CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 10 de maio de 2016

8ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Jesus; Anunciação, Nascimento, Família, Vida Dos 12 Aos 30 - Formação Religiosa e Espiritual

Anunciação e Nascimento

As únicas fontes acerca da concepção e do nascimento de Jesus são os evangelhos de Mateus e Lucas. São narrativas que trazem informações distintas.

De acordo com a Bíblia de Jerusalém, em nota explicativa encontrada em Lucas 1:29, as narrativas de Lucas expressam o ponto de vista de Maria, enquanto Mateus apresenta-as pelo prisma de José.

Mateus aborda a concepção de Jesus, o conflito de José e a intervenção do plano espiritual em sonho, a visita dos reis magos, guiados pela estrela de Belém, a matança dos inocentes decretada pelo rei Herodes, a fuga da família de Jesus para o Egito e o retomo para Nazaré após a morte de Herodes.

Lucas aborda a anunciação feita pelo anjo Gabriel, a concepção de Jesus, o nascimento, o coro dos anjos anunciando aos pastores o nascimento de Jesus, a visita dos pastores a Jesus, a apresentação de Jesus no templo de Jerusalém, conforme costume da época.

Estas narrativas têm sido objeto de pesquisas cientificas que visam à construção do Jesus histórico. Hoje não existe qualquer dúvida sobre a existência histórica de Jesus e há um bom levantamento dos aspectos culturais, sociais da época, que nos fornecem um panorama da sociedade ao tempo de Jesus. Mas, muitas perguntas permanecem sem respostas conclusivas. Entre estas perguntas estão: Jesus teria nascido em Belém? Herodes teria decretado a matança dos inocentes? Jesus teria permanecido no Egito até a morte de Herodes?

Quem eram os reis magos e Jesus teria sido visitado por eles? Essas narrativas são lendas criadas em torno de Jesus, no processo de mistificação ocorrido ao longo dos séculos?

São perguntas, cujas respostas têm importância apenas relativa, na medida em que o essencial é a mensagem, a vida, os exemplos de Jesus.

Aqui, destacaremos alguns pontos fundamentais: a anunciação, a concepção de Jesus, sua família, a infância, Jesus dos 12 aos 30. Abordaremos também a seguinte questão: Jesus era o Messias?

A ANUNCIAÇÃO

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: Alegra-te cheia de graça, O Senhor está contigo”.

Ela ficou intrigada com essa palavra e pôsse a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberas no teu seio e darás a luz um filho, e tu o chamaras com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim.” (Lc 1:26-33).

O evangelho de Lucas revela-nos a beleza poética do anuncio feito pelo anjo Gabriel a Maria, vaso escolhido para ser a mãe de Jesus, bem como lhe fala da excelsa missão de que Jesus fora investido por Deus, nosso Pai.

0s evangelhos estão repletos de fenômenos espíritas, evidenciando o intercambio constante entre o céu e a terra, a amorosa solicitude dos mensageiros de Deus, acendendo clarões imortais na face da Terra.

Abordaremos na sequência, a narrativa de Mateus, para nos determos no estudo da concepção virginal de Jesus.

A CONCEPÇÃO DE JESUS

Vejamos a narrativa de Mateus, capitulo 1, versículos de 18 a 25: “A Origem de Jesus Crista foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com Jose, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segurança. Enquanto assim decidia, eis que a Anjo do Senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher pois o que nela foi gerada vem do Espírito Santo. Ela dará a luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvara o seu povo dos seus pecados. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho e a chamará a com o nome de Emanuel, o que traduzido significa ‘Deus está conosco’. José, ao despertar do sono, agiu conforme a Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher. Mas não a conheceu até o dia em que ela deu a luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus.”

O evangelho de Mateus se dirigia particularmente aos judeus e ele tinha o objetivo de evidenciar que Jesus era o Messias aguardado ha séculos, aquele de quem tantos profetas haviam falado. Para evidenciar isto, Mateus faz constantes alusões às escrituras antigas, inserindo-as no seu evangelho.

No tocante a concepção de Jesus, Mateus cita o profeta Isaias. No entanto, na Bíblia de Jerusalém, encontramos em Isaias, capitulo 7, versículo 14, a seguinte profecia: “Eis que a jovem está grávida e dará a luz um filho e dar-lhe-ei o nome de Emanuel.”

Em nota explicativa referente a Isaias 7: 14, a Bíblia de Jerusalém diz o seguinte: “A tradução grega traz a “virgem” precisando assim o termo hebraico almah, que designa quer a donzela, quer uma jovem casada recentemente, sem explicitar mais. Ou seja, a Bíblia de Jerusalém é fiel ao texto original hebraico, em Isaias 7:14, no qual a palavra não é ‘virgem’, mas ‘almah’, ou seja, uma moça, mas em Mateus 1:23, o termo é “virgem” utilizado na tradução grega da Septuaginta, combinando com a interpretação católica.

Voltando ao Evangelho de Lucas, nos perguntamos: O texto atual de Lucas contém a ideia de uma concepção virginal? Se contém, teria essa ideia sido introduzida posteriormente sendo que no relato original ela não existia? O que se verifica é que não ha nenhuma declaração explicita de que Maria e Jose não tenham se unido após a anunciação.

Destacando Lucas 1:34 onde se lê: “Maria, porém, disse ao anjo: Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?” Podemos compreender que no momento da anunciação, Maria não teria ainda se unido a José, o que não quer dizer que não tenha feito posteriormente.

A profecia de Isaias (7:14) inserida em Mateus 1:23, daria fundamentação à ideia da concepção sobrenatural de Jesus, transformando-se mais tarde num dogma da Igreja. A partir do momento em que a Igreja declara que Jesus é Deus (século IV), Jesus só poderia ter sido gerado pelo “Espírito Santo”.

Tudo indica que ao tempo dos apóstolos, e, portanto, do aparecimento dos evangelhos, não havia a ideia de que Jesus havia sido concebido de forma sobrenatural. O apostolo Paulo não faz menção a isto em suas epistolas. Em suas viagens missionárias, Paulo percorreu uma boa parte do mundo conhecido de então e se não fez menção a concepção virginal era porque não era doutrina corrente no seu tempo. Caso isto tivesse sido apregoado, ele, que sempre foi muito atento na observação de desvios doutrinários, telo ia abordado o assunto. Registramos em sua epistola aos Gálatas (4:4) o seguinte: “...Enviou Deus o seu filho, nascido de mulher; nascido sob a Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei,...”

A ideia da concepção e do nascimento virginais são acomodações posteriores e foram introduzidas no texto, de forma incompetente, forçando-o a dizer, em alguns versículos, o que outros contradizem, explícita ou implicitamente.

Jesus foi concebido de acordo com as leis naturais. Nada ocorre fora das leis naturais, que são divinas e imutáveis. Podemos compreender o termo virgem como uma metáfora, para nos referimos ao coração lirial de Maria, um Espírito de alta envergadura, missionária, cuja grandeza lhe facultou a condição de ser mãe de Jesus, aceitando, incondicionalmente, a incumbência de orientar-lhe os passos e acompanhá-lo em pleno exercício de sua excelsa missão, até o desfecho doloroso do calvário e prosseguir como apoio amoroso aos cristãos de todos os tempos.

A FAMÍLIA DE JESUS - JESUS TINHA IRMÃOS?

Em Lucas, 2:7, encontramos: “... e ela deu á luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura porque não havia um lugar para eles na sala”.

Pela narrativa, podemos concluir que não havia nesse tempo, a tradição de que Jesus fosse filho único. O termo primogênito e não unigênito (único filho gerado) deixa claro que Lucas não pretendeu apresentar Jesus como filho único de Maria.

Os evangelhos bem como Atos dos Apóstolos fazem referência aos irmãos de Jesus. Em Mateus (13:55-56) encontramos: “Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas entre nós?”

Há outra referência em Mateus (12:46): “Estando ainda a falar às multidões, sua mãe e seus irmãos estavam fora, procurando falar-lhe”, e em nota explicativa a este versículo, a Bíblia de Jerusalém, coerente com a postura dogmática, declara que os irmãos ai referidos não eram filhos de Maria, mas parentes próximos, por exemplo, primos, que o hebraico e o aramaico também chamavam irmãos.

Porém, além das evidências encontradas no Novo Testamento acerca dos irmãos de Jesus, prevalece hoje, em função das pesquisas históricas, a ideia de que Jesus teve irmãos e irmãs.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Jesus nasceu em uma manjedoura. Emmanuel refere-se a momento como “ponto inicial da lição salvadora do Cristo como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes”. Reflita e comente as palavras de Emmanuel.


Fonte da imagem: Internet Google.

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