CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

9ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Missão dos Apóstolos

Jesus ensinava por parábolas. Muitas vezes, os discípulos, após ouvirem uma parábola, não a compreendiam.

Como consta do Evangelho de Mateus, cap. 13, após Jesus ter contado a parábola do semeador à multidão: “Aproximando-se os discípulos, perguntaram-lhe: ‘Por que lhes falas em parábolas? ’Jesus respondeu: ‘Parque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. Pois aquele que tem, lhe será dado e lhe será dado em abundância, mas ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas: porque veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender, e “neles” que se cumpre a profecia de Isaias, que diz: Certamente haveis de ouvir e jamais entendereis, certamente haveis de enxergar e nada vereis ’.(...)” (Mt 13:10-14).

E adiante: “Mas felizes os vossos olhos, porque veem e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis e não ouviram”.

Por esta passagem, vemos que Jesus tinha um cuidado especial para ensinar seus discípulos que eram mais próximos. Essa atenção justificava-se exatamente porque eles estavam sendo preparados para assumir suas missões.

Os apóstolos, podemos deduzir pela análise conjunta dos Evangelhos, por certo tempo, nutriram a ideia comum aos judeus: a do Messias que iria libertá-los do jugo estrangeiro e se tomar um monarca.

Eles demoraram algum tempo para entender a verdadeira missão de Jesus, e também a natureza de seus próprios compromissos. É relevante citar também que, além dos doze discípulos que se tomaram apóstolos, muitos outros discípulos seguiram Jesus.

Em Lucas, 10:1, encontramos a citação da missão dos setenta e dois discípulos: “Depois disso, o Senhor designou outros setenta e dois, e os enviou dois a dois a sua frente a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: ‘A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para sua colheita. Ide! Eis que vos envio como cordeiros entre lobos.”

No discurso aos seus discípulos, Jesus faz diversas recomendações. Citemos algumas, como consta em Mateus, cap.10 e Lucas, caps. 9 e 10:

- “Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Dirigi-vos, antes, as ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus esta próximo”.

- “Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai”.

- “Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento”.

- “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudentes como as serpentes e sem malicia como as pombas”.

- “Por causa de mim, sereis conduzidos à presença de governadores e de reis, para dar testemunho perante eles e perante as nações. Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em saber como ou o que haveis de falar. Naquele momento o Espírito de vosso Pai é que falará em vós”.

Vemos nestas exortações do Mestre Maior, como em todas as outras que eram dirigidas especialmente aos seus discípulos, uma solicitação de algo mais, de um compromisso muito maior. Em geral, quando Jesus dirigia-se a multidão, sabendo a natural dificuldade do Ser, não lhes pedia além do que eles podiam compreender.

Assim, em regra, seus sermões eram mais esclarecedores, acolhedores, consoladores... Eram como sementes lançadas para germinarem futuramente com mais vigor; eram bálsamos que aqueciam os corações oprimidos e aflitos e despertavam a esperança na vida, despertavam naqueles que não tinham mais fé, por ver tanta iniquidade, despertavam a confiança em Deus, e especialmente a convicção na vida futura.

Para seus discípulos, no entanto - repetimos - vemos que o chamado é uma convocação para ir muito além. E, como em todo trabalho missionário, para dar largos passos, passos vigorosos de sacrifício, de renuncia, de superação.

Conclamou-os Jesus, como acima transcrevemos, a ir e propagar o Evangelho, anunciando o “Reino de Deus”, pois esse deve ser um dos principais objetivos de um cristão: difundir, espalhar, fazer a divulgação do Evangelho.

Conclamou-os o Mestre a levar alivio aos enfermos, sacrificando-se para levar conforto aos sofredores. E tudo isso gratuitamente, dando de graça o que de graça receberam. Foram conclamados a vencer todas as paixões humanas, como a cobiça e a vaidade. Foram inspirados a ter sabedoria e prudência para saber agir em cada circunstancia.

Foram, por fim, alertados que toda essa tarefa, todo esse trabalho despertaria a fúria e a animosidade de muitos, especialmente daqueles que não queriam ver o triunfo do Bem. E diante de todo esse panorama que lhes é apresentado, que faria muitos outros recuar, Jesus pede-lhes que tenham confiança, pois em todos os momentos difíceis que viriam o “Espírito de vosso Pai é que falará em vós”.

Após terem convivido por três anos com o Mestre, quando Jesus anunciou a sua partida, eles manifestaram medo e preocupação. Nós podemos ficar imaginando: Como seria conviver pessoalmente com Jesus? Como seria ouvir diretamente suas inigualáveis palavras? Como seria estarmos em sua presença, estarmos envoltos em sua luz resplandecente?

Com certeza, os discípulos, em companhia de Jesus, sentiam-se seguros, protegidos. Mas, a esta altura, a hora era chegada. Então Jesus disse-lhes: “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe nem se intimide vosso coração.” (Jo 14:27).

Ainda assim, como sabemos, dentre os doze apóstolos, apenas João acompanhou-o até o Gólgota - o local de sua crucificação. Todos os demais hesitaram e fugiram. Como citamos anteriormente, foi somente após o Pentecoste que os apóstolos compreenderam e assumiram integralmente suas missões.

Vemos que, em relação à vida e missão dos apóstolos, encontramos poucas informações nos Evangelhos. No entanto, embora sejam poucos os dados que temos, são estes suficientes para entendermos o caráter de suas missões, bem como constatar o fervor que cada um deles demonstrou.

Cairbar Schutel, na obra “Vida e Atos dos Apóstolos”, conclui: “A vida dos Apóstolos foi uma vida de trabalhos, de incessante luta pela difusão do Evangelho; foi uma vida de abnegação e ingentes sacrifícios; de verdadeiro desapego as coisas do mundo; de dares, de sofrimentos, mas lambem de gloria que não se extingue, de aquisição de tesouros que não perecem, de luzes que não se apagam, de verdades que nos conduzem as alturas, onde melhor compreenderemos a Deus e sua infinita sabedoria.”

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como podemos vivenciar, nos dias de hoje, as orientações de Jesus aos Apóstolos?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Schutel, Cairbar e Vida e Atos dos Apóstolos.
- Xavier, Francisco C./ Humberto de Campos - Boa Nova.


Fonte da imagem: Internet Google.

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