CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

10ª Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


PROIBIÇÃO DE EVOCAR MORTOS

O “Deuteronômio”, o último livro do Pentateuco, em seu capítulo 18, versículos 9 a 14, proíbe a evocação dos “mortos”; entretanto, trata-se de um tema arcaico e um atentado a solidariedade existente entre os mundos dos encarnados e desencarnados.

É evidente que os abusos reinantes, naquela época, levaram Moisés a proibir a invocação dos chamados mortos, ato que se tomou a tônica empregada por todos quantos combatem o Espiritismo.

O grande legislador dos hebreus, no entanto, estabeleceu essa lei apenas para evitar aquilo que o Espiritismo recomenda, incessantemente, aos seus seguidores: que evitem a invocação de Espíritos para fins menos elevados, consultando-os sobre assuntos terra-a-terra, ou obtendo deles informações que se revestem de um caráter mais humano do que espiritual, que nada edificam.

Deve-se esclarecer que Moisés combatia as invocações, quando elas não tinham um objetivo sério; entretanto, quando ele conhecia a idoneidade dos médiuns que eram canais dos Espíritos, em vez de condenar o ato, ele ratificava.

O livro “Números”, quarto livro do Pentateuco, tem a seguinte narrativa (cap. ll:26 a 29):

Certa vez, um moço veio denunciar a Moisés que dois homens, Eldad e Medad - estavam recebendo comunicação de Espíritos. Imediatamente, Josué, filho de Nun, ministro de Moisés, o qual ali estava, adiantou-se e disse: - Senhor meu, Moisés, proíbe-lhe. O Libertador dos Judeus, no entanto, retrucou-lhe: - Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito! (“Profeta” era o nome que davam aos médiuns)

Essa atitude de Moisés deixou bem claro que a sua proibição não atingia os médiuns sérios, compenetrados de seus deveres, mas apenas os medianeiros que não se preocupam com a verdade, e, por isso, se tornam porta-vozes de Espíritos enganadores ou inescrupulosos.

O próprio Moisés, no Tabernáculo comunicava-se reiteradamente com Espíritos. Todas as vezes que confabulava com Jeová, que aparentemente julgava ser o próprio Deus entrava em contato com o Plano Espiritual. Deus não se comunica diretamente com os homens, e Jeová era, simplesmente, uma deidade tribal dos antigos judeus.

As páginas do Velho e do Novo Testamento estão repletas de demonstrações as mais inequívocas desse intercâmbio.

O rei Saul, de Israel procurou a Pitonisa (médium) de Endor, a fim de receber orientação do Espírito esclarecido de Samuel (1º Samuel 28: 1-20. Na Bíblia católica é 1° Reis 28: 1-20.)

Jesus Cristo, acompanhado pelos Apóstolos Pedro, Tiago e João, subiu ao Monte Tabor e ali confabulou com os Espíritos de Moisés e Elias (Mt 17:1-8; Mc 9:2-8; Lc 9:28-36).

Paulo de Tarso recebeu, em seu quarto, a visita de um Espírito que lhe fez caloroso apelo no sentido de dirigir-se para a Macedônia, a fim de esclarecer o seu povo sobre a Boa Nova (Atos 16:9-10).

O Centurião Cornélio, na cidade de Cesaréia, foi visitado por um Espírito e instado a convidar o Apóstolo Pedro, que estava na cidade de Jope, para ir instruí-lo sobre os ensinamentos de Jesus (Atos 10: 3,8).

Ananias foi visitado por um Espírito de grande elevação, que o induziu a procurar o recém-converso Saulo de Tarso, para orientá-lo sobre tudo o que Jesus Cristo havia ensinado (Atos 9:10,12).

Simeão recebeu a promessa de um Espírito, de que não desencarnaria sem antes presenciar o advento do tão esperado Messias (Lc 2:25-27).

Maria de Nazaré e Isabel foram instruídas por Espíritos de ordem elevada, no tocante ao nascimento de Jesus Cristo e de João Batista. Zacarias, esposo de Isabel, também recebeu informação idêntica.

No dia de Pentecostes, todos os Apóstolos foram bafejados por Espíritos, ocorrendo a maior sessão coletiva de desenvolvimento de médiuns, na história religiosa do mundo (Atos 2: 1,11).

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XXVII Itens 18 A 21

BÍBLIA SAGRADA. Antigo Testamento: Deuteronômio, Cap. 18:9 a 14.

BÍBLIA SAGRADA. Antigo Testamento: Números, Cap. 11:26 a 29.

BÍBLIA SAGRADA. Antigo Testamento: 1° Samuel 28:1-20 - Na Bíblia Católica é 1ºReis 28:1-20

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Mt 17: 1-8; Mc 9:2-8; LC 9:28-36

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Atos 16:9-10; 10:3,8; 9:10,12; e 2:1,11

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Lucas 2:25-27

Questões para reflexão:

1) Explique o motivo pelo qual a Doutrina Espírita não entra em contradição à proibição de evocar os mortos imposta por Moisés aos hebreus.

2) Relacione as condições que podem ser inconvenientes para evocar os mortos segundo Kardec.

3) Relembre e analise sucintamente o que ocorreu com o rei Saul (consulta a médium de Endor)

4) Comente o que ocorreu com Ananias

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terça-feira, 28 de maio de 2019

10a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


EVOCAÇÕES DOS ESPÍRITOS - PROIBIÇÕES

Esclarece-nos Kardec em “O Livro dos Médiuns” que os Espíritos podem se comunicar espontaneamente ou serem evocados. Contudo, os Espíritos são inteligências livres e qualquer evocação que lhes desagradem ou que não seja apropriada fará com que não nos atendam ao apelo.

Mas existem condições proibidas para a evocação dos Espíritos?

A primeira questão que podemos abordar é a proibição de Moisés aos hebreus, narrada de maneira tão clara no Antigo Testamento.

“O homem ou mulher que tiver Espírito pitônico, morra de morte. Serão apedrejados e o seu sangue recairá sobre eles”, ameaça Moisés no Levítico, cap. XX, versículo 27.

A proibição pode ser vista ainda no capítulo XIX, v.31 do mesmo Levítico e no Deuteronômio (Cap. XVIII vv 9 a 12)

Para entendermos a posição radical de Moisés, devemos entender o panorama da época. Recém libertos do cativeiro egípcio, os hebreus haviam adquirido o costume de interrogar os desencarnados para toda sorte de abusos. “(...) a evocação dos mortos não se originava nos sentimentos de respeito, afeição ou piedade para com eles, sendo antes um recurso para adivinhações, tal como nos augúrios e presságios explorados pelo charlatanismo e pela superstição”, nos diz Kardec em “O Céu e o Inferno”. As inquirições aos Espíritos ainda eram fonte de comércio, quando se pagava ao adivinho para ouvir aquilo que se gostaria. Moisés, conduzindo pelo deserto um povo rebelde e indisciplinado não encontrou outra maneira senão a de punir com a morte os abusos, já que ali não havia prisões ao seu dispor. Além disso, o legislador hebreu não poderia permitir que ideias, costumes e hábitos estranhos ao de seu povo fossem contrários às leis que implantou a custa do sacrifício dos anos de penúria no deserto.

Chegando à época de Jesus, é também notório que entre os primeiros cristãos o intercâmbio com os desencarnados era fato comum. São muitos os relatos das manifestações mediúnicas no Novo Testamento e o próprio Jesus não comentou nada em relação à proibição do intercâmbio com os Espíritos. Se as evocações realmente fossem proibidas, certamente Jesus não teria ficado calado a respeito de assunto tão importante.

Outrossim, o que nos demonstram os Evangelhos é que por ser um Espírito puro, Jesus era dotado de faculdades muito superiores aos dos homens de seu tempo, inclusive, mantendo uma comunhão constante com os Espíritos. “Estes, muitas vezes, tornavam-se visíveis ao seu lado. Seus discípulos o viram, assombrados, conversar um dia no Tabor com Elias e Moisés”.

Um outro ponto que levantam os contraditores do intercâmbio mediúnico é o de que as evocações seriam falta de consideração para com os mortos, constituindo mesmo uma profanação. “Profanação haveria se as evocações fossem feitas com leviandade”, nos esclarecem os Espíritos.

O Espiritismo, resgatando nos tempos modernos o Evangelho de Jesus, também não recomenda evocar os Espíritos com as mesmas motivações condenadas por Moisés. Recomenda-nos sim alguns critérios e cuidados a serem tomados, salientando a importância das comunicações como instrução e consolo dos sofrimentos.

“Se essa comunicação existe, deve ter sua utilidade, porque Deus não faz nada de inútil; ora, essa utilidade ressalta não só desse ensinamento, mas ainda e, sobretudo das consequências desse ensino”, diz Kardec.

Frequentemente, nas reuniões regulares, apresentam-se espontaneamente Espíritos que já estão habituados a própria regularidade dessas sessões. Emmanuel diz preferir esse tipo de manifestação, contudo Kardec nos recomenda a evocação, como forma de controlar com maior rigor as manifestações.

Segundo Kardec, qualquer Espírito pode ser evocado. Porém, nem sempre poderá atender ao nosso chamado, pois, mesmo que queira, pode ser impedido por motivos que desconhecemos ou por não ter a permissão de um poder superior. Ainda pode não se comunicar instantaneamente conosco por estar ocupado ou por alguma missão que desempenha.

Outro fator que pode impedir a manifestação de um Espírito diz respeito à condição do médium, do evocador, ao meio em que se faz a evocação e ao seu intuito. Aqui, vale a regra de sempre das comunicações mediúnicas: o Espírito ira preferir o médium com o qual mais se identifique, seja quanto as condições materiais como nas morais.

O cuidado que o médium deve tomar sempre nas evocações de interesses privados é o de evitar transformar-se em instrumento de consultas ou, como Kardec aponta, um “ledor de sorte”. Não se deve, sob pretexto algum, prestar-se a uma evocação dessas ao perceber-se curiosidade, questões improdutivas e qualquer outro tópico que fuja do que se propõe racionalmente aos Espíritos, enfim, quando não percebemos um objetivo sério por parte do evocador.

Os Espíritos ainda relacionam, na questão 282 de “O Livro dos Médiuns”, algumas situações que podem impedir que um Espírito atenda a uma evocação e outras em que não se deve fazê-la:

 Espíritos que pertencem a mundos inferiores à Terra não podem jamais se comunicar, por não disporem de meios de comparação para poderem exprimir-se;

 Um Espírito pode não ter permissão para se comunicar como punição ou prova para ele ou para a pessoa que o evoca;

 Os Espíritos atendem com maior facilidade a pensamentos simpáticos e benevolentes do evocador. Pensamentos mal dirigidos não atingem o alvo e se o evocador é indiferente ou antipático ao Espírito, este não atende ao apelo;

 Um Espírito pode negar-se a responder a uma questão, porém, se é inferior pode ser constrangido a se manifestar por um superior a ele;

 Devemos evitar evocar um Espírito no momento da sua morte. A esta questão, os Espíritos respondem no item 33 que podemos evocá-lo, porém, sua resposta será muito imperfeita, por causa do período de perturbação. Adicionam, porém, no item seguinte, que para alguns a evocação os ajudaria a sair da perturbação;

 A encarnação pode dificultar a evocação de um Espírito. Somente podem atender aqueles em que a condição corpórea facilite o desprendimento no momento da evocação ou ainda se estiverem encarnados em um mundo superior, onde os corpos são menos materiais que no nosso;

 Não podemos evocar também Espíritos que ainda estejam no ventre materno, por estarem na perturbação que antecede o nascimento, o que lhes tira a consciência de si mesmos;

 E não devem ser evocadas pessoas vivas nessas condições: crianças em tenra idade, pessoas gravemente doentes e os velhos enfermos. É sempre inconveniente a evocação de vivos que estejam com o corpo físico debilitado.

De qualquer maneira, em qualquer intercâmbio mediúnico, o mais importante é que qualquer evocação deve ser levada a sério e nunca deve ser encarada como simples fórmula. E ainda não nos esquecermos de que os Espíritos não são joguetes, subjugados aos nossos interesses mais pueris.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2a parte, Cap. XXV (Das Evocações) nos 269, 270 a 275, 281 e 282 - item ll

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno: Cap. XI: Da Proibição de Evocar os Mortos

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: questão 935

KARDEC, Allan. Revista Espírita: Dezembro de 1863

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). O Consolador: Perg. 369

DENIS, Leon. Cristianismo e Espiritismo: Capítulo V

BÍBLIA SAGRADA. Antigo Testamento: Levítico, Cap. XX, v.27 - Cap. XIX, v.31 e Deuteronômio - Cap. XVIII, vv 9 a 12.

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quinta-feira, 23 de maio de 2019

9ª Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


QUEM SE ELEVAR SERÁ REBAIXADO

O que quis nos ensinar Jesus quando disse: “Pois todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado” (Lucas, XIV: 11).

O Mestre nos indica a condição essencial para a felicidade, a humildade, virtude contrária ao orgulho e a vaidade. Orgulho e vaidade: defeitos terríveis e fatores de queda para os invigilantes, que são responsáveis, muitas vezes, por “jogarmos fora” uma encarnação inteira, causa de infelicidade futura. Com muita propriedade, Kardec perguntou no LE qual é o maior obstáculo ao progresso, o que lhe foi respondido: “São o orgulho e o egoísmo. Quero referir-me ao progresso moral”.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (cap. II, item 8), de Allan Kardec, há uma comunicação de uma antiga rainha da França que, ao adentrar o mundo espiritual, após uma vida de luxo e de orgulho, viu com imensa surpresa que Espíritos que ocupavam posições subalternas, obscuras, desfrutavam, no mundo dos Espíritos, de posições superiores a dela. Em certo trecho da sua comunicação, diz ela textualmente:

“O orgulho me perdeu sobre a Terra (...) Que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh! Só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra”.

No Evangelho de Mateus (cap. 18, versículos 3 e 4) disse Jesus Cristo: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Porquanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.”

Jesus toma a criança como modelo, como padrão de comportamento, a fim de exemplificar a simplicidade e a humildade. O Mestre quis demonstrar, assim, que somente seremos simples e humildes quando nos fizermos pequenos como a criança: sem orgulho, sem presunção, sem nenhum dos defeitos que nos impedem de alcançar a tão desejada felicidade; e que tanto cultivamos como o ódio, o ciúme, a inveja, a ambição (ver LE questão 967).

Novamente no Evangelho de Mateus (cap.20, versículos 26 a 28) lemos que o Mestre, dirigindo-se aos seus apóstolos disse: “Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo; tal como o Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.

Em outro ensinamento, desta vez em Lucas (cap. 14, versículos 10 e 11), o Mestre ensina que “quando fores convidado, vai tomar o último lugar; para que quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, senta-te mais para cima. Ser-te-á isto uma honra diante de todos os convivas. Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado”.

Digno de destaque é a afirmação de Jesus de que “ele havia descido a Terra para servir e não para ser servido”.

Se ele, que foi o maior e mais puro dos Espíritos que já encarnaram na Terra, veio para servir, o que dizer daqueles que ainda são imperfeitos, que estão nos primórdios da evolução espiritual? Se ele, que é o nosso Mestre, deu uma demonstração tamanha de humildade extrema lavando os pés de seus apóstolos, o que esperar de nós mesmos? Ainda seguiremos exigindo que os outros nos sirvam, sem dar nada em troca?

Podemos interpretar o gesto simbólico de Jesus como o mais autêntico exemplo de desapego pelas coisas terrenas e a mais sublime simplicidade, que devemos imitar.

Assim, finalizamos com o comentário de Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “O Espiritismo vem confirmar a teoria pelo exemplo, ao mostrar que os grandes do mundo dos Espíritos são os que foram pequenos na Terra e que frequentemente são bem pequenos os que foram grandes e poderosos na terra”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. VII - itens 3 a 6

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Evangelhos de Mateus e Lucas

LE questão 785

ESE, Cap. VII, Item 6

Questões para reflexão:

1) Apresente os meios mais eficazes para se identificar o grau evolutivo do Espírito comunicante.

2) Com base no LM n° 267 descreva o tipo de linguagem dos Espíritos que serve de fonte inspirada para qualificação dos Espíritos.

3) Comente a diferença do ensinamento do Mestre Jesus: “Pois todo aquele que se exalta será humilhado” com a vivência do homem no nosso dia-a-dia.

4) Analise a afirmação: “Quem quiser tomar-se grande entre vós, esse será o que vos sirva”.

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terça-feira, 21 de maio de 2019

9a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

Diz Kardec no item 255 do LM: “A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo. Porque os Espíritos, de fato, não trazem nenhum documento de identidade e sabe-se com que facilidade alguns deles usa nomes emprestados”. Diz ele ainda, mais adiante, no mesmo item, que a questão torna-se mais complexa quando temos de comprovar a identidade de Espíritos de personalidades antigas, o que muitas vezes é impossível.

De modo geral, devemos avaliar os Espíritos como avaliamos os homens: pela sua linguagem, estilo, tendências morais, atos, pelos conselhos dados, etc. Desde que o Espírito só diga coisas boas e proveitosas, pouco importa o seu nome. É como nos disse Jesus: “Porque não é boa árvore a que dá maus frutos, nem má árvore a que dá bons frutos. Portanto cada árvore é conhecida pelo seu fruto” (Lucas, VI: 43 e 44).

Para um Espírito superior, o nome que teve em alguma encarnação, ou aquele que lhe queiramos dar, pouco lhe importa. Devemos compreender que “à medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, as características distintivas de suas personalidades desaparecem, de certa maneira, na uniformidade da perfeição, mas nem por isso deixam eles de conservar a sua individualidade.” Um Espírito Superior pode, assim, se apresentar por um nome conhecido quando pertence ao mesmo grupo dessa personalidade ou nos dando um “simples indício do lugar que ocupa na Escala Espírita (ver a questão n° 100 do LE)”.

Muitas vezes, contrariando os conselhos de Kardec quanto à prudência e ao estudo sistemático da doutrina para bem avaliarmos as mensagens recebidas, seja pela psicofonia, psicografia, psicopictografia e etc. ainda nos apegamos a nomes conhecidos, sem analisarmos o seu conteúdo. Isso demonstra o quanto ainda podemos ser orgulhosos, porquanto, mesmo que mantenhamos uma relação mediúnica com um Espírito superior, não significa que também sejamos superiores.

Um médico trata de um doente, mas não é pelo fato do médico ser importante que o doente o seja também.

Quando se trata de identificarmos um Espírito de ordem inferior, o cuidado deve ser redobrado, pois ele pode fornecer um nome respeitável para se fazer acreditar. Neste caso, graças aos nomes emprestados e com a ajuda da fascinação que causam nas pessoas incautas, é que Espíritos imperfeitos (impuros, levianos ou pseudo-sábios) procuram impor ideias muitas vezes absurdas e ridículas que se espalham no meio doutrinário.

Na codificação encontramos inúmeros exemplos de tais comunicações. A título de ilustração, indicamos a leitura do item “Mensagens apócrifas” do capítulo 32 de “O Livro dos Médiuns”.

Diz J. Herculano Pires, em nota de rodapé, do item 257, de LM, que “a identificação dos Espíritos é feita através da personalidade do falecido. Dados diversos podem ajudar essa identificação, mas não o seu caráter, os seus modos, os seus hábitos, todo esse conjunto pessoal que nos prova a sua presença. Exigir a identificação material é absurdo. Mas quando essa identificação é possível como pelos sinais digitais, pela forma do rosto ou das mãos impressas no gesso, ou mesmo pela fotografia ou pela materialização do Espírito, ainda assim os negadores sistemáticos não a aceitam”.

Um estudioso de André Luiz, Emmanuel, Humberto de Campos (ou Irmão X), de Bezerra de Menezes, Maria Dolores e tantos outros Espíritos, saberá distingui-los por suas características de estilo, formas de linguagem e conteúdo doutrinário.

Pode-se também colocar entre as provas de identidade a semelhança de caligrafia e de assinatura, mas, diz Kardec, isso não representa uma garantia suficiente, pois não são todos os médiuns que apresentam bons resultados, além do que um Espírito pode imitar a assinatura.

Finalmente, pode-se dizer que a distinção entre bons e maus Espíritos decorre das próprias comunicações. “A bondade e a afabilidade são atributos essenciais dos Espíritos depurados. Eles não alimentam ódio nem para com os homens nem para com os demais Espíritos. Lamentam as fraquezas e criticam os erros, mas sempre com moderação, sem amarguras nem animosidades”. Já os Espíritos inferiores geralmente demonstram seu caráter com trivialidades e expressões baixas.

Nem sempre a inteligência revela um sinal seguro de superioridade, pois um Espírito pode ser bom, afável e ter conhecimentos limitados, enquanto que um inteligente e instruído pode ser moralmente bastante inferior.

De qualquer forma, pode-se “tomar como regra invariável e sem exceção que a linguagem dos Espíritos corresponde sempre ao seu grau de elevação”.

Em síntese, Kardec apresenta no item 267 de “O Livro dos Médiuns”, vinte e seis princípios que nos auxiliam a reconhecer a identidade e qualidade dos Espíritos. Aqui transcrevemos alguns:

1° - “Não há outro critério para discernir o valor dos Espíritos, senão o bom senso”;

2° - “Julgamos os Espíritos pela sua linguagem e pelas suas ações”;

3° - “Admitido que os Espíritos bons só podem dizer e fazer o bem, tudo o que é mau não pode provir de um Espírito bom”;

4° - “A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna, elevada, nobre, sem nenhuma mistura de trivialidade”;

5° - “Não devemos julgar os Espíritos pelo aspecto formal e pela correção do seu estilo, mas sondar-lhes o íntimo, analisar suas palavras, pesa-las friamente, maduramente e sem prevenção”;

6° - “A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto a forma, pelo menos quanto a substancia. As ideias são as mesmas, sejam quais forem o tempo e o lugar”;

7° - “Os Espíritos bons só dizem o que sabem, calando-se ou confessando a sua ignorância sobre o que não sabem”;

8° - “Os Espíritos levianos são ainda reconhecidos pela facilidade com que predizem o futuro e se referem com precisão a fatos materiais que não podemos conhecer”;

9° - “Os Espíritos superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia das ideias e das expressões”;

10° - “Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram”;

11° - “Os Espíritos bons não fazem lisonjas. Aprovam o bem que se faz, mas sempre de maneira prudente”;

12° - “Os Espíritos superiores mantém-se, em todas as coisas, acima das puerilidades formais. Os Espíritos vulgares são os únicos que podem dar importância a detalhes mesquinhos, incompatíveis com as ideias verdadeiramente elevadas”;

13° - “Devemos desconfiar de nomes bizarros e ridículos usados por certos Espíritos que desejam impor-se à credulidade”;

14° - “Devemos igualmente desconfiar dos Espíritos que se apresentam com muita facilidade usando nomes bastante venerados e só com muita reserva aceitar o que dizem”;

15° - “Os Espíritos bons são também reconhecíveis pela sua prudente reserva no tocante as coisas que possam comprometer-nos. Repugna-lhes desvendar o mal”;

16° - “Os Espíritos imperfeitos aproveitam-se frequentemente dos meios de comunicação de que dispõem para dar maus conselhos. Excitam a desconfiança e a animosidade entre os que lhe são antipáticos”;

17° - Para julgar os Espíritos, como para Julgar os homens, é necessário antes saber julgar-se a si mesmo”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte - Cap. XXIV - itens 255 e 256

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Introdução - itens XII, XIII e XIV

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quinta-feira, 16 de maio de 2019

8ª Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


A FÉ RELIGIOSA – CONDIÇÃO DA FÉ INABALÁVEL

Nos seus aspectos religiosos, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm os seus artigos de fé. Nesse sentido, a fé ser poder raciocinada ou cega. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso produz o fanatismo. Quando a fé se firma no erro, cedo ou tarde desmorona. Aquela que tem a verdade por base é a única que tem o futuro assegurado, porque nada deve temer do progresso do conhecimento, já que o verdadeiro na obscuridade também o é a plena luz. Cada religião pretende estar na posse exclusiva da verdade, mas preconizar a fé cega sobre uma questão de crença é confessar a impotência para demonstrar que se está com a razão.

Vulgarmente se diz que a fé não se prescreve, o que leva muitas pessoas a alegarem que não são culpadas de não terem fé. Não há dúvida que a fé não pode ser prescrita, ou o que é ainda mais justo: não pode ser imposta. Não, a fé não se prescreve, mas se adquire, e não há ninguém que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais fundamentais, ou não desta ou daquela crença particular. Não é a fé que deve procurar essas pessoas, mas elas é que devem procurá-la, e se o fizerem com sinceridade a encontrarão. Podeis estar certo de que aqueles que dizem: “Não queríamos nada melhor do que crer, mas não o podemos fazer”, apenas o dizem com os lábios, e não com o coração, pois ao mesmo tempo que o dizem, fecham os ouvidos. As provas, entretanto, abundam ao seu redor. Por que, pois, se recusam a ver? Nuns, é a indiferença, noutros, o medo de serem forçados a mudar de hábitos; e, na maior parte, orgulho que se recusa a reconhecer um poder superior, porque teria de inclinar-se diante dele.

Para algumas pessoas, a fé parece de alguma forma inata: basta uma faísca para desenvolvê-la. Essa facilidade para assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de progresso anterior. Para outras, ao contrário, é com dificuldade que elas são assimiladas, sinal também evidente de uma natureza em atraso. As primeiras já creram e compreenderam, e trazem, ao renascer, a intuição do que sabiam. Sua educação já foi realizada. As segundas ainda têm tudo para aprender: sua educação está por fazer. Mais ela se fará, e se não puder terminar nesta existência, terminará numa outra.

A resistência do incrédulo quase sempre se deve menos a ele do que a maneira pela qual lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, e essa base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver, é necessário sobre tudo compreender. A fé cega não é mais deste século. É precisamente o dogma da fé cega que hoje em dia produz o maior número de incrédulos. Por que ela quer impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: as que se constituem do raciocínio e do livre arbítrio. E contra essa fé, sobre tudo, que se levanta o incrédulo, o que mostra a verdade de que a fé não se impõe. Não admitindo provas, ela deixa no espírito um vazio, de que nasce a dúvida. A fé raciocinada que se apoia nos fatos e na lógica, não deixa nenhuma obscuridade: crê-se, porque se tenha certeza, e só se está certo quando se compreendeu. Eis porque ela não se dobra: porque só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.

É a esse resultado que o espiritismo conduz, triunfando assim da incredulidade, todas as vezes que não encontra a oposição sistemática e interessada.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. XIX - item 6 e 7

Questões para reflexão:

1 - Explique o que você entende por formas pensamento.

2 - Comente sobre “Corrente mental”.

3 - Explique o que é circuito mediúnico

4 - Comente sobre fé religiosa e a raciocinada.

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terça-feira, 14 de maio de 2019

8a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MATÉRIA MENTAL - CORRENTE ELÉTRICA E MENTAL - CIRCUITO MEDIÚNICO

MATÉRIA MENTAL

O que é o pensamento?

O Pensamento sempre intrigou o homem. Todo mundo sabe o que é o pensamento, mas até hoje ninguém foi capaz de defini-lo com propriedade, nem de dizer, do ponto de vista fisiológico, o que o gera.

É intuitivo porém, que o pensamento é produto da mente e, por conseguinte da nossa alma.

Seria uma espécie de energia, veiculada em ondas mentais, que se propagam no continuum espaço-tempo como as demais ondas luminosas, sonoras, hertzianas, etc.) ou como os raios (luminosos, raios x, raios gama, etc.).

Essas ondas mentais seriam geradas por vibrações provocadas por impulsos do Espírito.

Diz Kardec em A Gênese:

“Sendo os fluídos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluídos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se dizer sem receio de errar, que há, nesses fluídos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como existe no ar ondas e raios sonoros”.

André Luiz - (Mecanismos da Mediunidade) - Esclarece-nos que nos seres criados, homens e animais, verificamos também a existência de matéria mental, que não se confunde com a matéria como nós a definirmos em física. Essa matéria mental se constitui de determinado grau de concentração de energia, diverso daquele de que é formado nosso corpo material.

Segundo o conceito relativista, a matéria é energia concentrada segundo a fórmula básica: E=m.C2, na qual – E é energia; m massa e C2, o quadrado da velocidade da luz.

A concentração da energia se faz, no entanto, em diferentes graus, na proporção das respectivas condições vibratórias.

A matéria nossa conhecida é aquela de que são feitos os corpos e as coisas que encontramos em nosso plano.

Já o perispírito é constituído de matéria diferente, resultante de menor grau de concentração de energia. É a matéria que costumamos chamar de quintessenciada. É claro que outras gradações de concentração energética existem, gerando os tipos de matéria que se compatibilizem com os diferentes planos vibratórios.

Diz André Luiz que como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extra físico, encontramos o pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria. A matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energias sutis em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.

Para ele, o pensamento é o fluxo energético do campo espiritual de cada ser, a se graduar nos mais diversos tipos de onda, desde os raios super-ultra-curtos, em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda inacessíveis a nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos.

A matéria mental é corpuscular, como corpuscular é a matéria no plano físico, e se compõe de átomos e partículas, com cargas positivas (prótons) e negativas (elétrons), embora, convém repetir, de outro teor vibratório, evidentemente mais sutil, mais energético.

Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentalização indutiva, atraindo para si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.

FORMAS-PENSAMENTOS

Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente a nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.

É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamento, construções substanciais na esfera da alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha.

Isso acontece porque, a maneira do homem que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés.

CORRENTE ELÉTRICA E MENTAL

O Espírito, encarnado ou desencarnado, pode ser comparado a um dínamo complexo. Um dínamo gerador, indutor, transformador e coletor ao mesmo tempo, com capacidade de assimilar correntes continuas de força e exteriorizá-las simultaneamente.

A ciência explica que uma corrente elétrica não é mais do que um movimento de elétrons, e dentro do átomo os elétrons também se movem. Cada órbita eletrônica produz seu campo magnético, campos estes que se somam se forem ordenados, por exemplo, o radar e o raio-x, são ondas eletromagnéticas.

O cérebro humano produz constantemente milhões de pequenos impulsos elétricos que tendem a somar-se e assim podem ser recolhidos em volta do crânio.

Diz André Luiz:

“A corrente mental também é uma corrente de natureza elétrica, embora menos ponderável na esfera física.

Em tomo da corrente elétrica surgem efeitos magnéticos de intensidade correspondente. A eletricidade vibra”.

Toda partícula da corrente mental nascida das emoções e desejos recônditos do Espírito, através da consciência se desloca produzindo radiações eletromagnéticas, cuja frequência varia conforme os estados mentais do emissor.

CIRCUITO MEDIÚNICO

Para melhor entendermos a manifestação, isto é, a mensagem de uma entidade através de um médium, procuremos entender o Circuito Mediúnico que André Luiz explica no Livro Mecanismos da Mediunidade – Cap. VI

André Luiz compara o circuito mediúnico ao circuito elétrico que encerra um condutor de ida e outro de volta da corrente, abrangendo o gerador e os aparelhos de utilização a englobarem os serviços de geração, transmissão, transformação e distribuição de energia.

Para execução de semelhantes atividades, as máquinas respectivamente guardam consigo recursos especiais, em circuitos elementares como o sejam os de geração e manobra, proteção e medida.

Assim estabelece-se o circuito mediúnico do Espírito para o médium, e do médium para o Espírito através da sintonia e por afinidade, projetando o Espírito seus pensamentos em forma de ondas magnéticas, sonoras e coloridas.

As ideias em forma de ondulações são recebidas pelo médium, interpretadas, ampliadas, trabalhadas e retransmitidas através do cérebro físico, sistema nervoso, órgão da palavra (comunicação oral), braço e mão (comunicação escrita).

A união das correntes mentais chama-se, portanto, circuito mediúnico.

O circuito mediúnico, dessa maneira, expressa uma “vontade-apelo” e uma “vontade-resposta”, respectivamente, no trajeto ida e volta, definindo o comando da entidade comunicante e a concordância do médium.

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismo da Mediunidade: Cap. IV, V, VI8a Aula - 29

ARMOND, Edgard. Passes e Radiações: Cap. V e XXIII

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Indulgência: Lições 12 e 13

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 8 – Tomadas Mentais

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 5 - Assimilação de Correntes Mentais

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quinta-feira, 9 de maio de 2019

7a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


OS BONS ESPÍRITAS

O Espírita, através dos conhecimentos que adquire com a Doutrina, tem condições de compreender muito mais os ensinamentos de Jesus e, portanto, tem maior responsabilidade em praticá-los, pois “a quem mais foi dado, mais será pedido” (Lc. Cap. XII:47-48)

Com os novos esclarecimentos que o Espiritismo lhe propicia, o homem pode desenvolver uma fé mais sólida, compreendendo racionalmente o objetivo da reencarnação.

Do conhecimento proporcionado pelo Espiritismo, é importante ao espirita querer o resultado prático e verdadeiro que advém dos seus ensinamentos, como, por exemplo, a reforma moral, pois o mundo está repleto de teorias que, sem aplicação, não tem utilidade. De nada adianta ao homem possuir uma bagagem imensa de conhecimentos, se não a utiliza para sua modificação moral e espiritual.

A própria felicidade depende da ação que o homem imprime aos pensamentos; por isso, a felicidade é uma conquista de cada um, individualmente, num processo constante de auto aprimoramento.

Ser Espírita, na amplitude do termo, significa a busca constante da maturidade espiritual; a prática dos ensinamentos de Jesus, na relação social; viver como Espírito, ainda que encarnado, compreendendo que a vida continua depois da morte, que ele mesmo é o construtor do próprio destino.

Ora, há pessoas que mesmo recebendo provas racionais e científicas da existência do mundo espiritual e de todas as relações que daí se origina, não as aceitam e não acreditam nelas.

São aqueles a quem Jesus se refere na Parábola do Semeador (Mateus, cap. 13: 18 a 23), como a semente que ainda não encontrou “terreno fértil” em seus corações e, por isso, não frutificou. Porém, como o progresso é uma lei natural de amor, que impulsiona todas as criaturas a novas conquistas no campo do saber e da moral, chegará o tempo que compreenderão tudo o que Jesus transmitiu, através de seus ensinamentos, o que vem confirmar o Espiritismo.

Há ainda pessoas que somente se preocupam com os fenômenos, enquanto outras, desejam moralizar apenas os companheiros de jornada, relutando em retirar a trave dos próprios olhos, antes de querer retirar o argueiro do olho do próximo. Em ambos os casos, o que falta é a prática da reforma íntima, estribada na humildade e na fé.

Quando o Espírita sente na Doutrina um caminho de elevação, procura, através dos ensinamentos evangélicos, rever seus valores, aplicando o preceito em si mesmo, eliminando defeitos, substituindo-os por sentimentos e ações dignos e fraternos; corrigindo, com consciência e bondade, os erros do passado; conquistando outras simpatias para o seu redor; enfim, efetiva o seu burilamento moral, praticando o lema FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, nos atos de sua vida.

O bom Espírita deve assim, vivenciar os ensinamentos de Jesus, através da humildade, tolerância, compreensão, indulgência, fraternidade, do amor sincero ao próximo, que é a Humanidade.

Suas obras devem refletir as virtudes adquiridas.

É importante a auto avaliação, para verificar a verdadeira mudança interior, retificando sempre que necessário os velhos hábitos, as más condutas, confiante na Providência Divina, pródiga em amor e que nos guia no trabalho de retificação, que nos é particular.

Enfim, o Bom Espírita é todo aquele que tem a consciência tranquila e deseja servir, sem ser servido. É o homem que demonstra sua TRANSFORMAÇÃO MORAL, durante sua existência na Terra.

Assim, todo o bem que houver feito, reverter-lhe-á em bênçãos de luz, que irradiará, onde estiver, identificando-lhe a estatura espiritual.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. XVII – item 4

BÍBLIA SAGRADA. Novo Testamento: Evangelhos de Lucas e Mateus

Questões para Reflexão

1) Faça uma análise acerca da influência da arte paga na vida e nas expressões artísticas.

2) Comente o valor da Doutrina Espírita no campo das artes e explique esta relação entre os planos espirituais e materiais.

3) Explique a relação do conhecimento espírita com a felicidade de cada ser e qual a sua influência na conquista de valores morais.

4) Na sua vivência espírita o que significa viver como espírita enquanto tem como abrigo o corpo físico.

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terça-feira, 7 de maio de 2019

7a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MEDIUNIDADE NAS ARTES, PINTURA – ESCULTURA – MÚSICA

Allan Kardec, ao analisar a influência das ideias materialistas nas Artes, afirma que “as preocupações de ordem material se sobrepõem aos cuidados artísticos” e que a concentração dos pensamentos sobre as coisas materiais é o resultado da ausência de toda crença, de toda fé na espiritualidade do ser.

Enfatiza ainda o Codificador que “As Artes só sairão de seu torpor, quando houver uma reação, visando as ideias espiritualistas”. Dessa forma, antecipa-se o que se pode constatar na atualidade, no terreno da Arte Espírita, em suas várias modalidades, frente a violência humana, refletida nos meios de comunicação, e através das expressões artísticas mais destacadas, como a música, a pintura, o teatro, o cinema e a televisão.

Afirma ainda Kardec, que “é matematicamente exato dizer que, sem crenças, as Artes não tem vitalidade possível, e toda transformação filosófica acarreta, necessariamente, uma transformação artística paralela.

Kardec apresenta três momentos filosóficos e correspondentes a transformações artísticas, a saber:

1- Época Primitiva: Arte Pagã, em que se divinizava a perfeição da Natureza. Só conheciam a vida material.

2- Época da Idade Média: Arte Cristã, sucedeu a Arte Pagã e representava os sentimentos atormentados entre o Céu e o Inferno tanto na Pintura, como na Escultura. Reconhecimento de um poder criador, acima da matéria.

3- Época Atual: Arte Espírita, em que deverão expressar-se as novas ideias da imortalidade da alma, da pluralidade das existências ou dos mundos, ainda, da comunicação com os Espíritos, irá complementar e transformar a Arte Cristã.

Léon Denis, Cap. 1, diz: “O papel essencial da Arte é expressar a vida com todo poder, sua graça e sua beleza”.

E é nesse sentido que comenta o Espírito de Lavater, dizendo:

Não é belo, realmente belo, senão aquilo que é sempre e para todos. E esta beleza eterna, infinita, e a manifestação divina sob seus aspectos incessantemente variados; é Deus em suas obras, em suas leis! Eis a única beleza absoluta. Acrescenta, ainda: “Nós que progredimos, não possuímos senão uma beleza relativa, diminuída e combatida pelos elementos inarmônicos de nossa natureza”.

Complementa Léon Denis, Cap. III, que “o objetivo sublime da criação é a fusão do bem e do belo. Esses dois princípios são inseparáveis, inspiram toda a obra divina e constituem a base essencial das harmonias do cosmo”.

Emmanuel, na pergunta 161 do Livro “O Consolador”, ensina que a Arte é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse ‘mais além’ que polariza as esperanças da alma.

“O artista verdadeiro é sempre o ‘médium’ das belezas eternas, e o seu trabalho, em todos os tempos, foi o tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia do coração para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor”.

Complementa que “a Arte será sempre uma só, na sua riqueza de motivos, dentro da espiritualidade infinita, porque será sempre a manifestação da beleza eterna, condicionada ao tempo e ao meio de seus expositores”.

Há todo um processo de formação do artista ao longo de sua caminhada evolutiva, que exterioriza na obra seus sentimentos, seu equilíbrio mental, sua paz, sua bondade, sua crença.

Por isso, diz Denis, cap. 1: “quando o Espírito humano encarna na Terra e leva consigo - seja de suas vidas terrestres, certa noção de ideal estético, tão logo ele chegue a maturidade na vida terrestre, sua bagagem artística exterioriza-se sob a forma de inspirações reunidas a uma qualidade mestra que chamaremos de gosto reunido ao sentido do belo”.

A mesma ideia transmite Emmanuel, na pergunta 163: “A perfeição técnica de um artista bem como as suas mais notáveis características não constituem a resultante das atividades de uma vida, mas de experiências seculares na Terra e na esfera espiritual”.

Este gosto pela Arte, numa de suas características quaisquer, leva o homem a busca da inspiração, que é uma forma de mediunidade intuitiva, pela qual o artista entra em contato com os Espíritos para a realização de seu trabalho. (LM, 2ª Parte, cap. XXXI, item X)

Nem sempre é possível distinguir quando o trabalho é do homem ou quando é sugerido pelo Espírito, nos casos de inspiração, mas, se houver no homem a disposição orgânica para o exercício da mediunidade, em seu sentido específico, ter-se-á então, a aplicação da mediunidade nas Artes.

Nestas condições, o papel do médium não é o de um criador da Arte, mas de um instrumento para que o Espírito produza o seu trabalho, que será tanto mais belo quanto mais evangelizado estiver o médium.

A mediunidade nas Artes revela-se através da escultura, da pintura, da literatura (oratória, poesia etc.), do teatro ou da música. Diferentes núcleos de estudos têm-se formado atualmente, em decorrência da divulgação da Doutrina dos Espíritos, objetivando mostrar os valores da vida espiritual e sua relação com a vida física.

O teatro, levado ao público, pelos meios de comunicação eletrônicos, poderia ser um poderoso meio de educação intelectual e moral, pela elevação do pensamento, pelos nobres exemplos que a vida real mostra, se para lá fossem levados.

O cinema e a televisão, através de filmes e novelas poderiam levar ao público um trabalho mais nobre, digno e educativo, de exemplificação do bem, do trabalho e da busca de uma vida melhor. A internet surge também como valioso instrumento de comunicação, educação e auxílio, contribuindo assim, para o progresso intelectual e moral da humanidade.

A pintura mediúnica, psicopictografia ou psicopictoriografia, tem se desenvolvido, ultimamente, com intensidade, talvez devido a apresentação pública de alguns médiuns, mostrando ao mundo dos homens a intervenção dos Espíritos pintores, através da mediunidade, e revelando que a vida continua além dos horizontes da morte.

A Arte não é um atributo do homem, mas do Espírito imortal. É por isso que na vida espiritual as artes continuam com toda a sua beleza harmoniosa. Os Espíritos narram passagens maravilhosas. Em “Chama Eterna”, cap. 15, Luiz Sérgio fala no Departamento da Arte, dos problemas de relação Espírito-médium.

Allan Kardec, em diversas passagens da “Revista Espírita”, alude a Arte Espírita, mas, no nº 5, de maio/1858, entrevista Mozart que, falando de música, diz: “No planeta onde estou, Júpiter, a melodia está por toda a parte, no murmúrio da água, no ruído das folhas, no canto do vento; as flores murmuram e cantam; tudo emite sons melodiosos... A natureza é tão admirável! Tudo nos inspira o desejo de estar com Deus. Não temos instrumentos; são as plantas, os pássaros, que são os coristas; o pensamento compõe, e os ouvintes desfrutam sem audição material, sem o recurso da palavra, e isso a uma distância incomensurável. Nos mundos superiores isso e ainda mais sublime”.

Em todo o trabalho mediúnico, no campo da Arte, deve o médium compreender que o trabalho não é seu, mas do Espírito. Importante, por isso não envaidecer-se de “sua arte” nem de sua mediunidade, porquanto, se o trabalho é dos Espíritos, a mediunidade tantas vezes decorre da misericórdia divina.

O importante, também, é o médium compreender que não deve comercializar a obra, tirando proveito para si mesmo, mas conduzir todo o resultado pecuniário obtido para obras assistenciais.

Mais importante, ainda, é o médium manter-se humilde em relação aos elogios; manso, em relação às críticas, e perseverante em relação aos princípios basilares do ensino dos Espíritos, que deve ser divulgado como um corpo doutrinário, sem a interferência da opinião dos homens.

Em última análise, deve o médium exemplificar por sua conduta, como homem, e por sua atividade, como médium sendo, como um verdadeiro representante dos ensinamentos de Jesus e dos Espíritos.

Escreveu Meimei (no livro “Sentinela da Alma”) a “Oração do Pintor”, em que conclui: “Ensina-me o equilíbrio e o respeito aos outros, para que eu apenas crie formas do bem e para o bem, a fim de que eu possa cooperar na segurança e na ordem, na serenidade e na alegria permanentes de tua obra, hoje e sempre”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Obras Póstumas: Influência Perniciosa das Ideias Materialistas, Sobre as Artes em Geral

DENIS, Leon. O Espiritismo nas Artes

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). O Consolador: Pergs. 161 a 172

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte - Cap. XVI - item 19o

KARDEC, Allan. Revista Espírita: Maio 1858

DUBUGRAS, Elsie e outros. Renoir, é você?

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