas coisas reais e desejáveis; as afeições morais carecem de futuro; a morte quebra os laços morais sem remissão e para as misérias da vida não há compensação; o suicídio vem a ser o fim racional e lógico da existência, quando não se pode esperar atenuação para os sofrimentos; o bem e o mal, meras convenções; por freio social, unicamente a força material da lei civil.

Doutrina Panteísta:

O princípio inteligente, ou alma, independente da matéria, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum, como as gotas de chuva ao oceano.

Consequências.

Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse. As consequências morais desta doutrina são exatamente as mesmas que as da doutrina materialista.

Doutrina Deísta:

Deísmo compreende duas categorias de crentes: os deístas crentes e os deístas providencialistas. Deus, dizem os dependentes, estabeleceu as leis gerais que regem o universo; mas, uma vez estabelecidas, estas leis funcionam por si só e aquele que as promulgou de mais nada se ocupa. O deísta providencialista crê não só na existência e do poder criador de Deus na origem das coisas, como também crê na sua intervenção incessante na criação e a ele ora, mas não admite o culto exterior e o dogmatismo atual.

Doutrina Dogmática:

A alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte; desde esse momento, tem irrevogavelmente determinada a sua sorte; nulos lhe serão quaisquer progressos ulteriores; ela será, pois, por toda a eternidade, intelectual e moralmente, o que era durante a vida.

Sendo os maus condenados a castigos perpétuos e irremissíveis no inferno, completamente inútil lhes resulta todo arrependimento. Os casos que possam merecer o céu ou o inferno, por toda a eternidade, são deixados à decisão e ao juízo de homens falíveis, aos quais é dada a faculdade de absolver ou condenar.

Consequências.

Esta doutrina deixa sem solução os graves problemas seguintes:

- De onde vêm as disposições morais e intelectuais, inatas aos homens.

- Qual a sorte das crianças que morrem em tenra idade?

- Qual a sorte dos idiotas que não têm consciência dos seus atos?

- Onde está a justiça das enfermidades de nascença, uma vez que não resultam de nenhum ato da vida presente?

- Qual a sorte dos selvagens e de todos os que forçosamente morrem no estado de inferioridade moral em que foram colocados pela natureza, se não lhes é dado progredirem ulteriormente.

- Por que cria Deus umas almas mais favorecidas do que as outras?

- Por que criou Deus anjos em estado de perfeição sem trabalho, ao passo que outras criaturas são submetidas às mais rudes provações em que têm maior probabilidade de sucumbir, do que de sair vitoriosas?

Doutrina Espírita:

O princípio inteligente independe da matéria.

A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo.

O ponto de partida ou de origem é o mesmo para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes e sujeitas ao progresso indefinido.

Nada de criaturas privilegiadas e mais favorecidas do que outras.

Os chamados anjos são seres que chegaram à perfeição, depois de haverem passado, como todas as criaturas, por todos os graus de inferioridade.


As almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, pelo uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa vontade.

A vida espiritual é vida normal.

O Espírito progride no estado corporal e no estado espiritual.

As crianças que morrem em tenra idade podem ser Espíritos mais ou menos adiantados, porquanto já tiveram outras existências em que praticaram o bem ou cometeram ações más.

A alma dos idiotas é da mesma natureza que a de qualquer outro encarnado; possuem muitas vezes grande inteligência, da qual abusaram em existências pretéritas e aceitaram voluntariamente a situação de impotência para usá-la, a fim de expiarem o mal que praticaram.

Princípios Básicos

A doutrina espírita tem por princípios básicos:

- A preexistência da alma ao nascimento e sua sobrevivência após a morte do corpo físico, com um corpo espiritual ou perispírito.

- Pluralidade das existências e justiça das aflições.

- Progressão dos Espíritos.

- Comunicação com os Espíritos desencarnados e a intervenção destes no mundo corpóreo.

Alternativas
Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro além-túmulo:

1°) o nada, segundo a doutrina materialista;

2°) a absorção no todo universal, segundo a doutrina panteísta;

3°) a conservação da individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina dogmática;

4°) a conservação da individualidade, com o progresso infinito, segundo a doutrina espírita.

De acordo com as duas primeiras, os laços de família são rompidos pela morte e não há nenhuma esperança de se reencontrarem; com a terceira, há possibilidade de se reverem, desde que estejam no mesmo meio, podendo ser esse meio o inferno ou o paraíso; com a pluralidade das existências, que é inseparável do progresso gradual, existe a certeza da continuidade das relações entre os que se amam, e é isso o que constitui a verdadeira família.

Espiritismo e Espiritualismo

Espiritualista é aquele que segue uma doutrina oposta ao materialismo. Quem crê haver em nós outra coisa além da matéria é espiritualista, o que não implica na crença nos Espíritos e nas suas manifestações.

Espiritismo é a doutrina revelada por Espíritos Superiores, por meio de médiuns, e organizada por Allan Kardec, que diz na "Introdução" ao Livro dos Espíritos: portanto se adotei as palavras Espiritismo e Espiritualismo, é porque elas exprimem sem equívoco, as ideias relativas aos Espíritos.

Todo espírita é, necessariamente espiritualista sem que todos os espiritualistas sejam espíritas.

Podem ser chamados de Espíritas aqueles que professam a Doutrina Espírita, que é Filosofia, Ciência e Religião.

Codificação Espírita

A Doutrina Espírita está contida nas obras básicas: O Livro dos Espíritos (Paris, 18 de abril de 1857); O Livro dos Médiuns (Paris, 15 de janeiro de 1861); O Evangelho Segundo o Espiritismo (Paris, abril de 1864); O Céu e o Inferno ou a Justiça de Deus Segundo o Espiritismo (Paris, 1°de agosto de 1865); A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (Paris, 6 de janeiro de 1868); Obras Póstumas (Paris, 1890).

QUESTIONÁRIO:

1 - Quais as alternativas da humanidade em relação ao mundo espiritual, segundo Allan Kardec?

2 - Cite as consequências da doutrina dogmática?

3 - Quais os princípios básicos da Doutrina Espírita?

segunda-feira, 8 de abril de 2013

1ª AULA PARTE B CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP


Elementos Gerais do Universo


Desde a Antiguidade, quando o homem começou a formar a base do seu conhecimento, uma das coisas que mais o fascinavam era o princípio das coisas.

Assim foi, por exemplo, com os primeiros filósofos gregos, como Tales de Mileto, Heráclito de Éfeso, Demócrito de Abdera, entre outros.


Procuravam saber de que as coisas eram formadas, e cada um deu a sua explicação, limitada à sua época, ao entendimento das pessoas e à inexistência de uma Ciência organizada.


O Espírito da Verdade veio revelar à Humanidade que ao homem não é dado conhecer todas as coisas aqui na Terra (L.E., 17).


Falta-lhe desenvolver outras faculdades ainda desconhecidas, assim como a condição moral.

Os sentidos, da mesma forma, não permitem ao homem senão o conhecimento do mundo material e da realidade em que está inserido.


A inteligência limitada, ainda, só lhe permite acessar uma ínfima parcela do conhecimento de tudo o que existe. Quando o dominar por completo, terá chegado à perfeição (L.E., 898).


Porém, na medida em que se depura pelo amor e pelo saber, vai penetrando por si mesmo os mistérios da Natureza. O que o homem não consegue aprender, Deus permite que lhe seja revelado, para ajudá-lo na marcha do progresso. Essa compreensão é lenta e gradual.


Ao elemento sentimental deve somar-se o valor intelectual; assim, fundem-se o Amor e a Sabedoria.

A Ciência humana trouxe-nos, a partir das civilizações mesopotâmica, egípcia, hebraica e, principalmente, a grega, o conhecimento do Universo, ainda que de forma rudimentar.


Com o grande desenvolvimento da Ciência (a partir do séc. XVII), as leis físicas (da matéria) foram descobertas, graças aos estudos de Newton e de Lavoisier.


O Universo até então conhecido era estreito demais, tendo suas fronteiras colocadas onde os sentidos humanos e os instrumentos da Ciência podiam alcançar (o que era pouco, ainda).

Vez por outra, eminentes filósofos (como Kant, por exemplo, estudando a Astronomia), alargavam esses limites.


Somente na segunda metade do séc. XIX, com o advento do Espiritismo - codificado por Allan Kardec, em seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião - o mundo espiritual abriu-se ao homem, mostrando-lhe um Universo infinito formado por dois elementos fundamentais: a matéria e o espírito.


Acima de ambos, Deus, a Inteligência Suprema e causa primária de todas as coisas, constituindo assim a Trindade Universal. Não de pessoas, mas de substâncias distintas e autônomas.


A Matéria


A matéria já foi definida pela Ciência como aquilo que tem extensão, que pode impressionar os sentidos e é impenetrável. Mero esforço humano para compreender o que lhe é visível, palpável, sensível. 

Por isso, no passado distante, o homem falava de quatro elementos formadores de todas as coisas: a água, o fogo, a terra e o ar.


Essas eram as quatro essências conhecidas na Antiguidade.


Com a estruturação da Química Orgânica, surge a Tabela Periódica, inicialmente com pouco mais de cinquenta elementos, depois ampliada para noventa e dois (do hidrogênio ao urânio) e, hoje, contando com mais de cem elementos.


Esses mesmos elementos, que consideramos simples, não são mais do que modificações de uma substância primitiva.


A matéria também existe em estados que desconhecemos, podendo ser tão etérea e sutil que não produza nenhuma impressão aos nossos sentidos.


O fluido universal, ou fluido cósmico, é a matéria elementar primitiva, cujas modificações, ou transformações, constituem a variedade inumerável dos corpos da Natureza.


Esse fluido, imponderável e inabordável pelos instrumentos humanos, é o que podemos chamar quintessência, ou matéria quintessenciada,
matéria do mundo espiritual.


A matéria, que começa no átomo, encontra-se no Universo em dois estados distintos: eterização e condensação. No primeiro, temos os fenômenos do mundo invisível, que são da alçada do Espiritismo.

No segundo, os fenômenos do mundo visível, da alçada da Ciência.


No seu ponto de partida, o fluido universal encontra-se em grau de pureza absoluta.


Na nossa realidade existencial, a matéria divide-se em orgânica, formando os corpos dos seres vivos (os homens, os animais e as plantas); e inorgânica, encontrada nos minerais, na água, no ar, etc.


O Espírito


"Que é o espírito?", perguntou Kardec ao Espírito da Verdade (L.E. - 23).


A resposta foi objetiva e precisa: “O princípio inteligente do Universo”.


Logo se vê que é um elemento que não se confunde com a matéria.


Enquanto esta tem as propriedades acima enumeradas, o espírito tem atributos, entre os quais destaca-se, como essencial, a inteligência: "Vossa alma é um Espírito que pensa "(L.E.,460).


Os Espíritos, como indivíduos, como os seres inteligentes da Criação, têm como ponto de partida este princípio e são permanentemente regidos pela lei do progresso.


Partindo da condição de simples e ignorantes, e dotados de infinitas potencialidades, todos os Espíritos estão destinados à perfeição, que implica conhecimento de todas as coisas.


A doutrina da reencarnação, que corresponde à ideia da justiça de Deus, é que nos permite caminhar de um extremo ao outro, criando a cada existência um passo na senda do progresso, através da consciência, da razão, da vontade, da inteligência e do livre-arbítrio.


QUESTIONÁRIO


1 - O QUE É O UNIVERSO?


2 - QUAIS SÃO OS ESTADOS DA MATÉRIA E SUAS CARACTERÍSTICAS?


3 - O QUE É O ESPÍRITO?

terça-feira, 2 de abril de 2013

1ª AULA PARTE A CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP


A Existência de Deus


Quando o homem pré-histórico voltou seus olhos pela primeira vez para o céu noturno, repleto de estrelas, ou quando se admirou diante da Natureza exuberante que o cercava, ou ainda quando passou a descobrir-se como um ser de ideias e sentimentos, adentrou os domínios dos "mistérios" da Criação.


Iniciava-se, então, de modo extremamente primário, a formação da ideia acerca da existência de Deus. A partir daí, através de práticas as mais extravagantes, o homem tentou a comunicação com Deus, num processo que culminou com a própria humanização da divindade.


O homem passou a conceber Deus à sua imagem e semelhança. Foi assim que se organizaram as mais diversas religiões.

Afinal, Deus existe?


O fato de nunca ter existido um povo ateu sobre a face da Terra parece responder à pergunta. Mas, os sentidos humanos são inadequados para o conhecimento de Deus, em sua natureza íntima. Por isso, muitos ainda vacilam em afirmar categoricamente a sua existência. Contudo, "Deus existe, não o podeis duvidar, e isso é o essencial" (L.E., 14).


Qualquer artifício ou método que queiramos aplicar para prová-lo é inútil.


Qualquer fórmula utilizada para descrevê-lo ou mostrá-lo (como na mitologia greco-romana ou na religião dogmática), é imprópria.


Como bem expressou Léon Denis: "há coisas que, de tão profundas, só se sentem, não se descrevem".


A Doutrina Espírita nos apresenta um conceito magnífico de Deus: a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. Mas, a ideia vem enriquecida por alguns dos atributos da divindade, que revelam ao homem algumas de suas perfeições: Deus é eterno, único, imutável, imaterial, soberanamente justo e bom.


E sobre este último atributo (da justiça divina) que se funda o princípio da reencarnação.

Se todos tendemos à perfeição, Deus nos proporciona os meios de consegui-la, com as provas da vida corpórea.


É então que nos depuramos, submetendo-nos à prova de uma nova existência, condição necessária da evolução do Espírito, sem a qual permaneceríamos estacionários.


Depois de analisar cada atributo, Kardec conclui: "Tal é o eixo sobre o qual repousa o edifício universal; é o farol do qual os raios se estendem sobre o universo inteiro, o único que pode guiar o homem em sua pesquisa da verdade; ao segui-lo, não se extraviará nunca; e se tem se desencaminhado com tanta frequência, é por não ter seguido o caminho que lhe é indicado.


Tal é também o critério infalível de todas as doutrinas filosóficas e religiosas; para julgá-las, o homem tem um padrão rigorosamente exato nos atributos de Deus, e ele pode afirmar a si mesmo, com certeza, que toda teoria, todo princípio, todo dogma, toda crença, toda prática, que esteja em contradição com um só destes atributos, que tenda não só a anulá-los, mas simplesmente a enfraquecê-los, não pode estar com a verdade.


Em Filosofia, em Psicologia, em moral, em religião, nada há de verdadeiro que não esteja conforme às qualidades essenciais da Divindade. A religião perfeita seria aquela da qual nenhum artigo de fé estivesse em oposição com estas qualidades, da qual todos os dogmas possam suportar a prova deste controle, sem dele receber nenhuma contradita. (A Gênese, cap. II, item 19).


É o próprio Universo que oferece evidências materiais acerca da existência de Deus.


Em nossa consciência, estão inscritas as suas leis infinitamente perfeitas (L.E., 621).


É o sentimento inato de sua existência, que trazemos no coração, é "a marca do obreiro em sua obra". Ora, "vede a obra e procurai o autor!", sentenciou o Espírito da Verdade. Se o efeito que se vê é

inteligente, sua causa só pode ser inteligente. O que não é obra do homem, só pode ser obra de um poder inteligente. Esse poder é Deus!


QUESTIONÁRIO


1 - COMO SE PODE CONCEITUAR DEUS?


2 - COMO ENTENDER A NECESSIDADE DA REENCARNAÇÃO?


3 - ONDE SE PODE ENCONTRAR DEUS?