CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

7a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA

Sabemos que os Espíritos estão revestidos de um envoltório vaporoso, formando neles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, cujos elementos são hauridos no fluído universal ou cósmico, principio de todas as coisas.

Quando o Espírito se une ao corpo, nele existe com seu perispírito, que serve de laço entre o Espírito propriamente dito e a matéria corpórea; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. “O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório”. Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, “é sob essa forma que os reconhecemos” (L.M, 2ª parte, Cap. I, item 53).

Qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou seja, o perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se purifica e se eleva na hierarquia espiritual. Ao desencarnar, o Espírito não tem consciência imediata de sua atuação. A perturbação que sente varia de intensidade conforme o tipo de vida que leva quando encarnado. Alguns têm por pouco tempo a ilusão de ainda estarem vivos.

“Os Espíritos têm influência sobre nossos pensamentos e ações? Em relação a isso, a sua influência é bem maior do que imaginam, porque muitas vezes são eles que os dirigem.” (L.E. perg. 459).

Um Espírito quer agir sobre um individuo; aproxima-se dele e o envolve, envolve seu perispírito como um casaco; os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem, e o Espírito pode então, se servir desse corpo como do seu próprio, fazê-lo agir segundo a sua vontade, falar, escrever, desenhar etc.; tais são os médiuns.

Se o Espírito é bom, sua ação é branda, benfazeja, que não leva a fazer senão boas coisas; se ele é mau, leva a fazer coisas más, se é perverso, o aperta como uma rede, paralisa até sua vontade, mesmo seu julgamento que ele abafa sob seu fluido como se abafa o fogo sob uma camada de ar; fá-lo pensar, falar, agir por si, leva-0 a atos extravagantes ou ridículos; em uma palavra, magnetiza-o, imobiliza-o moralmente, e o individuo se toma um instrumento cego de sua vontade. Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação, que se mostram em graus de diversas intensidades.

A ação dos Espíritos maus produz uma série de perturbações na economia moral e mesmo física que, por ignorância da causa verdadeira, se atribuíam a causas errôneas. Os maus Espíritos são os inimigos invisíveis, tanto mais perigoso quanto não se supunha sua ação. O Espiritismo, pondo-os a descoberto, vem revelar uma nova causa a certos males da Humanidade; conhecida a causa, não se procurara mais combater o mal por meios que doravante, se sabe inúteis, procurar-se-ão os mais eficazes.

Ora, o que foi que fez descobrir essa causa? A mediunidade; foi pela mediunidade que esses inimigos ocultos traíram sua presença; ela fez para eles o que o microscópio fez para os infinitamente pequenos: revelou todo um mundo.
“O perispírito, se distende ou se contrai, se transforma, em uma palavra: presta-se a todas as modificações, Segundo a vontade que o dirige. É, graças a essas propriedades do seu invólucro que o Espírito pode fazer-se reconhecer, quando necessário, tomando exatamente a aparência que tinha na vida Física, e ate mesmo, com os defeitos que possam servir de sinais para o reconhecimento” (L.M, 2° parte, Cap. 1, item 56).

Dessa forma podemos entender por que o Espírito necessita de matéria para atuar sobre a matéria, ação essa que é feita por meio do envolvimento fluídico.

É pelo impulso de sua vontade e pelos conhecimentos adquiridos nas existências sucessivas que o Espírito age sobre a matéria. Nestes fenômenos, a causa preponderante é o Espírito, e os fluídos, seu instrumento.

Diz André Luiz, em “Evolução em dois Mundos”: “Cabe nos assinalar, desse modo, que toda energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos da Criação”. (Cap.1).

A Doutrina Espírita vem assim explicar-nos o motivo das manifestações sobre a matéria, de forma lógica e racional, deixando desaparecer qualquer coisa de sobrenatural, fantástico, maravilhoso, dando lugar à realidade das Leis Naturais, que funcionam naturalmente.

Vejamos, então as principais ações dos Espíritos sobre a matéria no plano dos encarnados:

Imprime vitalidade ao corpo, sustentando sua organização como instrumento de ação, em qualquer nível de sua fase evolutiva. Porém, se é certo que o Espírito sustenta a matéria, é também certo que a matéria animalizada lhe auxilia o desenvolvimento. São exemplos, entre tantos, a absorção e assimilação de fluidos (L.E, livro I, Cap. IV, perg. 63), ou a transmissão de seu fluido vital para outro individuo (L.E, livro I, cap. IV comentário de Kardec à perg. 70).

Irradia as próprias características, em razão da Corrente mental que nasce das profundezas da alma, formando, ao seu redor, um campo aúrico específico, ou túnica de forças eletromagnéticas, pois onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influência recíproca. (Andre Luiz, em “Nos Domínios da Mediunidade”, Cap. 5).

Cria formas-pensamento ou imagens-modelo ou moldes ao pensar, arrojando-as para fora de si, através da atmosfera psíquica que lhe caracteriza a presença. (André Luiz, em “Mecanismo da Mediunidade”, Cap. 4).

Produz os fenômenos físicos, ou melhor, de Efeitos físicos manipulando os fluidos retirados do médium (L.M, 2ª parte, cap.V item 93).

É necessário lembrar também que os Espíritos superiores não se ocupam em produzir esses efeitos; eles possuem a força moral, e, quando necessitam provocar tais efeitos, se servem dos Espíritos inferiores, como os homens se servem de carregadores.

De acordo com a Doutrina Espírita, como neutralizar a influencia dos maus Espíritos?

Trata-se de uma luta contra um adversário; ora quando dois homens lutam corpo a corpo, é o que tem músculos mais fortes que derruba o outro. Com o Espírito é preciso lutar, não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda o mais forte que o domina; aqui a força esta na autoridade que se pode tomar sobre o Espírito, e esta autoridade esta subordinada à superioridade moral.

A superioridade moral é como o Sol, que dissipa o nevoeiro pelo poder de seus raios; esforçar por ser bom, tomar-se melhor se já é bom, purificar-se de suas imperfeições, em poucas palavras, elevar-se moralmente o mais possível, tal é o meio de adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores para afastá-los. (L.M,no 252 e 279).

Certas pessoas preferem, sem duvida, uma receita mais fácil para afastar os maus Espíritos: algumas palavras ou alguns sinais, por exemplo, seria mais cômodo do que a necessidade evidente de corrigir de seus defeitos.

Não conhecemos nenhum outro procedimento mais eficaz para vencer um inimigo do que ser mais forte do ele.

É preciso, pois, se persuadir de que não ha, para alcançar esse objetivo, nem palavras sacramentais, nem formulas cabalísticas, nem talismãs, nem quaisquer sinais materiais.

Antes de esperar domar os maus Espíritos, é preciso aprender a domar a si mesmo. De todos os meios de adquirir a forca para isso chegar, o mais eficaz é à vontade secundada pela prece, a prece de coração, entenda-se, e não de palavras repetidas sem fervor.

É preciso lembrarmo-nos da máxima: “Ajuda-te e o Céu de ajudara”; e pedir, sobre tudo, a força que nos falta para vencer os vícios que são para nós piores que os maus Espíritos, porque são esses hábitos negativos que os atraem, como corrupção atrai as aves de rapina.

Orar pelo Espírito obsessor é retribuir-lhe o mal com o bem, e se mostrar melhor que ele, o que é um sinal de superioridade.

Com perseverança acaba-se, o mais frequentemente, por levá-lo a melhores sentimentos, e de perseguidor, dele fazer um devedor preparando-se para evoluir.

Bibliografia:

KARDEC,Allan. Livro dos Médiuns: 2° parte, Cap. 1, itens 53,55 e 56
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Evolução em Dois Mundos: Cap. I
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XI
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap., 5.
KARDEC, Allan. Revista Espírita: dezembro de 1862

Fonte da imagem: Internet Google.

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