CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 29 de maio de 2018

10a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


ÊXITO MEDIÚNICO

A faculdade mediúnica é uma condição natural do desenvolvimento dos seres humanos. E uma faculdade comum a todos, ou seja, está presente no desenvolvimento inato das criaturas.

O surgimento da mediunidade não depende de idade, condição social, sexo ou lugar. Pode surgir na infância, adolescência, na idade madura ou mesmo na velhice.

Os sintomas variam ao infinito:

- Sensação de enfermidade, só aparente;

- Calafrios e mal estar;

- Irritações estranhas;

- Pode ser espontânea ou exuberante.

É como um botão de rosa que desabrocha para o encanto de uma rosa, embelezar a vida. “Emmanuel”.

A Doutrina Espírita como um jardineiro, cuidará de seu crescimento, ensinando que o adubo da paciência, perseverança, boa vontade, humildade, sinceridade, estudo e trabalho são os ingredientes que vão enriquecer na educação e aprimoramento desta faculdade valiosa onde o médium caminha na sua evolução espiritual.

São os talentos divinos atribuídos ao homem para que sejam aproveitados na obra de redenção da humanidade e de si mesmo.

As tarefas mediúnicas bem conduzidas, com a consequente valorização dos bens divinos, converterão o medianeiro em instrumento e representante da mediunidade vitoriosa. (“Mediunidade e Evolução” Martins Peralva)

Mediunidade é igual ao trabalho: acessível a todos.

Qualquer médium também é suscetível de ser mobilizado, na produção de fenômenos múltiplos, favorecendo pesquisas e observações, com algum proveito, mas se quisermos rendimento medianímico, seguro e incessante na composição doutrinária do Espiritismo, cada tarefeiro da mediunidade, embora pronto a colaborar, seja onde for no levantamento do bem, é convidado a consagrar-se a própria função, conquanto possua faculdades diversas, amando-a, estudando-a, desenvolvendo-a e praticando-a no serviço ao próximo, que será sempre serviço a nós mesmos. (“Opinião Espírita”)

No Campo da mediunidade, o dever retamente cumprido é a bussola que propiciara rumo certo, ao porto seguro. (“Religião dos Espíritos”)

Em sua luminosa passagem o fenômeno mediúnico, por toda parte, é intimado à redenção da consciência. (Religião dos Espíritos)

Sobretudo, lembra-te sempre de que o talento mediúnico, encerrado nas tuas mãos, deve ser a tela digna em que os mensageiros da Espiritualidade Maior, possam criar as obras primas da caridade e da educação dignos de se expor ao publico. (“Religião dos Espíritos”)

A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda a carne, prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na terra. Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus Valores no capitulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo. (O Consolador, 382).

Mantenhamos a constância no estudo e na ação.

O médium evoluirá trabalhando e se elevará servindo. Nada de reclamações nem bravatas.

Tomemos cada qual de nos, os tarefeiros nos dois planos de vida, as obrigações que nos competem sem o intento de exceder a nossa capacidade, mas sem deixar de sermos uteis a pretexto de modéstia. (“Sol Nas Almas”)

A mediunidade de hoje, com seu imenso cortejo de aflições e desequilíbrios, deixara de existir, e surgira a Mediunidade Gloriosa, fonte dos mais elevados ideais, jorrará fertilizando a sementeira da fraternidade instituída pelo Mestre Galileu no cenário da Palestina.

O ensino de Jesus, aplicando a Mediunidade é claro: “Daí de graça o que de graça recebestes.” (Martins Peralva)

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Sol Nas Almas
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). O Consolador
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Opinião Espírita
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Religião dos Espíritos
PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução
SANTO, Francisco do Espírito. A Imensidão dos sentidos
PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM

Questões para Reflexão

1) Explique porque o ato mediúnico só possível entre os humanos.

2) Explique o que ocorreu no fenômeno da mula de Balaão visto que a faculdade mediúnica é exclusivamente humana.

3) Exponha em linhas gerais o que é necessário para se obter êxito nas tarefas mediúnicas.

4) Comente sobre a moral do médium no trabalho mediúnico.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

10a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


MEDIUNIDADE: FACULDADE HUMANA - PERCEPÇÃO DOS ANIMAIS

Mediunidade: Faculdade Humana

Mediunidade é termo criado por Allan Kardec, para designar uma faculdade que todos os seres humanos possuem e que lhes possibilita comunicar-se com os Espíritos. Sendo inerente ao homem, há registros históricos sobre a Mediunidade em todos os tempos e em todos os povos, apenas sob outras denominações se interpretações.

Foi por meio dela que os Espíritos diretores puderam auxiliar na evolução espiritual do homem orientando-o, assistindo-o, em todas as fases da sua peregrinação no planeta terra. Vindo conviver com os homens ou dando-lhes, pela mediunidade as inspirações e os ensinamentos necessários; foram sempre eles, esses mentores devotados e solícitos, elementos decisivos dessa evolução. Através do tempo essa faculdade quase não se modificou, desde milênios; manteve os mesmos aspectos, variando os fenômenos e as manifestações conforme a necessidade espiritual evolutiva do homem. (Mediunidade -Edgard Armond).

Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do Espírito representa ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos.

No L.M. Cap. XIV - 159 os Espíritos afirmam que toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo é médium. Não é privilégio exclusivo; também são poucos nos quais não se encontrem alguns rudimentos dela. Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium.

No Cap. XIX - 223, 224 e 225, acrescenta: para uma comunicação inteligente há necessidade de um intermediário inteligente, e esse intermediário é o médium, pois, os Espíritos não possuem a linguagem articulada, encontram no cérebro do médium os elementos próprios para darem ao seu pensamento a vestimenta da palavra correspondente, embora seja o médium intuitivo, semi-mecânico ou mecânico puro.

Quando os Espíritos encontram num médium o cérebro enriquecido de conhecimentos adquiridos em sua vida atual, e seu Espírito rico de conhecimentos anteriores latentes, a comunicação e facilitada e há preferência, o que não ocorre com um médium de inteligência limitada e conhecimentos anteriores insuficientes.

Camille Flammarion na sua obra “O desconhecido e os Problemas Psíquicos”, Cap. I, explana com sabedoria sobre as faculdades humanas que são fatos inexplicados, que pertencem ao domínio do desconhecido. São desta categoria os seguintes fenômenos: a telepatia, ou sensação à distância, as aparições ou manifestações de moribundos, a transmissão do pensamento, a visão em sonho, em estado sonambúlico, sem o concurso dos olhos, a presciência ou premonição de certos ruídos inexplicados, os levantamentos ou levitações contrarias às da gravidade, os movimentos e transportes de objetos sem contato e muitos outros fenômenos estranhos para muitos inexplicáveis. Tudo está na natureza, tanto o desconhecido como o conhecido, e o sobrenatural não existe. Os eclipses, os cometas, as estrelas eram vistos como sobrenaturais, como manifestações da cólera divina, antes de se ter o conhecimento das leis que os regem. Todos os nossos conhecimentos humanos poderiam ser representados por uma minúscula ilha rodeada por um oceano sem limites.

No dia de Pentecostes, vários fenômenos mediúnicos marcaram a tarefa dos apóstolos, mesclando-se efeitos físicos e intelectuais. Neles mostram-se os Valores mediúnicos a serviço da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria, situando-se desse modo, a Justiça Perfeita, no íntimo de cada um, para que se outorgue isso ou aquilo, a cada Espírito, de conformidade com as próprias obras. (A. Luiz - Nos Domínios da Mediunidade, Cap. XXVI)

Gabriel Delanne, no livro “A Alma é Imortal” cita impressões produzidas pelas aparições dos animais, a irrefutável percepção de espirilos que tem os animais, bem como, o terror que eles manifestam quando os percebem e a atitude que assumem, tão diferente da que guardam em presença dos fenômenos naturais.

Percepções dos Animais

O Espiritismo ensina que tudo se evolui no universo.

Darwin abordou a evolução no plano da matéria, Kardec mais ousado enunciou a evolução do Espírito. (O Espírito e o Tempo - J. Herculano Pires)

Tudo é transição na natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante e que, todavia tudo se liga. (L.E, Cap. XI, q. 589)

No L. E, questão 588, encontramos os apontamentos seguintes a respeito das faculdades perceptivas na fase rudimentar nos reinos inferiores da evolução da espécie: há nas plantas, como nos animais uma espécie de instinto de conservação dependendo da extensão que seda a esse termo.

Na maioria dos animais há neles uma espécie de instinto de inteligência, cujo exercício é mais exclusivamente concentrado sobre os meios de satisfazerem suas necessidades físicas e proverem a sua conservação. L.E. Cap. XI-593

No livro “O Consolador”, Emmanuel, pela psicografia de F. C. Xavier, vem de encontro a esse apontamento:

“Os irracionais não possuem faculdades mediúnicas propriamente ditas. Contudo, têm percepções psíquicas embrionárias, condizentes ao seu estado evolutivo”.

Erasto, no L.M., Cap. XXII, item 236, afirma: “Há um princípio que, estou seguro, é admitido por todos os espíritas: é que os semelhantes agem com seus semelhantes e como seus semelhantes”. Ora quais são os semelhantes dos Espíritos senão os Espíritos encarnados ou não?

Os animais adestrados compreendem certos pensamentos, mas já os vistes reproduzi-los? Conclui, pois, que os animais não podem servir de intérpretes.

No Gênesis 1: 24 (Bíblia de Jerusalém) referindo-se a Criação de Deus diz: “Que a terra produza seres vivos segundo a sua espécie, animais domésticos, répteis e feras segundo sua espécie e assim se fez”.

Continuando: 1:26 - “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra.”

Em Eclesiastes 3:21 afirma: “Não procures o que é muito difícil para ti, não investigues o que Vai além de tuas forças”.

É possível que Erasto tenha se mirado nesses ensinamentos e conhecendo a imperfeição da humanidade falava de uma fase transitória do principio inteligente na sua caminhada evolutiva, e que naquela condição, os animais não podiam ser comparados ao ser humano.

André Luiz, no livro “Mecanismo da Mediunidade”, cap. X, diz: “Nos reinos inferiores da natureza, a Corrente mental restringe-se a impulsos de sustentação nos seres de constituição primaria, a começar dos minerais, preponderando nos vegetais e avançando pelo domínio dos animais mais simples, para se evidenciar mais complexa nos animais superiores que já conquistaram bases mais amplas à produção do pensamento continuo”.

Emmanuel, em “O Consolador” perg. 79, afirma: “A escala do progresso é sublime e infinita. O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem razão. O anjo é Divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos em nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal”.

Fechando Cap. XXII do “Livro dos Médiuns” diz Erasto, “Para resumir os fatos medianímicos não podem se manifestar sem o concurso consciente ou inconsciente de médiuns; e não é senão entre os encarnados, Espíritos como nós que podemos encontrar aqueles que nos sirvam de médiuns”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan - Livro dos Médiuns
KARDEC, Allan - Livro dos Espíritos
ARMOND, Edgard. Mediunidade
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). O Consolador
XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Mecanismo da Mediunidade
FLAMMARION, Camille. O Desconhecido e os Problemas Psíquicos
PRADA, Irvênia. A Questão Espiritual dos Animais

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 22 de maio de 2018

9a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP

AS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS

Ensina Paulo (I Epístola aos Coríntios, Cap. 12, versículo 7) que “cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”.

Na seara espírita, a maioria inquieta-se pelo desenvolvimento imediato das faculdades mediúnicas. Todavia, a mediunidade não se resume em manifestações exteriores, e sim no aprimoramento interior de cada ser, por meio do conhecimento e do amor, as duas coordenadas que possibilitam a efetiva evolução, até a condição suprema do Espírito puro.

Também não há que buscar destaque em nenhuma das diferentes espécies de mediunidade, querendo o médium, por exemplo, ser um grande vidente ou um grande psicógrafo, pois isso seria fruto do orgulho e da vaidade, vícios morais que, antes de tudo, devem ser combatidos pelo verdadeiro aprendiz.

O que se deve buscar, constantemente, é o progresso espiritual, resultante do esforço e do trabalho de cada um. Todos os homens possuem mediunidade em maior ou menor grau, nas mais variadas posições evolutivas, e seu desenvolvimento não deve ser precipitado, mas sim, acompanhado pela educação, trabalho fraterno e da boa vontade do aprendiz. A espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são conduzidas em conjunto com os mentores do plano espiritual.

Não existe um tipo de mediunidade mais importante que o outro. É importante que o médium, com a faculdade definida, se conscientize com o Espírito de responsabilidade de sua tarefa, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que sua tarefa não se tome improdutiva; necessária a evangelização de si mesmo, antes de se entregar as grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre como personalismo, em detrimento ao trabalho espiritual. Diz Emmanuel, no livro “O Consolador”, perg. 389: “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado dos seus fins, o mau servo toma-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor”. Diz ainda o Benfeitor Espiritual na mesma obra, na perg. 392: “O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação”.

Emmanuel também destaca que o apostolado mediúnico é repleto de dificuldades: “O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente é o personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho; fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.

Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa vontade, com o melhor esforço de autoeducação à claridade do Evangelho. O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias a expansão da Doutrina, mas no próprio seio das organizações espiritistas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se convencer ao Evangelho pelo coração” (O Consolador - perg. 410). Portanto o mediunato não se resume apenas no exercício puro e simples das mais diferentes faculdades, porque exige, antes de tudo, o trabalho e o sacrifício, com amor, na sublime tarefa de vivenciar Jesus.

Bibliografia:

Bíblia de Jerusalém: Novo Testamento, Paulo (I Coríntios, Cap. 12:7)
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). O Consolador: perg. 389, 392, 410
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: itens 100 e 136

Questões para reflexão:

1) Faça a diferença entre manifestações espontâneas e manifestações provocadas.

2) Discorra sobre o fenômeno de transporte e diga em que ele difere dos outros fenômenos.

3) Interprete o ensinamento de Paulo aos Coríntios: “Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”.

4) Comente a afirmação de Emmanuel na pergunta 389 de O Consolador: “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho”.

Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

9a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Manifestações Inteligentes - Manifestações Físicas

Manifestações inteligentes:

Quando revelam um pensamento. Toda a manifestação que comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou ruído que acuse certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Ocorre em todos os graus. (R.E. de 1858 - Teorias das Manifestações Físicas).

Manifestações físicas:

São aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos, Essas manifestações não comportam, muito frequentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior a do homem. Umas são espontâneas, independentes da vontade humana, e outras podem ser provocadas. (R.E. de 1858 - Diferentes Naturezas de Comunicações)

Manifestações físicas provocadas:

O conhecido fato das chamadas “mesas girantes”, pertence a este tipo de manifestação. Esse efeito se produz em qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o mais empregado, o nome de mesas girantes prevaleceu na designação desta espécie de fenômenos, sendo o ponto de partida da Doutrina Espírita.

Para a produção do fenômeno é necessário a participação de um ou mais médiuns, não importando o sexo, o tipo de vestimenta, se estão com as mãos unidas ou não (acreditava-se na ação de uma espécie de corrente elétrica, mas que a experiência mostrou a sua inutilidade). É realmente necessário o recolhimento dos participantes, o silêncio absoluto e, sobretudo a perseverança, quando a manifestação demora. O tempo de espera depende da capacidade mediúnica dos participantes.

Temos assim a seguinte questão: a que atribuir esse efeito? Pensou se inicialmente numa possível ação de uma Corrente elétrica ou magnética ou pela de um fluído qualquer. Esta solução teria prevalecido se outros fatos não viessem demonstrar a sua insuficiência. Esses novos fatos consistem na prova de inteligência dada aos fenômenos, e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, tornou-se evidente que mesmo admitindo-se a ação da eletricidade ou de qualquer outro Fluido, havia a presença de outra causa.

O primeiro efeito inteligente que se observou foi precisamente a desobediência às ordens dadas. Sem mudar de lugar, a mesa se erguia sobre os pés que lhes eram indicados. Depois ao abaixar-se, dava um determinado numero de pancadas  para responder a uma pergunta. De outras vezes sem o contato de ninguém a mesa passeava sozinha pelo aposento, avançando para a direita ou à esquerda, para frente ou para trás e executando diversos movimentos que os assistentes ordenavam.

Por meio de pancadas obtinham-se efeitos ainda mais inteligentes, como a imitação do rufar dos tambores, do ruído de uma serra, das batidas de um martelo, do ritmo de diversas musicas etc. Observou-se que se havia uma inteligência oculta, ela podia responder as perguntas, sim ou não segundo o numero de pancadas convencionado, poderia ainda estabelecer-se um numero de pancadas correspondentes às letras do alfabeto, para formação de palavras e frases. Repetido esses fenômenos por milhares de pessoas em vários países, esses fatos não podiam deixar dúvidas sobre a natureza inteligente das manifestações.

Desse meio surgiram outros, e assim se chegou ao de comunicações escritas, que foram obtidas inicialmente por meio de uma pequena e leve mesa a que se adaptava um lápis, colocando-a sobre uma folha de papel, sendo substituídas por cestinhas, caixas de papelão, e por fim de simples pranchetas. Descobriu-se mais tarde que esses apetrechos poderiam ser dispensados, visto que a própria mão do médium, impulsionada de maneira involuntária, escrevia sob a influência do Espírito, sem o concurso da vontade ou do pensamento dele.

Vimos assim que a sucessão dos fatos levaram a constatação da interferência, nesses fenômenos, de inteligências ocultas, ou seja, dos Espíritos.

Como pode o Espírito mover um corpo solido? O esclarecimento vem por intermédio do Espírito São Luis, em “O Livro dos Médiuns”, Cap.IV item 74: “O Espírito pode mover um corpo sólido, combinando uma por ação do fluido universal com o fluido que se desprende do médium apropriado a esses efeitos”.

Quando uma mesa se move, sem a intervenção de alguém, é porque o Espírito evocado tirou do fluido universal o que anima essa mesa de uma vida artificial. Assim preparada, o Espírito a atrai e a movimenta, sob a influência do seu próprio fluido, emitido por sua vontade. Quando a massa que deseja mover é muito pesada para ele, pede a ajuda de outros Espíritos da sua mesma condição. Por sua natureza etérea, o Espírito não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga a matéria. “Esse liame que chamais perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais”. São os Espíritos com maior densidade do perispírito que provocam esses fenômenos, pois os Espíritos Superiores dispõem de um perispírito mais sutil e, quando necessitam provocar esses fenômenos se utilizam daqueles que tem essa condição, assim como os encarnados utilizam-se de carregadores para executar determinadas tarefas.

Qual a necessidade do médium? É necessária a união do fluido animalizado do médium e do fluido universal para dar vida ao objeto desejado, mas não se deve esquecer que essa vida é apenas momentânea, extinguindo-se com a mesma ação, e muitas vezes que a ação termine, quando a quantidade de fluido já não é mais suficiente para animar tal objeto.

O Espírito não poderia agir sozinho? O Espírito necessita do fluido animal do médium, e, pode agir a revelia do médium subtraindo-lhe o fluido necessário, agindo como a tirar de uma fonte o fluido animal que necessita.

O Espírito pode ainda, para produzir o fenômeno, retirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. É necessário que Espírito queira, que tenha um objetivo, um motivo para fazê-lo. É necessário que encontre ainda precisamente no lugar que pretende agir uma pessoa apta a ajudá-lo, mesmo que apareça inesperadamente. Mas apesar das circunstancias favoráveis, ele poderia ser impedido por uma vontade superior que não lhe permitisse agir como quer. Pode também só lhe ser permitido agir dentro de certos limites, nos casos em que essas manifestações sejam consideradas úteis, seja para servirem como meio de convicção ou de experiência para a pessoa que as suporta.

Manifestações físicas espontâneas:

Assim como o Espírito envolvia a mesa dando-lhe uma vida artificial, pode também envolver objetos que fará uso segundo seu objetivo e sua vontade (não havendo assim a evocação). Temos como exemplo o caso do Espírito perturbado - o trapeiro da Rua dos Noyers. Quando foi o Espírito evocado para os devidos esclarecimentos, disse que foi uma criada que serviu de instrumento, e, que apenas procurava se divertir atirando pedras. Relata que os objetos que atirava encontrava no pátio e nos jardins vizinhos, envolvia-os no fluido da médium juntamente com o seu e os atirava. Esclarece ainda que não criava os objetos, embora até pudesse fazê-lo, o que seria muito mais difícil, mas diz ele: “em último caso a gente mistura matérias e faz qualquer coisa”. (Revista Espírita 1858)

De todas as manifestações espíritas, as mais simples e frequentes são os ruídos e as pancadas. Antes de analisarmos essa manifestação é necessário que tenhamos a certeza de que não operam causas naturais para sua produção tais como vento que assobia ou sacode um objeto, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espirituais têm características inconfundíveis com intensidade e timbre muito variados. São facilmente reconhecíveis e não pode ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar do fogo ou o tique e taque de um relógio. São golpes secos, às vezes surdos, fracos e leves. O meio mais eficaz de constatar é submetê-los a nossa vontade. Se eles se fizerem ouvir do lado que indicarmos, se responderem ao nosso pensamento dando o numero que pedimos, aumentando ou diminuindo sua intensidade, não podemos negar a presença de uma causa inteligente. Mas a falta de resposta nem sempre prova o contrario.

Importante ressaltar que o medo frequentemente exagerou estes fatos dando uma conotação supersticiosa e até mesmo ridícula sugerindo contos de fantasmas e casas assombradas. Mas o meio mais seguro de prevenir os inconvenientes é dar a conhecer a verdade. As coisas mais simples tomam-se assustadoras quando ignoramos as causas. Havendo familiaridade com os Espíritos, e os que recebem suas comunicações, não mais acreditando que se trata de demônios, o medo desaparecerá. Diz-nos o Livro dos Médiuns, no Cap. V item 82, que essas manifestações espontâneas podem ocorrer entre pessoas que nunca ouviram falar a respeito, e ocorrem quando elas menos podiam esperar. Esse fato é importante, pois não são pessoas portadoras de uma imaginação superexcitada pelas ideias espíritas, excluindo assim as suspeitas de conivência.

Essas manifestações ocorrem muitas vezes por Espíritos que querem apenas se divertir, são Espíritos antes levianos do que maus. Riem dos sustos que pregam e do trabalho que dão para descobrir a causado tumulto.

Muitas vezes apegam-se a uma pessoa e se divertem a incomodá-la por toda a parte, outras se apegam a um lugar por simples capricho, outras vezes querem chamar a atenção para estabelecer uma comunicação transmitindo um aviso útil ou mesmo um pedido. Pode ainda acontecer ser um caso de vingança.

Entre as diferentes manifestações, uma das mais interessantes, é a do toque espontâneo de instrumento de música. Os pianos e os acordeons parecem ser para esse efeito, os instrumentos prediletos.

Para entender esse fenômeno busquemos compreender que do mesmo modo que vemos um corpo se nos apresentar solido, liquido ou gasoso, segundo seu grau de condensação, de igual modo a matéria etérea do perispírito pode se apresentar no estado sólido, vaporoso visível ou vaporoso invisível. Pode ocorrer nessa matéria etérea, tal modificação, que o Espírito pode fazê-la sofrer uma espécie de condensação (que não é exatamente o termo, mas o que mais se aproxima dele) que a torna perceptível aos olhos do corpo. A condensação pode chegar ao ponto de produzir a resistência e tangibilidade. A movimentarem os instrumentos, mãos podem ser visualizadas e até tocadas. Essa formação não é senão temporária ou acidental, por isso num dado momento pode nos escapar como uma sombra. Essa mão pode nos cravar as unhas na carne, nos beliscar, nos arrancar o que esta em nossos dedos, agarrar e transportar um objeto como nós mesmos o faríamos, pode dar golpes, erguer e virar uma mesa, agitar uma campainha, puxar cortinas, até mesmo dar uma bofetada. Perguntar-se-á, sem dúvida, como essa mão pode ter a mesma força no estado vaporoso invisível quanto no estado tangível. E por que não? Vemos o ar que tomba edifícios, o gás que lança um projétil, a eletricidade que transmite sinais, o fluido do ímã que ergue as massas. Por que a matéria etérea do perispírito seria menos possante?

Argumenta Kardec na R.E. Maio 1858, teoria das manifestações físicas que é “uma nova ordem de ideias, uma luz inteiramente nova”.

O fenômeno de transporte: A palavra aporte também serve para designar esse tipo de fenômeno. A tradição espírita incorporou o termo francês “apport” à língua portuguesa, como aconteceu no inglês, para designar também essa forma especial de transporte de objetos a recintos fechados. Este fenômeno só difere dos que tratamos acima pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos objetos quase sempre graciosos e pela maneira suave e quase sempre delicada porque são transportados. Consiste no transporte espontâneo de objetos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos, de joias etc. Alerta Kardec que esse fenômeno é dos que mais se prestam a imitação, e, portanto é necessário estar prevenido contra o embuste.

Esclarece-nos Erasto, no L.M, Cap. V item “O fenômeno de transporte” que: esse fenômeno exige sempre maior concentração, e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos que só podem ser obtidos com médiuns muito bem dotados. Assim como nas manifestações físicas o Espírito combina seu próprio fluido com o fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objeto.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: cap. IV e V
KARDEC, Allan. Revista Espírita: maio e junho de 1858 (Teoria das Manifestações Físicas); agosto 1858 (O caso de Noyers)

Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 15 de maio de 2018

8a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


SERVIÇO MEDIÚNICO E A INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM

O médium como instrumento utilizado pelo Espírito para transmissão de suas ideias é totalmente responsável pelo desempenho de sua tarefa. A responsabilidade pela mesma deve permear seu trabalho através da dedicação com a qual se aplica a ela, no dia a dia, desempenhando o seu trabalho mediúnico com o exato sentido do dever a realizar. “O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou o repouso do vosso próximo; termina no limite em que não gostaríeis de vê-lo passar além de vós mesmos (E.S.E., Cap. XVII, item 7)

Embora a presença da mediunidade não seja necessariamente indicio de elevação moral, o mesmo ocorre com seu uso, que dependera do tipo de sintonia que o médium estabelecera com os Espíritos, superiores ou inferiores. O trabalhador do bem é reconhecido pela qualidade de seu caráter e pelo cultivo das virtudes.

A moral cristã é seu guia diário de conduta, pois o Espiritismo não cria nenhuma nova moral. Facilita aos homens a inteligência e a prática da moral do Cristo.

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. (E.S.E. Cap. XVII, item 4). A maturidade do senso moral, ainda que inerente no desenvolvimento do Espírito encarnado exige um árduo trabalho para quebrar os laços da matéria, que em alguns são muito fones para permitir ao Espírito desligar-se das coisas da Terra.

A reforma íntima juntamente com o esclarecimento decorrente das leituras das obras da codificação propicia a real consciência dos processos mediúnicos, de suas modalidades, das particularidades de seu desenvolvimento, da responsabilidade de sua prática que dá condições ao médium de conhecer sua própria sensibilidade mediúnica.

O médium, acima de tudo, deve estar convencido da necessidade de servir ao próximo, levando esperança e consolo através do influxo da esfera superior e do correto embasamento cristão, com humildade suficiente para colaborar sem impor-se e com a determinação voltada à realização da tarefa.

“A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendiz e, nessa tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo ao semelhante.” (CVV - n° 3)

“Haverá na experiência de cada um de nós a ordenação do Criador e o serviço da criatura. Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor cada dia, e executá-la do melhor modo”. (Vinha de Luz -19).

“O conhecimento doutrinário beneficia aqueles que, em sessões mediúnicas, operam no intercâmbio, assim como aqueles que, sem se aperceberem, transmitem na conversação inspirações da Esfera Espiritual” (Martins Peralva - Mediunidade e Evolução, lição 7).

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XVII, itens 4 e 7
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Roteiro: Caminho Verdade e Vida: Lição 3
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Vinha de Luz: Lição 19
PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução: Lição 7
Novo Testamento: I Epístola de João, 4:1
PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM

Questões para reflexão:

1) Explique o que é ser médium e qual o seu papel nas tarefas mediúnicas.

2) Comente a dificuldade dos Espíritos, quando nas suas comunicações, dependem de médiuns despreparados.

3) Descreva a importância da vigência mediúnica no aprendizado do médium.

4) Explique o valor do cumprimento das atividades de cada um de nós nos serviços mediúnicos, e o que pode ocorrer com aqueles que conscientes de suas tarefas, desprezam as oportunidades de servir.

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quinta-feira, 10 de maio de 2018

8a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

Os Médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos; ou, melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos para se expressarem aos homens por maneira inteligível. (Allan Kardec - E.S.E. Cap. 28 item 9).

“O papel dos médiuns difere essencialmente conforme os casos. Eles passam por todos os graus do transe, de acordo com as absorções que lhes devem ser feitas”. (No Invisível - Leon Denis - Cap. XX)

O médium desempenha um papel essencial no estudo dos fenômenos espíritas. Participa através do seu invólucro fluídico, da vida do Espaço e, através do corpo físico da vida terrestre, é ele o intermediário entre os dois mundos. (No invisível - Leon Denis - Cap. IV)

A comunicação entre os Espíritos se realiza unicamente pela irradiação do pensamento. O pensamento não necessita de vestes ou palavras para ser compreendido, pois são captados pelo direcionamento dos mesmos e entendimento conforme o adiantamento de cada Espírito. Contudo, os seres encarnados, só podem comunicar-se pelo pensamento traduzido em palavras, que se tomam necessárias para as suas ideias, o Espírito necessita de um instrumento: esse instrumento é o médium. Qualquer que seja a natureza dos médiuns, os processos de comunicação não variam na essência, realizam-se unicamente pela irradiação do pensamento. O Espírito do médium recebe a comunicação do Espírito e a transmite por meio de seus órgãos corporais, servindo assim de interprete, porque está ligado ao corpo que serve para comunicação.

Os Espíritos não têm senão a linguagem do pensamento que é o idioma universal, compreendido por todos, tanto pelos homens quanto pelos Espíritos. Assim, podemos deduzir que as principais características relacionadas ao papel do médium nas comunicações, são as seguintes:

- Ele é sempre ativo, seja consciente ou inconsciente, intuitivo ou mecânico, dele sempre depende a transmissão e a pureza das mensagens; e assim sendo, a passividade do médium e uma concordância determinada por sua vontade.

- O Espírito não se serve das ideias do médium, mas das referências existentes na sua mente para exprimir os seus próprios pensamentos.

- O estudo para o desenvolvimento intelectual e moral favorece a comunicação, pois nesse caso o Espírito comunicante encontra na mente do médium os elementos apropriados a roupagem de palavras correspondentes ao seu pensamento.. Assim quando encontra num médium, a mente cheia de conhecimentos adquiridos na vida atual e conhecimentos anteriores latentes, os pensamentos se comunicam instantaneamente.

- O médium menos preparado torna o trabalho dos Espíritos mais demorado e penoso, pois há necessidade de decompor os pensamentos e muitas vezes ditar palavra por palavra. O médium mal aparelhado exige um trabalho semelhante à comunicação por pancadas.

As comunicações dos Espíritos trazem sempre, em maior ou menor grau, o cunho pessoal do médium quanto à forma e estilo, embora o pensamento não seja absolutamente dele, e não faça Parte de suas preocupações habituais, o médium não deixa de exercer sua influência, dando-lhe as qualidades e propriedades características a sua individualidade.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. 28, item 9
KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns. 2ª parte, cap. IV item 74, perg. 8, 19 e Cap. XIX
DENIS, Leon. No invisível: Cap. IV e XX
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Irmão X). Lazaro Redivivo: Cap. 04
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Caminho Verdade e Vida: Lição 69
XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Missionários da Luz: Cap. 3

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terça-feira, 8 de maio de 2018

7a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


PENSAMENTO COM ENERGIA MENTAL

A base de toda modificação interior esta na mente da criatura.

A mente por sua vez, é o espelho da vida em toda parte. E, necessita apenas, ser lapidada, educada, para que atinja a magnificência da luz. É como um diamante, em estado bruto, para se tomar pedra preciosa, conforme a maneira como o burilamos.

Espelho da vida, a mente, gera a força do pensamento que movimenta tudo, criando e transformando, destruindo e refazendo, para depurar e sublimar. Isso, porque em todos os domínios do Universo, vibra a influência recíproca.

Assim o reflexo mental de cada ser reside no alicerce da vida. Esse reflexo mental delineia a emotividade; esta plasma a ideia; a ideia determina a atitude; a atitude e a palavra dirige ações, que geram manifestações, que, por sua vez, são válvulas destruidoras ou alavancas positivas da existência.

Então, o que é o pensamento? - É a faculdade de pensar logicamente, refletir; força criadora, construtora, que molda a matéria, organizando formas abstratas ou concretas, que, juntamente com a vontade, são elementos plásticos e organizadores. A vontade é a faculdade de querer, desejar, ter intenção, firmeza de animo, decisão, coragem, etc..

“Pensar é criar” (Emmanuel, Pão Nosso, cap. 15). Toda criatura possui energia obediente à sua vontade, que, ligada ao seu potencial imaginativo, atua exteriormente, influenciando outras criaturas e ambientes distantes.

As imagens servem, então, como matéria-prima de todas as criações intelectuais.

A abstração, a comparação e a imaginação, são faculdades superiores da inteligência, onde se encontram todas as invenções, todas as descobertas, todas as inspirações, todas as criações da humanidade; são forças ideoplásticas que, como fenômeno psicológico do ser, podem se transformar em fenômeno físico. Assim, é que todas as obras humanas são resultantes do pensamento.

“Somos levados a emitir o postulado da existência de uma Inteligência Suprema e a considerar o Universo como expressão do pensamento divino, sustentado perpetuamente por sua divina vontade” (Prof. Willian Barret, em Pensamento e Vontade de Ernesto Bozzano).

Quando colocamos o Evangelho como guia, ele nos ajudará na nossa renovação interior, fazendo com que nos transformemos interna e integralmente, aproximando-nos do Criador. Para isso se faz necessário reeducarmos o nosso pensar. Mesmo sendo tarefa delicada, é possível sabermos renunciar, vigiar, dominamos nosso sentir e pensar, modificar nosso jeito de falar e de agir, para podermos vencer criações mentais viciosas, para afastarmos as sombras do nosso cotidiano, e a nossa preguiça mental.

A Doutrina Espírita veio desvendar o processo da nossa libertação mental de pensar, para vivermos melhor e amplamente. Dai a importância do pensamento do médium, para que continue equilibrado em tudo que empreender; porque o médium com pensamentos indignos, como a crítica, a inveja, o ciúme, a vã curiosidade, a maledicência, etc., é um ser invigilante que certamente, trará desequilíbrio para si e para o ambiente onde vive ou trabalha.

Jesus nos disse: “Orai e vigiai”, somente assim não seremos vitimas da nossa própria imprudência mental.

Ainda podemos afirmar que: “O amor é luz benfazeja na vida do médium responsável e atento no exercício das tarefas que lhe cabem, e de assistência espiritual que exerce”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos: perg. 456, 833 a 837
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Pensamento e Vida: Cap. 1
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Pão Nosso: Cap. 15 e 66
BOZZANO, Ernesto. Pensamento e Vontade
KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: 2ª parte. Cap. VIII
KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV itens 13 a 15
PERALVA, Martins - Mediunidade e Evolução - n° 34
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Caps. III e XI

Questões para reflexão:

1) Explique como o Espírito age sobre a matéria.

2) Descreva como os Espíritos conseguem movimentar objetos.

3) Interprete o termo: “A mente por sua vez é o espelho da vida”.

4) Explique o significado da Base de Jesus: “Orais e Vigiai”.

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quinta-feira, 3 de maio de 2018

7a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

Sabemos que os Espíritos estão revestidos de um envoltório vaporoso, formando neles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, cujos elementos são hauridos no fluído universal ou cósmico, principio de todas as coisas.

Quando o Espírito se une ao corpo, nele existe com seu perispírito, que serve de laço entre o Espírito propriamente dito e a matéria corpórea; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. “O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório”. Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, “é sob essa forma que os reconhecemos” (L.M, 2ª parte, Cap. I, item 53).

Qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou seja, o perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se purifica e se eleva na hierarquia espiritual. Ao desencarnar, o Espírito não tem consciência imediata de sua atuação. A perturbação que sente varia de intensidade conforme o tipo de vida que leva quando encarnado. Alguns têm por pouco tempo a ilusão de ainda estarem vivos.

“Os Espíritos têm influência sobre nossos pensamentos e ações? Em relação a isso, a sua influência é bem maior do que imaginam, porque muitas vezes são eles que os dirigem.” (L.E. perg. 459).

Um Espírito quer agir sobre um individuo; aproxima-se dele e o envolve, envolve seu perispírito como um casaco; os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem, e o Espírito pode então, se servir desse corpo como do seu próprio, fazê-lo agir segundo a sua vontade, falar, escrever, desenhar etc.; tais são os médiuns.

Se o Espírito é bom, sua ação é branda, benfazeja, que não leva a fazer senão boas coisas; se ele é mau, leva a fazer coisas más, se é perverso, o aperta como uma rede, paralisa até sua vontade, mesmo seu julgamento que ele abafa sob seu fluido como se abafa o fogo sob uma camada de ar; fá-lo pensar, falar, agir por si, leva-0 a atos extravagantes ou ridículos; em uma palavra, magnetiza-o, imobiliza-o moralmente, e o individuo se toma um instrumento cego de sua vontade. Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação, que se mostram em graus de diversas intensidades.

A ação dos Espíritos maus produz uma série de perturbações na economia moral e mesmo física que, por ignorância da causa verdadeira, se atribuíam a causas errôneas. Os maus Espíritos são os inimigos invisíveis, tanto mais perigoso quanto não se supunha sua ação. O Espiritismo, pondo-os a descoberto, vem revelar uma nova causa a certos males da Humanidade; conhecida a causa, não se procurara mais combater o mal por meios que doravante, se sabe inúteis, procurar-se-ão os mais eficazes.

Ora, o que foi que fez descobrir essa causa? A mediunidade; foi pela mediunidade que esses inimigos ocultos traíram sua presença; ela fez para eles o que o microscópio fez para os infinitamente pequenos: revelou todo um mundo.
“O perispírito, se distende ou se contrai, se transforma, em uma palavra: presta-se a todas as modificações, Segundo a vontade que o dirige. É, graças a essas propriedades do seu invólucro que o Espírito pode fazer-se reconhecer, quando necessário, tomando exatamente a aparência que tinha na vida Física, e ate mesmo, com os defeitos que possam servir de sinais para o reconhecimento” (L.M, 2° parte, Cap. 1, item 56).

Dessa forma podemos entender por que o Espírito necessita de matéria para atuar sobre a matéria, ação essa que é feita por meio do envolvimento fluídico.

É pelo impulso de sua vontade e pelos conhecimentos adquiridos nas existências sucessivas que o Espírito age sobre a matéria. Nestes fenômenos, a causa preponderante é o Espírito, e os fluídos, seu instrumento.

Diz André Luiz, em “Evolução em dois Mundos”: “Cabe nos assinalar, desse modo, que toda energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos da Criação”. (Cap.1).

A Doutrina Espírita vem assim explicar-nos o motivo das manifestações sobre a matéria, de forma lógica e racional, deixando desaparecer qualquer coisa de sobrenatural, fantástico, maravilhoso, dando lugar à realidade das Leis Naturais, que funcionam naturalmente.

Vejamos, então as principais ações dos Espíritos sobre a matéria no plano dos encarnados:

Imprime vitalidade ao corpo, sustentando sua organização como instrumento de ação, em qualquer nível de sua fase evolutiva. Porém, se é certo que o Espírito sustenta a matéria, é também certo que a matéria animalizada lhe auxilia o desenvolvimento. São exemplos, entre tantos, a absorção e assimilação de fluidos (L.E, livro I, Cap. IV, perg. 63), ou a transmissão de seu fluido vital para outro individuo (L.E, livro I, cap. IV comentário de Kardec à perg. 70).

Irradia as próprias características, em razão da Corrente mental que nasce das profundezas da alma, formando, ao seu redor, um campo aúrico específico, ou túnica de forças eletromagnéticas, pois onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influência recíproca. (Andre Luiz, em “Nos Domínios da Mediunidade”, Cap. 5).

Cria formas-pensamento ou imagens-modelo ou moldes ao pensar, arrojando-as para fora de si, através da atmosfera psíquica que lhe caracteriza a presença. (André Luiz, em “Mecanismo da Mediunidade”, Cap. 4).

Produz os fenômenos físicos, ou melhor, de Efeitos físicos manipulando os fluidos retirados do médium (L.M, 2ª parte, cap.V item 93).

É necessário lembrar também que os Espíritos superiores não se ocupam em produzir esses efeitos; eles possuem a força moral, e, quando necessitam provocar tais efeitos, se servem dos Espíritos inferiores, como os homens se servem de carregadores.

De acordo com a Doutrina Espírita, como neutralizar a influencia dos maus Espíritos?

Trata-se de uma luta contra um adversário; ora quando dois homens lutam corpo a corpo, é o que tem músculos mais fortes que derruba o outro. Com o Espírito é preciso lutar, não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda o mais forte que o domina; aqui a força esta na autoridade que se pode tomar sobre o Espírito, e esta autoridade esta subordinada à superioridade moral.

A superioridade moral é como o Sol, que dissipa o nevoeiro pelo poder de seus raios; esforçar por ser bom, tomar-se melhor se já é bom, purificar-se de suas imperfeições, em poucas palavras, elevar-se moralmente o mais possível, tal é o meio de adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores para afastá-los. (L.M,no 252 e 279).

Certas pessoas preferem, sem duvida, uma receita mais fácil para afastar os maus Espíritos: algumas palavras ou alguns sinais, por exemplo, seria mais cômodo do que a necessidade evidente de corrigir de seus defeitos.

Não conhecemos nenhum outro procedimento mais eficaz para vencer um inimigo do que ser mais forte do ele.

É preciso, pois, se persuadir de que não ha, para alcançar esse objetivo, nem palavras sacramentais, nem formulas cabalísticas, nem talismãs, nem quaisquer sinais materiais.

Antes de esperar domar os maus Espíritos, é preciso aprender a domar a si mesmo. De todos os meios de adquirir a forca para isso chegar, o mais eficaz é à vontade secundada pela prece, a prece de coração, entenda-se, e não de palavras repetidas sem fervor.

É preciso lembrarmo-nos da máxima: “Ajuda-te e o Céu de ajudara”; e pedir, sobre tudo, a força que nos falta para vencer os vícios que são para nós piores que os maus Espíritos, porque são esses hábitos negativos que os atraem, como corrupção atrai as aves de rapina.

Orar pelo Espírito obsessor é retribuir-lhe o mal com o bem, e se mostrar melhor que ele, o que é um sinal de superioridade.

Com perseverança acaba-se, o mais frequentemente, por levá-lo a melhores sentimentos, e de perseguidor, dele fazer um devedor preparando-se para evoluir.

Bibliografia:

KARDEC,Allan. Livro dos Médiuns: 2° parte, Cap. 1, itens 53,55 e 56
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Evolução em Dois Mundos: Cap. I
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XI
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap., 5.
KARDEC, Allan. Revista Espírita: dezembro de 1862

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