CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

17ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

PENAS E GOZOS FUTUROS II

PENAS TEMPORAIS - EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO - DURAÇÃO DAS PENAS FUTURAS - PARAÍSO, INFERNO, PURGATÓRIO, PARAÍSO PERDIDO

PENAS TEMPORAIS - LE 983-989

“O Espírito que expia as suas culpas numa nova existência passa apenas por sofrimentos materiais. Assim, não será exato dizer que após a morte a alma só tem sofrimentos morais?”

R) “É bem verdade que, reencarnada, a alma encontra nas tribulações da vida o seu sofrimento; mas apenas o corpo sofre materialmente. Dizeis em geral que o morto já não sofre mais, mas isso nem sempre é verdade. Como Espírito, não sofre mais dores físicas, mas segundo as faltas que tenha cometido pode ter dores morais mais cruciantes, e numa nova existência pode ser mais infeliz.... Todas as penas e tribulações da vida são expiações de faltas de outra existência, quando não se trata de consequências das faltas da existência atual” (LE 983)

Ainda podemos complementar com o Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capitulo V itens de 4 a 5, Causas Atuais das Aflições e itens 6 a 10, Causas Anteriores das Aflições.

Os sofrimentos pelos quais passamos nem sempre são consequências de erros cometidos nesta existência, mas sim, provas impostas por Deus, ou quando temos condições de escolhê-las, na vida espiritual, para que possamos expiar faltas cometidas em vida material anterior. Segundo a lei de justiça, nada fica sem punição, se não for na existência atual, obrigatoriamente será numa próxima.

Todos os sofrimentos pelos quais estamos passando, com certeza são necessários para uma felicidade futura.

Kardec, ao comentar a questão 985 de O Livro dos Espíritos, sobre a reencarnação em mundos menos grosseiros, diz que: “Nos mundos em que a existência é menos material do que neste, as necessidades são menos grosseiras e todos os sofrimentos físicos são menos vivos. Os homens não mais conhecem as más paixões que, nos mundos inferiores, os fazem inimigos uns dos outros. Não tendo nenhum motivo de ódio ou de ciúme, vivem em paz porque praticam a lei de justiça, amor e caridade. Não conhecem os aborrecimentos e os cuidados que nascem da inveja, do orgulho e do egoísmo e que constituem o tormento de nossa existência terrena”.

Após a evolução no nosso planeta, o Espírito pode voltar a reencarnar aqui a pedido, para completar uma missão que, por motivos vários, não foi possível completá-la. Nesse caso, como já tinha condições de escolha, essa volta não é mais uma expiação.

Mesmo a Terra sendo um mundo de provas e expiações, está nela Espíritos de uma evolução superior para ajudar com seu nobre trabalho na mudança para um mundo de regeneração. Nesse caso também, não significam que estão passando por provas e expiações. O Espírito encarnado que nada fez de mal, mas também nada fez para se libertar dos apegos as coisas materiais, ou seja, não “andou” nenhum metro na direção da perfeição, deve recomeçar uma nova vida na matéria, semelhante aquela, tendo assim, que prolongar os sofrimentos de sua expiação.

A esse homem falta o despertar do coração, porque todo aquele que conhece o amor, conhece a Jesus e compreende a necessidade de cumprir as leis de Deus.

Pelo termo “estacionário” constante da resposta dos Espíritos na questão 987, não devemos entender no sentido comum, pois nada fica parado, na inércia; tudo está em movimento. Como o Espírito não regride, ou seja, nunca volta pior em uma reencarnação, seja neste planeta ou em outro, sempre retoma um pouco melhor, porque passa por varias experiências e essas lhe trazem novos aprendizados, seja no campo intelectual ou (e) moral.

Deus não desampara nenhuma de suas criaturas.

Na questão 988 quando foi perguntado aos Espíritos sobre aquelas pessoas que nada fazem por si mesmo, mas que vivem felizes, se nada tem a sofrer pelas consequências da existência anterior. Eles perguntaram a Kardec se ele conhecia muitas pessoas assim, pois a suposta felicidade nada mais é que aparente. Eles podem ter escolhido este tipo de vida, mas quando retornam ao plano espiritual descobrem o tempo que perderam. Só podemos nos elevar através das atividades necessárias e que teremos que responder pelo o nosso não fazer nada.

A soma da felicidade futura esta na razão da soma do bem que tivermos feito.

Existem pessoas que sem serem necessariamente más, por suas atitudes prejudicam outras, fazendo-as infelizes, portando, não são criaturas quem tem o amor no coração, e deverão em nova existência responderem proporcionalmente, pelo que fizeram outras sofrerem.

Toda ação gera uma reação compatível, por isso diz o Evangelho que cada centavo deve ser pago.

EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO

Segundo as questões 990 a 1002 de O Livro dos Espíritos, o nosso arrependimento pelo que fizemos de errado, tanto pode ser como encarnado quando, pelo nosso aprendizado já conseguimos distinguir o que é o bem e o que é o mal, ou como desencarnado.

Quando o nosso arrependimento se dá na nossa estada no plano espiritual, a consequência é o desejo de uma nova oportunidade no plano físico para novos aprendizados morais para que sejamos um pouco mais felizes e para isso devemos expiar as faltas cometidas.

O arrependimento como encarnado tem como resultado a melhora na mesma existência, se houver tempo para a reparação dos erros cometidos.

Nenhuma criatura humana é voltada exclusivamente para o mal, pois o mal não existe, ele é simplesmente a ausência do bem.

Se alguém nos perguntar quem são nossos inimigos, devemos responder que são aqueles a qual ainda não descobriram que nos amam, pois aquelas pessoas que nesta vida só tem a maldade no coração, em outra terão o bem já criado raízes e em outras totalmente plantadas como uma árvore frondosa e resistente, pois é necessário que todos, um dia, atinjam a perfeição relativa, uns mais rápidos e outros lentos, de acordo a evolução individual.

Todo aquele que é mau e não reconhece seus erros na vida corporal, com certeza os reconhecera na vida espiritual e por isso sofrerá muito quando reconhecer todo mal que praticou. Logicamente esse arrependimento não é de imediato; uns mesmo sofrendo permanecem alheios a necessidade do arrependimento, mas como a todos Deus dá oportunidades iguais, esses também um dia o arrependimento baterá à porta do coração.

Como o progresso é uma lei Divina, todos aqueles que necessariamente não são maus, mas não se preocupam com a própria vida e muito menos se ocupa de coisas uteis, terão de sofrer por aquilo de bom que deixaram de fazer. Mas eles também tem o desejo de amenizar seus sofrimentos; ainda não o fazem porque a vontade verdadeira ainda esta longe de ser conseguida. Citamos como exemplo uma pessoa que prefere morar sob um viaduto, ponte, marquise, pedindo esmolas do que trabalhar para sair da situação em que se encontra.

Há Espíritos desencarnados que têm consciência que são maus e agravam sua situação prolongando seu estado de inferioridade desviando os homens que seguem um bom caminho. Esses são aqueles de arrependimento tardio. Não podemos esquecer que nem todo arrependimento vem do âmago de alma, portanto, alguns podem se deixar levar para o caminho do mal pelas influências de Espíritos mais atrasados.

Existem Espíritos bastante inferiores que aceitam e acolhem as preces que são feitas em seus benefícios e há outros mais esclarecidos que são dotados de um endurecimento e de um cinismo enorme. Os Espíritos, na questão 997 do LE, nos esclarecem que “a prece só tem efeito em favor do Espírito que se arrepende”. Aquele que permanece no orgulho, com o coração revoltado contra Deus e persistindo nos seus erros, com certeza não recebem as benesses da prece, até o dia de seu arrependimento sincero.

“A expiação se cumpre na existência corpórea, através das provas a que o Espírito é submetido, e na vida espiritual pelos sofrimentos morais decorrentes do seu estado de inferioridade” (Questão 998)

Não basta o Espírito se arrepender sinceramente do mal praticado, se esse arrependimento não estiver acompanhado de boas obras. Todo, ato mal deve ser reparado.

Podemos a partir desta vida resgatar nossas faltas, mas não podemos esquecer que “o mal não é reparado senão pelo bem, e a reparação não tem mérito algum se não atingir o homem no seu orgulho ou nos interesses materiais” (questão 1000)

Segundo Martins Peralva no livro “O Pensamento de Emmanuel”, Cap. 37, “em sã consciência, nenhum espírita esclarecido julgar-se-á isento de experiências reabilitadoras sob alegação, doutrinariamente inconsistente, de que “se arrependeu do mal praticado” e, por tal motivo, justificado está perante as leis divinas".

Completando esse capítulo, ele nos diz que devemos levar em conta quatro pontos essenciais, a saber:

a) Reconhecer com humildade, o erro cometido.

b) Não reproduzi-lo ou, pelo menos, tudo fazer no sentido de evitar sua repetição.

c) Ajudar aqueles a quem ferimos.

d) Sustentar-nos na fé e no trabalho, a fim de que a reabilitação se dê gloriosa e sublime, uma vez que, indubitavelmente, o trabalho e a fé são avanços de sustentação das almas enfraquecidas.

DURAÇÃO DAS PENAS FUTURAS

Lembremos a questão 1003: “A duração dos sofrimentos do culpado na vida futura é arbitrária ou subordinada a alguma lei?”

R) “Deus nunca age de maneira caprichosa e tudo no Universo é regido por leis que revelam a sua sabedoria e a sua bondade.”

Quanto às questões 1003 a 1010, podemos resumi-las assim: A duração dos nossos sofrimentos é o tempo necessário para que possamos nos melhorar, porque o estado de sofrimento e de felicidade está diretamente ligado ao grau de nossa evolução. À medida que nos depuramos, nossos sofrimentos se modificam.

Para o Espírito que se encontra no plano espiritual, e ainda sofre, o tempo parece muito mais longo, porque o descanso não existe para ele, mas, para aqueles que já estão num patamar de evolução melhor, o tempo é totalmente diferente.

Os sofrimentos só seriam eternos se a maldade fosse eterna, como Deus não criou ninguém voltado eternamente para o mal, todos devem progredir, cada um levando o tempo necessário, de acordo com a própria vontade.

Todos nós, encarnados ou desencarnado, um dia nos arrependeremos, pois estamos sujeitos à Lei do Progresso.

São Luiz na questão 1008 nos diz: A duração das penas podem ser impostas por determinado tempo, mas Deus, que não desejava senão o bem de suas criaturas, aceita sempre o arrependimento, e o desejo de se melhorar nunca é estéril.

PARAÍSO, INFERNO, PURGATÓRIO. PARAÍSO PERDIDO

Sobre as questões 1011 a 1015:

Não há um lugar determinado no Universo onde os Espíritos possam gozar das benesses e muito menos outro onde purguem seus erros, pois estão em toda parte. Os Espíritos perfeitos podem se reunir em qualquer parte da imensidão cósmica e outros por simpatia. O sofrimento e a felicidade é inerente ao grau de evolução de cada um.

Os encarnados são mais ou menos felizes ou infelizes, de acordo o nível de evolução do orbe que habitam. O Paraíso e o Inferno nada mais são que figuras que foram incutidas durante muitos séculos pela Igreja.

“O Céu começará sempre em nós mesmos e o Inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um “Disse-nos o Cristo: O Reino de Deus está dentro de vós, ao que de acordo com ele mesmo, ousamos acrescentar: e o inferno também”. (Peralva, Martins, “Pensamento de Emmanuel, Cap. 38)

Podemos entender por Purgatório, como um tempo de expiação pelas nossas faltas; é a própria Terra, o lugar necessário para que isso ocorra.

Quando os Espíritos que já mostram certa elevação trazem mensagem falando sobre Paraíso, Inferno e Purgatório é porque tem que se adequar ao entendimento daqueles que os interrogam, e preferem não ferir convicções dos que ainda creditam nessas imagens.

Alguns Espíritos interrogados dizem que se encontram sofrendo no inferno ou no purgatório, isso devido a sua inferioridade e ainda estão ligados a matéria, conservando parte de suas ideias de quando encarnado, usando impressões que ainda lhe são familiares.

Deve-se entender por alma penada, aquele Espírito que se encontra no Estado errante e sofre, pois está incerto do seu futuro. Essa entidade espiritual quando vem se comunicar conosco, os encarnados, sente um certo alívio.

Podemos entender o Céu como o espaço universal compreendendo os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores onde habitam Espíritos dotados de todas as suas faculdades, sem angústias que são inerentes à inferioridade e sem as atribulações da vida material.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 4°, cap. II, questões 983 a 1018;
KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. III; cap. IV, nº 13; cap. V, nº 8; caps. VII e VIII; 2ª Parte, cap. V; cap. VI, nº 19;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV itens 4 a 17; cap. XXVII, item 21;
Revista Espírita, de outubro de 1858; Revista Espírita, de dezembro de 1863; Revista Espírita, de julho e outubro de 1864; Revista Espírita, de maio de 1866;

Bibliografia Complementar:

O Espírito da Verdade - Diversos Espíritos - itens 61, 68 e 98;
PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- n° 37 a 40;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e viva – nº 11;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos, cap. 71 a 251;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Justiça Divina;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Roteiro - n° 6


Fonte da imagem: Internet Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário