CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

6ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Organização Religiosa do Povo Judeu

O povo judeu tinha uma complexa organização de suas instituições religiosas. Possuíam uma casta sacerdotal altamente hierarquizada; uma série extensa de ritos, liturgias e práticas devocionais e de oferendas.

Remontando as origens dessa institucionalização, podemos recordar que a época da fuga do Egito, Moisés estabeleceu uma série de práticas religiosas que o povo deveria seguir.

Naquele período, como já vimos anteriormente, os hebreus, diante de todos os séculos que ficaram no Egito, acabaram por incorporar uma série de valores daquela sociedade egípcia, seja o politeísmo que é o culto a diversos deuses, como Ra, Ísis, Osíris, etc., seja, ainda, a necromancia, que era a evocação dos mortos para fazer adivinhações, prever o futuro, descobrir riquezas.

Havia também um apego extremo as riquezas materiais, que era tão forte, tão arraigado, tão dominante entre aquele povo que, para que eles abandonassem esses valores, esses costumes, todas essas superstições, era preciso que se instituísse um dia para que fosse dedicado ao culto ao Deus (mito, que era a crença original dos hebreus, sua característica marcante: o monoteísmo). Assim foi instituído o Sábado, que deveria ser reservado, exclusivamente, para a prática religiosa e para a convivência fraternal em comunidade, ou mesmo em família, comungando os mesmos valores espirituais.

Ocorreu, entretanto, como bem sabemos, que as regras externas que deveriam ser a base para o despertar dos sentimentos de fraternidade, de comunhão e de religiosidade, acabaram, muitas vezes, por morrer na frieza da letra, principalmente entre aqueles que tinham o conhecimento e “interpretavam a Lei”. A letra por si só, não há duvida, é morta.

Vejamos alguns pontos da conjuntura da época:

Sinagoga: Só um templo existia na Judéia: o de Salomão, situado em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimônias do culto. As demais cidades não tinham templos, mas sinagogas, edifícios em que os judeus se reuniam aos sábados, para fazerem suas preces publicas sob a direção dos Anciãos, dos Escribas e dos Doutores da Lei. Ali também se faziam leituras dos livros sagrados, seguidas de comentários e explicações. Todos podiam participar.

Sinédrio: Roma permitia aos países dominados gerir suas questões internas. Para a Judéia e a Samaria, o órgão administrativo era o Sinédrio. Era o Supremo Tribunal da nação judaica. Tratava-se de uma assembleia composta por 70 anciãos, chefiada por um Sumo Sacerdote. Ao procurador romano, era facultado nomear ou depor o Sumo Sacerdote. Tinha tanto caráter religioso, como secular e a Lei Judaica (Tora) constituía a norma de suas decisões.

O GRANDE TEMPLO

É fundamental conhecer o local tido como o mais sagrado para os judeus. Localizava-se na cidade de Jerusalém. O Templo foi idealizado por Davi, construído por Salomão, destruído por Nabucodonosor em 586 a.C. e reconstruído apos a libertação dos judeus por Ciro, o Grande, rei dos Persas. Continha várias portas e pátios internos sobrepostos assim subdivididos:

- Pátio dos gentios: todos podiam frequentar; ali eram vendidos os animais para sacrifícios (consta que cabia até 140.000 pessoas);

- Pátio dos Israelitas: destinado ao povo judeu apenas;

- Pátio das mulheres;

- Pátio dos homens;

- Pátio dos Levitas: onde ficava o altar dos sacrifícios sobre uma rampa. Neste pátio, atrás do altar, erguia-se o santuário com 45 metros de largura, dividido em duas partes:

- A primeira chamada de O Santo, onde ficava o altar dos perfumes e incensos;

- A Segunda chamada de Santo dos Santos, simbolizando a antiga área da Aliança, que Continha duas Tábuas de Pedra contendo os “Dez Mandamentos” e onde somente o Sumo Sacerdote podia entrar uma vez ao ano.

Havia três categorias de sacerdotes: os sacerdotes menores, encarregados dos serviços internos e que se subordinavam ao diretor do Templo; os sacerdotes de graus maiores, encarregados da administração civil e religiosa; e o Sumo Sacerdote que era eleito de dois em dois anos.

Cobravam os tributos devidos ao Templo, tanto em dinheiro como em espécie, pois os israelitas eram obrigados a pagar dízimos, bem como entregar parte da primeira colheita de suas plantações. O sacrifício ritual de animais dependia do que se celebrava e segundo as condições de cada família.

COSTUMES

Alguns exemplos dos principais costumes na época:

- Circuncidar as crianças masculinas no oitavo dia após o nascimento;

- Proibição do trabalho no sábado;

- Comemorar a festa nacional da Páscoa em Jerusalém;

- Os criminosos sofriam a ação do “olho por olho, dente por dente”;

- As adúlteras eram lapidadas (mortas a pedradas);

- Os romanos levaram para a região a flagelação e a crucificação como forma de punição aos criminosos;

Comércio e Profissões:

- Em geral: pescadores, pastores, mercadores, doutores, escravos;

- No templo: trombeteiros, acendedores de lâmpadas, tecedeiras, sacrificadores, fiscais do sacrifício, auxiliares do cerimonial e uma série de outras funções administrativas e operacionais.

Ainda sobre o Templo, podemos lembrar aquela passagem, nos Evangelhos, em que os discípulos ficam muito admirados pelo luxo, pela suntuosidade, pela beleza e riqueza do templo e vão chamar Jesus para lhes mostrar as edificações, e Jesus lhes diz: “Vedes tudo isto? Em verdade vos digo não ficará aqui pedra sobre pedra: tudo será destruído.” (Mt 24:2).

E assim ocorreu, por volta de 40 anos depois, no ano 70 d. C., após a subjugação total ao império Romano, o Templo foi totalmente destruído pelo general romano Tito. Restou apenas, e esta de pé até hoje, o chamado “Muro das Lamentações”, em Jerusalém, onde muitos judeus ainda fazem suas orações.

Porque não aceitavam Jesus?

Os judeus vinham esperando pelo prometido Messias, tão falado nas Escrituras, há séculos. Quando chegou o momento, Jesus nasceu entre nós e causou um desconforto grande entre os doutores da Lei, principalmente entre os fariseus, que acabou por levá-lo a crucificação. O orgulho os impediu de enxergar no meigo Rabi da Galiléia a figura do Salvador. Podemos sintetizar as razões em:

- Crença generalizada que o Messias seria um “Salvador” da pátria, dominador do mundo, que libertaria o “povo escolhido” das garras da “águia romana”;

- Para eles Jesus era demasiado simples e bom que somente se manifestava entre pessoas desclassificadas e ignorantes, e não era um condutor energético e altivo;

- Como esperar o triunfo, a implantação de um novo reino se afirmava que maior é aquele que se fizer menor de todos?

Da obra “Estudos Espíritas” de Joanna de Angelis, mensagem: “Jesus”, trazemos a colação os seguintes trechos: “Incompreendido desde os primeiros instantes, a sua é a vida dos feitos heroicos, da renúncia, do sacrifício e do supremo amor ” E mais adiante: “Sua mensagem de fraternidade igualou todos os homens, cujas diferenças estão nas indestrutíveis e inamovíveis conquistas do Espírito imortal, em que o maior se faz servo do menor e o que possui se despoja para socorrer o que não conseguiu reter...”

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente a razão dos judeus não terem reconhecido Jesus como o Messias aguardado.

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan A O Evangelho Segundo o Espiritismo A Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Armond, Edgard - O Redentor.
- Franco, Divaldo P./Joanna de Angelis - Estudos Espíritas.


Fonte da imagem: Internet Google.

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