CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 21 de maio de 2019

9a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

Diz Kardec no item 255 do LM: “A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo. Porque os Espíritos, de fato, não trazem nenhum documento de identidade e sabe-se com que facilidade alguns deles usa nomes emprestados”. Diz ele ainda, mais adiante, no mesmo item, que a questão torna-se mais complexa quando temos de comprovar a identidade de Espíritos de personalidades antigas, o que muitas vezes é impossível.

De modo geral, devemos avaliar os Espíritos como avaliamos os homens: pela sua linguagem, estilo, tendências morais, atos, pelos conselhos dados, etc. Desde que o Espírito só diga coisas boas e proveitosas, pouco importa o seu nome. É como nos disse Jesus: “Porque não é boa árvore a que dá maus frutos, nem má árvore a que dá bons frutos. Portanto cada árvore é conhecida pelo seu fruto” (Lucas, VI: 43 e 44).

Para um Espírito superior, o nome que teve em alguma encarnação, ou aquele que lhe queiramos dar, pouco lhe importa. Devemos compreender que “à medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, as características distintivas de suas personalidades desaparecem, de certa maneira, na uniformidade da perfeição, mas nem por isso deixam eles de conservar a sua individualidade.” Um Espírito Superior pode, assim, se apresentar por um nome conhecido quando pertence ao mesmo grupo dessa personalidade ou nos dando um “simples indício do lugar que ocupa na Escala Espírita (ver a questão n° 100 do LE)”.

Muitas vezes, contrariando os conselhos de Kardec quanto à prudência e ao estudo sistemático da doutrina para bem avaliarmos as mensagens recebidas, seja pela psicofonia, psicografia, psicopictografia e etc. ainda nos apegamos a nomes conhecidos, sem analisarmos o seu conteúdo. Isso demonstra o quanto ainda podemos ser orgulhosos, porquanto, mesmo que mantenhamos uma relação mediúnica com um Espírito superior, não significa que também sejamos superiores.

Um médico trata de um doente, mas não é pelo fato do médico ser importante que o doente o seja também.

Quando se trata de identificarmos um Espírito de ordem inferior, o cuidado deve ser redobrado, pois ele pode fornecer um nome respeitável para se fazer acreditar. Neste caso, graças aos nomes emprestados e com a ajuda da fascinação que causam nas pessoas incautas, é que Espíritos imperfeitos (impuros, levianos ou pseudo-sábios) procuram impor ideias muitas vezes absurdas e ridículas que se espalham no meio doutrinário.

Na codificação encontramos inúmeros exemplos de tais comunicações. A título de ilustração, indicamos a leitura do item “Mensagens apócrifas” do capítulo 32 de “O Livro dos Médiuns”.

Diz J. Herculano Pires, em nota de rodapé, do item 257, de LM, que “a identificação dos Espíritos é feita através da personalidade do falecido. Dados diversos podem ajudar essa identificação, mas não o seu caráter, os seus modos, os seus hábitos, todo esse conjunto pessoal que nos prova a sua presença. Exigir a identificação material é absurdo. Mas quando essa identificação é possível como pelos sinais digitais, pela forma do rosto ou das mãos impressas no gesso, ou mesmo pela fotografia ou pela materialização do Espírito, ainda assim os negadores sistemáticos não a aceitam”.

Um estudioso de André Luiz, Emmanuel, Humberto de Campos (ou Irmão X), de Bezerra de Menezes, Maria Dolores e tantos outros Espíritos, saberá distingui-los por suas características de estilo, formas de linguagem e conteúdo doutrinário.

Pode-se também colocar entre as provas de identidade a semelhança de caligrafia e de assinatura, mas, diz Kardec, isso não representa uma garantia suficiente, pois não são todos os médiuns que apresentam bons resultados, além do que um Espírito pode imitar a assinatura.

Finalmente, pode-se dizer que a distinção entre bons e maus Espíritos decorre das próprias comunicações. “A bondade e a afabilidade são atributos essenciais dos Espíritos depurados. Eles não alimentam ódio nem para com os homens nem para com os demais Espíritos. Lamentam as fraquezas e criticam os erros, mas sempre com moderação, sem amarguras nem animosidades”. Já os Espíritos inferiores geralmente demonstram seu caráter com trivialidades e expressões baixas.

Nem sempre a inteligência revela um sinal seguro de superioridade, pois um Espírito pode ser bom, afável e ter conhecimentos limitados, enquanto que um inteligente e instruído pode ser moralmente bastante inferior.

De qualquer forma, pode-se “tomar como regra invariável e sem exceção que a linguagem dos Espíritos corresponde sempre ao seu grau de elevação”.

Em síntese, Kardec apresenta no item 267 de “O Livro dos Médiuns”, vinte e seis princípios que nos auxiliam a reconhecer a identidade e qualidade dos Espíritos. Aqui transcrevemos alguns:

1° - “Não há outro critério para discernir o valor dos Espíritos, senão o bom senso”;

2° - “Julgamos os Espíritos pela sua linguagem e pelas suas ações”;

3° - “Admitido que os Espíritos bons só podem dizer e fazer o bem, tudo o que é mau não pode provir de um Espírito bom”;

4° - “A linguagem dos Espíritos superiores é sempre digna, elevada, nobre, sem nenhuma mistura de trivialidade”;

5° - “Não devemos julgar os Espíritos pelo aspecto formal e pela correção do seu estilo, mas sondar-lhes o íntimo, analisar suas palavras, pesa-las friamente, maduramente e sem prevenção”;

6° - “A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto a forma, pelo menos quanto a substancia. As ideias são as mesmas, sejam quais forem o tempo e o lugar”;

7° - “Os Espíritos bons só dizem o que sabem, calando-se ou confessando a sua ignorância sobre o que não sabem”;

8° - “Os Espíritos levianos são ainda reconhecidos pela facilidade com que predizem o futuro e se referem com precisão a fatos materiais que não podemos conhecer”;

9° - “Os Espíritos superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia das ideias e das expressões”;

10° - “Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram”;

11° - “Os Espíritos bons não fazem lisonjas. Aprovam o bem que se faz, mas sempre de maneira prudente”;

12° - “Os Espíritos superiores mantém-se, em todas as coisas, acima das puerilidades formais. Os Espíritos vulgares são os únicos que podem dar importância a detalhes mesquinhos, incompatíveis com as ideias verdadeiramente elevadas”;

13° - “Devemos desconfiar de nomes bizarros e ridículos usados por certos Espíritos que desejam impor-se à credulidade”;

14° - “Devemos igualmente desconfiar dos Espíritos que se apresentam com muita facilidade usando nomes bastante venerados e só com muita reserva aceitar o que dizem”;

15° - “Os Espíritos bons são também reconhecíveis pela sua prudente reserva no tocante as coisas que possam comprometer-nos. Repugna-lhes desvendar o mal”;

16° - “Os Espíritos imperfeitos aproveitam-se frequentemente dos meios de comunicação de que dispõem para dar maus conselhos. Excitam a desconfiança e a animosidade entre os que lhe são antipáticos”;

17° - Para julgar os Espíritos, como para Julgar os homens, é necessário antes saber julgar-se a si mesmo”.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte - Cap. XXIV - itens 255 e 256

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Introdução - itens XII, XIII e XIV

Fonte da imagem: Internet Google.

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