CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

6ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

LAÇOS DE FAMÍLIA E PIEDADE FILIAL

LAÇOS DE FAMÍLIA- ESE, Cap. IV, item 18

“... Os liames sociais são necessários ao progresso e os laços de família resumem os liames sociais; eis porque eles constituem uma Lei Natural. Deus quis que os homens, assim, aprendessem a amar se como irmãos”. (LE. - pergunta 774)

O valor e a importância da família crescem, de fato, quando são enfocados sob o ângulo da Doutrina Espírita, pois se aprende na Codificação que o casamento, marco inicial na constituição da família, representa um progresso conquistado pelo homem em busca de sua perfectibilidade. Portanto, deve-se evitar o relaxamento dos laços familiares, porque implicam, ao invés do amor, no desenvolvimento do egoísmo, retardando, assim, o ciclo evolutivo da humanidade.

Ensinam os Espíritos que é na família e através dela, que se dá o burilamento das almas, segundo o princípio da reencarnação. Esta tarefa deve ser realizada com seriedade e responsabilidade, pois não é por acaso que determinadas criaturas são reunidas numa mesma família. O espírita não pode permitir que seu lar seja simplesmente uma morada, mas um local acolhedor onde se encontram almas necessitadas de desenvolver sentimentos de amor e de perdão, onde os Espíritos se refazem das lutas de cada dia e se ajudam, fraternalmente, trabalhando por um futuro melhor.

PIEDADE FILIAL- ESE, Cap. XIV item 3

“Honrarás vosso pai e vossa mãe” (Marcos, 7:1o; MT 15:4; Lc 18:20)

Um dos mandamentos contidos no Decálogo prescreve a necessidade de honrar pai e mãe, o que implica em dar-lhes todo o afeto possível, em todas as fases de suas vidas, e principalmente na velhice, retribuindo assim, em parte, os desvelos e as preocupações que tiveram na infância dos filhos. É evidente que aquele que assim não proceder estará amealhando pesados encargos para si na vida futura, através de novas reencarnações.

A ingratidão é um dos deslizes humanos que mantêm o mais intimo parentesco com o egoísmo, tomando dimensão maior quando é cometida pelos filhos, em relação aos seus pais. Muitos chegam ao ponto de colocarem seus pais idosos nos aposentos mais obscuros da casa onde residem, não lhes dando nenhum tipo de conforto, quando não os internam em casas de idosos ou asilos, para que eles não os incomodem em seus lares.

Muitos filhos dão aos pais o estritamente necessário para poderem sobreviver; ao passo que eles próprios de nada se privam. Sobretudo, para os pais sem recursos é que se demonstra a verdadeira piedade dos filhos.

O mandamento “honrar vosso pai e vossa mãe” é uma consequência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, já que não pode amar o seu próximo aquele que não ama seus pais. O vocábulo “honrai” encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quis mostrar com isso que, ao amor é preciso acrescentar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir para com eles, de um modo mais rigoroso ainda, tudo o que a caridade manda para com o próximo (ESE, Cap. XIV item 3).

Há, em verdade, certos pais que se descuidam de seus deveres para com os filhos. A estes, porém, não cabe censurá-los ou puni-los, pois talvez eles mesmos tenham dado causa ao menosprezo dos pais.

Se a caridade Cristã sublima a retribuição do mal com o bem, a indulgência com as imperfeições alheias, o perdão das ofensas e o amor ao próximo até mesmo aos inimigos, essa obrigação é ainda bem maior em relação aos pais.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - o Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XII (itens 1 a 3 e 9;

EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Vida e Sexo - itens 6 a 9, 11, 19, 20, 22 e 23;

PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- item 27;

CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais; 7


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terça-feira, 28 de abril de 2015

6ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

LEI DE REPRODUÇÃO

POPULAÇÃO DO GLOBO - SUCESSÃO, APERFEIÇOAMENTO E DIVERSIDADE DAS RAÇAS - POVOAMENTO DA TERRA - OBSTÁCULO A REPRODUÇÃO - CASAMENTO - CELIBATO - POLIGAMIA - UNIÃO ESTÁVEL.

POPULAÇÃO DO GLOBO - Questão 686 do LE.

Embora não tenhamos conhecimento e nem mesmo a mínima ideia de quando fomos criados, a Doutrina Espírita nos ensina que percorremos os reinos inferiores da natureza, como Princípio Inteligente. Amealhando experiências em cada um dos reinos, nos capacitamos a, quando prontos, adentrarmos no reino hominal. Desta forma, somos criados simples e ignorantes, mas com capacidade de raciocinar e com a missão de progredir em todos os aspectos, através das múltiplas reencarnações, até alcançar a relativa perfeição.

A reprodução dos seres vivos é, portanto, uma lei natural, pois, sem ela, o mundo corpóreo desapareceria.

Contudo, não se deve deduzir que, havendo uma progressão constante de corpos físicos (para dar cumprimento ao princípio reencarnatório), o mundo material possa vir a ter uma população excessiva, cuja saturação levaria à escassez de meios e recursos de sobrevivência.

Deus a isso provê, mantendo sempre o equilíbrio, pois, o Plano Espiritual Superior nos assiste e nos fiscaliza permanentemente.

SUCESSÃO, APERFEIÇOAMENTO, DIVERSIDADE DAS RAÇAS E POVOAMENTO DA TERRA

A história nos conta a trajetória das raças humanas ao longo dos séculos e milênios. Como tudo em nosso mundo, as raças humanas aparecem, se desenvolvem, atingem o ápice da evolução e terão também o período de decrescimento e extinção. É a renovação como lei.

Somos todos da espécie humana e irmãos em Deus. O homem que surgiu em determinada região geográfica, com um clima peculiar daquela região, estimulando vida e hábitos diferentes de outros que surgiram em outras localidades, explicam as diferenças físicas e morais que distinguem as variedades da raça humana.

Esta diversidade proporciona ao Espírito em evolução oportunidades inúmeras de aprendizado, evolução e progresso, não só do Espírito, como da sociedade da qual ele pertence, ou poderá pertencer.

OBSTÁCULOS A REPRODUÇÃO

A reprodução dos seres vivos é uma Lei Natural e corresponde a necessidade no mecanismo da evolução.

O homem usando sua inteligência e capacidade de discernimento pode adotar certas precauções para regulá-la.

A reprodução excessiva de determinadas plantas ou animais pode ser nociva e prejudicial ao homem, nesse caso, pode-se perfeitamente impedir ou regular a reprodução.

Deus dotou o homem de inteligência e raciocínio para que seja seu aliado no equilíbrio das forças na natureza.

Os próprios animais concorrem para a harmonia e o equilíbrio dos seres vivos, pois, ao se nutrirem das espécies animais e vegetais segundo seus instintos de conservação detêm o desenvolvimento excessivo de tais espécies.

No entanto, em se tratando de seres humanos, deve o homem levar em conta sua responsabilidade em adotar métodos para controlar sua reprodução.

Deus permitiu ao homem descobrir os meios para esse controle, o que significa sua aprovação, entretanto, importa saber as razões que levam o homem a assim agir.

Quando a não observação da Lei de Reprodução se traduz por uma ação meramente sensual mostrando a predominância da matéria sobre o Espírito, revela-se sua condição de inferioridade e materialidade.

O homem, em busca de sua relativa perfeição, deve aprender a direcionar seu impulso sexual sublimando-o paulatinamente e de tal forma, que possa transformá-lo em novas fontes de energia.

CASAMENTO E CELIBATO – POLIGAMIA - UNIÃO ESTÁVEL

a) CASAMENTO E CELIBATO

“O casamento ou a união permanente de dois seres, como é obvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua.” (Vida e Sexo - cap. 7 – Emmanuel)

A Doutrina Espírita veio nos ensinai; para grande surpresa nossa, que a verdadeira vida é no Plano Espiritual.

Para as nossas experiências, expiações, provas, oportunidades de trabalho, e estudo, etc. e, sobretudo para o progresso e evolução em todos os aspectos, Deus nos deu as reencarnações.

Por meio das reencarnações, temos a única maneira de progredirmos ate alcançarmos a condição de Espíritos Puros. Condição essa, que todos nos, sem exceção, alcançaremos um dia, conforme promessa de nosso Mestre Jesus. “Sede vos logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito.” (Mt, V:44-48)

O tempo que levaremos para atingir esse objetivo vai variar de Espírito para Espírito, pois é uma tarefa individual.

A união conjugal no Plano Espiritual se da através de almas afins, enquanto no Plano físico essas relações se dão, muitas vezes para reajustar uma situação criada em outras encarnações, onde esses Espíritos têm a oportunidade de se encontrarem para “provarem ou expiarem” através do convívio e com isso evoluírem Espiritualmente, se libertando daqueles laços que os prendiam.

Deus, com sua paciência e misericórdia infinita, aguarda o resultado dos nossos esforços sem nenhuma pressa ou pressão, leve o tempo que levar, mesmo porque, somos imortais. Tivemos um começo, mas não teremos fim.

Antes de retornarmos ao plano físico fazemos um planejamento reencarnatório onde nos comprometemos em receber; acolher e conviver com companheiros de aventuras infelizes com a promessa de socorro e oportunidade de reedificação, com a esperança de elevação, resgate, burilamento e melhoria. O Casamento ou união conjugal é uma dessas oportunidades onde se pode constituir uma família e quitar os débitos obtidos.

Celibato (do latim caelibatus) que significa “não casado” na sua definição literal é uma pessoa que se mantêm solteira, podendo manter relações sexuais, logo não precisa se manter casto. No entanto, o termo é popularmente usado para descrever uma pessoa que escolhe abster-se de atividades sexuais. (Wikipédia - dicionário)

O celibato quando decidido por motivos religiosos ou beneméritos, mediante juramento ou voto sagrado, se o propósito é de se consagrar e servir a coletividade, sem segunda intenção egoísta, esse sacrifício eleva o homem acima de sua condição material e um ato meritório, perante as Leis Divinas.

Contudo, quando o celibato é um ato voluntário, tendo como finalidade a fuga das responsabilidades que a constituição familiar exige, não pode ser considerado um estado ideal “... Os que vivem assim por egoísmo desagradam a Deus e enganam a todos (LE - pergunta 698)

b) POLIGAMIA

“Poligamia, do grego “muitos matrimônios”. No reino animal, a poligamia se refere à relação onde os animais mantêm mais de um vínculo sexual no período de reprodução. Nos humanos, a poligamia é um tipo de relacionamento amoroso e sexual entre mais de duas pessoas, por um período significativo de tempo ou por toda a vida. É permitida por algumas religiões e pela legislação de determinados países.”

A poligamia para ser uma lei natural deveria ser universal, mas, no entanto é utilizada, ainda, em alguns países pela legislação humana.

A abolição da prática poligâmica marca o progresso social, pois a monogamia é a união onde proporciona aos cônjuges a oportunidade de se conhecerem afetivamente e se elevarem moralmente através dos princípios de amor e fraternidade, respeito, constituindo a união ideal do raciocínio e do sentimento entre as almas eleitas.

“... o casamento segundo as vistas de Deus tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade...” (LE -pergunta 701)

c) UNIÃO ESTÁVEL

Nossa legislação, bem como a maioria dos outros países, permite a separação dos casais, através do desquite ou divórcio. As leis humanas vão se modificando, procurando acompanhar o progresso da civilização. A Doutrina Espírita concorda com essa posição, ponderando que é preferível a separação oficializada, mesmo porque nesses casos, a separação já é um fato consumado.

Partindo-se do princípio de que não há uniões ao acaso. O divórcio sendo uma lei humana, vem para legalizar um mal maior, ou seja, para interromper compromissos que poderiam causar danos maiores aos cônjuges, onde levaria muito mais tempo para resgatar.

O fato de uma separação em uma encarnação não quer dizer que os Espíritos deixarão de ter aquele compromisso, pois em outra oportunidade virão juntos, para resgatar o que sucumbiram nessa.

Espera-se que haja equilíbrio nos compromissos afetivos entre casais, para que não percam a oportunidade de construir a verdadeira libertação.

Os débitos que contabilizamos ficam gravados dentro de nós, para que em algum momento possamos quitar. O espírita, conhecedor das Leis de Deus, que são misericordiosas, porém justas, deve esforçar ao máximo para manter a união estável, evitando o rompimento.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, questões 50 a 54 e 686 a 701;

KARDEC, Allan -A Gênese - cap. I, parágrafos 31 e 32; cap. VI, parágrafos 7, 24, 28, 32, 48 e 49; cap. VII, parágrafos 7, 24, 28, 32, 48 e 49; cap. X, parágrafos 26 a 30; cap. XI, parágrafos 15, 16, 23, 29, 32, 39, 41 e 42; cap. XII, parágrafos 25 e 26;

KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - questão 142;

KARDEC, Allan - Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVII, itens 7 e II; cap. XXII, itens I a 5; cap. XVII, itens 3 e 10;

PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires, pág. 137;


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quinta-feira, 23 de abril de 2015

5ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

PARÁBOLA DO RICO INSENSATO OU AVARENTO

Um homem rico possuidor de terras, teve grande produção. Pensava consigo mesmo que faria para recolher seus frutos e entendia ser melhor construir celeiros maiores e lá guardar todo o seu produto e todos os seus bens e poderá descansar; comer e beber; por muitos anos. Contudo, Deus lhe disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”.

De que valem tesouros que a traça e a ferrugem corroem? Esta parábola demonstra o quanto o homem contemporâneo esta voltado para as riquezas materiais, esquecendo as espirituais. O Ter é mais forte que o Ser.

Este rico proprietário de terras, esqueceu que o seu verdadeiro tesouro esta no coração, retrato da alma. Aquele a quem Deus concedeu bens materiais tem por obrigação ser útil ao próximo.

Se este homem tivesse ajuntado os tesouros no céu, ou seja, trabalhado em prol dos tesouros da alma, sentimentos e atitudes nobres, ficaria tranquilo no momento que o Senhor o chamasse a Pátria Espiritual, pois teria trabalhado em proveito de si e do próximo.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XVI, item 3;

EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Pensamento e vida - item 17;

LUIZ, André - Conduta Espírita - item 8;

O Espírito da verdade - Diversos Espíritos -item 9;

ALMEIDA, José de Souza - Evangelho Segundo Espiritismo e Parábolas;

SCHUTEL, Caibar e Parábolas e Ensinos de Jesus - Parábola do Avarento;


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quinta-feira, 16 de abril de 2015

5ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

LEI DO TRABALHO

NECESSIDADE DO TRABALHO - LIMITE DO TRABALHO – REPOUSO

NECESSIDADE DO TRABALHO

Todo o universo trabalha e com o homem não seria diferente. O Livro da Gênese demonstra todos os ciclos pelo qual a Terra e o homem passaram e provam que pelo trabalho todos vem para dar continuidade ao trabalho de Deus (LE 674). Quando pensamos na palavra trabalho, logo remetemos nosso pensamento às ocupações materiais que desenvolvemos, contudo, o trabalho vai muito aquém desta simples visão.

Isto demonstra, que para o ser hominal, não somente as atividades materiais, que desenvolvem a inteligência do homem, mas também os trabalhos que desenvolvem a moral, os sentimentos daquele Espírito em evolução, são trabalhos que devem ser realizados ativamente pelo homem.

Quando o homem se entrega a ociosidade à expiação prevalece para que ele seja alertado para a sua melhoria (LE 676). Todo trabalho é útil, toda profissão dedicada à melhoria da sociedade, ao progresso e seu funcionamento dentro da economia do planeta é necessária, alias, em um planeta de provas e expiações, temos de ter atividades diversas que deem oportunidades a todos em suas provas para aprimoramento pessoal. Isto sem contar as diversas atividades direcionadas ao bem de nosso semelhante, que nos auxiliam a desenvolver as várias virtudes e depurar nossos sentimentos.

A oportunidade de trabalho esta em todos os lugares e momentos, mesmo para aqueles homens que estão impossibilitados de trabalhar, por qualquer impedimento, Deus oferece condições de que ele seja útil de alguma maneira, mesmo que através de uma prece direcionada aqueles que lhe auxiliam e participam de sua caminhada.

LIMITE DO TRABALHO. REPOUSO

Na sociedade em que vivemos, não podemos esquecer que nos é dado limite para o trabalho material, e este repouso é necessário ao descanso de nosso corpo físico e da mente, o limite do trabalho é o das forças, isto é, Deus não coloca fardos passados em ombros que não possam aguentar. Muitos homens e mulheres em nossa sociedade, não respeitam este limite, na chamada “corrida do ouro” e trazem para si inúmeras doenças e desequilíbrios.

Há muitos que detêm condições de fornecer ao seu semelhante, ou a comunidade onde vive, oportunidades de progresso e melhoria. Contudo, delas abusa, impondo a aqueles que deveria auxiliar em seu progresso intelecto moral, excessos de trabalho. Já vivenciamos épocas em que o homem escravizava outro homem e, apesar da sociedade estar mais atenta (com relação a leis de proteção aos direitos humanos), hoje ainda encontramos aqueles que sob diversas formas, escravizam seu semelhante, impondo-lhe condições abusivas de trabalho material, transgredindo as Leis Divinas e sendo o responsável por colher os frutos amargos do mau uso de seu livre-arbítrio.

O mais forte trabalhando para o mais fraco, é assim que a nossa vida de relação com o semelhante acontece e não paramos para perceber. São os pais cuidando dos filhos pequenos; são os filhos que devem cuidar dos Pais já idosos; são os mais bem aquinhoados pelos bens materiais que podem e devem proporcionar aos menos abastados, condições de trabalho, onde podem desenvolver suas diversas potencialidades; são os homens dispostos de boa vontade, respeito e amor ao próximo que auxiliam de diversas formas, seu semelhante caído sob o peso das dificuldades.

O mesmo não se da, contudo, com o trabalho moral. Aquele onde o homem desenvolve suas virtudes, no contato com seu semelhante, em todos instantes de sua existência. Para esta atividade, não existe limite, pois a cada instante de nossas vidas podemos aproveitá-lo para sermos um “homem de bem”, como nos ensina Jesus.

Na passagem do evangelho, onde Jesus realizou a cura de um enfermo no tanque de Betsaída, os Judeus veem ao seu encontro e dizem que não era licito realizar curas aos sábados e Jesus deixa-nos uma lição que devemos analisar com muito carinho para aplicá-la em nossas vidas: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo, 5:1-17).

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - questões 674 a 685-a;

CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais;

FRANCO, Divaldo P. - Leis Morais da vida, Cap. III;

EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;

PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- no. 26;

LUIZ, André - Conduta Espírita - item 26.


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terça-feira, 14 de abril de 2015

4ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

PEDI E OBTEREIS

“E quando orais, não haveis de ser como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos dos homens; em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa.”

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e. fechando a porta, ora a teu Pai em secreto; e teu Pai que vê o que se passa em secreto, te dará á paga.”

“E quando orais, não faleis muito como os gentios; pois cuidam que pelo muito falar serão ouvidos.”

“Não queirais, portanto parecer-vos com eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, primeiro que vós lho peçais” (Mateus, VI: 5 8)

A prece é uma demonstração de humildade da criatura para com o Criador; não pode servir de estimulo ao orgulho dos homens.

Recomendando-nos que oremos secretamente, Jesus quer que o sagrado ato da prece seja realizado na maior simplicidade possível e na mais perfeita humildade e harmonia.

A prece não vale pelas palavras com que é formulada, e sim pelo sentimento que a inspira. Não são os lábios que devem orar; mas o próprio coração.

É verdade que o Pai sabe o que é necessário a cada um de nós, antes que lho pecamos. Jesus neste versículo, quer dizer-nos que, velando pela criação inteira, esta a Previdência Divina, que a tudo prove.

Contudo, temos a obrigação de orar, tanto assim que Jesus nos ensina como fazer:

PAI NOSSO QUE ESTÁS NOS CÉUS; SANTIFICADO SEJA O TEU NOME

Iniciamos a prece por um ato de adoração a Deus, pronunciando seu nome sempre com o maior respeito.

VENHA A NÓS O TEU REINO. SEJA FEITA TUA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NOS CÉUS

O reino que desejamos é um mundo, onde todos sejam felizes. É, portanto, nosso dever trabalhar para que haja a maior soma possível de felicidade na terra. Só Deus sabe o que convém a cada um de seus filhos; por conseguinte, devemos conformar-nos com a vontade Divina que rege o Universo.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA, DÁ-NOS HOJE

Rogamos ao Pai celestial os meios de subsistência material e espiritual. A subsistência material conseguimo-la pelo trabalho; e a espiritual, pelo cumprimento, pelo estudo e pelo respeito às leis divinas.

E PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO TAMBÉM PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES

Para recebermos uma graça de nosso Pai, devemos ter iniciativa. Se não procurarmos merecer o favor divino, estacionaremos na estrada do progresso. E se lutarmos para alcançar o auxílio celeste, tanto mais depressa construiremos nossa felicidade.

Todavia, o auxilio divino está sempre subordinado aos atos que praticamos para com o próximo.

Um dos benefícios, que Jesus nos ensina a obtermos de Deus, é o perdão das faltas, que cometemos contra suas leis. Ora se nossos irmãos cometem faltas contra nós; se lhes perdoarmos os prejuízos morais ou materiais que nos causaram, e certo que conseguiremos o perdão de Deus, pelos erros em que incidimos durante nossa encarnação.

Misericórdia para com os outros, a fim de obtermos misericórdia do Pai.

E NÃO NOS DEIXE CAIR EM TENTAÇÃO. MAS LIVRA-NOS DO MAL, ASSIM SEJA.

Pedimos ao Pai as forças suficientes para resistirmos às tentações que se nos apresentam durante a vida; por isso, quando formos tentados, devemos elevar ao Alto o nosso pensamento, donde nos virá o auxilio.

Roguemos ao Senhor que nos livre do mal, mas não o pratiquemos nem por atos, nem por palavras, nem por pensamentos.

“PORQUE SE VOS PERDOARDES AOS HOMENS AS OFENSAS QUE TENDES DELES, TAMBÉM O VOSSO PAI CELESTIAL PERDOARÁ OS VOSSOS PECADOS.”

“MAS SE NÃO PERDOARDES AOS HOMENS, TAMPOUCO O VOSSO PAI VOS PERDOARÁ OS VOSSOS PECADOS”

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XXVII, itens 1 a 15

EMMANUEL, Francisco C. Xavier - Pensamento e vida - item 26

CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais

EMMANUEL, Francisco C. Xavier - Religião dos Espíritos

EMMANUEL, Francisco C. Xavier - O Livro da Esperança - item 1

LUIZ, André, Waldo vieira - Conduta Espírita - item 26

SIMONETTI, Richard - A Constituição Divina

RIGONATTI, Eliseu - O Evangelho dos Humildes

AUTORES DIVERSOS, Waldo vieira/Francisco C. Xavier - O Espírito da Verdade - item 72

VINICIUS, PEDRO DE CAMARGO - Em Busca do Mestre

JOANNA DE ANGELIS, Divaldo P. Franco - Leis Morais da vida - item 2

PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;

PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel - nº 24 e 25;


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quinta-feira, 9 de abril de 2015

4ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

LEI DE ADORAÇÃO

FINALIDADE DA ADORAÇÃO - ADORAÇÃO EXTERIOR - VIDA CONTEMPLATIVA – POLITEÍSMO – SACRIFÍCIOS

FINALIDADE DA ADORAÇÃO

Adorar é gostar muito, extremamente. Essa expressão é empregada para definir o culto a divindade. Adorar a Deus é buscar a comunhão com Ele.

O ato de adoração está contido na lei natural que rege a vida no universo e impulsiona o processo evolutivo das criaturas, independente do grau de Cultura, pois em todas as épocas, todos os povos praticaram, a seu modo, atos de adoração a um Ente Supremo, o que demonstra ser a ideia de Deus inata e universal.

Com efeito, jamais houve quem não reconhecesse intimamente sua fraqueza, e a consequente necessidade de recorrer a alguém, todo poderoso, buscando Lhe o arrimo, o conforto e a proteção, nos transes mais difíceis desta tão atribulada existência terrena.

ADORAÇÃO EXTERIOR

Desde os primórdios vemos alguns núcleos religiosos utilizando a idolatria como tradição fundamental para manter viva a chama da fé.

Esse hábito vinculou-se tão profundamente ao espírito popular que, mesmo o Espiritismo trazendo o conhecimento da fé raciocinada, às vezes encontramos quem substitua ídolos inertes por companheiros de carne e osso.

A Adoração não precisa de manifestações exteriores, pois o que importa é a sinceridade de sentimentos e sua intenção. No entanto, existem aqueles que têm necessidade de imagens, roupas especiais, ritos e gestos para concretizar a adoração.

Tempos houve em que cada família, cada tribo, cada cidade e cada raça tinham os seus deuses particulares, em cujo louvor o fogo divino ardia constantemente nos altares dos templos que lhes eram dedicados.

Em sua imensa ignorância, os homens sempre imaginaram que, tal qual os chefes tribais ou os reis e imperadores que os dominavam aqui na Terra, também os deuses fossem sensíveis as manifestações do culto exterior.

O monoteísmo depois de muito tempo impôs se ao politeísmo, e seria de crer-se que, com esse progresso, compreendendo que o Deus adorado por todas as religiões é um só, os homens passassem, pelo menos, a respeitar-se mutuamente, mas, não foi, porém, o que sucedeu. Os próprios cristãos, séculos pós séculos, contrastando com os ensinos de Jesus, empolgados pelo fanatismo, não hesitaram em trucidar milhares de irmãos que cultuavam Deus de forma diferente.

É necessário compreendermos a impropriedade da adoração exterior de qualquer natureza, fugindo, entretanto da violência, no culto do respeito diante das convicções alheias, de modo a servirmos na libertação mental dos outros pelo bom exemplo.

O tempo e a energia desperdiçados, outrora, a frente de ídolos mortos, devem ser aplicados na edificação do bem desinteressado, de maneira a substancializarmos o ideal religioso, no progresso e na educação, antegozando as realidades da vida Gloriosa.

VIDA CONTEMPLATIVA

A vida contemplativa é inoperante e, portanto sem mérito perante Deus.

Muitas vezes tal opção significa fuga ante as situações sociais, tais como desilusão, fanatismo, fraquezas, dificuldades.

A renúncia ao convívio social, familiar ou a união afetiva só tem mérito se for para servir ao próximo, pois é na convivência diária com seu semelhante, no difícil exercício do amor e do perdão, que se evolui e se expressa a verdadeira adoração a Deus.

Jesus, nosso modelo a ser seguido, orava, porém, muito trabalhou para o reerguimento dos necessitados do corpo e da alma. A fé sem obras é morta.

Para fazer o bem, é sempre necessário a ação da vontade, mas para não fazer o mal bastam frequentemente a inércia e a negligência (ESE cap.XV item 10).

A Doutrina Espírita é objetiva: sempre que o “móvel” da atitude for o egoísmo, nada terá valor.

POLITEÍSMO

O politeísmo foi uma das crenças mais antigas espalhadas pelo mundo, em razão do atraso moral e intelectual da humanidade (era atribuído nome de Deus a tudo o que não se podia explicar como sol, chuva, raios, agricultura, etc.)

A palavra Deus tinha entre os antigos uma acepção muito extensa; não era como em nossos dias uma designação do Senhor da Natureza, mas uma qualificação genérica de todos os seres não pertencentes às condições humanas.

A concepção de um Deus único não poderia existir no homem senão como resultado da aquisição gradual de conhecimento. Porém, em todos os tempos houve homens esclarecidos, que compreenderam a existência de um Deus único.

O Cristianismo, vindo aclarar o mundo com a sua luz divina, fez com que a adoração voltasse para Aquele a que realmente pertence.

SACRIFÍCIOS

Estudando a história das religiões, verifica-se que o oferecimento de sacrifícios a Divindade remonta a um passado que perde-se na noite das idades.

As oferendas, que a principio eram de frutos da terra, passaram a constituir-se de animais e mais tarde em sacrifícios humanos.

Devido seu atraso moral, não conseguiam conceber a Divindade com os atributos da perfeição, acreditando que o holocausto era mais valioso quanto mais importante fosse a vitima (Ver III Livro de Reis, cap. 19 v.22 a 40) (Genesis cap. 22 imolação suspensa de Isaac).

O que nos importa é saber que se naquele tempo os povos eram dominados por instintos animais e por isso geralmente cruéis; ele foi desenvolvendo seu senso moral e modificando a maneira de ver esses sacrifícios.

Deus jamais exigiu sacrifícios. Ele não pode ser honrado com a destruição inútil de sua própria criação (LE 669b), nem mesmo aceitar as macerações e as penitências que certos religiosos impõem a si mesmos.

Usando a razão e o bom senso, concluímos que para agradar a Deus melhor seria transformar a homenagem em ajuda aos necessitados, em consolo para os que sofrem, ou ainda em prece proferida com sinceridade e humildade.

O único sacrifício abençoado por Deus é aquele que se faz por amor e em beneficio do próximo, pois Deus abençoa sempre os que praticam o bem (LE 673).

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Introdução - “O Problema Religioso”. Livro 2°, Cap. IX, questão 537; Livro 3°, cap. II, - questões 647 a 673;

KARDEC, Allan - A Gênese - cap. I, itens 7 a 9; cap. II, itens 5, 7, 17 a 19, 22; C311 XII, itens 43, cap. XIII, item 18;

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. I, itens 1 a 5 e 9; cap. X, item 7; cap. XV, itens 3, 6; 10 e 13; cap. XIX, itens 11 e 12; cap. XXIII, itens 9 a 14;

KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I; cap. II; questões 161 e 162;


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terça-feira, 7 de abril de 2015

3ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

MÃOS LAVADAS

“Então chegaram a ele uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que violam os teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos quando comem o pão. E ele, respondendo, lhes disse: E vós também, por que transgredis o mandamento de Deus, pela vossa tradição? Porque Deus disse: Honra a teu pai e a tua mãe, e o que amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, morra de morte”.

Vós outros, porém, dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: Toda a oferta que faço a Deus te aproveitará a ti, esta cumprindo a lei. Pois é certo que o tal não honrará a seu pai ou a sua mãe. Assim é que vós tendes feito vão os mandamentos de Deus, pela vossa tradição. Hipócritas, bem profetizou de vós outros, Isaías, quando diz: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração esta longe de mim. Em vão, pois, me honram, ensinando doutrinas e mandamentos que vêm dos homens. E chamando a si as turbas, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem.

Então, chegando-se a ele os discípulos, lhe disseram: Sabes que os fariseus, depois que ouviram o que disseste, fiaram escandalizados?
Mas ele, respondendo, lhes disse: Toda a planta que meu Pai não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os; cegos são, e condutores de cegos. E se um cego guia a outro cego, ambos vêm a cair no barranco. E respondendo Pedro, lhe disse: Explica-nos essa parábola. E respondeu Jesus: Também vós outros estais ainda sem inteligência? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce ao ventre, e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo; porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. “O comer; porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem.” (Mateus, XV: 1-20).

“E quando Jesus estava falando, pediu-lhe um fariseu que fosse jantar com ele, e havendo entrado, sentou-se a mesa. E o fariseu começou a discorrer lá consigo mesmo sobre o motivo por que não se tinha lavado antes de comer: E o Senhor lhe disse: Agora vós outros, os fariseus, limpais o que esta por fora do copo e do prato, mas o vosso interior esta cheio de rapina e de maldade. Néscios, quem fez tudo o que está de fora não fez também o que está de dentro?” (Lucas, XI: 37-40).

Os Judeus haviam negligenciado os verdadeiros mandamentos de Deus, apegando-se a prática de regras estabelecidas pelos homens, e das quais os rígidos observadores faziam casos de consciência. O fundo, muito simples, acabara por desaparecer sob a complicação da forma. Como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração, os homens se iludiam a si mesmos, acreditando-se quites com a justiça de Deus, porque se habituavam a essas práticas e continuavam como eram, sem se modificarem, pois lhes ensinavam que Deus não exigia nada mais. Eis porque o profeta dizia:
“É em vão que esse povo me honra com os lábios, ensinando máximas e mandamentos dos homens”.

Assim também aconteceu com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser deixada em segundo plano, o que faz que muitos cristãos, a semelhança dos antigos judeus, creiam que a sua salvação esta mais assegurada pelas práticas exteriores do que pelas da moral. É a esses acréscimos que os homens fizeram a lei de Deus, que Jesus se refere, quando diz: “Toda a planta que meu Pai não plantou, será arrancada pela raiz”.

A finalidade da religião é conduzir o homem a Deus. Mas o homem não chega a Deus enquanto não se fizer perfeito. Toda religião, portanto, que não melhorar o homem, não atinge a sua finalidade.

Aquela em que ele pensa poder apoiar-se para fazer o mal é falsa ou foi falseada no seu inicio. Esse é o resultado a que chegam todas aquelas em que a forma supera o fundo. A crença na eficácia dos símbolos exteriores é nula, quando não impede os assassínios, os adultérios, as espoliações, as calúnias e a prática do mal ao próximo, seja qual for. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem.

Não é suficiente ter as aparências da pureza, é necessário antes de tudo ter a pureza de coração.

“Porque a sua boca fala o de que está cheio o coração.” (Lucas: 6-45)

“Ouvi e entendei não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”. (Mateus, XV: 1-2o)

É muito mais fácil observarem-se preceitos materiais do que preceitos morais. Isso porque os preceitos materiais se apoiam em finalidades exteriores, em ritos, em ostentação, em exibição, em extravasamento de orgulho, de egoísmo e de vaidade. Ao passo que a observância de preceitos morais apoia na regeneração íntima do indivíduo; sem a reforma íntima não é possível praticá-los.

Por isso, muitos são os que negligenciam as Leis de Deus, apegando se a prática de regras estabelecidas pelos homens. É a esses que Jesus se dirige na lição.

Os preceitos materiais constituem doutrina, regras e convenções moldados segundo a conveniência da casta sacerdotal dominante. Sua finalidade é fazer com que o fundo dos Mandamentos de Deus desapareçam sob a complicação da forma, que melhor lhe convém.

As palavras de Jesus proferidas naquela época continuam atualíssimas. Por isso, segundo se lê em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capitulo VIII, item 1o - “Como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que reformar-se moralmente”, de “lavar as mãos do que limpar o coração, os homens se iludiam a si mesmos, acreditando-se quites com a justiça de Deus, porque se habituavam a essas práticas e continuavam como eram, sem se modificarem, pois lhes ensinam que Deus não exigia nada mais”. Eis porque o profeta dizia: “É em vão que esse povo me honra com os lábios, ensinando máximas e mandamentos dos homens” (Isaias 29: 13).

A transgressão de um preceito higiênico físico em nada é comparado com a transgressão de uma lei moral.

Quando os homens se acomodam e aceitam lideranças sem analisar, todo o resultado é falseado e a fé acaba não se aliando a razão.
Quase sempre, quando inquiridos sobre esta ou aquela razão de agir, não sabem responder, mas continuam fanáticos.

“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Paulo (Romanos, 12:21)

Bibliografia:

1) Kardec, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Cap. VIII, itens 8 a 10;

2)Emmanuel (Espírito), “Segue-me - Lições”, item: O Bem que não foi feito, Os Sábios Reais, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 1 de abril de 2015

3ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

A LEI DIVINA OU NATURAL

CARACTERES, DIVISÃO E CONHECIMENTO DA LEI DIVINA OU NATURAL - O BEM E O MAL

Caracteres da Lei Natural:

O que se deve entender por lei natural?

- A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que deve ou não fazer; e ele é infeliz somente quando se afasta dela. (LE, questão 614).

Todos os fenômenos, físicos e espirituais, regem-se por leis soberanamente justas e sabias, seja no nosso mundo, seja fora dele e em todo o Universo. Tais leis formam, em seu conjunto, o que conhecemos como Lei Divina ou Natural, que é eterna e imutável como o próprio Deus.

Embora possamos pensar, em razão de uma análise superficial, que a Lei Divina sofra transformações, ela não é mutável. Só as leis estabelecidas pelo homem é que o são, porque são leis imperfeitas e sujeitas as modificações inerentes ao progresso.

À medida que os seres humanos evoluem, quer moralmente, quer intelectualmente, compreendem melhor a Lei Natural e passam a reformular antigos conceitos. Para isso, no entanto, fazem-se necessárias numerosas existências corporais, até que cheguem à categoria de Espíritos Superiores ou a categoria de Espíritos Puros, quando reunirão os conhecimentos indispensáveis a esse mister.

Divisão da Lei Natural:

A Lei Natural abarca dois tipos principais de leis:

I. As leis físicas, que regulam o movimento e as relações da matéria bruta e cujo estudo pertence ao domínio da Ciência propriamente dita.

II. As leis morais, que dizem respeito ao homem considerado em si mesmo e em suas relações com o Criador e com os seus semelhantes.

Apesar de a Lei Natural compreender tudo o que existe na obra da criação, a maioria dos homens; no estágio evolutivo em que nos encontramos, não a conhece bem. É por isso que em todas as épocas da história humana tem Deus enviado ao planeta Espíritos missionários que, reencarnados nas diferentes áreas do saber, vêm até nós para no-la ensinar.

Desde as épocas mais remotas a Ciência tem-se dedicado exclusivamente ao estudo dos fenômenos do mundo físico, suscetíveis de serem examinados pela observação e pela experimentação, deixando a cargo da Religião o trato das questões metafísicas e espirituais.

Com o progresso intelectual verificado nos últimos tempos ocorreu um distanciamento pronunciado entre a Ciência e a Religião, coisa que não deveria se dar, porque ambas são expressões da Lei Natural, a que todos nós estamos submetidos.

Quanto mais o homem desenvolve suas faculdades intelectuais e aprimora suas percepções espirituais, tanto mais ele se vai inteirando de que o mundo físico, esfera de ação da Ciência, e a ordem moral, objeto especulativo da Religião, guardam intimas e profundas relações, concorrendo ambas para a harmonia universal, mercê das leis sábias, eternas e imutáveis que os regem; como sábio, eterno e imutável é o Seu legislador.

É assim que podemos verificar, sobretudo nos últimos anos, que a importância de determinados valores especialmente caros a ideia religiosa - como o afeto, a religiosidade, o amor e a solidariedade - tem sido comprovada por meio de pesquisas realizadas por vultos eminentes da Ciência terrena, fato que concorre para que se concretize um dia, que não esta distante, a aliança entre a Ciência e a Religião, antevista por Allan Kardec na passagem seguinte:

“São chegados os tempos em que os ensinos do Cristo devem ter a sua execução; em que o véu propositadamente lançado sobre alguns pontos desses ensinos deve ser erguido; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual, e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, reconheça que estas duas forças se amparam uma a outra e seguem harmonicamente, prestando-se mútuo auxílio. A Religião, já não sendo mais desmentida pela Ciência, adquirirá então uma força invulnerável, porque estará de acordo com a razão e terá a seu favor a irresistível lógica dos fatos.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 1, item 8).

Conhecimento da Lei Natural:

O Conhecimento da Lei Divina ou Natural faz parte do progresso espiritual do homem. Revelada através dos tempos gradualmente, não se submete as injunções transitórias das paixões humanas, que sempre desejaram padronizá-las à sua própria vontade, submetendo-a a sua desonesta determinação.

Rodolfo Calligaris, no seu livro “As Leis Morais”, no capítulo “As leis morais da vida”, nos ensina que: “Ninguém contesta ser absolutamente indispensável habituar-nos pouco a pouco, com a intensidade da luz para que ela nos deslumbre e nos deixe cegos. A verdade, do mesmo modo, para que seja útil precisa ser revelada de conformidade com o grau de entendimento de cada um de nós; daí não ter sido imposta. Ela sempre está ao alcance de todos, igualmente dosada”.

Por outro lado não basta que apenas nos informemos a respeito da lei divina. E necessário que a compreendamos no seu verdadeiro sentido, para que possamos observá-la. Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue.

Por compreender isso foi que Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios (13:11), se expressou desta forma:

“Quando eu era menino, falava como menino, julgava como menino, discorria como menino; mas depois que cheguei a ser homem feito deixei de lado as coisas que eram de menino”.

Eis aqui, outra contribuição do Espiritismo a humanidade, pois segundo ensinamentos, em todas as épocas e em todos os quadrantes da Terra, sempre houve homens de bem inspirados por Deus para auxiliarem a marcha evolutiva da humanidade. Dentre todos, porém, foi Jesus o modelo da misericórdia divina.

O Bem e o Mal:

Conceito:

Bem - Designa, em geral, o acordo entre o que uma coisa é com o que ela deve ser. É a atualização das virtualidades inscritas na natureza do ser. Relaciona-se com perfeito e com perfectibilidade. Segundo o Espiritismo, tudo o que está de acordo com a lei de Deus.

Mal - Para a moral, é o contrario de bem. Aceita-se, também, como mal, tudo o que constitui obstáculo ou contradição a perfeição que o homem é capaz de conceber, e, muitas vezes, de desejar. Segundo o Espiritismo, tudo o que não está de acordo com a lei de Deus.
Na questão 629 de LE, os Espíritos nos apresentam a definição de moral: “A moral é a regra de conduta e, portanto da distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observação da lei de Deus. O homem se conduz bem quando faz tudo tendo em vista o bem e para o bem de todos, porque então observa a lei de Deus”.

O escuro é ausência da luz. “Faça-se a luz e a luz se fez” (VT, Genesis, cap.1); a infelicidade é a ausência da felicidade; o frio é a ausência do calor, o mal é a ausência do bem, assim como ódio é a ausência do amor; portanto, não existem a escuridão, a infelicidade e o mal e muitos menos o ódio. Podemos ter certeza que nossos inimigos são aquelas pessoas que ainda não descobriram que nos amam.

De acordo com a Doutrina Espírita, o problema do bem e do mal está relacionado com as leis de Deus e o progresso alcançado pelo Espírito ao longo de suas varias encarnações.

Muitos pensam que Deus, que é o criador do mundo e de tudo o que existe, também é o criador do mal. Para tanto, as religiões dogmáticas elaboraram uma série de raciocínios sobre a demonologia, ou seja, o tratado sobre o diabo. Baseando-nos nessas imagens, seriamos forçados a crer que existem dois deuses, digladiando-se reciprocamente. A lógica e os ensinamentos espíritas apontam-nos, porém, para a existência de um único Deus, que é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Como um de seus atributos é ser infinitamente bom, Ele não poderia conter a mais insignificante parcela do mal. Assim, Dele não pode provir à origem do mal.

Mas o mal existe e deve ter uma origem.

O mal existe e tem uma causa. Há, porém, males físicos e morais. Há os que não se pode evitar (flagelos) e os que se podem evitar (vícios).

Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provém do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo.

No que tange aos flagelos naturais, o homem recebeu a inteligência e com ela consegue amenizar muito desses problemas.

No sentido moral, o mal só pode estar assentado numa determinação humana, que se fundamenta no livre-arbítrio.

Enquanto o livre-arbítrio não existia, o homem não cometia o mal, porque não tinha responsabilidades pelas suas ações. O livre-arbítrio é uma conquista do Espírito e, consequentemente gera nossas escolhas.

Não podemos esquecer que “fazer o bem não é apenas ser caridoso, mas ser útil na medida do possível, sempre que o auxilio se faça necessário”. (LE questão 643).

Allan Kardec diz acertadamente que toda religião que não melhora o homem não atinge a sua finalidade. A pureza verdadeira é sempre a pureza moral, a única que aprimora o Espírito.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3°, cap. I, questões 614 e 647/648;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. III, itens 1 a 10; cap. XI, itens 33e 34; cap. XV item 2;

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XV, itens 4, 5 e 6; cap. XVII, itens 1 a 3 e 7;

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