CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 3 de maio de 2016

7ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

João Batista - Nascimento e Família, a Prática do Batismo, Pregação e Morte

Um Profeta Chamado Elias

Relata o primeiro livro de Reis que no século IX antes de Jesus, vivia Onri, rei de Israel, construtor da cidade de Samaria, cujo filho Acabe se casou com a princesa fenícia Jezabel, filha do rei de Tiro. Jezabel era adoradora de Baal, deus da chuva, e mantinha 450 sacerdotes adoradores desse deus. Ela submeteu Acabe, já coroado rei, à sua idolatria e declarando guerra aos sacerdotes e profetas do Deus de Israel, a muitos deles mandou matar.

Nessa mesma época viveu Elias, o tesbita, que era originário de Tesbi, na região da tribo de Naftali, mais tarde chamada Galiléia. Elias amava a Deus, o Deus único e todo-poderoso dos judeus.

Conhecendo os desmandos de Jezabel e os caminhos pagãos pelos quais Acabe estava se desviando, Elias desafiou os sacerdotes de Baal a lançar um raio do céu sobre um altar de sacrifícios, enquanto ele, Elias, invocaria o deus de Israel. O deus que respondesse com fogo, esse seria o verdadeiro. Apesar das invocações dos sacerdotes de Baal, o altar só veio a incendiar-se à tarde, após as preces de Elias.

Aproveitando-se da situação e esquecendo-se de que Deus é Deus de misericórdia, de amor e de perdão, Elias ordenou que lançassem mão dos profetas de Baal e os matassem. E todos eles foram mortos degolados no ribeiro de Quizom. (I Reis, 18:40 e 19:1); médium que era, Elias prosseguiu naquela encanação orientando o povo, falando e agindo em nome de Deus. Mas aquela ordem para matar os sacerdotes de Baal ficou indelevelmente gravada na sua consciência. Apenas o futuro lhe reservaria a possibilidade de redenção.

A PROMESSA DE UM PRECURSOR DO MESSIAS

Havia quase cinco séculos que a boca profética ali se calara e uma preocupação geral dominava os corações. O povo de Israel havia sido avisado pelos profetas ha muitos anos, de que Deus enviaria um Messias, que viria para orientar todos os homens e mulheres de boa vontade. Antes, porém, Ele mandaria alguém, um mensageiro, um precursor, que é aquele que anuncia um sucessor ou a chegada de alguém. E o que vai adiante.

No livro profético Malaquias, escrito após o cativeiro do povo hebreu na Babilônia, aproximadamente no ano 480 a.C., encontra-se a promessa do Precursor, ou daquele que viria antes:

“...Eis que enviarei o meu mensageiro para que prepare um caminho diante de mim. Então, de repente, entrará em seu Templo o Senhor que vós procurais;” (Malaquias 3:1).

“Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia de Iahweh, grande e terrível. Ele fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais, para que eu não venha ferir a terra com anátema”. (Malaquias 3:23).

A promessa era a de que o próprio Elias voltaria para indicar aquele que seria o Cristo.

O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA

Aproximadamente 800 anos depois da época de Elias, no tempo em que reinava na Judéia o rei Herodes, o Grande, existiu um sacerdote chamado Zacarias; sua mulher, Isabel, era descendente de Arão, prima de Maria, futura mãe de Jesus.

Conforme narra Lucas, estando Zacarias a exercer diante de Deus as lições sacerdotais, um Espírito mensageiro trouxe-lhe o recado de que fora incumbido: “Não temas, Zacarias, porque tua suplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher lhe dará um filho, ao qual porás o nome de João.” (Lc 1:13-17). Zacarias, por ter duvidado da mensagem do Espírito chamado Gabriel, permaneceu mudo ate o nascimento da criança.

A TAREFA DE JOÃO BATISTA

No ano 15, sob domínio do imperador romano Tibério, encontramos João Batista em sua gloriosa tarefa de preparação do caminho à verdade, precedendo o trabalho divino do amor, que o mundo conheceria em Jesus Cristo.

João não permaneceu parado. Ele percorreu todos os lugares próximos ao rio Jordão, proclamando o batismo do arrependimento, para que pudesse haver remissão dos erros cometidos diante de Deus e dos homens. Ele pregava “o mergulho para a reforma interior”.

Lucas completa o perfil da tarefa de João quando cita as palavras de Isaias: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor tornar retas suas veredas; todo vale será aterrado e toda montanha ou colina será abaixada; as vias sinuosas se transformarão em retas e os caminhos acidentados serão nivelados. E toda a carne verá a salvação de Deus”. (Lc 3:4-6).

Tudo isso pode ser interpretado moralmente, no sentido de preparar os homens para receber as verdades a que Jesus viria pregar.

Mateus e Marcos nos dão a descrição física do precursor e mensageiro de mais Alto (Mt 3:1-6 e Mc 1:1-6). Assim como Elias, o antigo profeta usava uma veste de “pelo de camelo” (2 Reis, 1:7-8).

A palavra “veste” compreende as duas pecas principais: a túnica e o manto. A túnica era presa aos rins por um cinto de couro. Quanto à alimentação, alimentava-se de mel silvestre e gafanhotos do deserto.

João Batista foi a Voz clamante no deserto. Operário da primeira hora é ele o símbolo rude da verdade que arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus prevaleça nos corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade do amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua realização com o Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: “Digo-vos que entre os nascidos de mulher não há maior do que João; mas o menor no Reino de Deus, é maior que ele”. (Lc. 7:28).

De caráter enérgico, chamava o povo ao bom procedimento e, tal como Elias nos tempos antigos, não aceitava o mau proceder. Surgiu como um orientador severo e disciplinador diante do povo. Orientava: “Quem tiver túnicas, repartas com aquele que nada tem, e quem tiver o que comer; faça o mesmo”. (Lc 3:11).

JOÃO ANUNCIA O VERDADEIRO MESSIAS

Havia entre o povo judeu uma grande expectativa pela vinda do Messias que os libertaria do jugo romano. Não seria João o Messias?

O precursor explicava com simplicidade que a sua tarefa era de apenas preparar o caminho para o Messias.

Por essas afirmações de que ele não era o Messias, sacerdotes e levitas enviados pelos judeus do Sinédrio lhe perguntaram: “Quem és então? És tu Elias?... És o profeta?” (Jo 1:21).

A todas essas indagações, ele respondeu negativamente, dizendo ser somente uma voz que clama no deserto dos corações humanos.

Indignados, tomando satisfações de seus atos, voltaram a perguntar: “Por que batizas, se não és o Cristo nem Elias, nem o profeta?” (Jo 1:25), e ele novamente esclarece: “No meio de vos está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do qual não sou digno de desatar a correia da sandália” (Jo 1:26-27), apontando para Jesus.

O BATISMO DE JESUS

O bondoso Espírito orientador de João, aquele que o havia orientado a batizar na água lhe havia comunicado: “Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer é o que batiza com o Espírito Santo.” (Jo 1:33).

“Nesse tempo veio Jesus da Galiléia ao Jordão, até João a fim de ser batizado.” (Mt 3:13).

Ao ver Jesus achegando-se, o vaso improvisado para o banho lhe escorregara da mão e ele gritou sem poder dominar-se:

“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Este é de quem eu dizia: após mim vem um que é maior do que eu; porque existia antes de mim. Não o conhecia eu; mas, para o tornar conhecido de Israel é que vim com o batismo d’água e, aproximando-se, disse-lhe:

“- Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?”

“- Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça. Batizado, Jesus subiu imediatamente da água, e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo com uma pomba e vindo sobre ele.” (Mt 14:16).

Após o ato singelo, ouviu-se uma voz: “Este é meu Filho querido, no qual pus a minha complacência”. O evento de seu batismo por João marca o inicio da vida publica de Jesus.

Tempos depois, referindo-se a João, Jesus revela a seus discípulos: “E, se quiseres dar crédito, ele é o Elias que deve vir. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mt 11:14).

Em outro passo, Jesus, interrogado pelos discípulos sobre a vinda de Elias, respondeu: “Eu vos digo, porém que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram”. (Mt 17: 12).

PRISÃO DE JOÃO

Herodes Antipas, em certa ocasião, fez uma viagem a Roma durante a qual visitou seu irmão Filipe I, onde conheceu sua cunhada Herodíades e surgiu violenta paixão entre ambos.

Herodíades, além de ser sua cunhada de Herodes Antipas, também era neta de Herodes, o Grande; filha de seu filho Aristóbulo. Portanto, ela também era sobrinha de Antipas.

A união com Herodíades, sua sobrinha e cunhada, causou escândalo entre os judeus, por constituir adultério (Ex 20:14 e Lev 18:20 e 20:10), além de incesto (Lev 18:15). Ao chegar, Herodíades trazia consigo sua filha, que se chamava Salomé.

João Batista, como em outros tempos fazia Elias contra Jezabel, repreendia o casal publicamente, pela maneira escandalosa como viviam, já que eram péssimos exemplos para o povo, e acabou sendo encarcerado.

Preso na masmorra fria e sinistra de Maqueronte, João passou dez meses de doloroso cativeiro demonstrando coragem férrea. Jamais temeu. Sentia interiormente que aquela era à hora do testemunho.

A MORTE DE JOÃO

Herodíades usa de um estratagema e instrui sua filha Salomé para que, ao dançar para Herodes, o tetrarca, no dia de seu aniversario, pedisse-lhe a cabeça de João Batista. Herodes não pode furtar-se, pois já havia prometido de antemão aquilo que ela lhe pedisse. Assim, mandou degolar João batista no cárcere. (Mt 14: 10).

Cumpria-se, desse modo, a Lei de Causa e Efeito: João Batista, cujo Espírito em encarnação anterior animara a personalidade de Elias, o Tesbita, reparava, perante sua própria consciência, o assassinato dos sacerdotes de Baal, junto ao rio Quizom, mortos a espada por ordem dele.

QUESTÃO REFLEXIVA:

João Batista, o precursor do Messias, nos ensinava: “Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas...”. Qual o significado desses ensinamentos?


Fonte da imagem: Internet Google.

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