CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

3ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

A LEI DIVINA OU NATURAL

CARACTERES, DIVISÃO E CONHECIMENTO DA LEI DIVINA OU NATURAL - O BEM E O MAL

Caracteres da Lei Natural:

O que se deve entender por lei natural?

- A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que deve ou não fazer; e ele é infeliz somente quando se afasta dela. (LE, questão 614).

Todos os fenômenos, físicos e espirituais, regem-se por leis soberanamente justas e sabias, seja no nosso mundo, seja fora dele e em todo o Universo. Tais leis formam, em seu conjunto, o que conhecemos como Lei Divina ou Natural, que é eterna e imutável como o próprio Deus.

Embora possamos pensar, em razão de uma análise superficial, que a Lei Divina sofra transformações, ela não é mutável. Só as leis estabelecidas pelo homem é que o são, porque são leis imperfeitas e sujeitas as modificações inerentes ao progresso.

À medida que os seres humanos evoluem, quer moralmente, quer intelectualmente, compreendem melhor a Lei Natural e passam a reformular antigos conceitos. Para isso, no entanto, fazem-se necessárias numerosas existências corporais, até que cheguem à categoria de Espíritos Superiores ou a categoria de Espíritos Puros, quando reunirão os conhecimentos indispensáveis a esse mister.

Divisão da Lei Natural:

A Lei Natural abarca dois tipos principais de leis:

I. As leis físicas, que regulam o movimento e as relações da matéria bruta e cujo estudo pertence ao domínio da Ciência propriamente dita.

II. As leis morais, que dizem respeito ao homem considerado em si mesmo e em suas relações com o Criador e com os seus semelhantes.

Apesar de a Lei Natural compreender tudo o que existe na obra da criação, a maioria dos homens; no estágio evolutivo em que nos encontramos, não a conhece bem. É por isso que em todas as épocas da história humana tem Deus enviado ao planeta Espíritos missionários que, reencarnados nas diferentes áreas do saber, vêm até nós para no-la ensinar.

Desde as épocas mais remotas a Ciência tem-se dedicado exclusivamente ao estudo dos fenômenos do mundo físico, suscetíveis de serem examinados pela observação e pela experimentação, deixando a cargo da Religião o trato das questões metafísicas e espirituais.

Com o progresso intelectual verificado nos últimos tempos ocorreu um distanciamento pronunciado entre a Ciência e a Religião, coisa que não deveria se dar, porque ambas são expressões da Lei Natural, a que todos nós estamos submetidos.

Quanto mais o homem desenvolve suas faculdades intelectuais e aprimora suas percepções espirituais, tanto mais ele se vai inteirando de que o mundo físico, esfera de ação da Ciência, e a ordem moral, objeto especulativo da Religião, guardam intimas e profundas relações, concorrendo ambas para a harmonia universal, mercê das leis sábias, eternas e imutáveis que os regem; como sábio, eterno e imutável é o Seu legislador.

É assim que podemos verificar, sobretudo nos últimos anos, que a importância de determinados valores especialmente caros a ideia religiosa - como o afeto, a religiosidade, o amor e a solidariedade - tem sido comprovada por meio de pesquisas realizadas por vultos eminentes da Ciência terrena, fato que concorre para que se concretize um dia, que não esta distante, a aliança entre a Ciência e a Religião, antevista por Allan Kardec na passagem seguinte:

“São chegados os tempos em que os ensinos do Cristo devem ter a sua execução; em que o véu propositadamente lançado sobre alguns pontos desses ensinos deve ser erguido; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual, e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, reconheça que estas duas forças se amparam uma a outra e seguem harmonicamente, prestando-se mútuo auxílio. A Religião, já não sendo mais desmentida pela Ciência, adquirirá então uma força invulnerável, porque estará de acordo com a razão e terá a seu favor a irresistível lógica dos fatos.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 1, item 8).

Conhecimento da Lei Natural:

O Conhecimento da Lei Divina ou Natural faz parte do progresso espiritual do homem. Revelada através dos tempos gradualmente, não se submete as injunções transitórias das paixões humanas, que sempre desejaram padronizá-las à sua própria vontade, submetendo-a a sua desonesta determinação.

Rodolfo Calligaris, no seu livro “As Leis Morais”, no capítulo “As leis morais da vida”, nos ensina que: “Ninguém contesta ser absolutamente indispensável habituar-nos pouco a pouco, com a intensidade da luz para que ela nos deslumbre e nos deixe cegos. A verdade, do mesmo modo, para que seja útil precisa ser revelada de conformidade com o grau de entendimento de cada um de nós; daí não ter sido imposta. Ela sempre está ao alcance de todos, igualmente dosada”.

Por outro lado não basta que apenas nos informemos a respeito da lei divina. E necessário que a compreendamos no seu verdadeiro sentido, para que possamos observá-la. Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue.

Por compreender isso foi que Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios (13:11), se expressou desta forma:

“Quando eu era menino, falava como menino, julgava como menino, discorria como menino; mas depois que cheguei a ser homem feito deixei de lado as coisas que eram de menino”.

Eis aqui, outra contribuição do Espiritismo a humanidade, pois segundo ensinamentos, em todas as épocas e em todos os quadrantes da Terra, sempre houve homens de bem inspirados por Deus para auxiliarem a marcha evolutiva da humanidade. Dentre todos, porém, foi Jesus o modelo da misericórdia divina.

O Bem e o Mal:

Conceito:

Bem - Designa, em geral, o acordo entre o que uma coisa é com o que ela deve ser. É a atualização das virtualidades inscritas na natureza do ser. Relaciona-se com perfeito e com perfectibilidade. Segundo o Espiritismo, tudo o que está de acordo com a lei de Deus.

Mal - Para a moral, é o contrario de bem. Aceita-se, também, como mal, tudo o que constitui obstáculo ou contradição a perfeição que o homem é capaz de conceber, e, muitas vezes, de desejar. Segundo o Espiritismo, tudo o que não está de acordo com a lei de Deus.
Na questão 629 de LE, os Espíritos nos apresentam a definição de moral: “A moral é a regra de conduta e, portanto da distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observação da lei de Deus. O homem se conduz bem quando faz tudo tendo em vista o bem e para o bem de todos, porque então observa a lei de Deus”.

O escuro é ausência da luz. “Faça-se a luz e a luz se fez” (VT, Genesis, cap.1); a infelicidade é a ausência da felicidade; o frio é a ausência do calor, o mal é a ausência do bem, assim como ódio é a ausência do amor; portanto, não existem a escuridão, a infelicidade e o mal e muitos menos o ódio. Podemos ter certeza que nossos inimigos são aquelas pessoas que ainda não descobriram que nos amam.

De acordo com a Doutrina Espírita, o problema do bem e do mal está relacionado com as leis de Deus e o progresso alcançado pelo Espírito ao longo de suas varias encarnações.

Muitos pensam que Deus, que é o criador do mundo e de tudo o que existe, também é o criador do mal. Para tanto, as religiões dogmáticas elaboraram uma série de raciocínios sobre a demonologia, ou seja, o tratado sobre o diabo. Baseando-nos nessas imagens, seriamos forçados a crer que existem dois deuses, digladiando-se reciprocamente. A lógica e os ensinamentos espíritas apontam-nos, porém, para a existência de um único Deus, que é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Como um de seus atributos é ser infinitamente bom, Ele não poderia conter a mais insignificante parcela do mal. Assim, Dele não pode provir à origem do mal.

Mas o mal existe e deve ter uma origem.

O mal existe e tem uma causa. Há, porém, males físicos e morais. Há os que não se pode evitar (flagelos) e os que se podem evitar (vícios).

Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provém do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo.

No que tange aos flagelos naturais, o homem recebeu a inteligência e com ela consegue amenizar muito desses problemas.

No sentido moral, o mal só pode estar assentado numa determinação humana, que se fundamenta no livre-arbítrio.

Enquanto o livre-arbítrio não existia, o homem não cometia o mal, porque não tinha responsabilidades pelas suas ações. O livre-arbítrio é uma conquista do Espírito e, consequentemente gera nossas escolhas.

Não podemos esquecer que “fazer o bem não é apenas ser caridoso, mas ser útil na medida do possível, sempre que o auxilio se faça necessário”. (LE questão 643).

Allan Kardec diz acertadamente que toda religião que não melhora o homem não atinge a sua finalidade. A pureza verdadeira é sempre a pureza moral, a única que aprimora o Espírito.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3°, cap. I, questões 614 e 647/648;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. III, itens 1 a 10; cap. XI, itens 33e 34; cap. XV item 2;

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XV, itens 4, 5 e 6; cap. XVII, itens 1 a 3 e 7;

Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário