CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 5 de abril de 2016

3ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Gênese Espiritual

A Ciência tem buscado explicar-nos as causas da formação do mundo material e do surgimento do Homem.

Através das leis físicas, elucidadas pelas pesquisas cientificas, compreendemos uma infinidade de fenômenos que regem as nossas vidas e o nosso mundo.

Entretanto, somente as leis que regulam o mundo físico não são capazes de explicar o sentimento de imortalidade que anima a criatura humana ou, ainda, a inteligência que se desenvolve em todos os campos de sua atuação.

Devemos lembrar, portanto, que para a Doutrina Espírita o Universo é constituído de dois elementos gerais: a matéria e o espírito, ambos criados por Deus. (LE, questão 27). O Espiritismo vem então nos elucidar as leis espirituais; a Ciência, por sua vez, vem apresentar-nos as leis materiais.

PRINCÍPIO ESPIRITUAL

Observando a realidade constituída ao nosso redor, percebemos que a existência da matéria - ou princípio material - não necessita de prova, uma vez que ela se manifesta de maneira ponderável, ou seja, pode ser medida de alguma forma, e, desse modo, percebida por nossos sentidos. E importante lembrar que a matéria é formada a partir da elaboração do elemento cósmico universal (fluido cósmico).

O outro elemento constitutivo do Universo, o princípio espiritual (ou inteligente), afirma sua existência por seus atos ou efeitos inteligentes. Em “O Livro dos Espíritos”, na questão n° 23, Kardec pergunta “Que é o espírito?” e obtém a seguinte resposta: “O princípio inteligente do Universo”.

O principio inteligente é então, em absoluto, distinto da matéria. Mas, ele se utiliza da matéria para se manifestar no mundo físico. Há, no entanto, que se ressaltar, que inteligência e princípio inteligente são coisas diferentes, eis que a inteligência é apenas um dos diversos atributos essenciais do principio inteligente.

Sobre a origem do princípio inteligente, ou princípio espiritual, Kardec formula, em “A Gênese”, no capitulo XI, item 7, a seguinte questão: “O ser espiritual sendo admitido, e a sua fonte não podendo estar na matéria, qual é a sua origem, seu ponto de partida?”, e, a seguir, é apresentada a seguinte resposta:

“Aqui, os meios de investigação faltam absolutamente, como em tudo o que está ligado ao princípio das coisas. O homem pode constatar apenas o que existe; sobre todo o resto, ele pode emitir apenas hipóteses; e, seja porque esse conhecimento ultrapasse o alcance de sua inteligência atual, seja porque exista para ele inutilidade ou prejuízo em possuí-lo agora, Deus não dá a ele, nem mesmo pela revelação”.

Através da análise do conjunto de conhecimentos hoje compilados pela humanidade, verificamos a presença de um encadeamento progressivo. Assim, à medida que avançamos, agregamos mais informações que vão construindo novos campos do saber, ou aprimorando os já existentes.

Especialmente em relação à Doutrina Espírita, que tem a natureza de revelação (3ª Revelação), podemos lembrar que, como constantemente nos explica Kardec, todas as informações que nos foram trazidas pelos Espíritos Superiores não representam a totalidade do conjunto do que podemos apreender, mas se limitam à nossa atual capacidade de compreensão. No universo tudo vem a seu tempo!

Em “O Livro dos Espíritos“, no capitulo XI, Kardec abordou os “Três Reinos“ da natureza.

Antes de prosseguirmos, temos que ressalvar que esta classificação, como todas as classificações científicas, tomou-se hoje mais complexa, e foram classificados novos reinos da natureza, pois se constatou que alguns seres, em sua essência, não se encaixavam nas características de um dos três reinos ate então considerados.

Alguns exemplos são: os vírus, os cogumelos e os corais, pois possuem naturezas que, dizem os cientistas, justificam a classificação em reinos próprios.

Tal avanço da classificação cientifica é uma especialização necessária; mas, em relação ao foco que por ora nos interessam, os princípios presentes são os mesmos, e apresentam os seres avançando dos espécimes mais simples para os mais complexos. Lembremos, ainda, como Kardec expôs diversas vezes, a Doutrina Espírita não será superada pela Ciência, pois todos os fatos científicos devidamente comprovados não serão rejeitados pelo Espiritismo, mas, ao contrário, plenamente acolhidos. Essa é a natureza cientifica da Doutrina Espírita que impede que ela seja superada. Podemos ainda acrescentar que, comumente, na Doutrina Espírita, usamos a expressão “Reino Hominal” que então pode ser considerado um 4° reino.

Voltemos ao principio espiritual. O principio espiritual teve um inicio, pois apenas Deus é eterno, e todas as demais coisas existentes no universo são criações de Deus. Em seu início, o principio espiritual transita entre os reinos da natureza e não tem consciência de si mesmo.

Na questão 586 de “O Livro dos Espíritos“, a propósito, Kardec pergunta sobre o estado do principio espiritual nas plantas, vejamos: “As plantas têm consciência de sua existência?” resposta: “Não. Elas não pensam, não têm mais do que a vida orgânica”.

Assim, uma planta possui: a matéria densa que forma seu corpo físico, o fluido vital que a anima, e, além dessa simples vida orgânica, reside o principio espiritual, mas, repetimos, sem consciência de sua existência.

Quando alcança o reino animal, o principio inteligente já adquiriu individualidade. Na questão n° 607-a de “O Livro dos Espíritos” encontramos uma síntese. Vejamos:

P. “Parece, assim, que a alma teria sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação?”

R. “Não dissemos que tudo se encadeia na Natureza e tende à unidade? É nesses seres, que estais longe de conhecer inteiramente que o princípio inteligente se elabora; se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida, como dissemos. É, de certa maneira, um trabalho preparatório, como da germinação, em seguida ao qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. É então que começa para ele o período da humanidade e, com este, a consciência do seu futuro, a distinção do bem e do mal e a responsabilidade dos seus atos. Como depois do período da infância vem o da adolescência, depois a juventude e por fim a idade madura...”

Destacamos a palavra “Espírito” para ressaltar seu significado único para a Doutrina Espírita: o Ser inteligente quando atinge a fase hominal.

Quanta beleza podemos ver nas obras de Deus! Tudo é movimento, tudo é progresso, tudo é harmonia nas Leis Eternas. Dentre todos os sistemas criados pelo Homem, nenhum deles foi capaz de explicar o mundo e sua origem. Ha uma grandiosidade tal que só por revelação poderíamos conhecer.

André Luiz, em “Evolução em Dois Mundos”, cap. VI, menciona uma genealogia do Espírito, completando: “Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim de que pudesse; como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento continuo para os Espaços Cósmicos”.

Diz, ainda, André Luiz, em “No Mundo Maior”, cap. 4, “... O princípio espiritual desde o obscuro momento da criação, caminha sem detença para frente (...). Viajou do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão, tendo feito assim a passagem através dos Reinos da Natureza”.

Dentro deste contexto, toma-se o mundo material o palco para a manifestação dos seres espirituais, fornecendo elementos para que eles desenvolvam a sua inteligência e a sua moralidade, sendo a matéria então, o objeto de trabalho do Espírito. Ou seja, ele atua sobre ela e para que isso seja possível, ele a utiliza como vestimenta.

Para tanto, Deus dotou o ser humano de corpos organizados e versáteis, capazes de responder a vontade do ser inteligente que o habita. E importante notar que o desenvolvimento do Espírito suscita novos gêneros de trabalho e, por consequência, corpos mais sutis, aptos a atividades mais depuradas em mundos também mais evoluídos.

A programação espiritual que acompanha a criação e a elaboração de um planeta, as encarnações e reencarnações que serão realizadas nele, são sempre dirigidas por uma comunidade de Espíritos Puros, eleitos por Deus. Sendo Jesus um dos membros dessa comunidade, é ele o responsável pelo processo evolutivo de nosso planeta. Estudar então a gênese planetária faz-se necessário para que possamos saber de onde viemos, como estamos e qual será a nossa destinação.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Reflita sobre a seguinte frase: Na natureza tudo se encadeia.

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Céu e o Inferno.


Fonte da imagem: Internet Google.

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