CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 26 de abril de 2016

6ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

O Povo Judeu, Sua Organização Social, Política E Religiosa

Organização Social e Política

Um dos povos que vivia sob o jugo do Império Romano na época do nascimento de Jesus era o povo Judeu.

Essa dominação vinha desde 63 a.C., quando o general romano Pompeu dominou a região da Judéia. Apesar de estar sob domínio de Roma, esta não retirou a liberdade da prática religiosa dos judeus, visando, principalmente, manter a ordem mais facilmente, permitindo inclusive, que um governador testa-de-ferro conservasse o titulo de rei. O ultimo rei judeu foi executado em 37 a.C.

A difusão da cultura grega e a presença de muitos judeus em outros países, juntando-se com a unificação política proporcionada pelo governo de Roma, compuseram o cenário propicio para o inicio do Novo Testamento com a chegada de Jesus.

Sumariamente, o cenário era composto por:

- Mundo antigo ocidental, praticamente unificado sob a administração romana, extremamente zelosa das regras jurídicas e tolerante com os princípios religiosos dos povos conquistados;

- Mundo ocidental, unificado pela expansão da cultura grega, desde a conquista dos macedônios, suplantando a cultura latina e outras com sua arte, literatura e filosofia, com Sócrates, Xenofonte, Platão, Aristóteles e tantos outros;

- Declínio do paganismo greco-romano e de outros povos;

- Sustentação por Israel do monoteísmo, principalmente, porque os judeus da diáspora tinham colocado em muitos lugares os fundamentos da fé em Deus único e do conhecimento de sua lei.

CLASSES SOCIAIS

Para melhor compreender certas passagens dos Evangelhos é preciso conhecer termos que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia daquela época. Temos assim sumarizado alguns conceitos importantes das diferentes classes sociais (extraído do livro “O Redentor”, cap. 12, de Edgar Armond e do “ESE”, Introdução, item III, Kardec):

Samaritanos: povo considerado pagão pelos mais ortodoxos. Nutria profunda aversão aos judeus iniciada séculos antes da chegada de Jesus. Existia entre eles um ódio recíproco e se esquivavam a todas as formas de relações entre si. O antagonismo das duas nações tinha como único principio a divergência de opiniões religiosas, embora as suas crenças tivessem a mesma origem.

A cidade de Samaria, após a cisão das dez tribos, tornou-se a capital do reino dissidente, e para tornarem a separação ainda mais profunda e não terem de ir a Jerusalém para a celebração das festas religiosas, construíram um templo próprio no monte Garizim.

Adotaram certas reformas:

- Admitiam somente o Pentateuco, que contem a Lei de Moisés;

- Aceitavam facilmente os ritos e as divindades estrangeiras;

- Perseguiam os que mantinham a circuncisão das crianças;

- Transformaram muitas vezes a religião em simulacros pagãos e teatro de solenidades obscenas de Baco;

- Edificaram uma fortaleza sobre as ruínas da cidadela de Davi em Jerusalém e dedicou o templo a Júpiter Olímpico.

Nazarenos: nome dado aos judeus que faziam votos, por toda vida ou por um período, de conservar-se em pureza perfeita. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.

Publicanos: encarregados da cobrança de impostos e outras rendas. Eram desprezados por todos e considerados impuros, porque os judeus não aceitavam pagar impostos, especialmente a contribuição para o sustento dos soldados romanos.

Fariseus: eram considerados os verdadeiros judeus da época, os melhores cultuadores e intérpretes da Tora.

Na obra “O Redentor”, cap. 12, Edgard Armond comenta que eram “dotados de mentalidade estreita: levavam ao máximo rigorismo o culto exterior e a expressão literal dos textos”. Inimigos das inovações, mas sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes dissolutos e muito orgulho. Acreditavam na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. A primeira noticia que se tem deles data de 180 a.C. Foi contra eles que Jesus dirigiu grande parte de suas advertências.

Saduceus: eram livres pensadores e céticos. Não acreditavam na fatalidade ou no destino e também discordavam dos fariseus em atribuírem a Deus a boa ou má conduta dos homens. O Homem, diziam, deve guiar-se pelo livre-arbítrio e é o único autor de sua infelicidade ou ventura.

Negavam a imortalidade da alma, a ressurreição, não obstante acreditavam em Deus, serviam-no com interesse de recompensas temporais. Pacíficos e acomodados, suas riquezas os colocavam nos postos mais altos da administração e da sociedade. Por isso não se deixavam empolgar pela geral expectativa da vinda de um Messias.

Essênios: seita judia fundada cerca do ano 150 a.C. no tempo dos Macabeus. Moravam em edifícios semelhantes a mosteiros, distinguiam-se pelos costumes suaves e as virtudes austeras, ensinando o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma, e crendo na ressurreição. Tinham seus bens em comum e se dedicavam a agricultura. Eram celibatários, e condenavam a escravidão e a guerra.

Escribas: eram aqueles que tinham a incumbência de escrever a lei e explicá-la, e a certos intendentes dos exércitos judeus. Faziam causa comum com os Fariseus, participando dos seus princípios e de sua aversão aos inovadores. Jesus, assim, sempre os envolve na mesma reprovação.

Principais regiões e cidades

Também para efeito de melhor compreender a situação de como viviam os judeus na época de Jesus, é preciso conhecer basicamente as principais regiões e cidades que serviram de palco para os acontecimentos que serão tratados em aulas posteriores.

Galiléia: é uma região do norte de Israel situada entre o mar Mediterrâneo, o lago de Tiberíades e o vale de Jezreel. E uma região de Colinas, entre elas o célebre monte Tabor, local em que, segundo os Evangelhos, ocorreu a transfiguração de Jesus Cristo.

Belém: Jesus nasceu em Belém, na província da Judéia, porém viveu sua infância e adolescência em Nazaré, na Galiléia. Todos os seus apóstolos, exceto Judas lscariotes, que era da Judéia, nasceram na Galiléia. O apelido “galileu” as vezes era dirigido a Jesus depreciativamente, como insulto, justamente porque ele passou a maior parte da sua vida terrena na província da Galiléia.

Judéia: é uma região localizada a oeste do mar Morto, entre o mar Morto e o mar Mediterrâneo, estendendo se ao norte até as colinas de Golan e ao sul da faixa de Gaza, sendo estas, atualmente, regiões em continuo conflito entre Israel e Palestina. Por localizar-se numa região estratégica, sempre foi disputada por vários povos. Principais cidades: Hébron, Belém, Jerusalém, Jerico, Betânia, Efraim, Emaús.

Nazaré: situava-se na região da Galiléia, ao norte de fértil vale de Israel, com suaves colinas de onde se pode ver, a dezenas de quilômetros, o vale do rio Jordão. Era um dos mais belos locais da Palestina. Era uma pequena cidade, sem grande importância política.

De população diversificada, composta por homens rústicos, pouco fiéis às leis e ritos judaicos, Nazaré era vitima de preconceitos pelos judeus metropolitanos e era comum a frase: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?”, como aconteceu na conversação entre Natanael e Felipe (Jo 1:46) ou como fala Isaias (Is 9: ), quando é chamada de “Galiléia dos gentios”.

Jerusalém: capital da Judéia, grande centro econômico, era onde Roma fazia sua sede de governo com seus procuradores. Situava-se bem próximo ao vale do Jordão, a 30 quilômetros do Mar Morto, ao sul. O termo significa “paz sagrada” e era o principal centro religioso dos judeus, onde fora construído o grande templo.

A cidade dividia-se em três bairros: Cidade Alta, que ficava no Monte Sião e onde residiam os ricos; Cidade Baixa, ao longo do vale de Cedron, onde se aglomerava o povo pobre; e o bairro do Templo, ligado a Cidade Alta por uma longa ponte de pedra.

Era uma cidade populosa, sendo multiplicada pelo intenso movimento a época das festas, principalmente, a Páscoa. Era toda de ruas estreitas e íngremes, circundada por muralhas. De Jerusalém a Nazaré, são 100 quilômetros.

Jericó: ficava a oeste do Jordão controlando sua passagem, a 250 metros abaixo do nível do mar. Era considerada a cidade das palmeiras, um Oasis no deserto. No tempo de Abraão, Isaac e Jacó, era o centro da civilização. Muito bem fortificada, Josué alcançou aqui sua primeira vitória, quando provocou a queda de suas muralhas. Era dessa cidade que provinham os pais de Maria.

Cafarnaum: situada na margem noroeste do lago da Galiléia. Era a cidade base de Jesus durante o seu ministério. Era a terra natal de Mateus. Jesus ensinava nas sinagogas e operou ali muitos dos seus “milagres”, por exemplo, a cura do servo de centurião (Mt 8:5-13).

Belém: era mais um povoado do que uma cidade, ficava a 8 quilômetros de Jerusalém, a sudoeste, nas colinas de Judá. A cidade de Davi, sua terra natal, é o lugar onde o profeta Samuel foi escolhê-lo para suceder a Saul como futuro rei de Israel. O profeta Miquéias predisse o nascimento do Messias em Belém. Séculos mais tarde, nela nasceu Jesus.

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente os fatores que contribuíram para a vinda de Jesus.


Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário