CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 27 de junho de 2023

14ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

SEDE PERFEITOS

“Porque se vós amais senão os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai Celestial é perfeito.” (Mt 5:46-48).

Como é a Perfeição de Deus? É a perfeição absoluta. É principio elementar julgar a causa pelos seus efeitos.

Sendo Deus a inteligência suprema Ele se revela através de suas obras admiráveis e de leis sábias constituindo um conjunto grandioso de harmonia onde há perfeita adequação dos meios aos fins, que se torna impossível não ver por trás de tão portentoso mecanismo a ação de uma Suprema Inteligência.

Ao recomendar que sejamos perfeitos como o Pai celestial, Jesus ensina o amor ao próximo em sua máxima expressão, ou seja, a prática do amor indistintamente, seja aos inimigos, seja aos que nos perseguem e caluniam. 

O verdadeiro amor é uma exteriorização da essência divina que deve existir em si mesma, independente do ser a que é dirigida; é assim que Deus faz brilhar o sol sobre os bons e maus, sobre os justos e injustos. O homem compenetrado de alegria que o sentimento de amor proporciona, pratica o bem pelo bem, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, independentemente da retribuição de quem quer que seja ou de qualquer interesse pessoal. 

Sente-se jubiloso pelo bem que esparge, pelos atos altamente meritórios de fazer feliz a quem quer que seja. O amor ao próximo estendido até o amor aos inimigos é indício de superioridade moral; disso resulta que o grau de perfeição esta na razão direta da extensão do amor ao próximo (ESE, Cap. XVII, item 2); por isso recomenda o Mestre a perfeição, no sentido de estendermos o amor a todos, sem limites e distinção, vivendo assim uma consciência de ordem coletiva e não apenas pessoal. A perfeição, como disse o Cristo, encontra-se inteiramente na prática da caridade sem limites, pois os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde a mais ínfima até a mais elevada (ESE, Cap. XVII, item 1o).

Deve-se, no entanto, entender por essas palavras uma perfeição relativa, aquela de que a humanidade é suscetível, e que mais pode aproximá-la de Deus. Não se deve nunca tomar essas palavras em sua acepção absoluta, pois o ser humano jamais poderá atingir a perfeição absoluta; dado o fato de ser inteligente, ter passado pela materialidade, ele será sempre relativo, ou seja, sempre perfectível. O itinerário da perfectibilidade é, portanto, a destinação dos Espíritos, cuja tendência ao progresso lhes é imanente.

Os Espíritos, sendo individuações da essência divina, possuem identidade de origem e de natureza com Deus. A presença divina lhes é, pois, imanente e possuem em forma de potencial todos os atributos divinos a serem revelados. Cabe-lhes, assim, revelar, tomar manifestas essas potencialidades infinitas, pela conscientização e consequente dinamização delas. “Sede perfeitos” implica em exteriorizar a qualidade infinita da essência oculta que habita o Espírito.

É assim que afirma ainda Jesus “Vos sois deuses” (Jo 10-34), pois cada criatura é uma criação divina, e sua destinação consiste na manifestação cada vez mais grandiosa do que há em si mesmo de divino. Todo o segredo da perfeição, da felicidade esta, portanto, na autoconscientização das potências divinas que caracterizam o Espírito.

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVII, itens 7 a 10;

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

14ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

PERFEIÇÃO MORAL

AS VIRTUDES E OS VÍCIOS - DAS PAIXÕES - DO EGOÍSMO - CARACTERES DO HOMEM DE BEM - CONHECIMENTO DE SI MESMO

AS VIRTUDES E OS VÍCIOS

Na busca por nosso progresso reencarnamos inúmeras vezes, até atingir o mais alto grau de perfeição que comporta nosso planeta. A cada reencarnação temos desafios que, se traduzem em lições a serem refeitas.

Mas, o que significa lições a serem refeitas? O nosso planeta é semelhante a uma escola, com seus vários graus de ensino e diversos tipos de alunos. Todos, sem exceção, começam seus estudos pelo nível mais baixo, porém, a medida que assimilamos os estudos correspondentes a cada série somos promovidos a série seguinte. Há alunos que desejam ardentemente aprender, outros que o fazem por fazer e uns que odeiam estudar e preferem se divertir.

Vê-se então que todos se encontram num mesmo caminho, ou seja, o do aprendizado, porém, cada um trilhando determinado percurso da estrada. Todos têm grandes lições a aprender, e outras, a serem refeitas, estamos em processo de evolução.

As lições a serem refeitas são aquelas que apresentam maior dificuldade de assimilação. Desta forma, temos que nos empenhar mais, estudar com mais afinco, fortalecer nossa vontade de aprender a fim de atingir nossa meta.

Os vícios representam as lições a serem refeitas em nossas vidas.

Para tanto, é importante o autoconhecimento, que identifique sua realidade, seus vícios assim como as virtudes que eventualmente possua.

Quais são? Como identificá-los? Qual possui?

Vamos ao significado das palavras Virtudes e Vícios.

Virtudes: são todos os hábitos que levam o homem para o bem, é uma disposição adquirida voluntariamente para o bem e consiste na boa qualidade moral do homem, Excelência moral, forca interior, retidão, austeridade.

Vícios: ausência das virtudes. São ações que tendem para o mal, os costumes censuráveis, os hábitos perniciosos, entre os quais: o fumo, a gula, o álcool, os abusos sexuais. Já os defeitos consistem nas imperfeições ou desvios das leis morais, como o orgulho e seus filhos: o egoísmo, a inveja, o ciúme, a maledicência, etc.

Todas as virtudes são louváveis, porque implicam no cumprimento da Lei do Progresso. Existem pessoas que fazem o bem espontaneamente, isso é um sinal de progresso realizado. Esses lutaram outrora e triunfaram. Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas ações lhes parecem simplíssimas.

O bem se lhes tomou um hábito. Devidas lhes são as honras que se costuma tributar a velhos guerreiros que conquistaram os seus altos postos. (LE 894)

Há pessoas que demonstram um desinteresse natural pelas coisas materiais, no entanto, o descuido irrefletido de nossos bens constitui sempre falta de juízo.

A riqueza, do mesmo modo que não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também não o é a outros para ser dispersa ao Vento. Representa um depósito de que todos terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lagrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que deram aos que dele não precisavam. (LE 896)

O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma das suas boas ações renderem na vida futura. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender. (LE 897-B)

E útil que nos esforcemos por adquirir conhecimentos científicos, pois, isso nos põe em condições de auxiliar nossos irmãos. Nos intervalos das encarnações, aprenderemos numa hora o que na Terra exigiria anos de aprendizado. Nenhum conhecimento é inútil; todos contribuem para o progresso, porque o Espírito, para ser perfeito, tem que evoluir, e fazer com que o progresso se efetue em todos os sentidos, todas as ideias adquiridas ajudam no desenvolvimento do Espírito.

De dois homens ricos que empregam suas riquezas exclusivamente em gozos pessoais, o mais culpado é aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como frequentemente sucede, já dela não se lembra. (LE 899)

Cuidado ao observar as imperfeições alheias, porque isso é faltar com a caridade. Se o fizer, porém, para auxiliar o próximo para que este possa evitá-lo, esse estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade.

Importa não esquecer, porém, que a indulgência para com os limites de outrem é uma das virtudes contidas na caridade. “Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo”.

Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse é o meio de vos tornardes superiores a ele. Se lhe censurais a avareza, sede generoso; se for orgulhoso, sede humildes e modestos; se for aspereza, sede brandos; se for pequenez, sede grandes. Numa palavra, fazei de maneira que não se vos possam aplicar estas palavras de Jesus: “Vê o argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio”. (LE 903)

DAS PAIXÕES

O princípio que dá origem as paixões não é mau quando bem dosado, e pode levar o homem a grandes feitos. O perigo da paixão esta no excesso da vontade descontrolada, visto que o principio que lhe da origem foi posto no homem para o bem. O abuso que delas se faz é que causa o mal. (LE 907)

As paixões são como um automóvel que, só tem utilidade quando Governado e, se toma perigoso desde que passe a governar. Uma paixão toma-se perigosa a partir do momento em que não podemos governá-la e que resulta um prejuízo qualquer para vos mesmos, ou para outrem. (LE 908)

A paixão é a exageração de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa, e esse excesso se toma um mal, quando tem como consequência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da natureza espiritual. (LE 908, comentário de Kardec)

DO EGOÍSMO

O egoísmo é a fonte de todos os vícios que caracterizam a imperfeição humana. Dele derivam a ambição, o ciúme, a inveja, o ódio, e toda sorte de males que infelicitam a Humanidade, pelas mágoas que produzem, pelas dissensões que provocam e pelas perturbações sociais a que dão ensejo.

O egoísmo funda-se num sentimento exagerado sobre si mesmo, no qual a pessoa deseja que o mundo gire em tomo de si. Ela é o centro das atenções. Esta chaga da humanidade deverá desaparecer da Terra, porque impede o seu progresso moral.

Ao Espiritismo cabe a tarefa de fazê-la elevar-se na hierarquia dos mundos.

Portanto, o egoísmo é o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir Suas armas, Suas forcas e sua coragem. Coragem, porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros.

Que cada qual dedique toda a sua atenção em combatê-lo em si próprio, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias terrenas. Ele é a negação da caridade, e por isso mesmo, o maior obstáculo a felicidade dos homens.

O egoísmo cresce com a civilização e parece até que esta o excita e mantém. Quanto maior é o mal, mais hediondo se torna. É preciso que o egoísmo produza muito mal, para que se faca compreensível a necessidade de extirpá-lo.

Quando os homens se despojarem do egoísmo, viverão como irmãos, sem se fazerem mal algum e auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento mutuo da solidariedade.

CARACTERES DO HOMEM DE BEM

Reconhece-se o verdadeiro homem de bem pela sua elevação espiritual, que é provocada pela compreensão da vida espiritual e pelas suas atitudes evidenciadas na pratica da lei de Deus, ou seja, das leis morais.

Os Espíritos são seres imortais criados por Deus, e possuem uma destinação gloriosa - a perfectibilidade. Para efetivar esse itinerário são dotados de recursos e talentos incontáveis, quais a razão, o amor, o livre-arbítrio.

Assim, o Espírito vai gradativamente, realizando sua caminhada evolutiva, errando e acertando, formando sua bagagem de conhecimentos, pessoal e intransferível, a qual Jesus se refere como verdadeira e que a ferrugem nem a traça consomem.

Nessa caminhada vão se estruturando os sinais que evidenciam o progresso já alcançado pelo Espírito.

Comprova-se, facilmente, a elevação espiritual de um individuo pela sua conduta moral no dia-a-dia.

“O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da vida corpórea constituem a prática da Lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual” (LE 918). Quando vivência espontaneamente as leis naturais, quando se harmoniza com a essência divina que o caracteriza, o grandioso processo de transcendência foi iniciado e novas dimensões se abrem para o ser.

O homem de bem busca continuamente uma auto avaliação de si mesmo, para conscientizar-se de seus atos. Ele pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua mais completa pureza (LE 918). 

Valendo-se da Lei de Liberdade, pratica o bem pela alegria de praticar o bem, e não porque estivesse condicionado por algum castigo ou recompensa.

Se Deus lhe concedeu o poder e a riqueza, administra-os, seguindo a Lei da Caridade, servindo-se deles como um depósito a ser utilizado em proveito de muitos. Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, respeita de fato a Lei de Igualdade, tratando-os com benevolência e respeito, valendo-se da autoridade para apoiá-los moralmente.

Pratica a Lei do Amor ao ser, indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência. Respeita, enfim, nos seus semelhantes, todo o direito decorrente da lei natural, como desejaria que respeitassem os seus (LE 918). 

Busca, enfim, a sua perfectibilidade moral, pois vivência em sua consciência a necessidade de superação em respeito à Lei do Progresso. Ciente da bondade de Deus que se revela em cada criatura, vivência a Lei de Sociedade através da pratica do amor ao próximo, da exteriorização do amor em meio aos homens. O homem de bem edifica sua vida sobre a rocha, pois ao identificar-se com o bem, terá sempre forca interior contra as adversidades da vida.

A parábola da Semente (Marcos, 4:26-29) representa perfeitamente o modo de aproveitarmos as lições do Evangelho para nosso crescimento moral. Realmente, o Reino de Deus é como uma semente. As pessoas têm a opção de aceitá-lo ou ignorá-lo. Esta parábola baseia-se em algo da natureza: o crescimento da semente. Deus é o semeador. As sementes são seus ensinamentos e a terra representa todos nos. Deus lança a semente na terra e seu desejo é de que todas germinem, cresçam e frutifiquem. Entretanto, o solo pode ainda não estar convenientemente, preparado, adubado, e assim a semente não germina. No momento em que esta terra for tratada, adubada a semente vingará e dará frutos. Quando nos despertarmos e conscientizarmos de que somos a terra e, portanto depende de nossa vontade de ser adubada, e tratada para que a semente germine. Somos filhos de Deus e se estamos aqui é porque temos uma grande tarefa. Assim quando oramos: “Venha a nós Vosso Reino” temos que trazer este Reino para dentro de nos e fazer com que ele cresça e se espalhe a nossa volta, ajudando a transformar o mundo. Às vezes podemos ter pressa para que o mundo seja melhor num instante, mas, temos que ter paciência e fazer a cada dia o melhor que nos compete, há um tempo para tudo.

CONHECIMENTO DE SI MESMO

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, afirmou Jesus (João, 8:32). Quanto mais consciente de si, mais livre será o Espírito. Da mesma forma, recomendam os Espíritos que o meio mais prático para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal é o “conhece-te a ti mesmo” (LE 919)

É muito importante a conscientização da necessidade de reforma intima, como meio de transformação interior, de superação dos erros, de acionar a vontade para substituir os vícios por virtudes. No autoburilamento consiste a chave do progresso individual, por isso não se pode mais dispensar o esforço consciente, não se deve mais viver simplesmente seguindo impulsos e instintos.

O primeiro passo para o conhecimento de si mesmo, segundo Santo Agostinho, consiste em interrogar a cada dia a própria consciência e ver se não se faltou ao cumprimento do dever, se ninguém tem nada de se queixar sobre a sua pessoa.

Mas como julgar a si mesmo? A dificuldade esta justamente em conhecer a si próprio. Existe, segundo o Livro dos Espíritos, um meio de controle que não pode enganar: “Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa”. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legitima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça (LE 919a).

É assim que podemos julgar nossas ações segundo uma máxima universal: Não fazer aos outros o que não se deseja para si mesmo.

O que conhecer? Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios. Nossas faltas são sempre justificadas por nos mesmos. É importante a humildade em aceitar as limitações para que se possa crescer e superar-se. Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as mas tendências como arranca as ervas daninhas de seu jardim (LE 919a). No entanto, importa conhecer não somente as limitações mas, sobretudo, as potencialidades, aquilo que existe de divino no Espírito, a forca interior, o amor, a inteligência, a capacidade de transcender a si mesmo.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, questões 893 a 919-a;
KARDEC, Allan -A Gênese - cap. I, parágrafo 38; cap. III; cap. XVIII;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno - Código Penas Futuras;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas - Egoísmo e Orgulho, Causas e Efeitos e Meios de Destruí-las; Da Obsessão e da Possessão, parágrafo 58,
item “Questões e Problemas”, As Expiações Coletivas e ultimo parágrafo;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - questão 132;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VII, item 12; cap. X, itens 9 e 10; cap. XI, itens 11 e 12; cap. XII, itens 1 a 3; cap.
XVII, itens 1 a 4, e, 8; cap. XVIII, item 16;

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 20 de junho de 2023

13ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A MÃO DIREITA

“Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que esta nos céus. - Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”. Jesus (Mateus, 6:1 a 4.)

“Que a não esquerda não saiba o que faz a direita” é uma metáfora alusiva a modéstia real. Entretanto, existe, também, a falsa modéstia que é aquela camuflada, onde existe o ato benévolo, mas de forma discreta assegurasse de alguém esteja testemunhando o seu ato.

A ostentação é o orgulho em ação, e desta forma, será julgado perante seus pares, ou seja, recebera a sua recompensa na Terra, pois Deus não apreciara o seu ato, vez que já foi objeto de avaliação.

“A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito”. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola.

A verdadeira caridade preocupa-se em auxiliar o necessitado sem que ele se sinta humilhado, como se estivesse recebendo uma esmola. Ela figura-se com palavras brandas, espontâneas e afáveis deixando o beneficiado a vontade.

A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras:

“Não saiba a mão esquerda o que da a direita.”

Quando a lei de justiça, caridade e amor ao próximo, reinar na Terra, não haverá mais necessitados, pois a fraternidade suprirá todas as faltas, pois os bens terrenos não terão maior valor do que os espirituais.

A caridade será realizada de forma plena, direta e espontânea, sem melindres e exposição, pois se tornara a pedra angular da fraternidade.

O acúmulo de bens terrenos perdera seu valor abstrato, pois o homem saberá que a vida imortal não pertence a este mundo, que os bens materiais são transitórios e não poderão ser transportados, apenas os bens espirituais que estarão arraigados em seu Espírito e são eternos.

Eis porque Jesus ensinou: “não amontoeis tesouros na Terra, pois são perecíveis, mas amontoai-os nos Céus, onde são eternos”.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XIII, itens l a 3 e Cap. XXV, item 8; tradução de J. Herculano Pires. 14ª edição. São Paulo. Edições FEESP, 1998.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 15 de junho de 2023

13ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE

JUSTIÇA E DIREITO NATURAL - DIREITO DA PROPRIEDADE. ROUBO. - CARIDADE E AMOR AO PRÓXIMO - AMOR MATERNAL E FILIAL

JUSTIÇA E DIREITO NATURAL

Justiça, Segundo o dicionário Houaiss é: “a conformidade com o direito; virtude de dar a cada um o que é seu”.

Justiça no Direito: “Conjunto de normas sociais obrigatórias para assegurar o equilíbrio das funções do organismo social”.

Justiça segundo o Livro dos Espíritos, questão 875, “consiste no respeito aos direitos de cada um”.

A justiça é um sentimento natural, nato, pois Deus quando criou o Ser, Ele implantou esse sentimento em seu coração. E com o progresso moral o homem vai apurando esse sentimento.

Mas até que essa elevação moral se apure, ele acaba por confundir o sentimento real de Justiça, com seus interesses, com suas paixões e tem uma falsa visão de Justiça.

Os direitos são determinados por lei humana e lei natural.

A lei humana é apropriada e adequada aos costumes e as características, daquele momento, para assegurar os direitos dos homens, logo ela é variável, mutável e progressiva.

No Brasil temos uma Constituição Federal que assegura o direito de cada um. Uma das mais completas, quiçá, a mais, acompanhada de várias emendas e Leis complementares.

Essas são as Leis Humanas que asseguram o Direito de cada cidadão dependendo do remendo que ele se enquadre.

De contra partida temos as Leis de Deus; justas, imutáveis e eternas.

Justiça Divina - são as Leis de Deus - Leis Morais. Elas são singelas, generosas, abrangentes, não necessitam de emendas e não tem rasuras.

“Fora do direito consagrado pela Lei Humana, qual a base da Justiça fundada sobre a Lei Natural”?

O Cristo vos disse: “Querer para os outros o que quereis para vós mesmos”. (LE 876)

Com isso Jesus faz aflorar o senso de Justiça que esta dentro de cada um.

Ao contrário das Leis humanas as Leis Divinas não tem emendas e nem complementações.

Homem - Leis Divinas

Para viver em harmonia é necessário estar em conformidade com as Leis de Deus.

Por ser a Justiça uma lei natural, e o homem ter sido criado por Deus, com esse sentimento, ele sempre deseja que seus direitos sejam respeitados. E com esse ensinamento o homem passa a ser mais criterioso em seus julgamentos, desejando o bem para o seu próximo.

Em um mundo de expiação e provas, como o nosso, vemos muitos homens não utilizando a Lei Natural.

Querendo obter vantagens sobre os outros.

E temos uma sociedade perturbada e confusa, pois a Vida social dá direitos e impõe deveres recíprocos.

Mas a medida que o homem vai progredindo moralmente, ele vai se aprimorando e as Leis de Deus vão se fundindo no coração e na sua consciência e as Leis humanas vão chegando cada vez mais próximas a de Deus.

E o segundo maior mandamento se cumprirá: “amar a teu próximo como a ti mesmo”.

O verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, é aquele que pratica o amor ao próximo e a caridade consolidando assim a Verdadeira justiça.

DIREITO DE PROPRIEDADE. ROUBO

O primeiro direito natural do homem é o de viver. Portanto ninguém tem o direito de fazer o contrário.

Durante a trajetória de Vida do homem, até por uma questão de sobrevivência, ele amealha bens: desde o mais miserável ao milionário, ou seja, aquele que nada tem e aquele que tudo possui, para resguardar o seu bem estar atual e o futuro.

Juntar bens para garantir uma Vida melhor é um direito natural.

Se esses bens são conseguidos por meios lícitos e pelo trabalho honesto, ele se constitui em propriedade legitima.

A propriedade legitima esta pautada pelo não prejuízo ao próximo e é ilimitada.

Devemos utilizar esses bens com sabedoria, e na medida do possível, em favor do próximo.

Muitas Vezes, vemos o direito de propriedade ser agredido pela lei humana, onde os homens a manipulam em detrimento de padrões convencionais, porém a lei humana é variável, modificando-se sempre.

Apossar-se de algo que não lhe pertence, não é uma propriedade legítima e vai contra as Leis Divinas e automaticamente você fica submetido à Lei de Ação e Reação, se fez algo de mal ao outro, isso poderá acontecer em algum momento com você.

CARIDADE E AMOR AO PRÓXIMO

Caridade é “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas” LE 886.

Indulgência: Devemos ser tolerantes e compreensivos com os defeitos do próximo.

Não devemos humilhar ou constranger outrem, porque num mundo onde estamos encarnados, nos mesmos vivemos deslizando e desejamos que os outros sejam, indulgentes conosco e o contrário deve ser recíproco.

Benevolência: É ter bom animo em ajudar sem interesse. Utilizando-se de carinho e altruísmo para com o outro.

Perdão: Que não é só esquecer o mal que foi feito, mas não desejar mal a quem pratica.

Perdoar é despojar-se de qualquer sentimento ruim que possa existir no coração.

Perdoar os inimigos não é amá-los com ternura, mas pagar o mal com o bem.

É colocar em prática o que Jesus ensinou “Amai-Vos uns aos outros, como irmãos”.

A caridade em sua mais ampla assepsia se reporta a todo ato de atenção e respeito com o próximo, seja doando algo material e/ou moral.

Em uma doação (caridade) material, se aquele objeto não for imantado de amor e despojamento, passa a ser uma ostentação ao seu ego, exaltando o orgulho.

Doação (caridade) moral, num abraço, um carinho, atenção ao ouvir, uma palavra confortadora, se não for feita com amor, não é caridade.

A Caridade moral consiste, ainda, em vibrar por todos necessitados, inclusive os que se consideram nossos desafetos.

Ninguém é tão miserável que não possa doar algo.

Qualquer doação com prazer, sem esperar nada em troca, é um ato de caridade.

Numa visão espírita, pode haver: “esmola sem caridade, esmola com caridade e... caridade sem esmola, dependendo tudo dos sentimentos que acompanham ou inspirem o modo de agir das criaturas”. (As Leis Morais - Rodolfo Calligaris)

O ato de dar esmola deve ser realizado, discretamente... A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a Verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca, jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessam as línguas, ou seja abolida a ciência. – “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes: porém a maior delas é a Caridade.” (Paulo, I Coríntios, XIII, 4-10 e 13)

AMOR MATERNAL E FILIAL

O amor maternal é uma virtude, um sentimento instintivo comum aos homens e aos animais.

A mãe ama seu filho e o protege, de forma natural, por toda vida e os animais, são mais limitados, cuidando de seus filhotes apenas pelo período em que ele precisa.

Apesar de o lar ser a porta regeneradora onde Espíritos antagônicos reencarnam, amparados pelo Amor Maternal e este sentimento ser inerente a Lei Natural, há mães que aparentemente rejeitam seus filhos, nesses casos, normalmente, existe um reajuste a ser cumprido, onde o Espírito filho será recompensado segundo a sua resignação durante sua encarnação.

Como ha, também, filhos que causam desgosto aos pais, que não deixam, também, de ser um reajuste para os pais aprendendo com as dificuldades, ou até mesmo, atitudes inadequadas dos pais, por falta de uma educação apropriada. Acabam por colher o que semearam.

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - questões 873 a 892;
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I e Cap. XV
Emmanuel (Espírito). Fonte Viva, item 142
Emmanuel (Espírito). Caminho, Verdade e Vida, item 149
Calligaris, Rodolfo. As Leis Morais
Peralva, Martins. O pensamento de Emmanuel

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 13 de junho de 2023

12ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

MISSÃO DO HOMEM INTELIGENTE

A cada um dos Espíritos Deus dá determinada missão; tarefa; prova ou ainda expiação. Todos têm um trabalho a realizar, seja encarnado ou desencarnado.

Se Deus permite que, dentre o patrimônio intelectual e moral adquirido nas vidas anteriores, a criatura possa manifestar na vida presente a inteligência, é porque dela deve fazer uso para cultivar e realizar o bem, fruto da aplicação dessa mesma inteligência.

Assim se vê em toda a natureza. A abelha poliniza as flores e fabrica o mel. No solo saudável existem vermes a revolver as entranhas da terra para fazê-la respirar. A mesma terra que o agricultor cultiva a leguminosa, a fruta e a verdura. Até mesmo o excremento do ruminante aduba o solo. A natureza cumpre o seu papel de colaboradora com o Criador.

Com o Homem não é diferente. Toda a potencialidade dirigida e exercida na senda do bem há de frutificar.

Espíritos imperfeitos quais todos que habitamos este orbe nos reunimos em famílias; comunidades, grupos sociais, sempre com o objetivo maior de aprimoramento mútuo. É de fundamental importância que aquele que possui maior cabedal de conhecimento, forca moral, ampare, apoie, incentive e oriente aqueles que fazem parte da sua vida seja em que segmento for. Deus não nos concederia ferramentas que não tivessem objetivo de uso.

A Doutrina Espírita é como um sol a iluminar a escuridão da ignorância em que os Homens, em sua grande maioria, ainda se encontram. Aqueles que já possuem uma parcela de conhecimento devem moralmente ao Cristo, fazer com que o seu verbo seja vivo e eloquente, e, acima de tudo, vivenciar o Cristianismo Redivivo, em fraternidade, solidariedade e amor ao próximo. Relembrar da orientação do Espírito de Verdade: “Espíritas: amai-vos, espíritas, instruí-vos”.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. VII, item 13
KARDEC, Allan - Obras Póstumas - 1ª parte - questões e problemas (ESE cap. XXIII, item 15, cap. XXVIII, item 51)

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 6 de junho de 2023

12ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE LIBERDADE

LIBERDADE NATURAL – ESCRAVIDÃO - A LIBERDADE DE PENSAMENTO E DECONSCIÊNCIA - LIVRE ARBÍTRIO E FATALIDADE CONHECIMENTO DO FUTURO

LIBERDADE NATURAL

Ao pensar em liberdade, diversos aspectos afloram: de ser, agir, crer, fazer, e assim por diante.

O filhote da águia possui em si todo o potencial para voar bem alto, mas somente o fará quando o seu corpo estiver apto.

O ser humano possui em si toda a potencialidade que somente exercera com plenitude e sabedoria na relação direta do seu aprimoramento moral e espiritual.

A convivência em sociedade obriga o homem a respeitar os limites dos direitos do seu semelhante e desde que haja dois seres juntos há direitos a respeitar e não terão eles, portanto, liberdade absoluta.

Se tomarmos como base o ensinamento de Jesus no qual nos orienta a “Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam”, o limite estará delineado. E, por essa delimitação, nossos limites de liberdade estarão definidos.

ESCRAVIDÃO

A questão 829 de O Livro dos Espíritos esclarece que toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus.

Muito embora a escravidão física tenha sido abolida legalmente no mundo, a escravidão moral ainda faz um numero incalculável de vítimas.

Assim como a escravidão física desapareceu, a sujeição moral terá igual destino quando o homem compreender a sua condição de filho de Deus e reger a sua vida pelas leis de amor trazidas por Jesus.

Aquele que escraviza se opõe a lei da fraternidade e solidariedade.

Quando determinada sociedade possuiu em suas leis o direito de subjugar o semelhante pela forca bruta, ao trabalho; punindo-o severamente pela transgressão de leis que a regiam a época, aquele homem se submeterá as consequências de seus atos perante a justiça divina.

O fato de vivermos em sociedade nos coloca, a todos, na dependência de nossos semelhantes em virtude das diferenças de aptidões. Depender não é ser escravo de uma relação social (LE 831).

LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE CONSCIÊNCIA

O Pensamento continuo é atributo do Espírito e, enquanto encarnados não temos acesso ao pensamento do outro.

O homem possui plena liberdade de pensar e por meio do seu pensamento se desloca para o futuro, para o passado, para enlevar-se recordando momentos felizes ou deprimir-se em sentimentos menos felizes.

O que quer que se lhe aflore a mente forjando pensamento, portanto, criando imagens fluídicas, será, sob esse aspecto, responsável perante as leis de Deus.

A qualidade da atmosfera psíquica do planeta é de responsabilidade de cada um de seus moradores.

Diante disso não se atreverá o homem a impor a outro, ou a violar a sua consciência - que é o foro íntimo de cada um na sua capacidade de discernir entre o certo e o errado; a sua voz interior que o aprova ou reprova (LE 835).

A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso (LE 837).

Ainda que a crença do outro seja reprovável, o respeito à consciência e a liberdade de crer é fundamental. O contrário é faltar com a caridade. A Doutrina Espírita é doutrina de aperfeiçoamento moral.

O Mestre ensinou pelo exemplo de doçura e mansidão, devemos seguir-lhe o exemplo.

LIVRE-ARBÍTRIO E FATALIDADE

O livre-arbítrio é a faculdade que tem o individuo de determinar a sua própria conduta - autodeterminação; e crer na existência da fatalidade é negar a existência do livre-arbítrio.

O Espírito gozara sempre do direito de exercer o seu livre-arbítrio e, quanto mais esclarecido, mais ampla a sua capacidade. Enquanto no mundo espiritual escolhera livremente ou, se for o caso, orientado por Espíritos Superiores, as provas e as experiências as quais se vê necessitado para o seu aprimoramento; e encarnado, optando por tal ou qual caminho. E sempre será o responsável por suas escolhas, não podendo atribuir a sua boa ou má estrela o resultado das suas escolhas.

O discípulo de Jesus, Paulo de Tarso, já alertava aos companheiros, através das epistolas, que estávamos todos cercados por uma “nuvem de testemunhas”. Esta observação vai ao encontro de Kardec quando esclarece sobre a interferência dos Espíritos no Mundo Corpóreo.

Ainda que exista a nuvem de testemunhas e a interferência dos Espíritos no mundo corpóreo, o livre-arbítrio é pleno e a criatura pode acolher ou não as sugestões desses Espíritos, assim como aceita ou rejeita as sugestões de seus pares.

A fatalidade não existe sendo para a escolha feita pelo Espírita, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova: ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra (L;E. 851).

Assim, considerar a fatalidade como uma realidade é crer que o Homem possa ser uma maquina programada para cumprir determinada trajetória. Isso seria negar a misericórdia divina, e a reencarnação perderia o sentido e o objetivo como meta de evolução, pois que o Homem não teria mérito ou demérito como resultado se suas ações.

A fatalidade existe considerando-se tão somente no que respeita ao resultado de suas escolhas enquanto no mundo espiritual.

CONHECIMENTO DO FUTURO

Desde os primórdios das civilizações que o Homem recorre aos mais variados meios na tentativa de descobrir o que lhe reserva o futuro.

Os oráculos, as pitonisas, sonhos de faraó e, porque não incluir Moisés com a advertência para não consultar os mortos.

Dessa maneira, alguns fatos marcantes da História da humanidade foram preditos. E é somente visando o bem e o cumprimento das coisas é que Deus permite a sua revelação (LE 870).

Ao homem comum não é dado saber o seu futuro, pois este o negligenciaria, não iria cumprir o que deve ser feito para o seu adiantamento moral.

Tanto o passado como o futuro é da Lei de Deus que permaneça oculto. De outra forma o homem veria tolhida a liberdade de ser ele mesmo.

Se o homem conhecesse seu passado ver-se-ia tentado a ir procurar por aqueles que, de uma forma ou outra, a ele se vincularam, seja por afeto ou desafeto. No caso das provas ou expiações temeria a chegada do momento que pode ser crucial. Deste modo, Deus que é pleno de sabedoria e amor, deseja que lhe fique oculto para não haver embaraços no desenrolar das vidas por Ele criadas com capacidade de livre-arbítrio.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3°, cap. X, questões 825 a 871; item 8 - Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas;
KARDEC, Allan - Livro dos Médiuns - cap. XXVI, questão 289;
KARDEC, Allan - A Gênese, cap. XVI, nº 3;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. VIII, item 18; cap. XXVIII, item 51;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I, pag. 123 questões 123, 124, 126 e 141; cap. V item 21; cap. 27, item 6;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno – 2ª Parte, cap. 5;
Revista Espírita, de janeiro;
Revista Espírita, de marco de 1858;
Revista Espírita, de fevereiro de 1862;
Revista Espírita, de maio de 1866;
Revista Espírita, de fevereiro de 1867;
Revista Espírita, de julho de 1868;
Bibliografia Complementar:
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e Viva - nº 9 e 14;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais;
PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- n° 31 e 32;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Emmanuel - item 33;
EMMANUEL, André Luiz - Opinião Espírita - nº7 e 27;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - O Consolador- itens 132 a 139;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. XVI;
DENIS, Léon - O Problema do Ser do Destino e da Dor – 3ª Parte - item 22;

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 1 de junho de 2023

11ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

SERVIR A DEUS E A MAMON

Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar o outro, ou há de entregar-se a um e não fazer caso do outro; vós não podeis servir a Deus e as riquezas. (Lucas 16-13)

Para se compreender corretamente os ensinos de Jesus, é necessário interpretar suas palavras levando-se em consideração a linguagem figurada que o Mestre empregava para se fazer entender. 

Mamon era tido, na época, como o Deus do dinheiro, da riqueza, dentro da concepção politeísta de que para tudo havia um deus, ainda em voga no seio do povo. Mamon, portanto, simboliza a riqueza, os bens terrenos. 

Quando Jesus ensina que não se pode servir a Deus e a Mamon, quer dizer que o homem não pode se apegar aos bens materiais terrenos e atender a Lei de Deus ao mesmo tempo. São coisas incompatíveis. 

Aquele que serve a Mamon, ou seja, a riqueza, esquece-se do cumprimento das leis divinas. Isso não significa, contudo, que não podemos usufruir dos bens materiais, por serem estes um mal. Os bens terrenos não são maus nem bons. São neutros. O que vai caracterizar o mal ou o bem é o destino que a ele daremos e a maneira de adquiri-los.

Jesus não recomendou que nos desfizéssemos dos bens terrenos para poder ingressar em seu reino de amor.

Quando ele disse ao jovem rico que o procurou para saber o que fazer para adquirir a vida eterna; que ele deveria vender tudo o que tinha e doá-los aos pobres; é porque sabia que aquele homem era ainda muito apegado às coisas materiais. Falou isso para mostrar-lhe que ele ainda não estava preparado para ingressar no reino de Deus.

Ensinou-lhe o caminho a seguir, que era desapegar-se dos bens terrenos e praticar a caridade. Não significa, portanto, que um homem rico jamais poderá atingir a vida eterna.

Quis demonstrar, Jesus, porém, que isso é ainda muito difícil, face a nossa evolução moral ainda muito atrasada. Tanto que ele afirmou que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus. Se o homem for rico, mas não tiver apego aos bens materiais e praticar a lei de caridade, não há por que não ingressar no reino de Deus, que é para todos. Se a riqueza fosse um mal incontornável, Deus não a colocaria nas mãos do homem sem ferir o seu atributo de bondade infinita.

Podemos compreender também essa advertência de Jesus: “Servir a Deus a Mamon”, quando em Lucas; XIX, 1o nos fala: “Estando Jesus em Jericó, passava pela cidade onde havia um homem chamado Zaqueu - chefe dos Publicanos e muito rico - que, tendo vontade de ver a Jesus para conhecê-lo, não o podia conseguir, pois era pequeno de estatura e a multidão o impedia. Por isso correu adiante, e subiu a uma árvore para vê-lo, pois ele passaria por ali. Tendo Jesus vindo a este lugar, levantou os olhos e o viu, chamando-O: Zaqueu, desça pois é preciso que eu me abrigue, hoje, na sua casa. Zaqueu desceu rapidamente e recebeu-o com alegria. Todos viram a cena e comentaram: Ele foi se abrigar na casa de um homem de má vida.
Entretanto, se apresentando diante do Senhor, Zaqueu lhe diz: Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, pagá-lo-ei quadruplicado. Jesus lhe disse: Essa casa, hoje, recebeu a salvação, pois este também é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.

Não podemos servir a Deus, em seus princípios de espiritualismo, e a Mamon, cultuando ao mesmo tempo o materialismo. Os bens materiais são provisórios e usados somente nesta vida, enquanto os bens espirituais (inteligência e moral) são eternos.

Apêndice

Deus: Inteligência suprema causa primaria de todas as coisas (LE 1)

Mamon: Palavra grega; mamona = dinheiro, posses, bens terrenos, vinda do aramaico mamom ou mamona, que significa riqueza; Em Mateus 6:24; Lucas 16:9, 11 e 13, foi empregada para personificar a riqueza, não necessariamente um deus mitológico. (Dicionário de Filosofia Espírita)

BIBLIOGRAFIA:
Kardec, Allan, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XVI, itens 1 a 4
Peralva, Martins, “O Pensamento de Emmanuel”, n° 2o
Schutel, Cairbar - Ensinamentos de Jesus
Dicionário de Filosofia Espírita - L. Palhano Jr

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.