CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

5ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Parábolas e Ensinamentos de Jesus Sobre a Misericórdia Divina e a Necessidade da Vigilância

A Parábola do Filho Pródigo, A Parábola da Ovelha Perdida, Ajuda-te que o Céu te Ajudará.

A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

“Um homem tinha dois filhos, O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu a herança entre eles. Poucos dias depois, juntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa.
E gastou tudo. Sobreveio aquela região uma grande fome e ele começou a passar privações. Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus campos cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E caindo em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai tem pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar meu pai e dizer-lhe: ‘Pai pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai.
Ele estava ainda ao longe, quando seu pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado! E começaram a festejar.
Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde’. Então, ele ficou com muita raiva e não queria entrar; seu pai saiu para suplicar-lhe. Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!’
Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estas sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado’!”. (Lc 15:11-32).

Esta é uma das mais belas e conhecidas parábolas contadas por Jesus, e nos traz a oportunidade para meditarmos acerca de uma infinidade de sentimentos ainda arraigados nos corações humanos: o egoísmo, a indiferença em relação aos dons recebidos, a inveja, o ciúme, a ausência de compaixão.

Ressalta ainda a importância do perdão e da busca da transformação interior, e, principalmente, mostra a presença infalível da Bondade, da Misericórdia e da Justiça Divinas.

Nesta alegoria trazida pelo Mestre, temos três figuras centrais: o pai representa Deus e os dois filhos simbolizam a Humanidade em suas diversas faces:

O filho pródigo é o dissipador, “sem juízo”, extremamente ligado à materialidade, aos gozos terrenos, mas que depois se torna o filho que ao cair em si e ao reconhecer que todo o seu sofrimento foi fruto de suas más escolhas, retoma arrependido e procura o perdão do pai, que o recebe com alegria e compaixão.

O filho obediente é aquele que cumpre seus deveres, mas, no fundo, é ciumento, egoísta, sem compaixão: “Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos”. Revoltado nega-se a compreender e aceitar a misericórdia do pai: “(...) Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado”.

Podemos ainda extrair deste contexto:

- A “herança” é a potencialidade do Espírito, os “talentos”, os recursos que Deus oferece-nos para que os transformemos em qualidades espirituais plenas e os utilizemos para a prática do Bem;

- A “região longínqua” é o nosso distanciamento da Lei Divina, quando escolhemos dissipar os bens que o Pai ofertou-nos, perdendo oportunidades valiosas de crescimento;

- A “fome”, que o filho sofre depois de uma vida de devassidão, é a ausência dos valores espirituais, de amor, daquilo que existe com fartura na Casa do Pai;

- Voltar a “Casa do Pai” significa reencontrar-se e buscar o amparo da Lei Divina, buscar a Misericórdia Divina, ou seja, o reencontro com o Pai Criador.

Esta parábola oferece-nos inúmeros ensinamentos para nossa reflexão. Como estamos todos submetidos à Lei de Ação e Reação, criamos, para nós mesmos, situações felizes ou infelizes, segundo as nossas escolhas. Por vezes, deixamos de observar as Leis de Deus e utilizamos o nosso livre arbítrio de forma errônea; saímos em busca das ilusões mundanas, pensando, assim, encontrar a felicidade.

Jesus mostra-nos a necessidade de cultivarmos a humildade para voltar atrás, de reconhecer o erro e pedir perdão; de buscar a coragem para recomeçar.

A experiência do sofrimento traz-nos sabedoria quando a lição é aprendida. Não importa quantas reencarnações já tivemos e ainda teremos, nem as opções equivocadas que fizemos; por mais graves que tenham sido, voltaremos a Casa do Pai, ao encontro do Amor e da felicidade: o Pai sempre nos oferece infinitas oportunidades de refazermos os nossos aprendizados.

O Pai jamais repudia o filho que errou e volta arrependido, ou mesmo o filho que teve uma atitude egoísta e impiedosa para com seu irmão: respeita o tempo de cada um.

É isto que o irmão mais velho do filho pródigo ainda não podia entender: a alegria de seu pai, simbolizando o Amor Incondicional do Pai Criador, quando conscientemente o filho pródigo retornou ao caminho do Bem: “... pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado...”

Na obra “Parábolas e Ensinos de Jesus”, Cairbar Schutel discorre: “Quando a criatura humana, num momento de irreflexão se afasta de Deus, e, dissipando os bens que o Criador a todos doou, se entrega a toda sorte de dissoluções, a dor e à miséria, esses terríveis aguilhões do Progresso Espiritual ferem rijo a sua alma orgulhosa até que, num momento supremo de angústia, ela possa elevar-se para Deus e deliberar reentrar no caminho da perfectibilidade. É então que, como o Filho Pródigo, o homem transviado, tocado pelo arrependimento, volta-se para o Pai carinhoso e diz. ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho...’ E Deus, nosso amoroso Criador que já o havia visto em caminho para Ele se aproximar e rogar; abre aquele filho as portas da regeneração e lhe faculta todas as dádivas, todos os dons necessários para esse grandioso trabalho da perfeição espiritual.”

Esta parábola, em última análise, desperta-nos para ver quão infinita é a Misericórdia Divina.

Nós próprios, precisamos lembrar, quando nos afastamos da Lei Divina, também nos tornamos filhos pródigos. Porém, quando despertamos, percebemos o engano cometido e buscamos corrigi-lo, somos sempre bem-vindos a “Casa do Pai”.

Essa certeza, desperta-nos, ainda, para o desejo de agir fraternalmente, acolhendo, segundo nossas possibilidades, todos aqueles “filhos pródigos” que encontrarmos pelo caminho, ajudando-os a também reencontrarem o caminho da “Casa do Pai”.

A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA (OU DESGARRADA)

“Qual de vós, tendo cem ovelhas e perder uma, não abandona as noventa e nove no deserto e vai em busca daquela que se perdeu, até encontrá-la? E achando-a, alegre a põe sobre os ombros e, de volta para casa, convoca os amigos e os vizinhos, dizendo-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida! Eu vos digo que do mesmo modo haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” (Lc 15:4-7).

A “Parábola da Ovelha Perdida” traz ensinamentos semelhantes ao da “Parábola da Dracma Perdida”:

- o empenho da Espiritualidade em nos proteger;

- a inexistência de erro que não possa ser reparado;

- a inexistência de condenação por toda a eternidade;

- alegria dos Benfeitores Espirituais quando “somos encontrados”.

Desde o Velho Testamento encontramos a mesma simbologia sobre a Previdência Divina, ou seja, a Proteção Divina que se estende a todos os seus filhos, “as ovelhas”, como vemos em Ezequiel 34:11-12 e 16: “...Certamente eu mesmo cuidarei do meu rebanho e dele me ocuparei. Como o pastor cuida do seu rebanho, quando está no meio das suas ovelhas dispersas, assim cuidarei das minhas ovelhas e as recolherei de todos os lugares por onde se dispersaram em dia de nuvem e escuridão. (...) Buscarei a ovelha que estiver perdida, reconduzirei a que estiver desgarrada, pensarei a que estiver fraturada e restaurarei a que estiver abatida”.

Deus, em Sua Infinita Bondade, é um Pai Amoroso, que respeita a liberdade de escolha de seus filhos, porque, em sua profunda sabedoria, conhece a alma de cada um, e sabe que nenhum Espírito permanecerá eternamente perdido nos desvios do caminho, condenados para sempre ao sofrimento e as trevas da ignorância.

Chegará o momento em que, compreendendo as Leis Divinas, retomaremos a Casa Paterna, e seremos acolhidos com imensa alegria: “haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.”.

É, realmente, confortadora a ideia de que nenhuma ovelha será deixada para trás, que nenhuma ovelha será perdida.

Diferentemente de muitas outras doutrinas, que pregavam ou ainda pregam as penas eternas, o Espiritismo, retirando o véu que encobria o conhecimento sobre nossa condição futura, demonstra que todos alcançarão a felicidade plena.

Não há, assim, almas perdidas, não há segregação definitiva, não há escuridão eterna, todos encontrarão a Luz. Somente a doce voz do Mestre continuara ecoando aos nossos ouvidos chamando-nos persistentemente ao seu encontro.

E vivenciando os ensinamentos do Cristo, procuraremos aqueles que estão à margem, aqueles que foram excluídos, aqueles que foram abandonados e desprezados, aqueles que ainda estão nas trevas. Quando apreendermos verdadeiramente as lições inolvidáveis do Mestre, o meigo Pastor das almas da Terra, poderemos tornar-nos pequeninos pastores, auxiliando-o a conduzir o rebanho terreno rumo a felicidade e a plenitude desejadas.

AJUDA-TE QUE O CÉU TE AJUDARÁ

“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá”. (Mt 7:7-8).

Estas afirmações, pronunciadas por Jesus no Sermão do Monte, fazem-nos refletir:

Bastaria, então, que pedíssemos em prece para que tudo nos fosse concedido?

Naturalmente que não. Imaginemos, por exemplo, se os pais dessem aos filhos tudo que eles quisessem. Não seria, muitas vezes, prejudicial? O bom pai e a boa mãe são aqueles que se importam com o bem estar de seus filhos e buscam orientá-los, a todo o momento, através do “sim” e do “não”.

Em geral, as crianças não conseguem perceber o mal que certas coisas poderiam causar-lhes. No entanto, quando adultas, elas agradecerão aos seus pais por livrá-las do mal quando eram pequenas, e por direcioná-las ao Bem.

Deus, em sua Infinita Sabedoria, sabe o que melhor nos convém. Nem tudo o que queremos nos convém para a nossa melhoria espiritual.

Por isso, o que em realidade devemos pedir?

Lembremos que antes da passagem de Jesus por Israel, naquela região, o que as pessoas costumavam pedir em suas orações era, em geral, coisas materiais, como haviam clamado pela “terra prometida onde abundava o leite e o mel”.

Os ensinamentos de Jesus vêm conclamar-nos a não pedir patrimônios materiais, mas, sim, a força para desenvolvermos as virtudes'. Reflitamos sobre essas virtudes: coragem, resignação, paciência, esperança...

Do que mais precisaríamos?

Se pensarmos em todas as circunstâncias difíceis da vida que nos podem ocorrer, podemos ficar imaginando uma serie de soluções. Mas de todas as soluções que pudermos imaginar, as únicas que realmente serão estáveis, duradouras, e eficazes são nossas disposições íntimas, nossos sentimentos de boa vontade.

Os bens materiais, eventualmente, podem ser perdidos em um único instante. As virtudes, no entanto, jamais se perdem.

Por isso, se orarmos com fervor, receberemos inspirações dos Mensageiros Celestiais que renovarão nossa esperança e nos trarão a sustentação necessária para enfrentarmos qualquer situação que apareça em nosso caminho. Poderemos, assim, vivenciar todas as provações da vida, sem nos abalarmos: o Pai jamais coloca um fardo maior do que aquele que o filho pode carregar.

Em “O Evangelho Segundo O Espiritismo”, cap. XXV item 5, encontramos: “Segundo a compreensão moral, essas palavras significam o seguinte: Pedi a luz que deve clarear o vosso caminho, e ela vos será dada, pedi a força de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistência dos Bons Espíritos, e eles virão ajudar-vos, e, como o anjo de Tobias, vos servirão de guias; pedi bons conselhos, e jamais vos serão recusados; batei a nossa porta, e ela vos será aberta; mas pedi sinceramente, com fé, fervor e confiança; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados as vossas próprias forças, e as próprias quedas que sofrerdes constituirão a punição do vosso orgulho.”

Outro aspecto relevante na afirmarão “Ajuda-te, que o Céu te ajudara” é que, podemos notar, há uma situação condicional, ou seja, a primeira ação é sempre nossa: primeiro temos que nos ajudar, e então o Céu nos ajudará. Para caminharmos adiante, somos nós que temos que dar os primeiros passos.

É preciso que cada um faça a sua parte: para receberem, devem pedir; para acharem, devem buscar; para entrarem, devem bater... Isso significa, em outras palavras, que é preciso trabalhar para conseguir realizar os nossos propósitos.

O trabalho desenvolve a inteligência e gera o progresso!

Essas duas Leis - a Lei do Trabalho e a Lei do Progresso – São Leis Divinas. Kardec, oportunamente, comenta no item três do mesmo capitulo acima citado que: “Se Deus tivesse liberado o homem do trabalho físico, seus membros seriam atrofiados; se o livrasse do trabalho intelectual, seu espírito permaneceria na infância...”

Vemos, pois, que todas as coisas têm um propósito, uma razão de ser, e nós só nos tornamos melhores quando utilizamos nossos dons físicos e intelectuais. Assim, continua o codificador: “...Busca e acharás; trabalha e produzirás; e desta maneira serás filho das tuas obras, terás o mérito da sua realização e serás recompensado Segundo o que tiveres feito.”

Ajudemo-nos: Busquemos o trabalho e o estudo, e o “Céu” nos ajudará.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente os ensinamentos que lhe chamaram a atenção na Parábola do Filho Pródigo.


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 25 de abril de 2017

4ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Parábola do Fariseu e do Publicano, Parábola dos Primeiros Lugares, Quem se Elevar Será Rebaixado.

PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO

“Contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de serem justos, desprezavam os outros: ‘Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente deste modo: ‘Ó Deus, eu te dou graças porque não sou como o resto dos homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como esse publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’ Eu vos digo que este último desceu para casa justificado, o outro não. Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.” (Lc 18:9-14).

Esta parábola apresenta dois personagens principais, que podem, ainda hoje, ilustrar diferentes feições do comportamento humano: o fariseu e o publicano.

Na Introdução de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, item III, Kardec traz-nos informações sobre eles:

- Fariseus: Das disputas teológicas e das interpretações divergentes das escrituras, surgiram, entre os judeus, várias seitas, dentre as quais, a dos fariseus, que era a mais influente: “Observadores servis das práticas exteriores do culto e das cerimônias, tomados de ardoroso proselitismo, inimigos das inovações, afetavam grande severidade de princípios. Mas, sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes dissolutos, muito orgulho e, sobretudo excessivo desejo de dominação...”

- Publicanos: “Eram assim chamados, na Roma amiga, os cavaleiros arrendatários das taxas públicas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, fosse na própria Roma ou em outras partes do Império (...) Os judeus tinham, portanto, horror ao imposto, e, por consequência, a todos os que se encarregavam de arrecadá-lo...”

Jesus chama a atenção para a postura dos dois personagens: o fariseu, à frente, em pé, julgando-se perfeito e cheio de méritos, enquanto, por puro preconceito, desdenhava do publicano.

Qualquer julgamento que tivermos de nosso semelhante, pelas aparências externas, será um ato inconsiderado, superficial, leviano. Não vemos, a propósito, entre as classes mais desprezadas, entre os mais miseráveis e, às vezes, colocados à margem da sociedade, não vemos emergirem grandes almas? Não vemos, muitas vezes, entre os excluídos, aqueles que demonstram nobreza de caráter, humildade e resignação diante da vida? E, do outro lado, não vemos, no seio de muitos grupos dominantes, que se arrogam todo valor e mérito, não vemos entre eles, por vezes, os piores comportamentos, as piores demonstrações de impiedade?

O Mestre disse: “Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos. Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu?” (Mt 7:1-3).

É muito mais fácil enxergarmos o defeito alheio, apontarmos seus erros e julgá-lo com todo o rigor, do que identificarmos e corrigirmos, ou mesmo condenarmos, os nossos próprios enganos.

Já a postura do publicano é em tudo oposta a do fariseu: ficou à distância, de cabeça baixa, humildemente reconhecendo suas imperfeições e pedindo perdão a Deus.

Jesus faz nesta parábola, um paralelo entre o orgulho e a humildade. O orgulho é uma das imperfeições morais mais prevalentes na Humanidade. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. IX, item 9, um Espírito Protetor diz: "O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante a posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere.”

A humildade é a virtude que nos permite o autoconhecimento, e nos traz o sentimento de respeito, referência e submissão a Vontade Divina.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. VII, item II, o Espírito Lacordaire afirma em sua mensagem: “A humildade é uma virtude bem esquecida entre vós. (...) E, no entanto, sem humildade, podeis ser caridosos para o vosso próximo? Oh! não, porque esse sentimento nivela os homens, mostra-lhes que são irmãos, que devem ajudar-se mutuamente, e os encaminha para o bem. Sem a humildade, enfeitai-vos de virtudes que não possuís como se vestísseis um hábito para ocultar as deformidades do corpo. Lembrai-vos D’aquele que nos salva; lembrai-vos da sua humildade, que o fez tão grande e o elevou acima de todos os profetas”.

A parábola leva-nos, também, a refletir sobre as condições da prece para que ela seja eficaz: é imprescindível cultivarmos pensamentos e sentimentos amorosos e fraternos; a humildade e a sinceridade devem estar no coração, nos olhos e nas palavras. Se orarmos apenas com os lábios, enquanto o orgulho domina nossa alma, a prece será vazia e sem objetivo. Busquemos sempre seguir o exemplo de Jesus.

PARÁBOLA DOS PRIMEIROS LUGARES (OU DOS ÚLTIMOS LUGARES)

“Em seguida contou uma parábola aos convidados, ao notar como eles escolhiam os primeiros lugares. Disse-lhes: ‘Quando alguém te convidar para uma festa de casamento, não te ponhas no primeiro lugar; não aconteça que alguém mais digno do que tu tinha sido convidado por ele, e quem convidou a ti e a ele venha a tu dizer: ‘Cede-lhe o lugar deverás, então, todo envergonhado, ocupar o último lugar Pelo contrário, quando fores convidado, ocupa o último lugar de modo que, ao chegar quem te convidou, te diga: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isso será para ti uma honra em presença de todos os convivas. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. (LC 14: 7-11).

Jesus não perdia nenhuma oportunidade de ensinar os valores morais e, nesta ocasião, observando o comportamento dos convidados num banquete na casa de um dos chefes dos fariseus, notou como eles corriam para pegar os primeiros assentos a mesa, cada qual buscando colocar-se em maior evidência do que o outro.

Esse desejo incontrolável de estar em evidência, de se assentar nos primeiros lugares é, ainda hoje, plenamente atual. Existe, de fato, um verdadeiro clamor em nosso mundo incentivando-nos a sermos os primeiros, a sermos os “melhores”, a sempre competirmos com nosso semelhante por posições de destaque...

E muitos dos que correm para pegar esses “primeiros assentos”, na verdade, nem sequer possuem o mérito para ocupar tal posição. Por isso ensina Jesus: “Quando alguém te convidar para uma festa de casamento, não te ponhas no primeiro lugar; não aconteça que alguém mais digno do que tu tenha sido convidado por ele, e quem convidou a ti e a ele venha a te dizer: ‘Cede-lhe o lugar’.”

Mas todo aquele que, ansiosamente, buscar esses “primeiros lugares”, sem merecimento para tal, serão, pois, convidados a ceder o lugar: “Deverá, então, todo envergonhado, ocupar o último lugar”.

O ensinamento de Jesus é valioso. Transcendendo o simbolismo da parábola, e abarcando todas as circunstancias da vida, significa que jamais alguém poderá ficar ocupando um lugar que não lhe pertença. A Lei Divina sempre prevalecera. A certeza dessa verdade traz-nos paz ao coração, pois nos lembra de que não precisamos disputar, acirradamente, pelas coisas materiais, eis que tudo que nos pertença, de acordo com a Lei Divina, será, no devido tempo, entregue a nos. Dir-nos-ão: ‘Amigo, vem mais para cima’.

Busquemos então seguir o exemplo do Mestre, e serem aqueles que vencem as ilusões do mundo, essas miragens por onde muitos já se perderam. “De que vale ao homem ganhar o mundo, se perder sua alma”.
Almejemos, então, serem aqueles que, convictos da Soberana Justiça, da Soberana Bondade, desejam servir antes do que ser servidos!

QUEM SE ELEVAR SERA REBAIXADO

A advertência de Jesus: “Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” é encontrada na “Parábola dos Primeiros Lugares”, na “Parábola do Fariseu e do Publicano”, além das várias ocasiões em que Jesus, falando a multidão que o seguia e a seus discípulos, expos a hipocrisia e a vaidade dos escribas e fariseus.

Jesus coloca sempre, como condição primeira e essencial da felicidade futura, a humildade, que nos facilita o caminho para as outras virtudes espirituais, e aponta o orgulho como o grande obstáculo ao progresso do Espírito.

Quando, certa vez, os discípulos perguntaram-lhe quem era o maior no Reino dos Céus, ele chamou uma criança, colocou-a como exemplo da simplicidade de coração e disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Aquele, portanto, que se tornar pequenino como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus”. (Mt 18:3-4).

Os ensinamentos de Jesus compõem um verdadeiro acervo de verdades que transcendem, ultrapassam, contrariam a lógica dos valores do mundo. E preciso ter humildade e “ouvidos de ouvir” para compreender suas lições.

Devemos também considerar que, por vezes, as palavras podem ter um significado no âmbito dos valores do mundo e outro significado no âmbito dos valores espirituais. Vejamos essas duas palavras: exaltar e humilhar.

Exaltar - De acordo com a sua acepção mais comum, exaltar pode ser o ato de se vangloriar, de se elevar, de se colocar bem no alto.

Muitos, bem o sabemos, fazem isso constantemente, e atribuem a si mesmos títulos e virtudes que não possuem. São, nesse primeiro sentido, “exaltados”.

Há, entretanto, outro sentido para exaltar. É aquele em que alguém, pelo seu real valor, pela sua demonstração continua de estudo, trabalho, esforço, é reconhecido pelo verdadeiro mérito.

Portanto, se, transitoriamente, neste mundo, alguém exaltar a si mesmo ou exaltar alguém sem mérito, isso não ocorrerá no plano espiritual, onde todos serão reconhecidos segundo suas obras.

Humilhar - Em sentido geral humilhar é rebaixar moralmente, oprimir, causar vexame, ultrajar, tratar com menosprezo.

Segundo os Valores mundanos, toda vez que alguém não reage a alguma agressão, que não se levanta de forma imponente, que não responde na mesma moeda aos ataques, é, então, considerado humilhado.

Para o cristão, porém, todos os atos considerados pelo mundo como “humilhação”, em absoluto, não representam humilhação verdadeira, mas, ao contrário, representam o mais puro entendimento da Lei Divina, a mais pura compreensão das lições do Mestre, que nos ensinou a “dar a outra face”, ou seja, a “pagar o mal com o bem”.

Então, podemos sintetizar:

- Quem se elevar (exaltar-se), segundo os valores do mundo, será rebaixado (humilhado), segundo os valores espirituais, e

- Quem se rebaixar (humilhar-se), segundo os valores do mundo, será elevado (exaltado), segundo os valores espirituais.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. VII, item 6, Kardec comenta:

“O Espiritismo vem confirmar a teoria pelo exemplo, ao mostrar que os grandes no mundo dos Espíritos são os que foram pequenos na Terra, e que frequentemente são bem pequenos os que foram grandes e poderosos. E que os primeiros levaram consigo, ao morrer aquilo que unicamente constitui a Verdadeira grandeza no céu, e que nunca se perde: as virtudes; enquanto os outros tiveram de deixar aquilo que os fazia grandes na Terra, e que não se pode levar: a fortuna, os títulos, a gloria, a linhagem.”

Quando recordamos os inesquecíveis exemplos do Mestre, com sua coragem inigualável - a Verdadeira coragem - diante de quem os mais perversos tremiam em seu intimo, eis que reconhecia alguém de imensurável autoridade - a Verdadeira autoridade, a moral - compreendemos que Jesus, por insuperavelmente ter se feito “o menor”, por ter suportado as mais cruéis agressões sem reagir, por ter “oferecido a outra face”, por todos os atos únicos, será exaltado, eternamente, por todos seus discípulos fiéis. Prestemos atenção as suas orientações: “(...) aquele que quiser tomar-se grande entre vós, seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo..." (Mt 20:26-27).

Em “alturas” que nem podemos ainda imaginar, ascendeu o Mestre... Que seu sublime exemplo ressoe pela eternidade!

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como combater o orgulho na nossa vida diária?

Bibliografia:
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Godoy, Paulo Alves - As Maravilhosas Parábolas de Jesus - Ed. FEESP.
- Almeida, José de Sousa e - As Parábolas - Ed. FEESP.
- Calligaris, Rodolfo - Parábolas Evangélicas.
- Schutel, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 18 de abril de 2017

4ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Parábolas e Ensinamentos de Jesus Sobre As Falsas Aparências

A Parábola do Bom Samaritano, O Maior Mandamento, Fora da Caridade Não Há Salvação.

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

“Ele, porém, querendo se justificar disse a Jesus:' ‘E quem é o meu próximo?’ Jesus retomou: ‘Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu no meio de assaltantes que, após havê-lo despojado e espancado, foram-se, deixando-o semimorto. Casualmente descia por esse caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, atravessando esse lugar viu-o e prosseguiu. Certo samaritano em viagem, porém, chegou junto dele, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximou-se, cuidou de suas chagas, derramando óleo e vinho, depois colocou-o em seu próprio animal, conduziu-o a hospedaria e dispensou-lhe cuidados. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: ‘Cuida dele, e o que gastares a mais, em meu regresso te pagarei’. Qual dos três, em sua opinião, foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? ’Ele respondeu: Aquele que usou de misericórdia para com ele’. Jesus então lhe disse." ‘Vai, e também tu, faze o mesmo.’ (Lc 10: 29-37).

Frequentemente os Doutores da Lei provocavam Jesus, para fazê-lo cair em contradição e, então, denegri-lo perante o povo, que sempre o escutava maravilhado. Um dia, um deles, fingindo desconhecer a Lei, perguntou-lhe: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”, porém, Jesus, que conhecia a sua verdadeira intenção, perguntou-lhe: “Que está escrito na lei? Como lês?” Ele, então, respondeu-lhe: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo”. Jesus disse: “Respondeste bem, faze isso e viverás”. O Doutor da Lei, no entanto, não se deu por vencido e disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus contou-lhe, então, a parábola do samaritano.

Por que teria ele feito essa escolha para exemplificar sua lição moral? Vejamos.

Os samaritanos, recordemos, eram os habitantes da Samaria, região onde moravam os dissidentes de Israel, e, apesar de suas crenças terem a mesma origem, tinham profundas divergências de opiniões religiosas com os judeus. Os judeus tradicionalistas, por sua vez, desprezavam os samaritanos, pois acreditavam que eles eram hereges.

Mas Jesus utiliza, exatamente, a figura do samaritano, considerado, então, herético, para demonstrar que aquilo que realmente importa são as ações, e não apenas a devoção às cerimônias e aos rituais; são os atos concretos e não apenas as palavras vazias, sem obras.

Nesta parábola, quem representa o viajante ferido?

O viajante ferido simboliza o nosso próximo, significando qualquer pessoa que encontremos em nosso caminho. Para ser considerado nosso próximo, não existe nenhuma condição, ninguém deve ser excluído, nem por origem, etnia, classe social ou opção religiosa.

O sacerdote e o levita, por outro lado, de quem se esperava muito mais, por terem conhecimento e se julgarem compromissados com a Lei Mosaica, deixaram de auxiliar o desvalido, abandonando-o à sua própria sorte. Voltaram para seus cultos exteriores.

O sacerdote e o levita representam as pessoas que conhecem bem os princípios religiosos, admiram esses princípios em teoria, mas ainda se apresentam orgulhosos e egoístas, sem amor no coração; evitam envolver-se em problemas que os afastem dos seus interesses pessoais. A religião, para eles, não passa ainda de prática exterior, e não é vivenciada no dia-a-dia.

O samaritano, ao contrário, teve uma postura completamente diferente. Encontrou alguém que ele não conhecia, um homem “sem nome”, e reconheceu nele, de pronto, um semelhante necessitado.

Comovido, sentiu compaixão e o socorreu. Fez tudo que estava ao seu alcance, tanto do ponto de vista material quanto moral.

O ensinamento fundamental desta parábola é a prática incondicional da caridade. Conforme expõe Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XV item 3: “Jesus não faz, portanto, da caridade, uma das condições da salvação, mas a condição única.”

É preciso agir como o samaritano e enxergar em todos os semelhantes um irmão, que sente, sofre e ama como nós, evitando assim os preconceitos, e as discriminações. O próximo é qualquer pessoa que necessita da nossa ajuda, da nossa palavra, do nosso sorriso, do nosso estimulo, do nosso cuidado, da nossa proteção, da nossa solidariedade.

Em “Parábolas e Ensinos de Jesus”, Cairbar Schutel escreve: “... Não basta, nem é preciso ser Doutor da Lei, nem sacerdote, nem fariseu, nem católico nem protestante, nem assistir a cultos ou cumprir mandamentos desta ou daquela Igreja, para ter a vida eterna; basta ter coração, alma e cérebro, isto é, ter amor porque o que verdadeiramente tem amor há de auxiliar o seu próximo com tudo o que lhe for possível auxiliar...”.

Aquele que tem verdadeiramente amor, permite que ele transborde de sua alma e faz da caridade o seu lema, aconselhando, protegendo, acolhendo, respeitando, compartilhando, sendo um exemplo vivo de tudo aquilo que diz.

A prática da caridade está ao alcance de todos. Observemos, no nosso dia-a-dia, quantas oportunidades e bênçãos, quantos recursos importantes são colocados ao nosso alcance, para que, agindo dentro dos princípios da moral cristã, possamos conviver fraternalmente com todos nossos semelhantes, como nos ensina o Evangelho do Mestre.

O MAIOR MANDAMENTO

“Os fariseus, ouvindo que ele fechara a boca dos saduceus, reuniram-se em grupo e um deles - a fim de pô-lo à prova - perguntou-lhe: ‘Mestre qual é o maior mandamento da Lei?’ Ele respondeu: ‘Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O Segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.'” (Mt 22:34-40).

Ao analisarmos a História da Humanidade, vemos que inúmeros missionários foram enviados a todos os povos, em todos os tempos, para ensinar o Maior Mandamento. A Regra de Ouro foi ministrada a todos de acordo com a capacidade de compreensão e exemplificação dos enviados. Entretanto, só Jesus, o Mestre, exemplificou-a em sua plenitude.

Quando Moisés trouxe o Decálogo, apresentou-o, articuladamente, ou seja, item por item, para facilitar a interpretação do povo que, sabemos, era ainda bastante rebelde e ignorante. Não havia, portanto, como simplesmente ensinar-lhes que “amassem a Deus sobre todas as coisas”, mas era antes preciso explicar-lhes como fazê-lo: não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobiçarás etc...

Os fariseus e saduceus conheciam plenamente o Decálogo, porém ansiavam por enredar Jesus em alguma resposta que o comprometesse perante o Sinédrio e o povo judeu. Conheciam os mandamentos, mas só os aplicavam quando era de seu interesse. No entanto, Jesus vem não para derrogar a Lei, mas, sim, para lhe dar cumprimento, e sintetiza o Decálogo de forma única e admirável no Maior Mandamento.

É interessante notar, nesta passagem, que sendo Jesus indagado pelos fariseus sobre qual era o Maior Mandamento, respondeu indicando dois mandamentos: o primeiro, amar a Deus sobre todas as coisas, e o Segundo, amar o próximo como a si mesmo.

A verdade é que estão tão interligados que podemos dizer que se trata de um só: é impossível amarmos a Deus, seguirmos as suas Leis, se não amarmos ao próximo, pois amar verdadeiramente a Deus implica em Amor expresso em ações e atitudes, Amor por toda Sua Criação e Suas Criaturas.

Se o Mestre tivesse afirmado que o Maior Mandamento fosse unicamente amar a Deus, isso reforçaria a ideia de uma religiosidade baseada em ritos, oferendas e formalismos: a religião de verbalismos sem obras, fato, aliás, que era circunstância dominante na época.

Não se pode amar verdadeiramente a Deus, sem respeitar e amar a Sua Criação, ou seja, o universo, a nossa casa planetária e tudo o que nela existe, desde a natureza, passando por todos os seres viventes que nela habitam e compartilham conosco esta oportunidade de crescimento e de evolução.

Como bem compreendeu André Luiz: “Mas, entre Deus e você, o próximo é a ponte”. Cada criatura e uma oportunidade bendita de externarmos o nosso amor por Deus, pelo nosso Pai, como nos ensinou o Mestre. Jesus incita-nos a prática do Amor de maneira clara e contundente quando nos orienta a amar o próximo como a nos mesmos.

Mas, reflitamos em que consiste efetivamente o “amar ao próximo como a si mesmo”?

Mais uma vez, a resposta é-nos dada por Jesus: “fazer ao outro o que gostaríamos que nos fizessem”. Isso é muito simples de entender: ora, se tivéssemos fome e não tivéssemos alimento, o que poderíamos querer senão que alguém nos oferecesse algo para comer; e água, se tivéssemos sede; e abrigo, se não tivéssemos onde dormir; atenção, quando tivéssemos algo para falar, e assim por diante.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XI, item 4, Kardec, com muita propriedade, assevera: “Amar o próximo como a si mesmo; fazer aos outros como quereríamos que nos fizessem eis a expressão mais completa da caridade, porque ela resume todos os deveres para com o próximo. Não se pode ter; neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos outros, o que se deseja para si mesmo.”

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

Em todos os tempos, inúmeras foram às religiões e filosofias que afloraram pelo mundo. Essas doutrinas eram mais ou menos elevadas, de acordo com o estágio evolutivo daqueles que as formularam. Umas eram mais fechadas, mais exclusivistas, pertenciam apenas a um grupo, que, muitas vezes, achava-se dono da verdade; outras tinham seus conceitos mais ampliados, e visavam uma coletividade, mas, ainda assim, tinham suas imposições. Todas elas tinham o seu lema, mas, em geral, não alcançavam a totalidade dos Homens.

A Doutrina Espírita com a máxima “Fora da caridade não na salvação” vem ampliar a possibilidade de “salvação” para toda a Humanidade.

Mas o que é a salvação?

Vivemos num mundo de provas e expiações, logo, existem aflições, desilusões, tribulações. Todos nós estamos sujeitos a essas vicissitudes. No entanto, quando compreendemos que há uma lei maior de causa e efeito, e, portanto, ha uma razão justa, mesmo que desconhecida momentaneamente, para as nossas dificuldades, sentimo-nos consolados. Começamos a compreender o alcance do Cristo Consolador, quando disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso.” Eis a salvação! Mesmo neste mundo, quando confiamos em Jesus e nos resignamos a Vontade Divina, o peso do mundo não mais nos oprime!

Por outro lado, pela luz trazida pelo Espiritismo, sabemos que quando deixarmos o plano físico, nossa vida futura será o resultado de nossas escolhas e ações. Se agirmos de forma egoística, indiferentes ao nosso semelhante, frios em relação à dor do próximo, encontraremos, na outra a vida, o “ranger de dentes”.

Entretanto, se praticarmos a caridade Segundo o Mestre ensinou-nos, teremos encontrado o verdadeiro caminho, e, receberemos a “recompensa dos justos”: “A cada um segundo suas obras!” Eis a salvação que está ao alcance de todos nós, independentemente de Credo religioso!

Nesse sentido, encontramos esta bela passagem em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XV item 10: “Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão contidos os destinos dos homens sobre a terra e no céu. Sobre a terra, porque, a sombra desse estandarte, eles viverão em paz; e no céu, porque aqueles que a tiverem praticado encontrarão graça diante do Senhor”.

“(...) Fazei, pois, que, ao vos vendo, se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma e a mesma coisa, porque todos os que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam.” (grifo nosso).

QUESTÃO REFLEXIVA

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Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 11 de abril de 2017

3ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Parábola da Figueira Estéril, Parábola dos Trabalhadores da Última Hora, Os Últimos Serão os Primeiros

PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL (OU DA FIGUEIRA QUE NÃO DAVA FRUTOS)

“Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Veio a ela procurar frutos, mas não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Ha três anos que venho buscar frutos nesta figueira e não encontro. Corta-a; por que há de tornar a terra infrutífera?’
Ele, porém, respondeu: ‘Senhor deixa-a ainda este ano para que cave ao redor e coloque adubo. Depois, talvez, dê frutos... Caso contrário, tu a cortarás'.” (Lc 13:6-9).

Quando contou esta parábola, Jesus estava indo para Jerusalém, que, na época, era a sede do poder econômico, político e religioso do povo judeu, e iria ali se confrontar com uma sociedade onde a injustiça era comum, a força militar era dominante e a religião servia para assegurar os privilégios aos sacerdotes e Doutores da Lei.

O dono da propriedade é Deus e a vinha, a Humanidade, de quem o Pai espera pacientemente os frutos.

A figueira estéril pode simbolizar, a princípio, a sociedade que Jesus encontrou em Jerusalém: uma árvore que tinha folhas, mas não dava frutos e nem alimentava o povo faminto.

Ampliando seu simbolismo, a figueira estéril representa todo aquele que é improdutivo; representa as pessoas que aparentam ser boas, mas, na realidade, nada produzem de bom; representa aqueles que têm a possibilidade de serem uteis, mas são inertes na prática do Bem.

Elas não acolhem o ensino moral de Jesus, assim tomam-se infrutíferas, e por serem inúteis poderiam ser “cortadas”. No entanto, ainda assim, o dono da vinha conceder-lhes-á a oportunidade de receberem cuidados e “adubo”, para que tenham a chance de produzir frutos no futuro.

Estes frutos podem ser representados por todo bom emprego das faculdades humanas que tragam beneficio ao semelhante. Entre essas faculdades, destaca-se a mediunidade, que é um instrumento precioso para gerar bons frutos através da caridade.

Nesse sentido, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XIX, item 10, Kardec faz um alerta aos médiuns, que, em verdade, serve a todos nós: “Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos. (...) Nestes tempos de renovação social, desempenham uma missão especial: São como árvores que devem dispensar o alimento espiritual aos seus irmãos. Por isso, multiplicam-se, de maneira que o alimento seja abundante. (...) Mas se eles desviam de seu fim providencial a faculdade preciosa que lhes foi concedida, se a colocam a serviço de coisas fúteis e prejudiciais, ou dos interesses mundanos; se, em vez de frutos salutares, dão maus frutos; se, recusam-se a torná-la proveitosa para os outros; se nem mesmo para si tiram os proveitos da melhoria própria, então, assemelham-se a figueira estéril”.

Aproveitemos, enquanto é dia, para produzir bons frutos!

PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA (OU DOS TRABALHADORES DA VINHA)

“Porque o Reino dos Céus é semelhante ao pai de família que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. Depois de combinar com os trabalhadores um denário por dia, mandou-os para a vinha. Tornando a sair pela hora terceira, viu outros que estavam na praça, desocupados, e disse-lhes: ‘Ide também vós para a vinha, e eu vos darei o que for justo' Eles foram. Tornando a sair pela hora sexta e pela hora nona, fez a mesma coisa. Saindo pela hora undécima, encontrou outros que lá estavam e disse-lhes: ‘Por que ficais ai o dia inteiro sem trabalhar?’ Responderam: ‘Porque ninguém nos contratou ’. Disse-lhes: Ide, também vós, para a vinha. Chegada a tarde, disse o dono da vinha ao seu administrador.' ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário começando pelos últimos até os primeiros’. Vindo os da hora undécima, receberam um denário cada um. E vindo os primeiros, pensaram que receberiam mais, mas receberam um denário cada um também eles. Ao receber murmuravam contra o pai de família, dizendo.' ‘Estes últimos fizeram uma hora só e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor do sol'. Ele, então, disse a um deles: Amigo, não fui injusto contigo. Não combinamos um denário? Toma o que é teu e vai. Eu quero dar a este ultimo o mesmo que a ti. Não tenho o direito de fazer o que quero com o que é meu? Ou estás com ciúme porque sou bom? Eis como os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.” (Mt 20:1-16).

Nesta parábola, Jesus estará incentivando a injustiça, a discórdia e valorizando a inação? Não seria injustiça pagar o mesmo salário, tanto aos que trabalharam doze horas, como aos que trabalharam nove, seis, três ou uma hora?

Transportando esta parábola para o campo da espiritualidade, teremos: a vinha é um campo de trabalho; o proprietário é Deus, o Pai Criador; os trabalhadores somos nós, a Humanidade, que, nas mais variadas horas de nossa existência, somos convidados ao cultivo das virtudes e a cuidar com dedicação do que nos cabe realizar.

Esta é uma parábola que por seu rico simbolismo traz-nos diversos ensinamentos. Encontramos, assim, na bibliografia espírita, mais de uma forma de interpretá-la.

Atendo-nos ao “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no cap. XX, encontraremos duas interpretações. Vejamos: “O trabalhador da ultima hora tem direito ao salário. Mas, para isso, é necessário que se tenha conservado com boa vontade à disposição do Senhor que o devia empregar; e que o atraso não seja fruto da sua preguiça ou da sua má vontade.”

Como vemos nesta passagem, é ressaltada a condição de disponibilidade, de boa vontade para o trabalho. Refletindo sobre as oportunidades de trabalho que chegam a todos os Homens, notaremos que são muitas as pessoas que desperdiçam inúmeras ocasiões de realizar suas tarefas.

Grande desperdício, repetimos, porque, como nos ensina Doutrina Espírita, a Lei do Trabalho é uma das Leis de Deus. Pelo trabalho alcançamos o progresso intelectual e moral.

O ponto essencial é, repisamos, estarmos disponíveis e de boa vontade, e então a oportunidade aparece, pois, quando nos dispomos a servir, seremos auxiliados pela Espiritualidade Superior a realizar a tarefa que nos compete.

Portanto, não importa qual é a hora que o chamado é feito, mas, sim, a prontidão em atendê-lo. Nesse caso, mereceremos o salário integralmente.

No mesmo capitulo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no item 3, encontramos outra instrução acerca desta parábola: “Últimos a chegar os Espíritas aproveitam o trabalho intelectual dos seus antecessores, porque o homem deve herdar do homem, e porque os trabalhos e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade.”

Segundo a Lei de Progresso, que também é uma Lei Divina, a Humanidade avança, passo a passo, sempre adiante. E, figuradamente falando, como se fosse à construção de um grande edifício que vai se elevando as alturas.

Em relação ao avanço do progresso intelectual é surpreendente o estado a que chegamos em tão pouco tempo. Os avanços científicos e tecnológicos são admiráveis.

Especialmente em relação à condição moral, vemos também que a Humanidade dia a dia vai se aprimorando, e costumes bárbaros, que outrora eram comuns, vão sendo deixados de lado, e vão sendo substituídos por outros mais moderados, elevados.

Os homens, hoje, estão mais receptivos para o conhecimento espiritual. Existe, compilado, um verdadeiro acervo de obras que tratam das verdades espirituais. Mas, lembremos, nem sempre foi assim.

Na antiguidade, era grande a dificuldade para obter esses ensinamentos: os livros eram raros, os professores escassos, o analfabetismo era regra, e o conhecimento superior era fechado, pertencia a alguns iniciados.

Embora existissem essas dificuldades apontadas, sempre existiram os trabalhadores da seara do Mestre.

Mas, os trabalhadores daquela primeira hora precisavam de muito esforço, muitas horas de trabalho, para a propagação das verdades espirituais e, assim, obter o seu salário.

Hoje, os trabalhadores da ultima hora - os Espíritas - recebem, como “herança”, todo o resultado desse trabalho, mas tem o compromisso de levar adiante esse processo, de continuar construindo para que, também, deixem um legado as futuras gerações, sendo assim colaboradores diretos de Jesus nesta fase de transição planetária para um Mundo de Regeneração.

No item 5, do mesmo capítulo já citado, há uma mensagem do Espírito de Verdade, incentivando-nos ao trabalho: “Chegastes no tempo em que se cumprirão as profecias referentes a transformação da Humanidade. Felizes serão os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse, e movidos apenas pela caridade! Suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo do que tenham esperado. Felizes serão os que houverem dito a seus irmãos: ‘Trabalhemos juntos, e unamos nossos esforços, a fim de que o Senhor; na sua vinda, encontre a obra acabada...”

OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XX, item 2 o Espírito Constantino faz uma reflexão sobre as diferentes posturas que um trabalhador poderia adotar.

Em primeiro, há aquele que, com disposição, espera apenas ser chamado para aceitar imediatamente a tarefa. O segundo é preguiçoso e não quer trabalho, mas aceita o salário. E há um terceiro que, além de não se interessar por trabalho algum, usa o seu tempo para fazer o mal, esperando ainda assim ser empregado, propositalmente ao final do dia; a este o Senhor lhe diria: “Não tenho agora nenhum trabalho para ti. Desperdiçaste o teu tempo, esqueceste o que havias aprendido, não sabes mais trabalhar na minha vinha. Cuida, pois, de aprender de novo, e quando te sentires mais bem disposto, vem procurar-me e te franquearei as minhas terras, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia.”

“Aprender de novo” é refazer o caminho, pois em cada nova existência o Espírito retoma com novas oportunidades para fazer a tarefa não cumprida.

Na mesma mensagem, Constantino aconselha os espíritas: “Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores da última hora. (...) Todos viestes quando chamados, uns mais cedo, outros mais tarde, para a encarnação cujos grilhões carregais. Mas há quantos e quantos séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que aceitásseis o convite? Eis chegado, agora, o momento de receber o salário. Empregai bem esta hora que vos resta. Não vos esqueçais de que a vossa existência por mais longa que vos pareça, não é mais do que um momento muito breve, na imensidade dos tempos que constituem para vos a eternidade”.

Os Espíritos possuem relativa liberdade para decidirem seus rumos. Não há, ensina-nos a Doutrina Espírita, determinismo absoluto, pois podemos exercer o livre arbítrio e optarmos pelo caminho que nos agrade.

Assim, segundo suas opções, os Espíritos avançam mais ou menos. Muitos, por livre escolha, permanecem, então, estacionários por anos infindáveis, por vários séculos.

Poderá haver, no entanto, um momento em que aquele que desperdiçou quase todo o seu tempo procurará trabalho e não o encontrará. Isso lhe servira de lição para que aprenda a valorizar as horas. Necessitará, então, de uma nova encarnação para que “aprenda de novo”.

Esse panorama, qual seja: de haver a possibilidade de avançar mais rápido segundo nossas decisões, é, para nós, um estimulo para aproveitamos as horas para o trabalho dignificante.

Há, ainda, um outro aspecto para se interpretar esse ensinamento. O Espírito Henri Heine, no item 3 do mesmo capítulo, diz que os trabalhadores da primeira hora são os profetas, Moisés e tantos outros Espíritos que reencarnaram ao longo dos séculos, auxiliando o progresso espiritual da Humanidade, nas mais diversas atividades terrenas.

Os espíritas, nessa interpretação, são os últimos a chegar, usufruindo do resultado do trabalho dos que vieram antes, e então: “... já não trabalham mais nos fundamentos, mas na cúpula do edifício. Seu salário será, portanto, proporcional ao mérito da obra“.

Essa orientação encerra-se assim: “Este é um dos verdadeiros sentidos desta parábola, que encerra, como todas as que Jesus dirigiu ao povo, as linhas do futuro, e também, através de suas formas e imagens, a revelação dessa magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no universo, dessa solidariedade que liga todos os seres atuais ao passado e ao futuro”.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como podemos contribuir na seara do Mestre, como “trabalhadores da última hora”?

Bibliografia:
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP
- Godoy, Paulo Alves - As Maravilhosas Parábolas de Jesus - Ed. FEESP
- Almeida, José de Sousa e - As Parábolas - Ed. FEESP
- Schutel, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.


Fonte da imagem: Internet Google.