Domínios Estrangeiros e o Mundo Romano
Após a morte
do Rei Salomão, o território de Israel foi dividido em dois reinos: o Reino do
Norte e o Reino do Sul. Esta divisão enfraqueceu a estrutura política e militar
desses reinos, permitindo uma serie de invasões por povos estrangeiros, com
sérias repercussões a longo prazo na vida do povo hebreu.
ASSÍRIA
(824 a 612 a.C.)
O Reino do
Norte é submetido ao poder dos assírios em 722 a.C. Seus habitantes são levados
para o exílio. Os assírios estabeleceram seu grande império ate 612 a.C.,
quando Nínive, capital da Assíria, é destruída pelos “medos e babilônios”.
Os
principais profetas deste período, após Salomão, foram Elias, Amós, Oséias, Isaías,
Jeremias, Ezequiel e Daniel. Elias insurge-se contra o sincretismo religioso no
Reino do Norte, proclamando Javé como único soberano, Deus de Israel, em
oposição aos adoradores de Baal. Oséias afirma que os cultos exteriores nada significam
(Oséias, 626). Isaias proclama serem inúteis os cultos e sacrifícios se não
houver a prática da justiça e do bem (740 a.C.). Jeremias (626 a.C.) prediz a
invasão do Norte como iminente e que seria um castigo divino.
BABILONIA
(612 a 539 a.C.)
Nabucodonosor,
após derrotar assírios e egípcios, toma o Reino do Sul, conquistando Jerusalém
em 597 a.C., e em 586 ela é destruída e saqueada, inclusive o templo. Seus
habitantes são levados ao exílio da Babilônia, exceto os mais pobres que
ficaram para cultivar a terra.
Ezequiel e
Daniel foram deportados para a Babilônia onde Daniel, por seus dotes
mediúnicos, toma-se ministro da corte real e profetiza a queda do império.
PERSIA
(538 a 332 a.C.)
Ao domínio
babilônico, segue-se o persa. O filho de Cambises, Ciro II, o Grande, é o
fundador do grande Império Persa, ao derrotar os reinos da Ásia Menor. Em 539
a.C. toma Babilônia, anexando ao importante Império Babilônico.
Em 538 a.C.,
Ciro permitiu aos hebreus exilados na Babilônia, que voltassem para Jerusalém.
Assim, Jerusalém e o templo são reconstruídos a partir de 538 a.C., face à
política adotada pelo governo do império persa, que, inclusive, lhes deu a
liberdade de consciência para manter a própria religião.
Em 537 a.C.,
a primeira caravana de repatriados retorna. A região estava dominada por povos
idolatras, que ali haviam se instalado e que dificultavam a reconstrução do
templo.
Neemias foi
eleito governador por Artaxerxes, sucessor de Ciro, que o manda voltar para
ajudar na reconstrução do templo e unir o povo.
Em 428 a.C.,
o sacerdote Esdras Volta para Jerusalém com muitos judeus e assessorado pelos
levitas.
Neemias
promulga a Lei de Moisés como lei de Estado que regerá a vida da comunidade
judaica. Fundava-se assim, em 397 a.C., o Judaísmo.
Os
samaritanos tentaram participar da comunidade judaica, porem os judeus os
rejeitaram por terem construído um templo, realizado reformas e aceitarem
apenas o Pentateuco, rejeitando os textos acrescentados posteriormente.
MACEDÔNIOS
(332 a 63 a.C.)
Depois dos
persas, são submetidos aos macedônios, com Alexandre Magno, em 332 a.C. Depois
dos macedônios, aproximadamente por 200 anos, são dominados pelos selêucidas
(Região da Síria) e ptolomeus (em Alexandria), dinastias fundadas pelos
generais de Alexandre, apos a morte deste.
Alexandre
Magno transforma o mundo da época, impondo a Cultura Helenística. Traz os
avanços de sua cultura e costumes. Morre cedo e seu império é dividido entre
seus generais.
A Judéia
fica sob o domínio de Ptolomeu (General grego que se tornou rei do Egito), de
301 a 197 a.C.
Deportou
mais judeus para o Egito. Nesse reinado é feita a tradução dos Livros Sagrados,
a Bíblia Hebraica, para o grego (tradução dos 70).
De 197 a 142
a. C., a Judéia rica sob o poder dos Selêucidas, dinastia fundada por Seleuco,
General grego que se tomou rei da Sina; em 175 a.C., Antíoco IV tenta impor a
Cultura, a religião e os costumes gregos aos judeus.
Uns
aceitavam e outros não (os gregos haviam colocado seus deuses no Templo).
A família do
sacerdote Matatias se opôs aos selêucidas e os irmãos Macabeus (Judas, Jonatas
e Simão) iniciam uma guerra santa que dura três anos e meio. Conquistam
territórios palestinos e os descendentes dos Macabeus formam a verdadeira
dinastia real-sacerdotal, governando a Palestina até o ano 63 a. C..
Os
principais profetas deste período foram Ageu (520 a. C.), Zacarias, Joel e
Malaquias, que viveu no século V a.C.. Malaquias lembrava aos judeus as
exigências de Deus e a vinda do Messias. Nessa época, a Palestina tinha uma
independência relativa e, aos poucos, Roma Vai conquistando o império grego.
O
MUNDO ROMANO, SUA POLÍTICA E DOMÍNIOS
Fundada
pelos etruscos, em 753 a.C., Roma tinha a alma popular devotada aos gênios, aos
deuses, e as superstições de toda espécie, mantendo-se desta forma até o
período da Expansão Romana, quando esta sociedade conhece o seu apogeu. Após a
conquista do Império de Alexandre, o grande, Roma deixa-se influenciar pela
notável Cultura dos filósofos gregos e sua religião. Antes de se apropriar dos
deuses helênicos, dotando-os de elementos das tradições e historias das
populações do rio Tibre, os romanos “não procuravam muita indagação
transcendente em matéria religiosa ou filosófica, atendendo somente aos
problemas do culto externo, sem muitas argumentações com a lógica. Com a
evolução da cidade, chegou a possuir mais de trinta mil deuses”. (Emmanuel, A
Caminho da Luz, cap. XI)
Esta
sociedade não conhecia a igualdade. Pelo contrário, era dividida em classes. A
maioria conhecia a aspereza e a miséria, enquanto poucos podiam participar das
decisões políticas e possuíam terras.
Após as guerras
de expansão romana, ocorridas entre 264 a.C e 146 a.C; Roma não era mais aquela
pequena cidade na Península Itálica. Os domínios desta grande civilização
alcançavam as regiões do Mar Mediterrâneo, ou Mare Nostrum (Mar Nosso), como os
romanos costumavam se referir.
A conquista
do Mediterrâneo modificou amplamente as estruturas políticas e administrativas
de Roma, assim como sua sociedade. Além dos patrícios e plebeus surge uma nova
classe social formada por mercadores responsáveis pelo comércio em entrepostos
localizados no Mare Nostrum. À medida que as conquistas avançavam, esses
mercadores, ou cavaleiros, subjugavam certos povos, transformando-os em
escravos. Assim, as guerras eram sinônimas de mais terras, tributos e escravos.
Entretanto,
a política interna da Republica Romana estava em crise. Lutas pelo poder
assinalavam uma instituição que estava prestes a ruir. Caio Otavio, personagem
importante deste momento, auto proclama-se Imperador. Nasce o Império Romano em
27 a. C., um pouco antes do nascimento de Jesus Cristo.
Roma já
havia dominado os selêucidas que governavam a Palestina, e conquistou
Jerusalém. Fez da Judéia província romana em 63 a.C. a 135 d.C.
O momento do
nascimento de Jesus Cristo foi denominado pelos historiadores de “Pax Romana”.
Otavio Augusto foi o imperador que cessou com as conquistas, preocupando-se
apenas com a manutenção de suas fronteiras. Com o fim das guerras, o Império
Romano volta seu olhar para um florescimento cultural e artístico. Sem duvida,
essa fase atingiu seu apogeu, sendo denominada “O século de Augusto”.
No capitulo
XIII de “A Caminho da Luz”, Emmanuel comenta sobre o esforço despendido pelas
entidades espirituais, junto à República Romana, no período anterior ao século
de Augusto, no sentido de orientar-se a atividade geral para um grande
movimento de fraternidade e de união de todos os povos do planeta. Com base na
educação e no amor, Roma teve nas mãos a grande oportunidade de “unificar as
bandeiras do orbe, dando um novo rumo à evolução coletiva e estabelecendo as
linhas paralelas do progresso físico e moral da humanidade”.
Emmanuel
acrescenta que o estado que se encontrava Roma facultava a chegada do
Evangelho. Roma chegou ao ápice do seu poderio constituindo-se numa sociedade
moderna e avançada.
Entretanto,
com o passar do tempo, deixou-se prender por uma legião de Espíritos agressivos
e ambiciosos abrindo espaço para a violência que se seguiria. Contraiu penosos
débitos diante da Justiça Divina em nome do poder e da expansão dos seus
domínios.
E nesse
cenário de tão nefastos acontecimentos que Jesus reúne as assembleias de seus
emissários. “A Terra não podia perder a sua posição espiritual, depois das
conquistas da sabedoria ateniense e da família romana” (A Caminho da Luz, cap.
XI).
Era a
chegada do Cristo que se prenunciava.
Na Judéia,
uma das províncias romanas no Oriente, governada por Herodes, o Grande, idumeu
de origem, facções políticas locais se digladiavam em fins do século I a.C. De
um lado, a aristocracia e os sacerdotes judeus aceitavam a dominação romana,
pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o
monopólio da religião.
Nesse clima
de agitação, durante o governo de Otavio, nasceu Jesus.
DIÁSPORA
De origem
grega, diáspora que significa “dispersão”. Essa palavra tomou-se o termo para
indicar as comunidades judaicas estabelecidas fora da Palestina entre o ultimo
século a.C. e o século I d.C. "Os hebreus da Diáspora consideravam
Jerusalém como a sua capital moral, encarando-a como guia religioso”. (Extraído
de “Dicionário Bíblico”, de John L. Mackenzie)
QUESTÃO
REFLEXIVA:
“Reflita e
comente: Que lições de vida podemos aprender com a história do povo romano”
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec,
Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier,
Francisco C./Emmanuel - A Caminho da Luz.
- Armond,
Edgard - O Redentor.
- Mesquita,
Antonio Neves de - Povos e Nações do Mundo Antigo.
- Vaz, Maria
L. e Panazzo, Silvia - Navegando pela História.
Fonte da imagem: Internet Google.
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