CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

19ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

GRANDES VULTOS DO ESPIRITISMO II

O ESPIRITISMO NO BRASIL

O Espiritismo traduzindo a terceira revelação das leis de Deus manifestou se no século XIX ostensivamente em todas as partes do planeta e foram muitos os preparados para serem os embaixadores dessas verdades.  Para citar apenas alguns desses trabalhadores, no Brasil destacamos:

Cairbar Schutel - Nascimento 22/O9/1868 na cidade do Rio de Janeiro Desencarnado 30/01/1938 na cidade de Matão, Estado de são Paulo. Conhecido nos meios espíritas como apóstolo da cidade Matão, onde desenvolveu suas atividades espíritas.

Principais atividades: Fundação em 15/07/1905 do Centro Espírita Amantes de Pobreza o primeiro em toda aquela zona paulista.

Fundou em 15/08/1905 o Jornal o Clarim em circulação até os dias de hoje.

Em 15/02/1925 com a colaboração de Luiz Carlos de Oliveira Borges lançou a Revista Internacional do Espiritismo em circulação até os dias de hoje.

Obras de sua autoria: Espiritismo e Protestantismo; História e Fenômenos Psíquicos; O Diabo e a Igreja; Médiuns e Mediunidades; Gênese da Alma; Os Fatos Espíritas e as Forças X...; Parábolas e Ensinos de Jesus; O Espírito do Cristianismo; A Vida No Outro Mundo; Vida e Atos dos Apóstolos; Conferências Radiofônicas; Interpretação sintética do Apocalipse; Cartas a Esmo; Espiritismo e Materialismo; O Batismo; Preces Espíritas; Espiritismo para crianças... Caibar foi denominado devido ao seu sentimento de amor ao próximo, o pai da pobreza de Matão.

Augusto Militão Pacheco - Nascimento 13/06/1866 - na cidade de São Paulo. Desencarnou em 07/07/1954 na cidade de São Paulo.

Principais atividades: Formado em medicina, foi convidado no ano de 1894 a combater um surto de peste bubônica no Estado do Maranhão, que conseguiu debelar com êxito.

Exerceu funções importantes do estado de São Paulo como médico Sanitarista, em várias cidades como: São Simão, Cosmópolis, Mogi-Mirim e Amparo.

Médico homeopata, iniciador do Dr. Luiz Monteiro de Barros neste ramo de medicina.

Profundamente caridoso, distribuía sistematicamente parte dos seus recursos às famílias pobres.

Fez um testamento dando ênfase a parte espiritual - Vide Testamento no livro Grandes Espíritas do Brasil de Zeus Wantuil. Sendo um dos pioneiros dentro da Federação Espírita do Estado de São Paulo e desenvolveu várias atividades espirituais. Características de sua personalidade: Amor, A Verdade e afirmava que o Evangelho, continha a solução de todos os problemas humanos.

Luiz Olímpio Guillon Ribeiro - Nasceu em 17/01/1897 no Estado do Maranhão. Aos 26/10/1946 desencarna na cidade do Rio de Janeiro. No Senado Federal atuou como 2° Oficial da Secretaria, Recebendo elogios do Senador Rui Barbosa sobre seu trabalho, pela cooperação no trabalho revisão do projeto do Código Civil.

Durante 26 anos consecutivos foi diretor da Federação Espírita Brasileira (FEB).

Em 1937 como presidente da FEB no Rio de Janeiro, promoveu a instalação de oficinas tipográficas próprias, publicando o jornal “O Reformador” além de outras obras literárias.

Entre as obras que ele escreveu destacam-se: Jesus nem Deus nem homem, Espiritismo e política, A Mulher, A Federação Espírita Brasileira, Trabalhos do Grupo Ismael, Ensinamentos do Além e Advertências do Aquém.

Antônio Gonçalves da Silva - Batuíra - Nasceu em 1839 - na Freguesia das Águas Santas, Portugal. Chegou ao Brasil, Rio de Janeiro em 1850.

Vindo para São Paulo - Capital, tomou-se jornaleiro distribuindo o jornal “Correio Paulistano”, correndo de porta em porta, conquistando a simpatia dos fregueses.

Seu apelido “Batuíra” vem por causa da ave pernalta muito ligeira e de voo rápido.

De espírito humanitário, logo aderiu à campanha abolicionista.

Fundou em sua casa a instituição Beneficente “Verdade e Luz”, onde a rua levou o nome de Rua Espírita até os dias de hoje.

Tomou-se conferencista espírita criando, em 1890, o periódico “Verdade e Luz”. Referindo-se ao seu desencarne, o escritor Afonso Schmidt escreveu: Batuíra faleceu em 22 de Janeiro de 1909. São Paulo inteiro comoveu-se com seu desaparecimento. Que idade tinha? Nem ele mesmo sabia, mas seu nome ficou por ai como um clarão de bondade, de doçura, de delicadeza do céu, dessas que se vão fazendo cada vez mais raras num mundo velho, sem porteira. Foi um dos pioneiros do Espiritismo no Brasil e em São Paulo.

Pedro Camargo - Vinícius - Nasceu em 07 de Maio de 1878 - na cidade de Piracicaba/SP.

Estudou no Colégio Piracicabano, educandário de origem metodista, de fundação norte-americana, onde teve lições de virtude e moral. Tomou-se escritor, mais conhecido como “Vinicius” em razão de uma encarnação em Roma.

Durante muitos anos Vinicius, presidiu a Sociedade de Cultura Artística da Cidade de Piracicaba.

Os estudos bíblicos eram rotina no colégio e por isso, mais tarde, como espírita, tomou-se um entusiasta especialista no assunto.

Em 1904, foi fundada na cidade uma das primeiras instituições espíritas, estando entre os fundadores outro grande trabalhador espírita, João Leão Pitta.

O funcionamento desta instituição gerou grande perseguição aos espíritas, a ponto deste pioneiro não conseguir nem emprego.

Pedro de Camargo tomou-se espírita logo em seguida, em 1905, encontrando a solução para tudo aquilo que constituía incógnita em seu Espírito, até transferir-se para Capital em 1938.

Vinicius desenvolveu intenso trabalho espírita na cidade, na difusão da Boa Nova.

Em São Paulo, substituiu o confrade Moreira Machado na União Federação Espírita do Estado de são Paulo e, juntamente com Thietre Diniz Cintra, fundou uma escola de Evangelização da Infância e Juventude.

Em 1939 tomou-se um dos diretores do programa Radiofônico Espírita Evangélico do Brasil, levando ao ar através da radio Educadora de São Paulo e, em 1940 tornou-se Superintendente da Rádio Piratininga, da União Federativa. Nesta época, Vinicius já estava integrado na Federação Espírita do Estado de São Paulo, introduzindo as Tertúlias Evangélicas, palestras que ele fazia aos domingos de manhã.

Em 1944, tornou-se Diretor-Gerente do jornal “O Semeador”, recém-criado na Federação Espírita do Estado de são Paulo, tendo colaborado como articulista em vários outros periódicos.

Como escritor publicou: “Em tomo do Mestre”, “Na Seara do Mestre”, “Nas Pegadas do Mestre”, “Na Escola do Mestre”, “O Mestre na Educação” e “Em Busca do Mestre”.

Seu sonho realizou-se com a fundação do Instituto Espírita de Educação onde ministrou as aulas por alguns anos.

Desencarnou em 11 de Outubro de 1966.

José Herculano Pires - Nasceu em Avaré – SP em 1914. Quando menino foi coroinha, jovem foi socialista, com 18 anos foi teosofista e aos vinte anos começou a ler sobre o Espiritismo e nunca mais abandonou o estudo.

Casou e teve três filhos, morou em Marília - SP, onde teve um jornal, “O Diário Paulista”.

Depois de seis anos, ao final da Segunda Guerra Mundial, vendeu o jornal e veio com a família para são Paulo, onde continuou seu trabalho espírita.

Trabalhou no “Diário da Noite” por 30 anos, onde manteve uma coluna espírita, com o pseudônimo de Irmão Saulo. Ele acreditava que o jornalista tinha que trabalhar em defesa do povo, mesmo que isso atrapalhasse sua vida. Seu compromisso sempre foi divulgar Allan Kardec, de maneira perfeita. Realizou palestras e debates, inclusive na televisão, conduzindo na Rádio Mulher um programa espírita semanal.

Graduou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo e pela mesma Universidade licenciou-se, publicando uma tese existencialista: “O Ser e a Serenidade”.

Autor de 81 livros entre eles de: Filosofia, Ensaios, Histórias, Psicologia, Espiritismo e Parapsicologia, dedicando a maioria de suas obras ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita, algumas delas em parceria com Francisco Cândido Xavier.

Grande foi sua colaboração para a explicitação da Filosofia Espírita, escrevendo assim “Introdução a Filosofia Espírita”, “Agonia das Religiões”, “Revisão do Cristianismo”, “Concepção Existencial de Deus”, “Visão Espírita da Bíblia”, “O Espírito e o Tempo”.

Herculano Pires afirmava que a Filosofia Espírita exige longa pesquisa de suas raízes nas coordenadas da evolução humana e por isso, dedicou-se a articular seu conteúdo em suas correlações com o pensamento de grandes filósofos, em uma síntese da Doutrina com a tradição histórica.

Francisco Cândido Xavier – Nasceu em 02/04/1910, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Suas faculdades mediúnicas manifestaram-se quando tinha apenas quatro anos de idade.

Sua mãe desencarnou quando contava cinco anos e então passou a ser cuidado por uma senhora muito rigorosa, que lhe causava grandes sofrimentos.

Posteriormente, seu pai casou-se novamente e sua madrasta generosa e de boa índole, dispensou os cuidados maternais que tanta falta lhe faziam.

Durante este tempo, tinha contatos constantes com o Espírito de sua mãe que sempre lhe pedia para ter fé em Deus, desenvolvendo a paciência e a resignação aos seus problemas.

Seus estudos não passaram do nível primário incompleto e quando adulto trabalhou como funcionário publico federal, função na qual se aposentou.

Durante todo o período da juventude, os fatos paranormais lhe eram frequentes, ocorrendo em casa e até mesmo na escola.

Em 1927 tomou-se espírita em virtude de doença da irmã, fato este que obrigou seu pai a procurar ajuda espírita.

Após este acontecimento, passou a ler obras espíritas e neste mesmo ano iniciou a educação de suas faculdades mediúnicas, passando a psicografar várias mensagens.

Em 1932 a Federação Espírita Brasileira publicou seu primeiro livro, “Parnaso de Além Tumulo”, monumental obra mediúnica com poesias de vários poetas, portugueses e brasileiros, sendo elogiado por vários literatos e acadêmicos de letras.

A partir daí, Francisco Cândido Xavier iniciou sua brilhante trajetória como o maior médium psicógrafo de todos os tempos, tendo publicado centenas de livros, totalizando cerca de 20 milhões de exemplares, através de várias editoras, cujos direitos autorais foram todos doados.

Em 1969, transferiu-se para a cidade de Uberaba - MG, prosseguindo sempre no seu mister, tendo recebido centenas de homenagens, de poderes públicos, instituições culturais e religiosas. Desencarnou em Uberaba, 30 de junho de 2002.

Yvonne do Amaral Pereira - Nasceu em 24 de Dezembro de 1900, registrada em cartório seis anos depois (1906) em Rio das Flores, Rio de Janeiro. Aos cinco anos começou a ver espíritos e a conversar com eles. Aos 10 anos de idade já assistia a reuniões mediúnicas em sua casa por determinação de seu pai que era espírita desde solteiro.

Aos 12 anos, seu pai lhe presenteou com um exemplar do Evangelho Segundo o Espiritismo.

Em função das diversas transferências de cidade, pois seu pai, como funcionário publico precisava fazer, Yvonne exercia atividades espíritas. Em Pedro Leopoldo, MG, serviu no gabinete de passes, onde conheceu Chico Xavier.

Aos 20 anos, quase foi enterrada viva, pois sofria de catalepsia e letargia.

Com a desencarnação de seus pais precisou trabalhar para sobreviver no Rio de Janeiro.

Yvonne Pereira era médium nas seguintes modalidades: psicografia, psicofonia, receitista (homeopatia), passista, de premonitória, de desdobramento, de efeitos físicos (materialização), de cura (de obsediados, paralíticos, etc.), vidência e oratória.

Colaborou em vários jornais do interior do país e sob o pseudônimo de Frederico Francisco escreveu para a revista “Reformador”.

Como médium de psicografia, publicou vários livros: “Nas Telas do Infinito”, “Memória de um Suicida”, “Nas Voragens do Pecado”, “O Cavaleiro de Numiers”, “O Drama da Bretanha”, “A Tragédia de Santa Maria”, “Amor e Ódio”, “Dramas da Obsessão”, “Ressurreição da Vida”, “Recordações da Mediunidade”, “Devassando o Invisível”, “Sublimação”, “Cânticos do Coração”, “A Luz do Consolador”.

Desencarnou aos 81 anos em 09 de Março de 1981, na cidade do Rio de Janeiro.

José Gonçalves Pereira - Nasceu em 14 de Junho de 1906 em São José do Barreiro / SP – Vale do Paraíba. Em 1927, já na cidade de São Paulo, capital, casa-se com Luiza Miranda (nascida em 18/05/1911, no bairro do Cambuci) e começa a trabalhar como vendedor na empresa multinacional “Gessy Lever”, onde se aposentou em 1964.

Foi levado à Federação Espírita do Estado de São Paulo por um amigo. O objetivo era conversar com o Comandante Armond, autor do livro “Mediunidade”, que o interessara bastante. Por convite de Comandante Armond, passou a participar das reuniões e a integrar-se nas tarefas do grupo.

As atividades de assistência social, o auxilio aos mais necessitados, sempre tiveram grande importância no movimento espírita paulista, desde os tempos de Batuíra e naturalmente constituíam um das áreas de atuação da FEESP.

Participando ativamente da FEESP o Sr. Gonçalves foi nomeado em 1949 - pelo Secretário Geral, Comandante Armond - Diretor do Departamento de Assistência Social.

As tarefas tiveram inicio na sede a Rua Maria Paula, 140, no espaço aos fundos onde havia um galinheiro desativado e depois de algum tempo, mudando-se para Rua Santo Amaro, 370, onde ampliou-se o departamento e através de mão de obra voluntária, foram desenvolvidas várias atividades assistenciais.

José Gonçalves Pereira se dedicou também com a divulgação da Doutrina Espírita e fundou o Grupo Espírita “Os Mensageiros” em 1953, com o objetivo de imprimir e distribuir gratuitamente, mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier.

Com esse crescimento, o espaço tornou-se insuficiente e José Gonçalves começou a idealizar a construção de uma instituição que pudesse representar com a devida amplitude a assistência social espírita no Brasil e foi no dia 25 de Janeiro de 1960, num terreno doado pelo governo do Estado de São Paulo, que se realizou o lançamento da pedra fundamental da Casa Transitória Fabiano de Cristo.

José Gonçalves levava muito a sério as questões mediúnicas e como médium psicofônico transmitiu mensagens de teor doutrinário, autenticidade e clareza e por mais de 30 anos, as sextas-feiras, realizava-se na Casa Transitória, uma sessão doutrinaria, psicograficamente recebia receituário através do Espírito Batuíra.

Até a data de seu desencarne ocorrida em 25 de Agosto de 1989, 38 áreas assistenciais que estavam em pleno funcionamento com atendimentos as famílias carentes nos setores de: Serviço Social, Abastecimento Auta de Souza (alimentos), Lar Batuíra (de idosas), Creche Meimei, Orientação Maternal, Confecção de enxovais aos futuros bebês, Ambulatório Bezerra de Menezes (médico), Pavilhão Paulo de Tarso - cursos profissionalizantes: culinária, padaria, pedreiro, mecânica, eletricista, eletrônica, auxiliar administrativo, etc.

Hermínio Corrêa de Miranda – Nasceu em Volta Redonda, 5 de janeiro de 1920) foi um pesquisador e escritor espírita brasileiro.

Formou-se em Ciências Contábeis, tendo trabalhado na Companhia Siderúrgica Nacional até se aposentar. “Não fui levado ao Espiritismo por crise existencial ou sofrimento, mas pela insatisfação com os modelos religiosos à minha opção” (H.C.Miranda). Participou como escritor e pesquisador no movimento espírita, esta é sua missão.

Seu primeiro livro, Diálogo com as Sombras, foi publicado em 1976. Depois vieram muitos outros títulos, sendo que seus direitos autorais foram sempre cedidos a instituições filantrópicas. Aos quase 88 anos e quase 40 livros, ele não disse tudo.

Obras publicadas: “A Dama da Noite”; “A Irmã do Vizir”; “A Memória e o Tempo”; “A Noviça e o Faraó”; “A Extraordinária História de Omm Sety”; “A Reencarnação na Bíblia”; “A Reinvenção da Morte”; “Alquimia da Mente”; “Arquivos Psíquicos do Egito”; “As Duas Faces da Vida”; “As Marcas do Cristo, vol. I e II”; “As Mil Faces da Realidade Espiritual”; “As Sete Vidas de Fénelon”; “Autismo, uma Leitura Espiritual”; “Candeias na Noite Escura”; “Com Quem Tu Andas?”; ”Condomínio Espiritual”; “Cristianismo: A Mensagem Esquecida”; “Crônicas de Um e de Outro”; “De Kennedy ao Homem Artificial“; “Diálogo com as Sombras”; “Diversidade de Carismas”; ”Eu Sou Camille Desmoulins“; ”Guerrilheiros da Intolerância”; “Hahnemann, o Apóstolo da Medicina Espiritual”; “Histórias que os Espíritos Contaram”; “Lembranças do Futuro”; “Memória Cósmica”; “Nas Fronteiras do Além”; “Negritude e Generalidade”; ”Nossos Filhos são Espíritos”; “O Espiritismo e os Problemas Humanos“; “O Evangelho Gnóstico de Tomé”; “O Exilado”; “O Mistério de Patience Worth”; “O Que é Fenômeno Mediúnico”; “Os Cátaros e a Heresia Católica”; “Reencarnação e Imortalidade”; ”Sobrevivência e Comunicabilidade dos Espíritos”; ”Swedenborg, uma Análise Crítica”.

Além destas, Hermínio traduziu e comentou as seguintes obras: “A Feira dos Casamentos (de J. W. Rochester, psicografada por Vera Ivanova Kryzhanovskaia)”; “O Mistério de Edwin Drood (de Charles Dickens, com final psicografado por Thomas P. James)”; “Processo dos Espíritas (de Madame Pierre-Gaëtan Leymarie)”.

Faleceu em 8 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro.

Hernani Guimarães Andrade - Nasceu em 31 de maio de 1913, em Araguari, Minas Gerais.

Tomou-se espírita aos 16 anos de idade, atraído pela racionalidade e pela coerência dos postulados de Allan Kardec. Mudou-se para São Paulo, cursou Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP, formando-se em 1941.

Pouco depois de formado, tomou-se engenheiro-chefe na Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (Rio de Janeiro), entre 1943 e 1951. Após estudar exaustivamente as obras clássicas da Doutrina (Delanne, Denis, Bozzano, Flammarion, Crookes, Aksakoff, Richet, Crawford, Lombroso e tantos outros), examinou os experimentos e as teorias dos Metapsiquistas e dos Parapsicólogos, na busca da realidade e da essencialidade do espírito. Possuía conhecimentos aprofundados de Física e de diversos aspectos das Ciências Biológicas, da Cosmologia, da Estatística e da Psicologia. Tinha apreciável domínio de várias disciplinas filosóficas, principalmente aquelas mais relacionadas com a Ciência (Lógica, Epistemologia, Metodologia de Pesquisa, Gnosiologia). Fundou em 1963, juntamente com outros estudiosos do aspecto científico da Doutrina, o IBPP - Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofisicas, com sede em São Paulo. O termo “Psicobiofisica” foi cunhado pelo Engenheiro italiano Professor Dr. Marco Todeschini - presidente do “Centro Internazionale di Psicobiofísica”.

Era um estimulador e motivador de jovens que se iniciavam no estudo cientifico do Espiritismo. Nessa tarefa ministrou cursos, seminários e palestras, orientou leituras, montagem de laboratórios e roteiros de experiências, incentivou a feitura de artigos em periódicos e livros. Suas pesquisas laboratoriais começaram com a construção do Tensionador Espacial Eletromagnético e, depois, do Tensionador Espacial Magnético, com câmara de Campos compensados.

Em outubro de 1966, por meio dos aparelhos citados, construídos por ele e por seus filhos, iniciou pesquisas para verificar a existência do Campo Biomagnético - CBM, implicado na ligação entre o espírito (como substância) e a matéria, no fenômeno da vida, que, por conseguinte, demonstrara a existência de um Modelo Organizador Biológico nos seres (hipótese de sua autoria desde 1958).

Durante mais de 37 anos, efetuou investigações sobre o fenômeno “Psi”, segundo os cânones adotados pelo norte-americano J. B. Rhine; sobre Reencarnação pelo método criado por Ian Stevenson; sobre Poltergeist pelo processo por ele criado; sobre Transcomunicação Instrumental segundo os paradigmas adotados pelos estudiosos europeus; além de ter investigado a mediunidade e outros fenômenos paranormais espontâneos.

Foi o primeiro brasileiro a projetar e construir uma câmara Kirlian.

Coordenou e supervisionou a tradução das obras “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação” de Ian Stevenson, e “Espaço-Tempo e Além” de Bob Toben e Fred Allan Wolf; dos fascículos sobre “Parapsicologia”, elaborados por Elsie Dubugras, do fascículo sobre “Efeito Kirlian” publicado pela Editora Três e prestou assessoria científica na elaboração do “Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo”, de autoria de João Teixeira de Paula.

Hernani Guimarães Andrade retomou ao plano espiritual em 25 de abril de 2003, aos 89 anos de idade, deixando uma obra respeitável, no campo da pesquisa científica, com dezessete livros publicados: “A Teoria Corpuscular do Espírito”; “Parapsicologia Experimental”; “A Matéria Psi”; “Morte, Renascimento e Evolução”; ”Espírito, Perispírito e Alma”; ”Psi Quântico”; “Reencarnação no Brasil”; “Poltergeist”; “Transcomunicação Instrumental”; “Renasceu por Amor”; “Transcomunicação Através dos Tempos”; ”Morte, uma Luz no Fim do Túnel”; “Parapsicologia - Uma Visão Panorâmica“; “Você e a Reencarnação”; ”A Mente Move a Matéria“; ”Você, o Poltergeist e as Casas Mal Assombradas”.

DIVALDO PEREIRA FRANCO - Nasceu em 05 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, Bahia. Desde a infância se comunica com os espíritos. Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador, aposentando-se em 1980.

É reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores Espíritas da atualidade e o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo. Espírita convicto fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em sete de setembro de 1947. Divaldo Pereira Franco é emérito educador. Fundou em 1952, na cidade de Salvador, Bahia, com Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho, instituição que acolheu e educou crianças sob o regime de Lares Substitutos, em 20 Casas Lares, educou mais de 600 filhos, hoje emancipados, a maioria com família constituída.

Em 1964, Divaldo, sob orientação de Joanna de Angelis, selecionou várias mensagens de autoria da mentora e enfeixou-as no livro Messe de Amor, que se tomou o primeiro livro psicografado por ele. Seu currículo revela um exímio e devotado educador com mais de 600 filhos adotivos e mais de 200 netos, atendendo atualmente a cerca de 3.000 crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda, por dia, em regime de semi-internato e externato. Orador com mais de 11.000 conferências, em mais de 2.000 cidades em todo o Brasil e em 62 países, concedendo mais de 1.100 entrevistas de rádio e TV em mais de 450 emissoras. Como médium, publicou 202 livros, com mais de 8 milhões de exemplares, onde se apresentam 211 autores espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universais. Dessas obras, houve 92 versões para 16 idiomas (alemão, albanês, catalão, espanhol, esperanto, francês, holandês, húngaro, inglês, italiano, norueguês, polonês, tcheco, turco, russo, sueco e sistema Braille). Além de 17 escritos por outros autores, sobre sua vida e sua obra. A renda proveniente da venda dessas obras, bem como os direitos autorais foram doados, em Cartório, à Mansão do Caminho e outras entidades filantrópicas.

Bibliografia

WANTUIL, Zeus - Grandes Espíritas do Brasil
GODOY Paulo Alves - Grandes Vultos do Espiritismo;
GODOY, Paulo Alves e LUCENA, Antonio de Souza - Personagens do Espiritismo;
MONTEIRO, Eduardo Carvalho - Batuíra Verdade e Luz
PEREIRA, Yvonne do Amaral - O Voo de uma Alma - Augusto Marques de Freitas


Fonte da imagem: Internet Google.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

18ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

MISSÃO DOS ESPÍRITAS

Missão: encargo, incumbência, compromisso, dever imposto ou contraído, obrigação (Dic. Michaelis).

O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Possui ainda o Espiritismo o mérito de oferecer ao homem não somente a ciência fria dos fatos, mas uma ciência atrelada intimamente com princípios morais que toma essa Doutrina capaz de satisfazer a lógica e a razão, oferecendo ao homem a alavanca precisa para elevar sua inteligência e capacitá-la a grandes realizações.

Com tal gama de recursos em mãos, cabe aos espíritas partirem o quanto antes para o trabalho de divulgação dos princípios da Doutrina que os acolhe, colaborando assim com os desígnios do Criador no que diz respeito a transformação da humanidade.

Mas transformações não se processam de forma imediata ou sem sacrifício. “Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão!” (ESE, Cap. 20, item 4)

O trabalho de divulgação exigira total comprometimento dos espíritas, visto que muitas vezes seus interesses particulares deverão ser deixados em Segundo plano, não raramente seus esforços serão rotulados como fanatismo e será cobrado-lhes a perfeição de atos e pensamentos que estarão longe de possuir. Encontrarão intolerância e incompreensão inclusive entre seus companheiros de fé.

Diante de tantas adversidades, Deus proporcionara a todos que mantiverem a fé nos objetivos viva, a companhia dos companheiros desencarnados que renovarão suas esperanças, apoiarão seus passos para que não vacilem e enviarão a inspiração para que sua palavra seja o reflexo da vontade do Pai.

Finalmente, devem os espíritas manterem atenção para a execução de sua tarefa com maior zelo possível.

Aqueles que se iludirem pelo caminho, desdenhando e malbaratando o tesouro que lhes foi conferido, aqueles que se entregarem ao ócio, aos vícios, que relutarem em modificar seus hábitos e convicções e se valerem do Espiritismo somente como uma bela fachada terão a mesma avaliação que teve o servo que enterrou o talento de seu senhor. Os bons espíritas serão reconhecidos “pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão pelo numero de aflitos a que levem consolo; pelo seu amor ao próximo pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei”.

A missão dos espíritas reside no seguinte princípio: Vivenciar a moral do Cristo em todos os seus aspectos e em todos os momentos da vida, amparados pela lógica irrefutável dos ensinamentos dos Espíritos, colaborando assim com o progresso da humanidade.

BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XX, itens 4 e 5.
Fonte da imagem: Internet Google.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

18ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

GRANDES VULTOS DO ESPIRITISMO - I

O ESPIRITISMO NA EUROPA - SIR WILLIAN CROOKES; CAMILLE FLAMMARION; LEON DENIS; GABRIEL DELANE; ERNESTO BOZZANO; ARTHUR CONAN DOYLE; ALEXANDRE AKSAKOF; CÉSAR LOMBROSO

O ESPIRITISMO NA EUROPA

Entre os séculos dezoito e dezenove a comunidade científica da Europa teve sua atenção despertada para os ditos fenômenos paranormais. Eventos tais como as mesas girantes e outras formas de manifestações espirituais provocaram questionamentos entre homens de vários campos da ciência. Enquanto a maioria desses estudiosos se embrenhava por hipóteses engenhosamente arquitetadas, sibilinas ou absurdas, e ai estacionava, mantendo mais profundo cepticismo com relação à intervenção dos Espíritos, outros não hesitavam em aceitar as evidências e declarar de publico as suas novas convicções.

A seguir, temos um breve resumo da vida de alguns desses cientistas que se tornaram os desbravadores do novo Campo de pesquisas que se iniciava.

Willian Crookes,  nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1832. Mencionado como sendo um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos paranormais, desenvolveu importante trabalho na área da fenomenologia espírita.

As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie King, fato que abalou o mundo científico da época.

Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se a evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - “Não digo que isto e possível; digo: isto e real”. Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1919, em Londres, Inglaterra.

Camille Flammarion (“Aquele que leva a luz”) nasceu em Montigny-le Roy (Alto Marne), na França, no dia 26/02/1842. Ainda jovem e estudante, Flammarion teve o seu primeiro contato com o Espiritismo. Nessa oportunidade escrevia ele o livro “A Pluralidade dos Mundos Habitados” quando veio a conhecer “O Livro dos Espíritos” identificando-se de imediato com a obra. Como as sessões da Sociedade Espírita, fundada por Kardec, eram em parte dedicadas a psicografia, Flammarion iniciou um treinamento, visando desenvolver esta faculdade, e conseguindo, trouxe a luz o trabalho intitulado “Uranografia Geral” assinado por Galileu e que faz parte da obra “A Gênese” de Allan Kardec. Suas principais obras nos Campos da Astronomia e do Espiritismo foram: Deus na Natureza - As Casas Mal-Assombradas - Narrações do Infinito - O Fim do Mundo - Sonhos Estelares - Urânia - Estela - O Desconhecido - A morte e seu mistério - Problemas Psíquicos. Desencarnou na França, a 4 de Junho de 1925.

León Denis, nasceu em 1° de janeiro de 1846, em Foug, pequena localidade de Toul, na região da Alsácia Lorena. Certa vez, tinha então 18 anos, quando um livro desertou sua atenção: “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. “Adquiri logo o livro, disse ele, e lhe assimilei o conteúdo. Encontrei nele umas soluções claras, completas, lógicas do problema universal”. E nesse espírito de total entrega que ele atravessa, imperturbável, todas as tormentas da existência, sempre firme em seu posto, escrevendo livros (entre outros títulos: Cristianismo e Espiritismo, Depois da Morte, Espíritos e Médiuns, Joana D'Arc, O Porquê da Vida, O Problema do Ser, do Destino e da Dor) e artigos, fazendo palestras, presidindo congressos, sempre esclarecendo, consolando, animando. Sua vida absolutamente coerente com a sua obra lhe vale o titulo de “Apóstolo do Espiritismo”. Apressa-se em concluir o livro “O Gênio Céltico e o Mundo invisível”, para entregá-lo a seus editores. Não chegaria a vê-lo publicado. Desencarna em na manhã chuvosa de 12 de abril de 1927.

Gabriel Delanne, François-Marie-Gabriel Delanne, nasceu em Paris, em 23 de março de 1857 e mostrou a estreita relação entre a Ciência e a espiritualidade, unindo, através de sua palavra clara e objetiva, a ciência, a filosofia e a moral espírita.

Com apenas 28 anos publicou a sua primeira obra intitulada, O Espiritismo Perante a Ciência, nos idos de 1885, 16 anos apos a desencarnação de Allan Kardec e na mesma época que Léon Denis publicou sua primeira brochura O Porquê da Vida, que data de setembro de 1885 - o inicio da atividade escrita dos dois grandes pioneiros do Espiritismo é, pois, mais ou menos paralelo.

Todas as suas obras se acham hoje entre os grandes clássicos do Espiritismo e o mundo inteiro as conhece: Pesquisa sobre a Mediunidade, A Alma é Imortal, O Espiritismo perante a Ciência, O Fenômeno espírita, A Evolução Anímica, As Aparições Materializadas dos Vivos e dos Mortos, Os Fantasmas dos Vivos, As Aparições dos Mortos, A Reencarnação, etc. Desencarna em 15 de fevereiro de 1926.

Ernesto Bozzano foi um dos mais eruditos sábios dos últimos tempos. Nascido em Savona, província de Gênova, na Itália, no ano de 1861. Dado o seu inusitado interesse pelo estudo do Espiritismo, em cujo afã dedicou metade de sua profícua existência de 81 anos, mereceu o cognome de “Grande Mestre da Ciência da Alma”.

Trabalhando catorze horas diárias, durante cinquenta e dois anos, elaborou um estudo que se fosse enfeixado num livro de tamanho médio, resultaria num volume de 15.000 páginas. Para colimar seus estudos contou com o concurso valioso de 76 médiuns, tendo ainda deixado nove monografias inconclusas.

A primeira obra por ele publicada, com o fito de sustentar a tese espírita foi a Hipótese Espírita e a Teoria Científica, a qual se seguiram outras não menos importantes: Dos Casos de Identificação Espírita, Dos Fenômenos Premonitórios, e A Primeira Manifestação de Voz Direta na Itália. As seguintes obras de Bozzano foram vertidas para o português: Animismo ou Espiritismo?, Pensamento e Vontade, Os Enigmas da Psicometria, Metapsíquica Humana, A Crise da Morte, Xenoglossia, Fenômenos Psíquicos no Momento da Morte e Fenômenos de Transporte. Desencarnou em Gênova, no dia 7 de julho de 1943.

Arthur Conan Doyle nasceu a 22 de maio de 1859, em Picardy Place, Edimburgo, capital da Escócia. Havendo renunciado ao Catolicismo, que não satisfazia ao seu espírito evoluído, permaneceu materialista. Com o tempo e as experiências, chegou a uma conclusão definitiva e tornou-se um dos mais valorosos divulgadores do espiritismo.

Pela causa da Doutrina Espírita, Conan Doyle deu seu coração, sua fortuna e, por último, sua vida. As suas obras, ou quase todas, foi há pouco tempo publicadas em nosso pais - entre elas “História do Espiritismo” e “A Nova Revelação”, não só as de aventuras, nas quais Sherlock Holmes, o precursor da policia técnica, é o herói, como as de Historia, onde Conan Doyle põe em relevo grande cultura e peculiar maneira de dizer. Desencarnou no dia 7 de Julho de 1930.

Alexandre Aksakof - Filósofo russo e investigador psíquico, de tradicional família da nobreza russa, encarnado no sudoeste de Moscou (Rússia), no dia 27 de Maio de 1832.

Na sua mocidade Aksakof já revela acentuadas tendências para investigações a respeito das coisas relacionadas com a alma e o mundo espiritual.

Pode dizer-se que o seu trabalho de propaganda começou em 1855, com a tradução para o russo de todas as obras de Allan Kardec, Hare, Edmonds, R. Dale Owen, William Crookes, Relatório da “Sociedade Dialética de Londres” e a fundação de periódicos como o Psychische Studien, de Lipsia (Leipzig), uma das melhores revistas com que o Espiritismo hoje conta.

Além de “Animismo e Espiritismo” e “Um caso de desmaterialização” publica “Étude sur les matérialisations des formes humaines”, S. L. 1897, “in” 8, no qual trata da escrita direta, impressão de mãos materializadas, etc.”Predvesttniki Spiritizma Zapoledmie 250 Lyet” (Precursores do Espiritismo desde 250 anos); “Um monumento de preocupação científica”, em russo.

Foi também fundador e diretor da revista “Revue du Médium” (1873), do periódico “Psychische Studien” (1874) e do semanário “Rebus” (1886). Desencarnou em são Petersburgo (Leningrado), no dia 4 de Janeiro de 1903.

César Lombroso, nasceu em Verona (Itália) a 6 de Novembro de 1835. É na Universidade de Viena, ao lado de mestres da psiquiatria, que ele afirmou a sua vocação médica, especialmente psiquiátrica, aprofundando-se, desde então, na leitura de livros sobre o assunto.

As experiências testemunhadas e documentadas ao lado da médium de efeitos físicos Eusapia Paladino abalaram definitivamente suas convicções e transformaram-no em um dos maiores defensores da realidade espiritual. A Doutrina Espírita recebia assim mais um atestado de legitimidade científica.

Suas principais obras são: Ricerche sui fenomeni ipnotici e spiritice, com uma edição americana que levou o titulo: After death - What? E Hipnotismo e Mediunidade. Lombroso desencarnou em Turim, aos 19 de Outubro de 1909, com 74 anos incompletos.

BIBLIOGRAFIA:

Crookes, Willian - Fatos Espíritas;
Doyle, Sir A. Conan - A nova revelação; Historia do Espiritismo;
Baumanrd, Claire - Leon Denis na intimidade;
Luce, Gaston - Leon Denis, vida e obra
Bodief, P. e Regnaut, H. - Gabriel Delane, sua vida, apostolado e obra;
Aksakof, A - Um caso de desmaterialização; Animismo e Espiritismo;
Lombroso, C. - Hipnotismo e mediunidade;
Bozzano, E. Fenômenos de transporte
Carneiro, Victor Ribas - ABC do Espiritismo;
Lucena, A. S. e Godoy, Paulo A. - Personagens do Espiritismo;
Revista ICESP, ano 4, n°14, 2° trimestre/2005 - autoria Dr. Paulo Toledo Machado)


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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

17ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

MUITOS OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS

“Nem todo o que me diz: Senhor; Senhor entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse entrará no Reino dos Céus. Muitos me dirão, naquele dia: Senhor, Senhor; não é assim que profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu nome obramos muitos prodígios? E eu então lhes direi, em voz bem inteligível: Pois eu nunca vos conheci; apartai-vos de mim, os que obrais a iniquidade.” (Mateus, 7:21-23)

“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as observa, será comparado ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha. E veio a chuva, transbordaram os rios, assopraram os ventos, combateram aquela casa, ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. E todo o que ouve estas minhas palavras, e não as observa, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína”. (Mateus, VII:24-27 e Lucas, VI:46-49).

Todos os que confessam a missão de Jesus, dizem: Senhor, Senhor! Mas de que vale chamá-lo Mestre ou Senhor, quando não se seguem os seus preceitos?
Será que são cristãos esses que o honram através de atos exteriores de devoção, e ao mesmo tempo sacrificam-no altar do egoísmo, do orgulho, da cupidez e de todas as paixões?
São seus discípulos esses que passam os dias a rezar, e não se tomam melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com os seus semelhantes?
Não; porque, à semelhança dos Fariseus, tem a prece nos lábios e não no coração. Servindo-se apenas das formas, podem impor-se aos homens, mas não a Deus. É em vão que dirão a Jesus: “Senhor, nos profetizamos, ou seja, ensinamos em vosso nome; expulsamos os demônios em vosso nome; comemos e bebemos convosco!”.
Ele lhes respondera: “Não sei quem sois. Retirai-Vos de mim, vós que cometeis iniquidade, que desmentis as vossas palavras pelas ações, que caluniais o próximo, que espoliais as viúvas e cometeis adultério! Retirai-vos de mim, vós, cujo coração destila ódio e fel, vós que derramais o sangue de vossos irmãos em meu nome, que fazeis correrem as lagrimas em vez de secá-las! Para vós, haverá choro e ranger de dentes, pois o Reino de Deus é para os que são mansos, humildes e caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade de vossas palavras e de vossas genuflexões. A única via que está aberta, para alcançardes a graça em sua presença, é a da prática sincera da lei do amor e da caridade.”

“As palavras de Jesus são eternas, porque são Verdadeiras. Não são somente a salvaguarda da Vida Celeste, mas também o penhor da paz, da tranquilidade e da estabilidade do homem entre as coisas da vida terrena. Eis porque todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nas suas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a pedra. Os homens as conservarão, porque nelas encontrarão a sua felicidade. Mas aquelas que se apoiarem na sua violação, serão como a casa construída sobre a areia: o Vento das revoluções e o rio do progresso as levarão de roldão”. (Allan, Kardec, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap.XVIII, itens 6 a 9).

Do texto acima, escrito de uma forma tão nítida para a nossa compreensão, podemos chegar à conclusão que para que possamos merecer o Reino de Deus, é necessário que observemos e cumpramos em nossas múltiplas existências, a Lei Moral, ou seja, o conjunto de princípios ou regras relativos à conduta humana. Estas pertencem à alma e concernem as noções do bem e do mal, que foram embutidas em nós pelo Pai Maior desde a nossa criação e não, pertencem a essa ou aquela religião ou seita, pois de nada servem a prática de rituais, de exercícios religiosos e de confissão de fé, porque aqueles que dizem apenas palavras soltas, sem refletirem o que lhes vai no íntimo, não são agradáveis a Deus. A Ele agrada mais a devoção sincera, partida do coração e, acima de tudo, comprovada por atitudes no bem.

Jesus sempre condenou a prática formalista de religiosidade e nunca disse que basta ter um credo para assegurar lugar no “céu”, pois aqueles que dizem que basta crer para ser salvos, são como cegos conduzindo cegos.

Se reconhece o verdadeiro cristão pelas suas atitudes com relação ao próximo, pelas obras que pratica, pelos esforços que faz para vencer seus defeitos e pela sua vivência real dos ensinamentos do Cristo.

Temos que nos transformar num “novo homem”; o homem como criatura imortal, que ama pelo prazer de amar, que perdoa do fundo do coração, que ajuda o próximo sem esperar nada em troca, que compreende os defeitos dos outros, que sabe que a maldade é temporária, e que o inimigo é aquele que ainda não descobriu que ama.

Portanto, não basta chamar a Jesus, cantando hinos em seu louvor, pois será de todo inútil se lhe não seguirmos os seus Mandamentos.

BIBLIOGRAFIA

Kardec, Allan, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XVIII, itens 6 a 9

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

17ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

PENAS E GOZOS FUTUROS II

PENAS TEMPORAIS - EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO - DURAÇÃO DAS PENAS FUTURAS - PARAÍSO, INFERNO, PURGATÓRIO, PARAÍSO PERDIDO

PENAS TEMPORAIS - LE 983-989

“O Espírito que expia as suas culpas numa nova existência passa apenas por sofrimentos materiais. Assim, não será exato dizer que após a morte a alma só tem sofrimentos morais?”

R) “É bem verdade que, reencarnada, a alma encontra nas tribulações da vida o seu sofrimento; mas apenas o corpo sofre materialmente. Dizeis em geral que o morto já não sofre mais, mas isso nem sempre é verdade. Como Espírito, não sofre mais dores físicas, mas segundo as faltas que tenha cometido pode ter dores morais mais cruciantes, e numa nova existência pode ser mais infeliz.... Todas as penas e tribulações da vida são expiações de faltas de outra existência, quando não se trata de consequências das faltas da existência atual” (LE 983)

Ainda podemos complementar com o Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capitulo V itens de 4 a 5, Causas Atuais das Aflições e itens 6 a 10, Causas Anteriores das Aflições.

Os sofrimentos pelos quais passamos nem sempre são consequências de erros cometidos nesta existência, mas sim, provas impostas por Deus, ou quando temos condições de escolhê-las, na vida espiritual, para que possamos expiar faltas cometidas em vida material anterior. Segundo a lei de justiça, nada fica sem punição, se não for na existência atual, obrigatoriamente será numa próxima.

Todos os sofrimentos pelos quais estamos passando, com certeza são necessários para uma felicidade futura.

Kardec, ao comentar a questão 985 de O Livro dos Espíritos, sobre a reencarnação em mundos menos grosseiros, diz que: “Nos mundos em que a existência é menos material do que neste, as necessidades são menos grosseiras e todos os sofrimentos físicos são menos vivos. Os homens não mais conhecem as más paixões que, nos mundos inferiores, os fazem inimigos uns dos outros. Não tendo nenhum motivo de ódio ou de ciúme, vivem em paz porque praticam a lei de justiça, amor e caridade. Não conhecem os aborrecimentos e os cuidados que nascem da inveja, do orgulho e do egoísmo e que constituem o tormento de nossa existência terrena”.

Após a evolução no nosso planeta, o Espírito pode voltar a reencarnar aqui a pedido, para completar uma missão que, por motivos vários, não foi possível completá-la. Nesse caso, como já tinha condições de escolha, essa volta não é mais uma expiação.

Mesmo a Terra sendo um mundo de provas e expiações, está nela Espíritos de uma evolução superior para ajudar com seu nobre trabalho na mudança para um mundo de regeneração. Nesse caso também, não significam que estão passando por provas e expiações. O Espírito encarnado que nada fez de mal, mas também nada fez para se libertar dos apegos as coisas materiais, ou seja, não “andou” nenhum metro na direção da perfeição, deve recomeçar uma nova vida na matéria, semelhante aquela, tendo assim, que prolongar os sofrimentos de sua expiação.

A esse homem falta o despertar do coração, porque todo aquele que conhece o amor, conhece a Jesus e compreende a necessidade de cumprir as leis de Deus.

Pelo termo “estacionário” constante da resposta dos Espíritos na questão 987, não devemos entender no sentido comum, pois nada fica parado, na inércia; tudo está em movimento. Como o Espírito não regride, ou seja, nunca volta pior em uma reencarnação, seja neste planeta ou em outro, sempre retoma um pouco melhor, porque passa por varias experiências e essas lhe trazem novos aprendizados, seja no campo intelectual ou (e) moral.

Deus não desampara nenhuma de suas criaturas.

Na questão 988 quando foi perguntado aos Espíritos sobre aquelas pessoas que nada fazem por si mesmo, mas que vivem felizes, se nada tem a sofrer pelas consequências da existência anterior. Eles perguntaram a Kardec se ele conhecia muitas pessoas assim, pois a suposta felicidade nada mais é que aparente. Eles podem ter escolhido este tipo de vida, mas quando retornam ao plano espiritual descobrem o tempo que perderam. Só podemos nos elevar através das atividades necessárias e que teremos que responder pelo o nosso não fazer nada.

A soma da felicidade futura esta na razão da soma do bem que tivermos feito.

Existem pessoas que sem serem necessariamente más, por suas atitudes prejudicam outras, fazendo-as infelizes, portando, não são criaturas quem tem o amor no coração, e deverão em nova existência responderem proporcionalmente, pelo que fizeram outras sofrerem.

Toda ação gera uma reação compatível, por isso diz o Evangelho que cada centavo deve ser pago.

EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO

Segundo as questões 990 a 1002 de O Livro dos Espíritos, o nosso arrependimento pelo que fizemos de errado, tanto pode ser como encarnado quando, pelo nosso aprendizado já conseguimos distinguir o que é o bem e o que é o mal, ou como desencarnado.

Quando o nosso arrependimento se dá na nossa estada no plano espiritual, a consequência é o desejo de uma nova oportunidade no plano físico para novos aprendizados morais para que sejamos um pouco mais felizes e para isso devemos expiar as faltas cometidas.

O arrependimento como encarnado tem como resultado a melhora na mesma existência, se houver tempo para a reparação dos erros cometidos.

Nenhuma criatura humana é voltada exclusivamente para o mal, pois o mal não existe, ele é simplesmente a ausência do bem.

Se alguém nos perguntar quem são nossos inimigos, devemos responder que são aqueles a qual ainda não descobriram que nos amam, pois aquelas pessoas que nesta vida só tem a maldade no coração, em outra terão o bem já criado raízes e em outras totalmente plantadas como uma árvore frondosa e resistente, pois é necessário que todos, um dia, atinjam a perfeição relativa, uns mais rápidos e outros lentos, de acordo a evolução individual.

Todo aquele que é mau e não reconhece seus erros na vida corporal, com certeza os reconhecera na vida espiritual e por isso sofrerá muito quando reconhecer todo mal que praticou. Logicamente esse arrependimento não é de imediato; uns mesmo sofrendo permanecem alheios a necessidade do arrependimento, mas como a todos Deus dá oportunidades iguais, esses também um dia o arrependimento baterá à porta do coração.

Como o progresso é uma lei Divina, todos aqueles que necessariamente não são maus, mas não se preocupam com a própria vida e muito menos se ocupa de coisas uteis, terão de sofrer por aquilo de bom que deixaram de fazer. Mas eles também tem o desejo de amenizar seus sofrimentos; ainda não o fazem porque a vontade verdadeira ainda esta longe de ser conseguida. Citamos como exemplo uma pessoa que prefere morar sob um viaduto, ponte, marquise, pedindo esmolas do que trabalhar para sair da situação em que se encontra.

Há Espíritos desencarnados que têm consciência que são maus e agravam sua situação prolongando seu estado de inferioridade desviando os homens que seguem um bom caminho. Esses são aqueles de arrependimento tardio. Não podemos esquecer que nem todo arrependimento vem do âmago de alma, portanto, alguns podem se deixar levar para o caminho do mal pelas influências de Espíritos mais atrasados.

Existem Espíritos bastante inferiores que aceitam e acolhem as preces que são feitas em seus benefícios e há outros mais esclarecidos que são dotados de um endurecimento e de um cinismo enorme. Os Espíritos, na questão 997 do LE, nos esclarecem que “a prece só tem efeito em favor do Espírito que se arrepende”. Aquele que permanece no orgulho, com o coração revoltado contra Deus e persistindo nos seus erros, com certeza não recebem as benesses da prece, até o dia de seu arrependimento sincero.

“A expiação se cumpre na existência corpórea, através das provas a que o Espírito é submetido, e na vida espiritual pelos sofrimentos morais decorrentes do seu estado de inferioridade” (Questão 998)

Não basta o Espírito se arrepender sinceramente do mal praticado, se esse arrependimento não estiver acompanhado de boas obras. Todo, ato mal deve ser reparado.

Podemos a partir desta vida resgatar nossas faltas, mas não podemos esquecer que “o mal não é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum se não atingir o homem no seu orgulho ou nos interesses materiais” (questão 1000)

Segundo Martins Peralva no livro “O Pensamento de Emmanuel”, Cap. 37, “em sã consciência, nenhum espírita esclarecido julgar-se-á isento de experiências reabilitadoras sob alegação, doutrinariamente inconsistente, de que “se arrependeu do mal praticado” e, por tal motivo, justificado está perante as leis divinas".

Completando esse capítulo, ele nos diz que devemos levar em conta quatro pontos essenciais, a saber:

a) Reconhecer com humildade, o erro cometido.

b) Não reproduzi-lo ou, pelo menos, tudo fazer no sentido de evitar sua repetição.

c) Ajudar aqueles a quem ferimos.

d) Sustentar-nos na fé e no trabalho, a fim de que a reabilitação se dê gloriosa e sublime, uma vez que, indubitavelmente, o trabalho e a fé são avanços de sustentação das almas enfraquecidas.

DURAÇÃO DAS PENAS FUTURAS

Lembremos a questão 1003: “A duração dos sofrimentos do culpado na vida futura é arbitrária ou subordinada a alguma lei?”

R) “Deus nunca age de maneira caprichosa e tudo no Universo é regido por leis que revelam a sua sabedoria e a sua bondade.”

Quanto às questões 1003 a 1010, podemos resumi-las assim: A duração dos nossos sofrimentos é o tempo necessário para que possamos nos melhorar, porque o estado de sofrimento e de felicidade está diretamente ligado ao grau de nossa evolução. À medida que nos depuramos, nossos sofrimentos se modificam.

Para o Espírito que se encontra no plano espiritual, e ainda sofre, o tempo parece muito mais longo, porque o descanso não existe para ele, mas, para aqueles que já estão num patamar de evolução melhor, o tempo é totalmente diferente.

Os sofrimentos só seriam eternos se a maldade fosse eterna, como Deus não criou ninguém voltado eternamente para o mal, todos devem progredir, cada um levando o tempo necessário, de acordo com a própria vontade.

Todos nós, encarnados ou desencarnado, um dia nos arrependeremos, pois estamos sujeitos à Lei do Progresso.

São Luiz na questão 1008 nos diz: A duração das penas podem ser impostas por determinado tempo, mas Deus, que não desejava senão o bem de suas criaturas, aceita sempre o arrependimento, e o desejo de se melhorar nunca é estéril.

PARAÍSO, INFERNO, PURGATÓRIO. PARAÍSO PERDIDO

Sobre as questões 1011 a 1015:

Não há um lugar determinado no Universo onde os Espíritos possam gozar das benesses e muito menos outro onde purguem seus erros, pois estão em toda parte. Os Espíritos perfeitos podem se reunir em qualquer parte da imensidão cósmica e outros por simpatia. O sofrimento e a felicidade é inerente ao grau de evolução de cada um.

Os encarnados são mais ou menos felizes ou infelizes, de acordo o nível de evolução do orbe que habitam. O Paraíso e o Inferno nada mais são que figuras que foram incutidas durante muitos séculos pela Igreja.

“O Céu começará sempre em nós mesmos e o Inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um “Disse-nos o Cristo: O Reino de Deus está dentro de vós, ao que de acordo com ele mesmo, ousamos acrescentar: e o inferno também”. (Peralva, Martins, “Pensamento de Emmanuel, Cap. 38)

Podemos entender por Purgatório, como um tempo de expiação pelas nossas faltas; é a própria Terra, o lugar necessário para que isso ocorra.

Quando os Espíritos que já mostram certa elevação trazem mensagem falando sobre Paraíso, Inferno e Purgatório é porque tem que se adequar ao entendimento daqueles que os interrogam, e preferem não ferir convicções dos que ainda creditam nessas imagens.

Alguns Espíritos interrogados dizem que se encontram sofrendo no inferno ou no purgatório, isso devido a sua inferioridade e ainda estão ligados a matéria, conservando parte de suas ideias de quando encarnado, usando impressões que ainda lhe são familiares.

Deve-se entender por alma penada, aquele Espírito que se encontra no Estado errante e sofre, pois está incerto do seu futuro. Essa entidade espiritual quando vem se comunicar conosco, os encarnados, sente um certo alívio.

Podemos entender o Céu como o espaço universal compreendendo os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores onde habitam Espíritos dotados de todas as suas faculdades, sem angústias que são inerentes à inferioridade e sem as atribulações da vida material.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 4°, cap. II, questões 983 a 1018;
KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. III; cap. IV, nº 13; cap. V, nº 8; caps. VII e VIII; 2ª Parte, cap. V; cap. VI, nº 19;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV itens 4 a 17; cap. XXVII, item 21;
Revista Espírita, de outubro de 1858; Revista Espírita, de dezembro de 1863; Revista Espírita, de julho e outubro de 1864; Revista Espírita, de maio de 1866;

Bibliografia Complementar:

O Espírito da Verdade - Diversos Espíritos - itens 61, 68 e 98;
PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- n° 37 a 40;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e viva – nº 11;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos, cap. 71 a 251;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Justiça Divina;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Roteiro - n° 6


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