João Batista - Nascimento e Família, a
Prática do Batismo, Pregação e Morte
Um
Profeta Chamado Elias
Relata o
primeiro livro de Reis que no século IX antes de Jesus, vivia Onri, rei de Israel,
construtor da cidade de Samaria, cujo filho Acabe se casou com a princesa
fenícia Jezabel, filha do rei de Tiro. Jezabel era adoradora de Baal, deus da
chuva, e mantinha 450 sacerdotes adoradores desse deus. Ela submeteu Acabe, já
coroado rei, à sua idolatria e declarando guerra aos sacerdotes e profetas do
Deus de Israel, a muitos deles mandou matar.
Nessa mesma
época viveu Elias, o tesbita, que era originário de Tesbi, na região da tribo
de Naftali, mais tarde chamada Galiléia. Elias amava a Deus, o Deus único e
todo-poderoso dos judeus.
Conhecendo
os desmandos de Jezabel e os caminhos pagãos pelos quais Acabe estava se
desviando, Elias desafiou os sacerdotes de Baal a lançar um raio do céu sobre
um altar de sacrifícios, enquanto ele, Elias, invocaria o deus de Israel. O
deus que respondesse com fogo, esse seria o verdadeiro. Apesar das invocações dos
sacerdotes de Baal, o altar só veio a incendiar-se à tarde, após as preces de
Elias.
Aproveitando-se
da situação e esquecendo-se de que Deus é Deus de misericórdia, de amor e de
perdão, Elias ordenou que lançassem mão dos profetas de Baal e os matassem. E
todos eles foram mortos degolados no ribeiro de Quizom. (I Reis, 18:40 e 19:1);
médium que era, Elias prosseguiu naquela encanação orientando o povo, falando e
agindo em nome de Deus. Mas aquela ordem para matar os sacerdotes de Baal ficou
indelevelmente gravada na sua consciência. Apenas o futuro lhe reservaria a
possibilidade de redenção.
A PROMESSA DE UM PRECURSOR DO MESSIAS
Havia quase
cinco séculos que a boca profética ali se calara e uma preocupação geral
dominava os corações. O povo de Israel havia sido avisado pelos profetas ha
muitos anos, de que Deus enviaria um Messias, que viria para orientar todos os
homens e mulheres de boa vontade. Antes, porém, Ele mandaria alguém, um mensageiro,
um precursor, que é aquele que anuncia um sucessor ou a chegada de alguém. E o
que vai adiante.
No livro profético
Malaquias, escrito após o cativeiro do povo hebreu na Babilônia,
aproximadamente no ano 480 a.C., encontra-se a promessa do Precursor, ou
daquele que viria antes:
“...Eis que
enviarei o meu mensageiro para que prepare um caminho diante de mim. Então, de
repente, entrará em seu Templo o Senhor que vós procurais;” (Malaquias 3:1).
“Eis que vos
enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia de Iahweh, grande e terrível.
Ele fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para
os pais, para que eu não venha ferir a terra com anátema”. (Malaquias 3:23).
A promessa
era a de que o próprio Elias voltaria para indicar aquele que seria o Cristo.
O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA
Aproximadamente
800 anos depois da época de Elias, no tempo em que reinava na Judéia o rei
Herodes, o Grande, existiu um sacerdote chamado Zacarias; sua mulher, Isabel,
era descendente de Arão, prima de Maria, futura mãe de Jesus.
Conforme
narra Lucas, estando Zacarias a exercer diante de Deus as lições sacerdotais,
um Espírito mensageiro trouxe-lhe o recado de que fora incumbido: “Não temas,
Zacarias, porque tua suplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher lhe dará um
filho, ao qual porás o nome de João.” (Lc 1:13-17). Zacarias, por ter duvidado
da mensagem do Espírito chamado Gabriel, permaneceu mudo ate o nascimento da
criança.
A TAREFA DE JOÃO BATISTA
No ano 15,
sob domínio do imperador romano Tibério, encontramos João Batista em sua
gloriosa tarefa de preparação do caminho à verdade, precedendo o trabalho
divino do amor, que o mundo conheceria em Jesus Cristo.
João não
permaneceu parado. Ele percorreu todos os lugares próximos ao rio Jordão,
proclamando o batismo do arrependimento, para que pudesse haver remissão dos
erros cometidos diante de Deus e dos homens. Ele pregava “o mergulho para a
reforma interior”.
Lucas
completa o perfil da tarefa de João quando cita as palavras de Isaias: “Voz do
que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor tornar retas suas veredas;
todo vale será aterrado e toda montanha ou colina será abaixada; as vias
sinuosas se transformarão em retas e os caminhos acidentados serão nivelados. E
toda a carne verá a salvação de Deus”. (Lc 3:4-6).
Tudo isso
pode ser interpretado moralmente, no sentido de preparar os homens para receber
as verdades a que Jesus viria pregar.
Mateus e
Marcos nos dão a descrição física do precursor e mensageiro de mais Alto (Mt
3:1-6 e Mc 1:1-6). Assim como Elias, o antigo profeta usava uma veste de “pelo
de camelo” (2 Reis, 1:7-8).
A palavra “veste”
compreende as duas pecas principais: a túnica e o manto. A túnica era presa aos
rins por um cinto de couro. Quanto à alimentação, alimentava-se de mel
silvestre e gafanhotos do deserto.
João Batista
foi a Voz clamante no deserto. Operário da primeira hora é ele o símbolo rude
da verdade que arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus
prevaleça nos corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a
espontaneidade do amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João
é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do
seu mundo interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua
realização com o Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: “Digo-vos que
entre os nascidos de mulher não há maior do que João; mas o menor no Reino de
Deus, é maior que ele”. (Lc. 7:28).
De caráter
enérgico, chamava o povo ao bom procedimento e, tal como Elias nos tempos
antigos, não aceitava o mau proceder. Surgiu como um orientador severo e
disciplinador diante do povo. Orientava: “Quem tiver túnicas, repartas com
aquele que nada tem, e quem tiver o que comer; faça o mesmo”. (Lc 3:11).
JOÃO ANUNCIA O VERDADEIRO MESSIAS
Havia entre
o povo judeu uma grande expectativa pela vinda do Messias que os libertaria do
jugo romano. Não seria João o Messias?
O precursor
explicava com simplicidade que a sua tarefa era de apenas preparar o caminho
para o Messias.
Por essas
afirmações de que ele não era o Messias, sacerdotes e levitas enviados pelos
judeus do Sinédrio lhe perguntaram: “Quem és então? És tu Elias?... És o
profeta?” (Jo 1:21).
A todas
essas indagações, ele respondeu negativamente, dizendo ser somente uma voz que
clama no deserto dos corações humanos.
Indignados, tomando
satisfações de seus atos, voltaram a perguntar: “Por que batizas, se não és o
Cristo nem Elias, nem o profeta?” (Jo 1:25), e ele novamente esclarece: “No
meio de vos está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, do
qual não sou digno de desatar a correia da sandália” (Jo 1:26-27), apontando
para Jesus.
O BATISMO DE JESUS
O bondoso
Espírito orientador de João, aquele que o havia orientado a batizar na água lhe
havia comunicado: “Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer é o
que batiza com o Espírito Santo.” (Jo 1:33).
“Nesse tempo
veio Jesus da Galiléia ao Jordão, até João a fim de ser batizado.” (Mt 3:13).
Ao ver Jesus
achegando-se, o vaso improvisado para o banho lhe escorregara da mão e ele
gritou sem poder dominar-se:
“Eis o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Este é de quem eu dizia: após mim
vem um que é maior do que eu; porque existia antes de mim. Não o conhecia eu;
mas, para o tornar conhecido de Israel é que vim com o batismo d’água e,
aproximando-se, disse-lhe:
“- Eu é que
tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?”
“- Deixa
estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça. Batizado,
Jesus subiu imediatamente da água, e logo os céus se abriram e ele viu o
Espírito de Deus descendo com uma pomba e vindo sobre ele.” (Mt 14:16).
Após o ato
singelo, ouviu-se uma voz: “Este é meu Filho querido, no qual pus a minha
complacência”. O evento de seu batismo por João marca o inicio da vida publica
de Jesus.
Tempos
depois, referindo-se a João, Jesus revela a seus discípulos: “E, se quiseres
dar crédito, ele é o Elias que deve vir. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mt 11:14).
Em outro
passo, Jesus, interrogado pelos discípulos sobre a vinda de Elias, respondeu:
“Eu vos digo, porém que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário,
fizeram com ele tudo quanto quiseram”. (Mt 17: 12).
PRISÃO DE JOÃO
Herodes
Antipas, em certa ocasião, fez uma viagem a Roma durante a qual visitou seu
irmão Filipe I, onde conheceu sua cunhada Herodíades e surgiu violenta paixão
entre ambos.
Herodíades,
além de ser sua cunhada de Herodes Antipas, também era neta de Herodes, o
Grande; filha de seu filho Aristóbulo. Portanto, ela também era sobrinha de
Antipas.
A união com
Herodíades, sua sobrinha e cunhada, causou escândalo entre os judeus, por
constituir adultério (Ex 20:14 e Lev 18:20 e 20:10), além de incesto (Lev
18:15). Ao chegar, Herodíades trazia consigo sua filha, que se chamava Salomé.
João
Batista, como em outros tempos fazia Elias contra Jezabel, repreendia o casal
publicamente, pela maneira escandalosa como viviam, já que eram péssimos
exemplos para o povo, e acabou sendo encarcerado.
Preso na
masmorra fria e sinistra de Maqueronte, João passou dez meses de doloroso
cativeiro demonstrando coragem férrea. Jamais temeu. Sentia interiormente que
aquela era à hora do testemunho.
A MORTE DE JOÃO
Herodíades
usa de um estratagema e instrui sua filha Salomé para que, ao dançar para
Herodes, o tetrarca, no dia de seu aniversario, pedisse-lhe a cabeça de João
Batista. Herodes não pode furtar-se, pois já havia prometido de antemão aquilo
que ela lhe pedisse. Assim, mandou degolar João batista no cárcere. (Mt 14:
10).
Cumpria-se,
desse modo, a Lei de Causa e Efeito: João Batista, cujo Espírito em encarnação
anterior animara a personalidade de Elias, o Tesbita, reparava, perante sua
própria consciência, o assassinato dos sacerdotes de Baal, junto ao rio Quizom,
mortos a espada por ordem dele.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
João
Batista, o precursor do Messias, nos ensinava: “Preparai o caminho do Senhor;
endireitai as suas veredas...”. Qual o significado desses ensinamentos?
Fonte da imagem: Internet Google.
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