A Formação Do Povo Hebreu
A
Raça Adâmica e a História Do Povo Hebreu
A Doutrina
Espírita ensina-nos que os mundos progridem de duas formas:
-
Fisicamente, pela elaboração da matéria;
-
Moralmente, pela purificação dos Espíritos que os habitam.
Há, assim,
uma grande diversidade de mundos, mais ou menos evoluídos, segundo o
adiantamento ou inferioridade de seus habitantes. Uns são inferiores a Terra,
outros estão no mesmo grau evolutivo, outros, ainda, são superiores.
“Quando,
portanto um mundo chegou a um de seus períodos de transformação que deve
fazê-lo subir na hierarquia, mutações se operam na população encarnada e na
desencarnada' é então que ocorrem as grandes emigrações e imigrações”. (GE, XI,
item 43).
Essas
mudanças ocorrem de duas maneiras:
- Parciais -
mudança circunscrita a um povo;
- Gerais -
quando atinge todo um determinado mundo.
A Terra,
como ocorre em todos os mundos, foi palco dessas mudanças populacionais com a
chegada dos Espíritos exilados de Capela.
Conforme
apontamento de Emmanuel na obra “A Caminho da Luz”, Capela é uma grande estrela
da Constelação de Cocheiro, e dista da Terra 42 anos-luz. Tendo alcançado um
elevado grau intelectual, continha, entretanto, em seu seio, uma grande
quantidade de Espíritos rebeldes, comprometidos moralmente, e que dificultavam
a consolidação do progresso daquele mundo. Diante desse quadro, havia
necessidade da retirada desses Espíritos para outros mundos.
Dentre
aqueles revoltosos, muitos foram enviados a Terra, e foram recebidos
amorosamente por Jesus. Essa população daria origem às raças que ficariam
conhecidas como adâmicas. Essa chegada dos capelinos é simbolizada pelas
figuras de Adão e Eva.
No entanto,
ha que se ressaltar que embora esses Espíritos tenham vindo para impulsionar o
progresso do nosso mundo, o Planeta Terra, à época, já era habitado por vários
povos: alguns muito primitivos, que compunham a maioria; outros, mais evoluídos,
como a raça amarela, consoante citação de Kardec em “A Gênese” no capitulo XI,
item 41.
Logo, eles -
Adão e Eva - não foram os primeiros habitantes deste planeta, conforme disposto
na questão 50 de “O Livro dos Espíritos”:
P. A espécie
humana começou por um só homem?
R. “Não;
aquele que chamais Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra”.
Emmanuel, em
sua obra acima citada, no capitulo III, discorrendo sobre os capelinos,
esclarece: “Com essas entidades nasceram no orbe os ascendentes das raças
brancas”. Esses Espíritos, com o transcurso dos anos, reuniram-se em quatro
grandes ramos:
1 - grupo
dos ÁRIAS;
2 -
civilização do EGITO;
3 - povo de
ISRAEL;
4 - castas
da ÍNDIA.
O
POVO DE ISRAEL OU HEBREU
O povo
hebreu era o ramo dos capelinos que tinha como característica principal a
fortaleza espiritual pela crença monoteísta. A humanidade terrena deve a esse
povo a propagação na crença do Deus único.
No entanto,
Segundo dispõe Emmanuel na mesma obra acima citada, no capitulo VII: “Examinando
esse povo notável no seu passado longínquo, reconhecemos que, se grande era sua
certeza na existência de Deus, muito grande também era o seu orgulho, dentro de
suas concepções da verdade e da vida”.
Esse
orgulho, podemos compreender, impediu-os de reconhecer Jesus como o Messias
esperado, eis que aguardavam um conquistador, um soberano resplandecente de
glória terrena, que subjugasse os demais povos da terra e concedesse a Israel a
supremacia do mundo. Tais convicções, repetimos; não lhes permitiu compreender
a mensagem sublime de Jesus, como veremos, mais detalhadamente, em aulas
seguintes.
ORIGENS
Procurando
as origens do povo hebreu, verificamos que eles chegaram tarde ao cenário da
História. Kardec, na questão 51 de “O Livro dos Espíritos”, tendo indagado
sobre a época em que viveu o Adão bíblico, obteve a seguinte resposta: “Mais ou
menos naquela que lhe assinalais: cerca de quatro mil anos antes de Cristo”.
Nessa época
então assinalada para a origem do povo hebreu, verificamos que já havia grandes
civilizações organizadas. O Egito, por exemplo, já tinha suas pirâmides, e a
Suméria já era um poderoso império. Os hebreus formavam um grupo de nômades
circulando sem destino pelo deserto e nem chegavam a atrair a atenção das grandes
potências. Quando se estabeleceram, a terra por eles ocupada era de tamanho
insignificante e, em grande parte, de solo estéril.
No entanto,
o impacto do povo hebreu sobre nossa civilização foi impressionante. Mais de um
terço da humanidade: os troncos judaico, muçulmano e cristão derivam da saga
hebraica. Procurando identificar a razão dessa surpreendente influência,
entendemos que a sua chave é a crença no Deus único (monoteísmo).
O
PATRIARCA ABRAÃO
Pelos
relatos bíblicos, podemos identificar a organização do povo hebreu a partir do
grande patriarca Abraão, o que teria ocorrido por volta do ano 1850 a.C. (cf.
Bíblia de Jerusalém).
Nesta
altura, há que se fazerem algumas ressalvas. Quase toda a história da origem e
formação do povo hebreu apenas pode ser encontrada nas narrativas bíblicas.
Diferentemente de outras grandes civilizações, não existem achados
arqueológicos significativos que comprovem todos os fatos ali descritos.
As datas
então indicadas, quando se trata da história do povo hebreu, são estimativas,
calculadas a partir dos relatos bíblicos, com base nas arvores genealógicas
apresentadas e nas idades atribuídas aos patriarcas.
Em alguns
casos, a história bíblica, em parte de suas narrativas, coincide com a história
oficial. Isto podemos constatar, especialmente, nos hieróglifos egípcios
esculpidos em pedra. Entre os fatos coincidentes podemos citar a existência de
povos estrangeiros no Egito, o reinado do Faraó Ramsés II e a localização do
povo judeu em Canaã no século XII a.C.
Feita esta
reserva, passemos aos fatos segundo os relatos bíblicos. Iahweh disse a Abraão:
“Sai da tua terra, da tua parentela e a da casa de teu pai, para a terra que te
mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu
nome; sê uma benção!“ (Genesis, 12: 1-2).
Abraão que
já havia deixado a cidade de Ur, na
Caldéia, no vale da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, no Golfo
Pérsico, encontrava-se em Harã.
“Abraão
partiu, como lhe disse Iahweh, e Ló partiu com ele. Abraão tinha setenta e
Cinco anos quando deixou Harã. Abraão tomou sua mulher Sara, seu sobrinho Ló,
todos os bens que tinham reunido e o pessoal que tinham adquirido em Harã;
partiram para a terra de Canaã, e ai chegaram”. (Genesis, 12: 4-5).
Numa época
de grande seca, Abraão, com a família e o rebanho, deslocou-se para o Egito.
Algum tempo depois, volta a Terra Prometida, mas os Cananeus não os receberam
bem. Após desentendimentos entre os pastores dos rebanhos, Abraão e Ló
separaram-se.
ISAAC
Abraão teve
vários filhos. Entre eles, destacam-se Ismael, filho de Agar, escrava de sua
mulher, e Isaac, filho de sua mulher Sara. Com o nascimento de Isaac, Agar e
seu filho Ismael deixam o clã de Abraão e seguem para o deserto. A descendência
de Ismael deu origem ao povo árabe. Isaac, assim, torna-se o herdeiro de Abraão
e casa-se com sua prima Rebeca, e geraram a Esaú e Jacó.
JACÓ
Jacó e seu
irmão Esaú tiveram uma convivência cheia de rivalidades. Quando adultos essas
disputas tomaram-se ainda mais acirradas, fazendo-os competir entre si pelo
direito de sucessão a herança.
A certa
altura, Isaac pede a Jacó que se case com uma hebréia e o envia a Harã, a casa
de seu tio Labão, irmão de Rebeca. Durante essa viagem, Jacó teve o famoso
sonho da escada que se erguia da Terra e os anjos de Deus subiam e desciam por
ela (essa visão pode ser considerada como representativa do processo de
evolução dos Espíritos na Terra).
La conhece
sua prima Raquel por quem se apaixona. Serve a Labão por sete anos para
recebê-la em casamento.
Mas Labão, astuciosamente,
em lugar de Raquel lhe deu Lia, a irmã mais velha. Depois de uma semana
nupcial, Labão entregou-lhe também Raquel, mas Jacó precisou servir-lhe por
mais sete anos.
Jacó, após
se desentender com seu tio, retorna a Canaã e tem outro sonho, no qual lutava
com um anjo até o amanhecer. Como não foi vencido, o anjo deu-lhe o nome de
ISRAEL e lhe disse que esse seria o seu nome dai em diante.
OS
FILHOS DE JACÓ E A DIVISÃO DAS TRIBOS
Jacó teve 12
filhos, e dessa descendência originaram-se as 12 tribos de Israel que ocupariam
Canaã. Há que se esclarecer, no entanto, que a parte que cabia a tribo de Levi
foi dividida entre os filhos de José: Manassés e Efraim, pois a tribo de Levi
ficou responsável pelas atividades sacerdotais de Israel.
Seu filho José,
filho de Raquel, era muito amado pelo pai, e por isso invejado pelos irmãos.
Eles então o venderam a mercadores que o levaram para o Egito, e quando
retornaram para casa disseram a Jacó que ele tinha sido morto por um animal
selvagem.
José, no
Egito, após um período de tribulações, quando se encontrava encarcerado, foi
chamado pelo Faraó para interpretação de um sonho que o incomodava. Conseguindo
fazer uma interpretação precisa do sonho, ganhou a confiança do Faraó e se
tornou seu ministro.
José casou-se
com Assenet com quem teve dois filhos: Manassés e Efraim.
Diante da
grande seca por toda a terra de Canaã, os irmãos de José dirigiram-se para o
Egito em busca de mantimentos e ali são reconhecidos pelo irmão, que os
perdoou.
Jacó teve a
grande alegria de reencontrar, no Egito, o filho que pensava ter perdido. La
toda a família se instalou.
Naquela
terra, o povo hebreu permaneceria por mais de quatro séculos.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Qual a
importância, para nós, do estudo da história do povo hebreu?
Fonte da imagem: Internet Google.
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