CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

6ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Organização Religiosa do Povo Judeu

O povo judeu tinha uma complexa organização de suas instituições religiosas. Possuíam uma casta sacerdotal altamente hierarquizada; uma série extensa de ritos, liturgias e práticas devocionais e de oferendas.

Remontando as origens dessa institucionalização, podemos recordar que a época da fuga do Egito, Moisés estabeleceu uma série de práticas religiosas que o povo deveria seguir.

Naquele período, como já vimos anteriormente, os hebreus, diante de todos os séculos que ficaram no Egito, acabaram por incorporar uma série de valores daquela sociedade egípcia, seja o politeísmo que é o culto a diversos deuses, como Ra, Ísis, Osíris, etc., seja, ainda, a necromancia, que era a evocação dos mortos para fazer adivinhações, prever o futuro, descobrir riquezas.

Havia também um apego extremo as riquezas materiais, que era tão forte, tão arraigado, tão dominante entre aquele povo que, para que eles abandonassem esses valores, esses costumes, todas essas superstições, era preciso que se instituísse um dia para que fosse dedicado ao culto ao Deus (mito, que era a crença original dos hebreus, sua característica marcante: o monoteísmo). Assim foi instituído o Sábado, que deveria ser reservado, exclusivamente, para a prática religiosa e para a convivência fraternal em comunidade, ou mesmo em família, comungando os mesmos valores espirituais.

Ocorreu, entretanto, como bem sabemos, que as regras externas que deveriam ser a base para o despertar dos sentimentos de fraternidade, de comunhão e de religiosidade, acabaram, muitas vezes, por morrer na frieza da letra, principalmente entre aqueles que tinham o conhecimento e “interpretavam a Lei”. A letra por si só, não há duvida, é morta.

Vejamos alguns pontos da conjuntura da época:

Sinagoga: Só um templo existia na Judéia: o de Salomão, situado em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. As demais cidades não tinham templos, mas sinagogas, edifícios em que os judeus se reuniam aos sábados, para fazerem suas preces publicas sob a direção dos Anciãos, dos Escribas e dos Doutores da Lei. Ali também se faziam leituras dos livros sagrados, seguidas de comentários e explicações. Todos podiam participar.

Sinédrio: Roma permitia aos países dominados gerir suas questões internas. Para a Judéia e a Samaria, o órgão administrativo era o Sinédrio. Era o Supremo Tribunal da nação judaica. Tratava-se de uma assembleia composta por 70 anciãos, chefiada por um Sumo Sacerdote. Ao procurador romano, era facultado nomear ou depor o Sumo Sacerdote. Tinha tanto caráter religioso, como secular e a Lei Judaica (Tora) constituía a norma de suas decisões.

O GRANDE TEMPLO

É fundamental conhecer o local tido como o mais sagrado para os judeus. Localizava-se na cidade de Jerusalém. O Templo foi idealizado por Davi, construído por Salomão, destruído por Nabucodonosor em 586 a.C. e reconstruído apos a libertação dos judeus por Ciro, o Grande, rei dos Persas. Continha várias portas e pátios internos sobrepostos assim subdivididos:

- Pátio dos gentios: todos podiam frequentar; ali eram vendidos os animais para sacrifícios (consta que cabia até 140.000 pessoas);

- Pátio dos Israelitas: destinado ao povo judeu apenas;

- Pátio das mulheres;

- Pátio dos homens;

- Pátio dos Levitas: onde ficava o altar dos sacrifícios sobre uma rampa. Neste pátio, atrás do altar, erguia-se o santuário com 45 metros de largura, dividido em duas partes:

- A primeira chamada de O Santo, onde ficava o altar dos perfumes e incensos;

- A Segunda chamada de Santo dos Santos, simbolizando a antiga área da Aliança, que Continha duas Tábuas de Pedra contendo os “Dez Mandamentos” e onde somente o Sumo Sacerdote podia entrar uma vez ao ano.

Havia três categorias de sacerdotes: os sacerdotes menores, encarregados dos serviços internos e que se subordinavam ao diretor do Templo; os sacerdotes de graus maiores, encarregados da administração civil e religiosa; e o Sumo Sacerdote que era eleito de dois em dois anos.

Cobravam os tributos devidos ao Templo, tanto em dinheiro como em espécie, pois os israelitas eram obrigados a pagar dízimos, bem como entregar parte da primeira colheita de suas plantações. O sacrifício ritual de animais dependia do que se celebrava e segundo as condições de cada família.

COSTUMES

Alguns exemplos dos principais costumes na época:

- Circuncidar as crianças masculinas no oitavo dia após o nascimento;

- Proibição do trabalho no sábado;

- Comemorar a festa nacional da Páscoa em Jerusalém;

- Os criminosos sofriam a ação do “olho por olho, dente por dente”;

- As adúlteras eram lapidadas (mortas a pedradas);

- Os romanos levaram para a região a flagelação e a crucificação como forma de punição aos criminosos;

Comércio e Profissões:

- Em geral: pescadores, pastores, mercadores, doutores, escravos;

- No templo: trombeteiros, acendedores de lâmpadas, tecedeiras, sacrificadores, fiscais do sacrifício, auxiliares do cerimonial e uma série de outras funções administrativas e operacionais.

Ainda sobre o Templo, podemos lembrar aquela passagem, nos Evangelhos, em que os discípulos ficam muito admirados pelo luxo, pela suntuosidade, pela beleza e riqueza do templo e vão chamar Jesus para lhes mostrar as edificações, e Jesus lhes diz: “Vedes tudo isto? Em verdade vos digo não ficará aqui pedra sobre pedra: tudo será destruído.” (Mt 24:2).

E assim ocorreu, por volta de 40 anos depois, no ano 70 d. C., após a subjugação total ao império Romano, o Templo foi totalmente destruído pelo general romano Tito. Restou apenas, e esta de pé até hoje, o chamado “Muro das Lamentações”, em Jerusalém, onde muitos judeus ainda fazem suas orações.

Porque não aceitavam Jesus?

Os judeus vinham esperando pelo prometido Messias, tão falado nas Escrituras, há séculos. Quando chegou o momento, Jesus nasceu entre nós e causou um desconforto grande entre os doutores da Lei, principalmente entre os fariseus, que acabou por levá-lo a crucificação. O orgulho os impediu de enxergar no meigo Rabi da Galiléia a figura do Salvador. Podemos sintetizar as razões em:

- Crença generalizada que o Messias seria um “Salvador” da pátria, dominador do mundo, que libertaria o “povo escolhido” das garras da “águia romana”;

- Para eles Jesus era demasiado simples e bom que somente se manifestava entre pessoas desclassificadas e ignorantes, e não era um condutor energético e altivo;

- Como esperar o triunfo, a implantação de um novo reino se afirmava que maior é aquele que se fizer menor de todos?

Da obra “Estudos Espíritas” de Joanna de Angelis, mensagem: “Jesus”, trazemos a colação os seguintes trechos: “Incompreendido desde os primeiros instantes, a sua é a vida dos feitos heroicos, da renúncia, do sacrifício e do supremo amor ” E mais adiante: “Sua mensagem de fraternidade igualou todos os homens, cujas diferenças estão nas indestrutíveis e inamovíveis conquistas do Espírito imortal, em que o maior se faz servo do menor e o que possui se despoja para socorrer o que não conseguiu reter...”

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente a razão dos judeus não terem reconhecido Jesus como o Messias aguardado.

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan A O Evangelho Segundo o Espiritismo A Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Armond, Edgard - O Redentor.
- Franco, Divaldo P./Joanna de Angelis - Estudos Espíritas.


Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 26 de abril de 2016

6ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

O Povo Judeu, Sua Organização Social, Política E Religiosa

Organização Social e Política

Um dos povos que vivia sob o jugo do Império Romano na época do nascimento de Jesus era o povo Judeu.

Essa dominação vinha desde 63 a.C., quando o general romano Pompeu dominou a região da Judéia. Apesar de estar sob domínio de Roma, esta não retirou a liberdade da prática religiosa dos judeus, visando, principalmente, manter a ordem mais facilmente, permitindo inclusive, que um governador testa-de-ferro conservasse o titulo de rei. O ultimo rei judeu foi executado em 37 a.C.

A difusão da cultura grega e a presença de muitos judeus em outros países, juntando-se com a unificação política proporcionada pelo governo de Roma, compuseram o cenário propicio para o inicio do Novo Testamento com a chegada de Jesus.

Sumariamente, o cenário era composto por:

- Mundo antigo ocidental, praticamente unificado sob a administração romana, extremamente zelosa das regras jurídicas e tolerante com os princípios religiosos dos povos conquistados;

- Mundo ocidental, unificado pela expansão da cultura grega, desde a conquista dos macedônios, suplantando a cultura latina e outras com sua arte, literatura e filosofia, com Sócrates, Xenofonte, Platão, Aristóteles e tantos outros;

- Declínio do paganismo greco-romano e de outros povos;

- Sustentação por Israel do monoteísmo, principalmente, porque os judeus da diáspora tinham colocado em muitos lugares os fundamentos da fé em Deus único e do conhecimento de sua lei.

CLASSES SOCIAIS

Para melhor compreender certas passagens dos Evangelhos é preciso conhecer termos que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia daquela época. Temos assim sumarizado alguns conceitos importantes das diferentes classes sociais (extraído do livro “O Redentor”, cap. 12, de Edgar Armond e do “ESE”, Introdução, item III, Kardec):

Samaritanos: povo considerado pagão pelos mais ortodoxos. Nutria profunda aversão aos judeus iniciada séculos antes da chegada de Jesus. Existia entre eles um ódio recíproco e se esquivavam a todas as formas de relações entre si. O antagonismo das duas nações tinha como único principio a divergência de opiniões religiosas, embora as suas crenças tivessem a mesma origem.

A cidade de Samaria, após a cisão das dez tribos, tornou-se a capital do reino dissidente, e para tornarem a separação ainda mais profunda e não terem de ir a Jerusalém para a celebração das festas religiosas, construíram um templo próprio no monte Garizim.

Adotaram certas reformas:

- Admitiam somente o Pentateuco, que contem a Lei de Moisés;

- Aceitavam facilmente os ritos e as divindades estrangeiras;

- Perseguiam os que mantinham a circuncisão das crianças;

- Transformaram muitas vezes a religião em simulacros pagãos e teatro de solenidades obscenas de Baco;

- Edificaram uma fortaleza sobre as ruínas da cidadela de Davi em Jerusalém e dedicou o templo a Júpiter Olímpico.

Nazarenos: nome dado aos judeus que faziam votos, por toda vida ou por um período, de conservar-se em pureza perfeita. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.

Publicanos: encarregados da cobrança de impostos e outras rendas. Eram desprezados por todos e considerados impuros, porque os judeus não aceitavam pagar impostos, especialmente a contribuição para o sustento dos soldados romanos.

Fariseus: eram considerados os verdadeiros judeus da época, os melhores cultuadores e intérpretes da Tora.

Na obra “O Redentor”, cap. 12, Edgard Armond comenta que eram “dotados de mentalidade estreita: levavam ao máximo rigorismo o culto exterior e a expressão literal dos textos”. Inimigos das inovações, mas sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes dissolutos e muito orgulho. Acreditavam na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. A primeira noticia que se tem deles data de 180 a.C. Foi contra eles que Jesus dirigiu grande parte de suas advertências.

Saduceus: eram livres pensadores e céticos. Não acreditavam na fatalidade ou no destino e também discordavam dos fariseus em atribuírem a Deus a boa ou má conduta dos homens. O Homem, diziam, deve guiar-se pelo livre-arbítrio e é o único autor de sua infelicidade ou ventura.

Negavam a imortalidade da alma, a ressurreição, não obstante acreditavam em Deus, serviam-no com interesse de recompensas temporais. Pacíficos e acomodados, suas riquezas os colocavam nos postos mais altos da administração e da sociedade. Por isso não se deixavam empolgar pela geral expectativa da vinda de um Messias.

Essênios: seita judia fundada cerca do ano 150 a.C. no tempo dos Macabeus. Moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, distinguiam-se pelos costumes suaves e as virtudes austeras, ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma, e crendo na ressurreição. Tinham seus bens em comum e se dedicavam a agricultura. Eram celibatários, e condenavam a escravidão e a guerra.

Escribas: eram aqueles que tinham a incumbência de escrever a lei e explicá-la, e a certos intendentes dos exércitos judeus. Faziam causa comum com os Fariseus, participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Jesus, assim, sempre os envolve na mesma reprovação.

Principais regiões e cidades

Também para efeito de melhor compreender a situação de como viviam os judeus na época de Jesus, é preciso conhecer basicamente as principais regiões e cidades que serviram de palco para os acontecimentos que serão tratados em aulas posteriores.

Galiléia: é uma região do norte de Israel situada entre o mar Mediterrâneo, o lago de Tiberíades e o vale de Jezreel. E uma região de Colinas, entre elas o célebre monte Tabor, local em que, segundo os Evangelhos, ocorreu a transfiguração de Jesus Cristo.

Belém: Jesus nasceu em Belém, na província da Judéia, porém viveu sua infância e adolescência em Nazaré, na Galiléia. Todos os seus apóstolos, exceto Judas lscariotes, que era da Judéia, nasceram na Galiléia. O apelido “galileu” as vezes era dirigido a Jesus depreciativamente, como insulto, justamente porque ele passou a maior parte da sua vida terrena na província da Galiléia.

Judéia: é uma região localizada a oeste do mar Morto, entre o mar Morto e o mar Mediterrâneo, estendendo se ao norte até as colinas de Golan e ao sul da faixa de Gaza, sendo estas, atualmente, regiões em continuo conflito entre Israel e Palestina. Por localizar-se numa região estratégica, sempre foi disputada por vários povos. Principais cidades: Hébron, Belém, Jerusalém, Jerico, Betânia, Efraim, Emaús.

Nazaré: situava-se na região da Galiléia, ao norte de fértil vale de Israel, com suaves colinas de onde se pode ver, a dezenas de quilômetros, o vale do rio Jordão. Era um dos mais belos locais da Palestina. Era uma pequena cidade, sem grande importância política.

De população diversificada, composta por homens rústicos, pouco fiéis às leis e ritos judaicos, Nazaré era vitima de preconceitos pelos judeus metropolitanos e era comum a frase: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?”, como aconteceu na conversação entre Natanael e Felipe (Jo 1:46) ou como fala Isaias (Is 9: ), quando é chamada de “Galiléia dos gentios”.

Jerusalém: capital da Judéia, grande centro econômico, era onde Roma fazia sua sede de governo com seus procuradores. Situava-se bem próximo ao vale do Jordão, a 30 quilômetros do Mar Morto, ao sul. O termo significa “paz sagrada” e era o principal centro religioso dos judeus, onde fora construído o grande templo.

A cidade dividia-se em três bairros: Cidade Alta, que ficava no Monte Sião e onde residiam os ricos; Cidade Baixa, ao longo do vale de Cedron, onde se aglomerava o povo pobre; e o bairro do Templo, ligado a Cidade Alta por uma longa ponte de pedra.

Era uma cidade populosa, sendo multiplicada pelo intenso movimento a época das festas, principalmente, a Páscoa. Era toda de ruas estreitas e íngremes, circundada por muralhas. De Jerusalém a Nazaré, são 100 quilômetros.

Jericó: ficava a oeste do Jordão controlando sua passagem, a 250 metros abaixo do nível do mar. Era considerada a cidade das palmeiras, um Oasis no deserto. No tempo de Abraão, Isaac e Jacó, era o centro da civilização. Muito bem fortificada, Josué alcançou aqui sua primeira vitória, quando provocou a queda de suas muralhas. Era dessa cidade que provinham os pais de Maria.

Cafarnaum: situada na margem noroeste do lago da Galiléia. Era a cidade base de Jesus durante o seu ministério. Era a terra natal de Mateus. Jesus ensinava nas sinagogas e operou ali muitos dos seus “milagres”, por exemplo, a cura do servo de centurião (Mt 8:5-13).

Belém: era mais um povoado do que uma cidade, ficava a 8 quilômetros de Jerusalém, a sudoeste, nas colinas de Judá. A cidade de Davi, sua terra natal, é o lugar onde o profeta Samuel foi escolhê-lo para suceder a Saul como futuro rei de Israel. O profeta Miquéias predisse o nascimento do Messias em Belém. Séculos mais tarde, nela nasceu Jesus.

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente os fatores que contribuíram para a vinda de Jesus.


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terça-feira, 19 de abril de 2016

5ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Domínios Estrangeiros e o Mundo Romano

Após a morte do Rei Salomão, o território de Israel foi dividido em dois reinos: o Reino do Norte e o Reino do Sul. Esta divisão enfraqueceu a estrutura política e militar desses reinos, permitindo uma serie de invasões por povos estrangeiros, com sérias repercussões a longo prazo na vida do povo hebreu.

ASSÍRIA (824 a 612 a.C.)

O Reino do Norte é submetido ao poder dos assírios em 722 a.C. Seus habitantes são levados para o exílio. Os assírios estabeleceram seu grande império ate 612 a.C., quando Nínive, capital da Assíria, é destruída pelos “medos e babilônios”.

Os principais profetas deste período, após Salomão, foram Elias, Amós, Oséias, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Elias insurge-se contra o sincretismo religioso no Reino do Norte, proclamando Javé como único soberano, Deus de Israel, em oposição aos adoradores de Baal. Oséias afirma que os cultos exteriores nada significam (Oséias, 626). Isaias proclama serem inúteis os cultos e sacrifícios se não houver a prática da justiça e do bem (740 a.C.). Jeremias (626 a.C.) prediz a invasão do Norte como iminente e que seria um castigo divino.

BABILONIA (612 a 539 a.C.)

Nabucodonosor, após derrotar assírios e egípcios, toma o Reino do Sul, conquistando Jerusalém em 597 a.C., e em 586 ela é destruída e saqueada, inclusive o templo. Seus habitantes são levados ao exílio da Babilônia, exceto os mais pobres que ficaram para cultivar a terra.

Ezequiel e Daniel foram deportados para a Babilônia onde Daniel, por seus dotes mediúnicos, toma-se ministro da corte real e profetiza a queda do império.

PERSIA (538 a 332 a.C.)

Ao domínio babilônico, segue-se o persa. O filho de Cambises, Ciro II, o Grande, é o fundador do grande Império Persa, ao derrotar os reinos da Ásia Menor. Em 539 a.C. toma Babilônia, anexando ao importante Império Babilônico.

Em 538 a.C., Ciro permitiu aos hebreus exilados na Babilônia, que voltassem para Jerusalém. Assim, Jerusalém e o templo são reconstruídos a partir de 538 a.C., face à política adotada pelo governo do império persa, que, inclusive, lhes deu a liberdade de consciência para manter a própria religião.

Em 537 a.C., a primeira caravana de repatriados retorna. A região estava dominada por povos idolatras, que ali haviam se instalado e que dificultavam a reconstrução do templo.

Neemias foi eleito governador por Artaxerxes, sucessor de Ciro, que o manda voltar para ajudar na reconstrução do templo e unir o povo.

Em 428 a.C., o sacerdote Esdras Volta para Jerusalém com muitos judeus e assessorado pelos levitas.

Neemias promulga a Lei de Moisés como lei de Estado que regerá a vida da comunidade judaica. Fundava-se assim, em 397 a.C., o Judaísmo.

Os samaritanos tentaram participar da comunidade judaica, porem os judeus os rejeitaram por terem construído um templo, realizado reformas e aceitarem apenas o Pentateuco, rejeitando os textos acrescentados posteriormente.

MACEDÔNIOS (332 a 63 a.C.)

Depois dos persas, são submetidos aos macedônios, com Alexandre Magno, em 332 a.C. Depois dos macedônios, aproximadamente por 200 anos, são dominados pelos selêucidas (Região da Síria) e ptolomeus (em Alexandria), dinastias fundadas pelos generais de Alexandre, apos a morte deste.

Alexandre Magno transforma o mundo da época, impondo a Cultura Helenística. Traz os avanços de sua cultura e costumes. Morre cedo e seu império é dividido entre seus generais.

A Judéia fica sob o domínio de Ptolomeu (General grego que se tornou rei do Egito), de 301 a 197 a.C.

Deportou mais judeus para o Egito. Nesse reinado é feita a tradução dos Livros Sagrados, a Bíblia Hebraica, para o grego (tradução dos 70).

De 197 a 142 a. C., a Judéia rica sob o poder dos Selêucidas, dinastia fundada por Seleuco, General grego que se tomou rei da Sina; em 175 a.C., Antíoco IV tenta impor a Cultura, a religião e os costumes gregos aos judeus.

Uns aceitavam e outros não (os gregos haviam colocado seus deuses no Templo).

A família do sacerdote Matatias se opôs aos selêucidas e os irmãos Macabeus (Judas, Jonatas e Simão) iniciam uma guerra santa que dura três anos e meio. Conquistam territórios palestinos e os descendentes dos Macabeus formam a verdadeira dinastia real-sacerdotal, governando a Palestina até o ano 63 a. C..

Os principais profetas deste período foram Ageu (520 a. C.), Zacarias, Joel e Malaquias, que viveu no século V a.C.. Malaquias lembrava aos judeus as exigências de Deus e a vinda do Messias. Nessa época, a Palestina tinha uma independência relativa e, aos poucos, Roma Vai conquistando o império grego.

O MUNDO ROMANO, SUA POLÍTICA E DOMÍNIOS

Fundada pelos etruscos, em 753 a.C., Roma tinha a alma popular devotada aos gênios, aos deuses, e as superstições de toda espécie, mantendo-se desta forma até o período da Expansão Romana, quando esta sociedade conhece o seu apogeu. Após a conquista do Império de Alexandre, o grande, Roma deixa-se influenciar pela notável Cultura dos filósofos gregos e sua religião. Antes de se apropriar dos deuses helênicos, dotando-os de elementos das tradições e historias das populações do rio Tibre, os romanos “não procuravam muita indagação transcendente em matéria religiosa ou filosófica, atendendo somente aos problemas do culto externo, sem muitas argumentações com a lógica. Com a evolução da cidade, chegou a possuir mais de trinta mil deuses”. (Emmanuel, A Caminho da Luz, cap. XI)

Esta sociedade não conhecia a igualdade. Pelo contrário, era dividida em classes. A maioria conhecia a aspereza e a miséria, enquanto poucos podiam participar das decisões políticas e possuíam terras.

Após as guerras de expansão romana, ocorridas entre 264 a.C e 146 a.C; Roma não era mais aquela pequena cidade na Península Itálica. Os domínios desta grande civilização alcançavam as regiões do Mar Mediterrâneo, ou Mare Nostrum (Mar Nosso), como os romanos costumavam se referir.

A conquista do Mediterrâneo modificou amplamente as estruturas políticas e administrativas de Roma, assim como sua sociedade. Além dos patrícios e plebeus surge uma nova classe social formada por mercadores responsáveis pelo comércio em entrepostos localizados no Mare Nostrum. À medida que as conquistas avançavam, esses mercadores, ou cavaleiros, subjugavam certos povos, transformando-os em escravos. Assim, as guerras eram sinônimas de mais terras, tributos e escravos.

Entretanto, a política interna da Republica Romana estava em crise. Lutas pelo poder assinalavam uma instituição que estava prestes a ruir. Caio Otavio, personagem importante deste momento, auto proclama-se Imperador. Nasce o Império Romano em 27 a. C., um pouco antes do nascimento de Jesus Cristo.

Roma já havia dominado os selêucidas que governavam a Palestina, e conquistou Jerusalém. Fez da Judéia província romana em 63 a.C. a 135 d.C.

O momento do nascimento de Jesus Cristo foi denominado pelos historiadores de “Pax Romana”. Otavio Augusto foi o imperador que cessou com as conquistas, preocupando-se apenas com a manutenção de suas fronteiras. Com o fim das guerras, o Império Romano volta seu olhar para um florescimento cultural e artístico. Sem duvida, essa fase atingiu seu apogeu, sendo denominada “O século de Augusto”.

No capitulo XIII de “A Caminho da Luz”, Emmanuel comenta sobre o esforço despendido pelas entidades espirituais, junto à República Romana, no período anterior ao século de Augusto, no sentido de orientar-se a atividade geral para um grande movimento de fraternidade e de união de todos os povos do planeta. Com base na educação e no amor, Roma teve nas mãos a grande oportunidade de “unificar as bandeiras do orbe, dando um novo rumo à evolução coletiva e estabelecendo as linhas paralelas do progresso físico e moral da humanidade”.

Emmanuel acrescenta que o estado que se encontrava Roma facultava a chegada do Evangelho. Roma chegou ao ápice do seu poderio constituindo-se numa sociedade moderna e avançada.

Entretanto, com o passar do tempo, deixou-se prender por uma legião de Espíritos agressivos e ambiciosos abrindo espaço para a violência que se seguiria. Contraiu penosos débitos diante da Justiça Divina em nome do poder e da expansão dos seus domínios.

E nesse cenário de tão nefastos acontecimentos que Jesus reúne as assembleias de seus emissários. “A Terra não podia perder a sua posição espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família romana” (A Caminho da Luz, cap. XI).

Era a chegada do Cristo que se prenunciava.

Na Judéia, uma das províncias romanas no Oriente, governada por Herodes, o Grande, idumeu de origem, facções políticas locais se digladiavam em fins do século I a.C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes judeus aceitavam a dominação romana, pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o monopólio da religião.

Nesse clima de agitação, durante o governo de Otavio, nasceu Jesus.

DIÁSPORA

De origem grega, diáspora que significa “dispersão”. Essa palavra tomou-se o termo para indicar as comunidades judaicas estabelecidas fora da Palestina entre o ultimo século a.C. e o século I d.C. "Os hebreus da Diáspora consideravam Jerusalém como a sua capital moral, encarando-a como guia religioso”. (Extraído de “Dicionário Bíblico”, de John L. Mackenzie)

QUESTÃO REFLEXIVA:

“Reflita e comente: Que lições de vida podemos aprender com a história do povo romano”

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Armond, Edgard - O Redentor.
- Mesquita, Antonio Neves de - Povos e Nações do Mundo Antigo.
- Vaz, Maria L. e Panazzo, Silvia - Navegando pela História.


Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

5ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

As Profecias Sobre a Vinda do Messias - Os Domínios
Estrangeiros e o Mundo Romano

As Profecias Sobre a Vinda do Messias

O nome “Cristo” é o equivalente em grego à palavra “Messias”, assim, o nome Jesus Cristo significa “Jesus, o Messias” ou “Jesus, o Ungido”.

Nas duas passagens seguintes, ele próprio diz claramente que é “o Messias” que haveria de vir:

1) “Ele foi a Nazaré, onde fora criado, e, segundo seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaias; desenrolou-o, encontrou o lugar onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou pela unção para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos presos e aos cegos a recuperação das vistas, para restituir a liberdade aos oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor. Enrolou o livro, entregou-o ao servente e sentou-se; todos na sinagoga olhavam-no, atentos. Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura... ’.” (Lc 4:16-21).

2) “A mulher lhe disse: ‘Sei que vem um Messias (que se chama Cristo). Quando ele vier nos explicara tudo’. Disse-lhe Jesus: ‘Sou eu, que falo contigo.” (Jo 4225).

Podemos encontrar por diversas passagens no Antigo Testamento profecias apontando para a chegada daquele que seria o Salvador. Estão presentes nos livros de Jeremias, Daniel, Miquéias, Oséias, Zacarias, etc.

Porém, de todos, o que mais se destaca em citações sobre a vinda do Messias é Isaias. Descreve-o ao mesmo tempo como um servo sofredor que morreria pelos pecados da humanidade e como um príncipe soberano que governara com justiça. Apreciemos algumas profecias: “Uma voz clama: ‘No deserto, abri um caminho para Iahweh’...”; Isaias 40:3. Esta profecia data do século VIII a.C e está comprovada no Novo Testamento no Evangelho de Mateus, 3:1; “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus esta próximo. Pois foi dele que falou o profeta Isaias...”

Ainda em lsaías 11:1-4 lemos: “Um ramo saíra do tronco de Jesse, um rebento brotara de suas raízes... Ele não julgara segundo a aparência. Ele não dará sentença apenas por ouvir dizer. Antes, julgara os fracos com justiça, com equidade pronunciará sentença em favor dos pobres da terra”.

Em Miquéias 5:1-5, encontramos: “E tu, Belém-Éfrata, pequena entre os clãs de Judá, de ti sairá para mim àquele que governará Israel...”

No livro de Daniel 9:25-26, lemos: “Fica sabendo, pois, e compreende isto: Desde a promulgação do decreto ‘sobre o retorno e a reconstrução de Jerusalém ’, até um Príncipe Ungido, haverá sete semanas... Depois das sessenta e duas semanas um Ungido será eliminado embora ele não tenha... E a cidade e o santuário serão destruídos...”

A profecia mostra uma sequência de fatos: a vinda do Messias, a sua morte e a destruição de Jerusalém, inclusive do templo. O cumprimento destas profecias esta em Lucas 2:1-7: “Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado... E todos iam se alistar. Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, a cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de Davi, para se inscrever com Maria, desposada com ele, que estava grávida...”.

O livro de Zacarias, 9:9 diz: “Exulta muito, filha de Sião! Grita de alegria, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento...”. Esta profecia sobre a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, em 500 anos a.C. está relatada em João 12:12-15: “... Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor.. Não temas, filha de Sião! Eis que vem o teu rei montado num jumentinho!”

Essas passagens anunciam o que seria o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes. Começava a era definitiva da maioridade espiritual da humanidade terrestre onde Jesus entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações.

TODOS ESPERAVAM O MESSIAS

Além do povo hebreu, Jesus, na sua proteção e na sua misericórdia, desde os tempos mais distantes enviou missionários aqueles agrupamentos de criaturas que se organizavam, econômica e politicamente, entre as coletividades primarias da Terra. Emmanuel cita em “A Caminho da Luz”, cap. III: “Os enviados do Infinito falaram, na China milenária, da celeste figura do Salvador muitos séculos antes do advento de Jesus. Os iniciados do Egito esperavam-no com as suas profecias. Na Pérsia, idealizaram a sua trajetória, antevendo lhe os passos nos caminhos do porvir; na índia védica, era conhecida quase toda a história evangélica, que o sol dos milênios futuros iluminaria na região escabrosa da Palestina, e o povo de Israel durante muitos séculos, cantou-lhes as glórias divinas, na exaltação do amor e da resignação, da piedade e do martírio, através da palavra de seus profetas mais eminentes".

Essa espera teria sido iniciada muito antes do que se imagina. Emmanuel comenta que Jesus reunira no espaço infinito os proscritos que se exilaram na Terra, vindos de Capela, antes de sua reencarnação geral. Estes, jamais se esqueceram das palavras confortadoras do Messias em suas divinas promessas. “Suas vozes enchem todo o âmbito das civilizações que passaram... e, apresentado com mil nomes, Segundo as mais variadas épocas, o Cordeiro de Deus foi aguardado pela compreensão e pela memória do mundo...” (A Caminho da Luz - cap. IX).

A ESPERA PELO POVO DE ISRAEL

Foquemos nossos estudos junto ao povo de Israel, nação que se destacava pelo fato de, antecipando-se as conquistas dos outros povos, ter ensinado em todos os tempos a fraternidade, a par de uma fé soberana e imorredoura. Sua existência histórica, contudo, é Uma lição dolorosa para todos os povos do mundo, das consequências nefastas do orgulho e do exclusivismo.

Emmanuel acrescenta que “todas as raças da Terra devem aos judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres.” (A Caminho da Luz, cap. VII).

TODAS AS PROFECIAS SÃO VERDADEIRAS?

No livro “Cristianismo: A Mensagem Esquecida”, Hermínio C. Miranda faz uma série de reflexões apontando que os redatores dos Evangelhos não eram historiadores que buscavam narrar com precisão a história tal qual ela é. Estariam assim, mais interessados em provar a tese de que Jesus é o Messias prometido pelos antigos e de que nele se cumpriram as profecias. Para isso, pode ter havido a escolha indiscriminada de profecias para dar apoio a eventos reais.

Entretanto, Hermínio é categórico ao afirmar que acima de qualquer adaptação que tenha havido e muito mais do que o Messias judaico previsto nos textos tidos como proféticos do Antigo Testamento: “Jesus é um Messias, no sentido de enviado, de missionário, incumbido de uma tarefa da mais alta relevância no processo evolutiva da humanidade; um indicador de rumos, um reformista religioso, social e ético, um Espírito de elevadíssima condição”.

Assim mudou para sempre as diretrizes do planeta, conforme vemos influenciando diretamente na conduta da Humanidade até os dias de hoje.

Questão Reflexiva:

Após a chegada do Cristo houve uma renovação dos valores da humanidade. Como a vinda de Jesus influenciou nossas vidas como Espíritos em jornada para a perfeição?


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terça-feira, 12 de abril de 2016

4ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Moisés e o Decálogo

O povo hebreu permaneceu no Egito por volta de 430 anos. Esse período foi marcado por grande prosperidade e crescimento populacional. Este fato despertou a preocupação do Faraó Ramsés II, que passou a oprimir o povo hebreu. Adotando medida extrema, tentando impedir o nascimento das crianças do sexo masculino, determinou que as parteiras matassem todos os meninos hebreus recém-nascidos.

Foi nesse cenário que a mãe de Moisés, Jocabel, da descendência de Levi, com intuito de protegê-lo, escondeu-o até o terceiro mês de idade. Posteriormente, temendo ser descoberta, o colocou num cesto no rio Nilo de onde foi retirado pela princesa Termútis, filha de Ramsés II.

A princesa adotou-o como filho, dando-lhe o nome de Moisés. Foi criado dentro do palácio e recebeu toda a educação reservada a um nobre egípcio.

Na idade adulta, certo dia, ao se deparar com um guarda egípcio agredindo um hebreu, tomou-lhe a defesa e acabou por ocasionar a morte daquele guarda. O episódio toma-se conhecido e o Faraó, tendo notícia do caso, procurava matá-lo.

Em fuga, Moisés dirigiu-se para a terra de Madiã. La conheceu as filhas do sacerdote Jetro, e depois de protegê-las de uma injusta agressão por parte de alguns pastores da região, foi acolhido na casa de Jetro, e unindo-se a sua filha Séfoxa, teve um filho de nome Gersam.

Vários anos depois, quando apascentava o rebanho de seu sogro teve a visão de uma chama de fogo no meio de uma sarça. Ali Moisés recebe a sua missão: “lahweh disse: Eu vi, eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi seu grito por causa dos seus opressores; pois eu conheço as suas angústias. Para isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir desta terra para uma terra boa e vasta, terra que emana leite e mel, o lugar dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus. Agora, o grito dos israelitas chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. Vai, pois, e eu te enviarei ao Faraó, para fazer sair do Egito o meu povo, os israelitas“ (êxodo, 3:7-10).

Moisés parte e encontra seu irmão Aarão no deserto que o auxiliaria frente ao Faraó. Quando chegam ao Egito dirigem-se ao Faraó e procuram negociar a libertação do povo hebreu.

Porém, como o Faraó não concordou com aquele pedido, Segundo o relato bíblico, o Egito foi acometido das dez pragas:

1. A água transformada em sangue;

2. As rãs;

3. Os mosquitos;

4. As moscas;

5. A peste dos animais;

6. As úlceras;

7. A chuva de granizo;

8. Os gafanhotos;

9. As trevas;

10. A morte dos primogênitos.

Do ponto de vista científico, as 10 pragas são interpretadas atualmente como uma série de eventos que culminaram numa catástrofe ecológica. A própria enumeração das pragas obedece a uma sequência lógica que, quando explicada pelos cientistas, desmistifica o caráter miraculoso desses eventos.

Finalmente, após todas essas tribulações, o Faraó permitiu a saída do povo hebreu do Egito (Êxodo). A Páscoa Judaica é exatamente a comemoração desse momento crucial da história hebraica.

O Faraó arrependeu-se da permissão concedida e ordenou a seus exércitos que perseguissem o povo hebreu.

Liderado por Moisés, os hebreus atravessaram o Mar Vermelho; já o exército egípcio sucumbiu sob suas águas.

O DECÁLOGO

Apos três meses da partida do Egito, os hebreus, liderados por Moisés, alcançaram o Monte Sinai. Lá Moisés é convocado por lahweh, e recebe os Dez Mandamentos (Decálogo):

“I - Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de alguma que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas debaixo da terra. Não adorarás, nem lhes darás culto”.

II - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

III - Lembra-te de santificar o dia de sábado.

IV- Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.

V – Não matarás.

VI - Não cometerás adultério.

VII – Não furtarás.

VIII – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

IX- Não desejaras a mulher do próximo.

X- Não cobiçaras a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença. (E.S.E. cap.I, item 2).

Esta lei é de caráter divino, revelação para todos os povos, sendo verdadeira em todos os tempos. Por isso, o Decálogo é considerado, na visão espírita, a primeira revelação, pois vem trazer a primeira constituição moral sintetizada visando o progresso espiritual humano.

Porém, para comandar esse povo bastante rude do ponto de vista moral e intelectual eram necessárias outras leis, de natureza civil, que permitissem reger e ordenar a vida em sociedade. Essas leis, de caráter transitório, foram instituídas pelo grande legislador hebreu, para auxiliar a condução desse povo indisciplinado e, por vezes, rebelde.

Essa rebeldia pode ser constatada na própria história do recebimento dos mandamentos divinos. Conforme relato bíblico, Moisés subiu ao monte Sinai para receber as tabuas da lei e lá permaneceu por 40 dias e 40 noites. Em sua ausência, o povo, que no Egito acostumou-se as práticas idólatras, fabricou um bezerro de ouro para ser adorado. Quando Moisés desceu do monte e verificou o que vinha acontecendo, encheu-se de ira e quebrou as tabuas da lei onde constavam os dez mandamentos.

Apos punir de forma severa o povo em seus excessos, Moisés retoma ao Monte Sinai para refazer as tábuas da lei. Essa postura dos hebreus nos leva a pensar quanto a nossa dificuldade em sermos fiéis a Deus e confiar Nele em todos os momentos de nossa existência.

Devido a essa grave falta do povo, Moisés decide permanecer no deserto durante 40 anos, para que houvesse uma renovação moral e de valores, e uma nova geração adentrasse a Terra Prometida.

Além de sua firme liderança junto aos hebreus e de suas apuradas faculdades mediúnicas que permitiram o recebimento do Decálogo, a Moisés é creditada a autoria do Pentateuco, ou seja, dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento - a Tora, como é denominada a Bíblia judaica. São eles:

- Gênese: conta a história da criação do mundo e do Homem, e da formação da aliança entre os patriarcas hebreus e Deus;

- Êxodo: narra a saída dos hebreus do Egito sob a liderança de Moisés, e o recebimento do Decálogo e a criação das leis civis;

- Levítico: manual que regula o sacerdócio, os sacrifícios, e as punições devidas a cada falta;

- Números: refere-se a dois recenseamentos dos hebreus no deserto e a primeira tentativa de adentrar em Canaã;

- Deuteronômio: significa “Segunda lei“, aprofundando-a nos aspectos religioso e jurídico. Contém os 3 discursos de Moisés ao povo.

Moisés, embora tenha sido o grande líder do povo hebreu, não adentrou a terra de Canaã, a “Terra Prometida“. Visualizou-a do monte Nebo, onde veio a falecer, antes, porém, havia indicado Josué como seu sucessor (1.200 a.C.).

E Josué que lidera o povo na travessia do rio Jordão, planeja a tomada de Jericó e, após varias batalhas, instala-se na região de Canaã. Ele ainda organiza a partilha das terras entre as doze tribos, e foi o responsável pela instalação do sistema tribal.

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente a importância do Decálogo, ou seja, dos Dez Mandamentos, para a humanidade.

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. F EESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP


Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

4ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Formação Do Povo Hebreu

A Raça Adâmica e a História Do Povo Hebreu

A Doutrina Espírita ensina-nos que os mundos progridem de duas formas:

- Fisicamente, pela elaboração da matéria;

- Moralmente, pela purificação dos Espíritos que os habitam.

Há, assim, uma grande diversidade de mundos, mais ou menos evoluídos, segundo o adiantamento ou inferioridade de seus habitantes. Uns são inferiores a Terra, outros estão no mesmo grau evolutivo, outros, ainda, são superiores.

“Quando, portanto um mundo chegou a um de seus períodos de transformação que deve fazê-lo subir na hierarquia, mutações se operam na população encarnada e na desencarnada' é então que ocorrem as grandes emigrações e imigrações”. (GE, XI, item 43).

Essas mudanças ocorrem de duas maneiras:

- Parciais - mudança circunscrita a um povo;

- Gerais - quando atinge todo um determinado mundo.

A Terra, como ocorre em todos os mundos, foi palco dessas mudanças populacionais com a chegada dos Espíritos exilados de Capela.

Conforme apontamento de Emmanuel na obra “A Caminho da Luz”, Capela é uma grande estrela da Constelação de Cocheiro, e dista da Terra 42 anos-luz. Tendo alcançado um elevado grau intelectual, continha, entretanto, em seu seio, uma grande quantidade de Espíritos rebeldes, comprometidos moralmente, e que dificultavam a consolidação do progresso daquele mundo. Diante desse quadro, havia necessidade da retirada desses Espíritos para outros mundos.

Dentre aqueles revoltosos, muitos foram enviados a Terra, e foram recebidos amorosamente por Jesus. Essa população daria origem às raças que ficariam conhecidas como adâmicas. Essa chegada dos capelinos é simbolizada pelas figuras de Adão e Eva.

No entanto, ha que se ressaltar que embora esses Espíritos tenham vindo para impulsionar o progresso do nosso mundo, o Planeta Terra, à época, já era habitado por vários povos: alguns muito primitivos, que compunham a maioria; outros, mais evoluídos, como a raça amarela, consoante citação de Kardec em “A Gênese” no capitulo XI, item 41.

Logo, eles - Adão e Eva - não foram os primeiros habitantes deste planeta, conforme disposto na questão 50 de “O Livro dos Espíritos”:

P. A espécie humana começou por um só homem?

R. “Não; aquele que chamais Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra”.

Emmanuel, em sua obra acima citada, no capitulo III, discorrendo sobre os capelinos, esclarece: “Com essas entidades nasceram no orbe os ascendentes das raças brancas”. Esses Espíritos, com o transcurso dos anos, reuniram-se em quatro grandes ramos:

1 - grupo dos ÁRIAS;

2 - civilização do EGITO;

3 - povo de ISRAEL;

4 - castas da ÍNDIA.

O POVO DE ISRAEL OU HEBREU

O povo hebreu era o ramo dos capelinos que tinha como característica principal a fortaleza espiritual pela crença monoteísta. A humanidade terrena deve a esse povo a propagação na crença do Deus único.

No entanto, Segundo dispõe Emmanuel na mesma obra acima citada, no capitulo VII: “Examinando esse povo notável no seu passado longínquo, reconhecemos que, se grande era sua certeza na existência de Deus, muito grande também era o seu orgulho, dentro de suas concepções da verdade e da vida”.

Esse orgulho, podemos compreender, impediu-os de reconhecer Jesus como o Messias esperado, eis que aguardavam um conquistador, um soberano resplandecente de glória terrena, que subjugasse os demais povos da terra e concedesse a Israel a supremacia do mundo. Tais convicções, repetimos; não lhes permitiu compreender a mensagem sublime de Jesus, como veremos, mais detalhadamente, em aulas seguintes.

ORIGENS

Procurando as origens do povo hebreu, verificamos que eles chegaram tarde ao cenário da História. Kardec, na questão 51 de “O Livro dos Espíritos”, tendo indagado sobre a época em que viveu o Adão bíblico, obteve a seguinte resposta: “Mais ou menos naquela que lhe assinalais: cerca de quatro mil anos antes de Cristo”.

Nessa época então assinalada para a origem do povo hebreu, verificamos que já havia grandes civilizações organizadas. O Egito, por exemplo, já tinha suas pirâmides, e a Suméria já era um poderoso império. Os hebreus formavam um grupo de nômades circulando sem destino pelo deserto e nem chegavam a atrair a atenção das grandes potências. Quando se estabeleceram, a terra por eles ocupada era de tamanho insignificante e, em grande parte, de solo estéril.

No entanto, o impacto do povo hebreu sobre nossa civilização foi impressionante. Mais de um terço da humanidade: os troncos judaico, muçulmano e cristão derivam da saga hebraica. Procurando identificar a razão dessa surpreendente influência, entendemos que a sua chave é a crença no Deus único (monoteísmo).

O PATRIARCA ABRAÃO

Pelos relatos bíblicos, podemos identificar a organização do povo hebreu a partir do grande patriarca Abraão, o que teria ocorrido por volta do ano 1850 a.C. (cf. Bíblia de Jerusalém).

Nesta altura, há que se fazerem algumas ressalvas. Quase toda a história da origem e formação do povo hebreu apenas pode ser encontrada nas narrativas bíblicas. Diferentemente de outras grandes civilizações, não existem achados arqueológicos significativos que comprovem todos os fatos ali descritos.

As datas então indicadas, quando se trata da história do povo hebreu, são estimativas, calculadas a partir dos relatos bíblicos, com base nas arvores genealógicas apresentadas e nas idades atribuídas aos patriarcas.

Em alguns casos, a história bíblica, em parte de suas narrativas, coincide com a história oficial. Isto podemos constatar, especialmente, nos hieróglifos egípcios esculpidos em pedra. Entre os fatos coincidentes podemos citar a existência de povos estrangeiros no Egito, o reinado do Faraó Ramsés II e a localização do povo judeu em Canaã no século XII a.C.

Feita esta reserva, passemos aos fatos segundo os relatos bíblicos. Iahweh disse a Abraão: “Sai da tua terra, da tua parentela e a da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu nome; sê uma benção!“ (Genesis, 12: 1-2).

Abraão que já havia deixado a cidade de Ur, na Caldéia, no vale da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, no Golfo Pérsico, encontrava-se em Harã.

“Abraão partiu, como lhe disse Iahweh, e Ló partiu com ele. Abraão tinha setenta e Cinco anos quando deixou Harã. Abraão tomou sua mulher Sara, seu sobrinho Ló, todos os bens que tinham reunido e o pessoal que tinham adquirido em Harã; partiram para a terra de Canaã, e ai chegaram”. (Genesis, 12: 4-5).

Numa época de grande seca, Abraão, com a família e o rebanho, deslocou-se para o Egito. Algum tempo depois, volta a Terra Prometida, mas os Cananeus não os receberam bem. Após desentendimentos entre os pastores dos rebanhos, Abraão e Ló separaram-se.

ISAAC

Abraão teve vários filhos. Entre eles, destacam-se Ismael, filho de Agar, escrava de sua mulher, e Isaac, filho de sua mulher Sara. Com o nascimento de Isaac, Agar e seu filho Ismael deixam o clã de Abraão e seguem para o deserto. A descendência de Ismael deu origem ao povo árabe. Isaac, assim, torna-se o herdeiro de Abraão e casa-se com sua prima Rebeca, e geraram a Esaú e Jacó.

JACÓ

Jacó e seu irmão Esaú tiveram uma convivência cheia de rivalidades. Quando adultos essas disputas tomaram-se ainda mais acirradas, fazendo-os competir entre si pelo direito de sucessão a herança.

A certa altura, Isaac pede a Jacó que se case com uma hebréia e o envia a Harã, a casa de seu tio Labão, irmão de Rebeca. Durante essa viagem, Jacó teve o famoso sonho da escada que se erguia da Terra e os anjos de Deus subiam e desciam por ela (essa visão pode ser considerada como representativa do processo de evolução dos Espíritos na Terra).

La conhece sua prima Raquel por quem se apaixona. Serve a Labão por sete anos para recebê-la em casamento.

Mas Labão, astuciosamente, em lugar de Raquel lhe deu Lia, a irmã mais velha. Depois de uma semana nupcial, Labão entregou-lhe também Raquel, mas Jacó precisou servir-lhe por mais sete anos.

Jacó, após se desentender com seu tio, retorna a Canaã e tem outro sonho, no qual lutava com um anjo até o amanhecer. Como não foi vencido, o anjo deu-lhe o nome de ISRAEL e lhe disse que esse seria o seu nome dai em diante.

OS FILHOS DE JACÓ E A DIVISÃO DAS TRIBOS

Jacó teve 12 filhos, e dessa descendência originaram-se as 12 tribos de Israel que ocupariam Canaã. Há que se esclarecer, no entanto, que a parte que cabia a tribo de Levi foi dividida entre os filhos de José: Manassés e Efraim, pois a tribo de Levi ficou responsável pelas atividades sacerdotais de Israel.

Seu filho José, filho de Raquel, era muito amado pelo pai, e por isso invejado pelos irmãos. Eles então o venderam a mercadores que o levaram para o Egito, e quando retornaram para casa disseram a Jacó que ele tinha sido morto por um animal selvagem.

José, no Egito, após um período de tribulações, quando se encontrava encarcerado, foi chamado pelo Faraó para interpretação de um sonho que o incomodava. Conseguindo fazer uma interpretação precisa do sonho, ganhou a confiança do Faraó e se tornou seu ministro.

José casou-se com Assenet com quem teve dois filhos: Manassés e Efraim.

Diante da grande seca por toda a terra de Canaã, os irmãos de José dirigiram-se para o Egito em busca de mantimentos e ali são reconhecidos pelo irmão, que os perdoou.

Jacó teve a grande alegria de reencontrar, no Egito, o filho que pensava ter perdido. La toda a família se instalou.

Naquela terra, o povo hebreu permaneceria por mais de quatro séculos.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Qual a importância, para nós, do estudo da história do povo hebreu?


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