CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 12 de abril de 2016

4ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Moisés e o Decálogo

O povo hebreu permaneceu no Egito por volta de 430 anos. Esse período foi marcado por grande prosperidade e crescimento populacional. Este fato despertou a preocupação do Faraó Ramsés II, que passou a oprimir o povo hebreu. Adotando medida extrema, tentando impedir o nascimento das crianças do sexo masculino, determinou que as parteiras matassem todos os meninos hebreus recém-nascidos.

Foi nesse cenário que a mãe de Moisés, Jocabel, da descendência de Levi, com intuito de protegê-lo, escondeu-o até o terceiro mês de idade. Posteriormente, temendo ser descoberta, o colocou num cesto no rio Nilo de onde foi retirado pela princesa Termútis, filha de Ramsés II.

A princesa adotou-o como filho, dando-lhe o nome de Moisés. Foi criado dentro do palácio e recebeu toda a educação reservada a um nobre egípcio.

Na idade adulta, certo dia, ao se deparar com um guarda egípcio agredindo um hebreu, tomou-lhe a defesa e acabou por ocasionar a morte daquele guarda. O episódio toma-se conhecido e o Faraó, tendo notícia do caso, procurava matá-lo.

Em fuga, Moisés dirigiu-se para a terra de Madiã. La conheceu as filhas do sacerdote Jetro, e depois de protegê-las de uma injusta agressão por parte de alguns pastores da região, foi acolhido na casa de Jetro, e unindo-se a sua filha Séfoxa, teve um filho de nome Gersam.

Vários anos depois, quando apascentava o rebanho de seu sogro teve a visão de uma chama de fogo no meio de uma sarça. Ali Moisés recebe a sua missão: “lahweh disse: Eu vi, eu vi a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi seu grito por causa dos seus opressores; pois eu conheço as suas angústias. Para isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir desta terra para uma terra boa e vasta, terra que emana leite e mel, o lugar dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus. Agora, o grito dos israelitas chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. Vai, pois, e eu te enviarei ao Faraó, para fazer sair do Egito o meu povo, os israelitas“ (êxodo, 3:7-10).

Moisés parte e encontra seu irmão Aarão no deserto que o auxiliaria frente ao Faraó. Quando chegam ao Egito dirigem-se ao Faraó e procuram negociar a libertação do povo hebreu.

Porém, como o Faraó não concordou com aquele pedido, Segundo o relato bíblico, o Egito foi acometido das dez pragas:

1. A água transformada em sangue;

2. As rãs;

3. Os mosquitos;

4. As moscas;

5. A peste dos animais;

6. As úlceras;

7. A chuva de granizo;

8. Os gafanhotos;

9. As trevas;

10. A morte dos primogênitos.

Do ponto de vista científico, as 10 pragas são interpretadas atualmente como uma série de eventos que culminaram numa catástrofe ecológica. A própria enumeração das pragas obedece a uma sequência lógica que, quando explicada pelos cientistas, desmistifica o caráter miraculoso desses eventos.

Finalmente, após todas essas tribulações, o Faraó permitiu a saída do povo hebreu do Egito (Êxodo). A Páscoa Judaica é exatamente a comemoração desse momento crucial da história hebraica.

O Faraó arrependeu-se da permissão concedida e ordenou a seus exércitos que perseguissem o povo hebreu.

Liderado por Moisés, os hebreus atravessaram o Mar Vermelho; já o exército egípcio sucumbiu sob suas águas.

O DECÁLOGO

Apos três meses da partida do Egito, os hebreus, liderados por Moisés, alcançaram o Monte Sinai. Lá Moisés é convocado por lahweh, e recebe os Dez Mandamentos (Decálogo):

“I - Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de alguma que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas debaixo da terra. Não adorarás, nem lhes darás culto”.

II - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.

III - Lembra-te de santificar o dia de sábado.

IV- Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.

V – Não matarás.

VI - Não cometerás adultério.

VII – Não furtarás.

VIII – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

IX- Não desejaras a mulher do próximo.

X- Não cobiçaras a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença. (E.S.E. cap.I, item 2).

Esta lei é de caráter divino, revelação para todos os povos, sendo verdadeira em todos os tempos. Por isso, o Decálogo é considerado, na visão espírita, a primeira revelação, pois vem trazer a primeira constituição moral sintetizada visando o progresso espiritual humano.

Porém, para comandar esse povo bastante rude do ponto de vista moral e intelectual eram necessárias outras leis, de natureza civil, que permitissem reger e ordenar a vida em sociedade. Essas leis, de caráter transitório, foram instituídas pelo grande legislador hebreu, para auxiliar a condução desse povo indisciplinado e, por vezes, rebelde.

Essa rebeldia pode ser constatada na própria história do recebimento dos mandamentos divinos. Conforme relato bíblico, Moisés subiu ao monte Sinai para receber as tabuas da lei e lá permaneceu por 40 dias e 40 noites. Em sua ausência, o povo, que no Egito acostumou-se as práticas idólatras, fabricou um bezerro de ouro para ser adorado. Quando Moisés desceu do monte e verificou o que vinha acontecendo, encheu-se de ira e quebrou as tabuas da lei onde constavam os dez mandamentos.

Apos punir de forma severa o povo em seus excessos, Moisés retoma ao Monte Sinai para refazer as tábuas da lei. Essa postura dos hebreus nos leva a pensar quanto a nossa dificuldade em sermos fiéis a Deus e confiar Nele em todos os momentos de nossa existência.

Devido a essa grave falta do povo, Moisés decide permanecer no deserto durante 40 anos, para que houvesse uma renovação moral e de valores, e uma nova geração adentrasse a Terra Prometida.

Além de sua firme liderança junto aos hebreus e de suas apuradas faculdades mediúnicas que permitiram o recebimento do Decálogo, a Moisés é creditada a autoria do Pentateuco, ou seja, dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento - a Tora, como é denominada a Bíblia judaica. São eles:

- Gênese: conta a história da criação do mundo e do Homem, e da formação da aliança entre os patriarcas hebreus e Deus;

- Êxodo: narra a saída dos hebreus do Egito sob a liderança de Moisés, e o recebimento do Decálogo e a criação das leis civis;

- Levítico: manual que regula o sacerdócio, os sacrifícios, e as punições devidas a cada falta;

- Números: refere-se a dois recenseamentos dos hebreus no deserto e a primeira tentativa de adentrar em Canaã;

- Deuteronômio: significa “Segunda lei“, aprofundando-a nos aspectos religioso e jurídico. Contém os 3 discursos de Moisés ao povo.

Moisés, embora tenha sido o grande líder do povo hebreu, não adentrou a terra de Canaã, a “Terra Prometida“. Visualizou-a do monte Nebo, onde veio a falecer, antes, porém, havia indicado Josué como seu sucessor (1.200 a.C.).

E Josué que lidera o povo na travessia do rio Jordão, planeja a tomada de Jericó e, após varias batalhas, instala-se na região de Canaã. Ele ainda organiza a partilha das terras entre as doze tribos, e foi o responsável pela instalação do sistema tribal.

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente a importância do Decálogo, ou seja, dos Dez Mandamentos, para a humanidade.

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. F EESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP


Fonte da imagem: Internet Google.

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