CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

3ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Parábolas e Ensinamentos de Jesus Sobre a Valorização Do Trabalho

Parábola dos Talentos, Parábola dos Vinhateiros Homicidas, Reconhece-se o Cristão pelas Suas Obras

PARÁBOLA DOS TALENTOS

“Pois será como um homem que, viajando para o estrangeiro, chamou seus servos e entregou-lhes seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, a outro um. A cada um de acordo com sua capacidade. E partiu. Imediatamente, o que recebera cinco talentos saiu a trabalhar com eles e ganhou outros cinco. Da mesma maneira, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas aquele que recebera um só, tomou-o e foi abrir uma cova no chão. E enterrou o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e pôs-se a ajustar contas com eles. Chegando aquele que recebera cinco talentos, entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor tu me confiaste cinco talentos. Aqui estão outros cinco que ganhei!’ Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ Chegando também o dos dois talentos, disse: ‘Senhor tu me confiaste dois talentos. Aqui estão outros dois talentos que ganhei!’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor! 'Por fim, chegando o que recebera um talento, disse: ‘Senhor eu sabia que és homem severo, que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar o teu talento no chão. Aqui tens o que é teu’. A isso respondeu-lhe o senhor: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que colho onde não semeei e que ajunto onde não espalhei? Pois então devias ter depositado o meu dinheiro com os banqueiros e, ao voltar receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento que tem e dai-o aquele que tem dez, porque a todo aquele que tem será dado e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!’.” (Mt 25: 14-30).

Esta parábola mostra-nos o trabalho que deve ser exercido pelo Homem para que os bens que estão sob sua guarda frutifiquem.

“Talento” era uma moeda de prata da época de Jesus e ele utilizou seu simbolismo para representar os valores morais. Os “talentos” são, portanto, todos os recursos que recebemos para serem empregados na transformação de nós mesmos e na prática contínua da fraternidade.

Nesta parábola, encontramos a figura do homem que viaja o senhor (Deus) e três servos (a Humanidade), que recebem uma incumbência importante, segundo a capacidade de cada um, que era a de cuidar e multiplicar os talentos que seu senhor deixou em suas mãos.

Os dois primeiros Servos sabiam o que o senhor esperava deles e foram previdentes, executando com presteza sua tarefa e foram recompensados por isso: “Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor”; mas o terceiro servo, por preguiça, omissão, avareza ou ignorância, nada fez para multiplicar o valor que lhe foi confiado e sofreu as amargas consequências de sua negligência.

Quando reencarnamos, podemos vivenciar extremos opostos: riqueza e pobreza, inteligência ou ausência do conhecimento, etc. Cada uma dessas experiências são oportunidades de crescimento.

Assim, cada um de nós, ao reencarnar, recebe inúmeros “talentos”, podendo ser materiais, como a riqueza, a saúde, a beleza, a posição social; ou espirituais, como a inteligência, a mediunidade, etc.

Pelo livre arbítrio, podemos, entretanto, usá-los de acordo com a nossa vontade, aplicando para o bem ou para o mal. Mas a consequência do emprego que dermos a esses bens, determinara nosso estado futuro.

Quando não empregamos esses recursos ou potencialidades em benefício de nosso semelhante é como que se os enterrássemos.

Dons preciosos que poderiam vir a beneficiar a muitos, mas ficam, neste caso, “embaixo da terra”.

O resultado futuro está contido na parábola: “Tirai-lhe o talento... Quanto ao servo inútil, lançai-o fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!”

O ensinamento não podia ser mais claro. Segundo nossas decisões, se não multiplicarmos nossos talentos, eles nos serão tomados... E, como ensina-nos a Doutrina Espírita, sentiremos todas as aflições daqueles que “perderam o seu dia”, ou seja, desperdiçaram a sua existência.

Vale, por fim, lembrar que a “Parábola das Dez Minas”, relatada em Lucas (19:11-27), pode ser interpretada do mesmo modo que esta.

PARÁBOLA DOS VINHATEIROS HOMICIDAS (OU DOS LAVRADORES MAUS)

“Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, abriu nela um lagar e construiu uma torre, Depois disso, arrendou-a a vinhateiros e partiu para o estrangeiro. Chegada á época da colheita, enviou seus servos aos vinhateiros, para receberem os seus frutos. Os vinhateiros, porém, agarraram os servos, espancaram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro. Enviou de novo outros servos, em maior número do que os primeiros, mas eles os trataram da mesma forma. Por fim, enviou-lhes o seu filho, imaginando: ‘Respeitarão meu filho’. Os vinhateiros, porém, vendo o filho, confabularam: ‘Este é o herdeiro: vamos! matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança ’. Agarrando-o, lançaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando vier o dono da vinha, que fará com estes vinhateiros?’ Responderam-lhe: ‘Certamente destruirá de maneira horrível esses infames e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo devido ’. Disse-lhes então Jesus.' ’Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; pelo Senhor foi feito isso e é maravilha aos nossos olhos?’

Por isso vos afirmo que o Reino de Deus vos será tirado e confiado a um povo que o fará produzir seus frutos. Aquele que cair sobre esta pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair ficara esmagado. “Os chefes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, perceberam que Jesus se referia a eles.” (Mt 21:33-45).

A vinha desta parábola foi bem descrita por Jesus. Seu dono não se limitou a plantá-la, mas a cercou, colocou ali um lagar (local usado para a fabricação do vinho), que simboliza os meios de purificação espiritual acessíveis aos homens, e ainda construiu uma torre, onde ficavam guardas para protegê-la. Era uma propriedade muito bem equipada, completa.

Deus é o proprietário desta vinha (a fazenda equipada), que significa todos os bens que Ele oferece aos homens (os lavradores arrendatários), para fazê-la produzir, dando a eles os meios (o conhecimento de Sua Lei) de vigiarem e protegerem a propriedade.

Esses vinhateiros simbolizam aqueles que têm como tarefa ensinar e praticar essa Lei: são os sacerdotes e condutores das inúmeras religiões antigas ou atuais. Os frutos são as ações praticadas durante o arrendamento.

Os primeiros servos, feridos, apedrejados e mortos representam os profetas da Antiguidade como Moises, Daniel, Elias e muitos outros; os outros servos, que vieram depois e eram em maior número, são os que vieram na época de Jesus e que sofreram e foram exterminados por seguirem os ensinamentos do Mestre.

E o filho do dono da vinha é o próprio Jesus! Os sacerdotes e os fariseus compreenderam que Jesus falava deles, pois sabiam que seu comportamento perante a Lei era hipócrita; cultivavam as práticas exteriores e as cerimônias faustosas, e sob um aspecto de severidade moral, tinham uma vida desregrada.

O povo judeu havia sido escolhido e preparado para receber o Messias, por serem monoteístas. E o Mestre avisou-os que o Reino de Deus, que eles não haviam respeitado e compreendido, seria, por isso, entregue a outro povo para que produzisse frutos; a palavra de Deus foi então pregada a outros povos.

Através dos tempos, muitos tiveram a oportunidade de propagar a mensagem de Jesus, ajudando a fazer germinar o Reino dos Céus nos corações humanos; mas não são poucos os que se perderam no orgulho, na vaidade, no apego as ilusões terrenas e não vivenciaram a moral do Evangelho.

O Espiritismo veio então, a seu tempo, recordar e reviver os ensinamentos de Jesus, reascendendo o desejo de cultivar o sentimento de igualdade entre irmãos e a fraternidade entre os povos.

RECONHECE-SE O CRISTÃO PELAS SUAS OBRAS

“Nem todo aquele que me diz ‘Senhor; Senhor ’ entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus.” (Mt 7:21).

Esta passagem ressalta a essência do verdadeiro Cristianismo, que implica em constante disposição para o aprendizado e também em ação constante para empregar em nossa vida todos esses ensinamentos preciosos que nos foram deixados por Jesus.

Assim, de nada adiantaria, apenas, dizer-se cristão; de nada adiantaria frequentar todos os eventos religiosos se não houvesse renovação, de nada adiantaria esses atos exteriores se a mensagem do Cristo não nos transformasse profundamente, fazendo-nos enxergar novas possibilidades, novas perspectivas de vida, todas elas baseadas nos preceitos ensinados pelo Mestre. Ensinamentos esses que nos conduzem as ações virtuosas, aos atos de compreensão e generosidade.

Os verdadeiros cristãos são, dessa forma, reconhecidos por suas obras. Como nas seguintes frases pronunciadas por Jesus:

“Pelo fruto reconhece-se a árvore”, e ainda: “Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo.” Eis as palavras do Mestre!

Mas, a História mostra-nos o que muitos homens fizeram com o Cristianismo, desvirtuando a mensagem de Jesus, adequando-a a seus interesses, monopolizando o conhecimento, distorcendo a verdade e corrompendo muitas mentes.

Esta mensagem convida-nos para cultivarmos a árvore da vida, da forma que o Cristo deixou-nos, cuidando dela com amor, e assim ela florescerá.

Nas grandes lições de Jesus, veremos que em todas elas haverá sempre uma ação positiva que somos convocados a empreender. Fazer o bem, a propósito, não é apenas não fazer o mal, mas é agir positivamente: “A fé sem obras é morta”.

Jesus, por isso, não apenas ensinava verbalmente, mas agia sempre com virtude, com generosidade, com a máxima caridade, demonstrando, em todos os momentos, a aplicação da Lei Maior.

É isso que confere a mais absoluta credibilidade as lições do Mestre, pois não houve uma virtude sequer que ele tenha ensinado e não exemplificado. Todas elas foram demonstradas. Ser cristão é bem mais do que ter apenas a crença em Deus, mas é buscar, constantemente, fazer com que essa crença impulsione-nos a grandes passos, a grandes atos de amor, de benevolência, de caridade...

Ser cristão é praticar o bem e se esforçar para propagar a mensagem do Cristo por todos os lugares em que estivermos.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XVIII, item 16, o Espírito Simeão afirma: “Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras”.

E nos ensina: “Quais os frutos que a árvore do Cristianismo deve dar; árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas ainda não abrigaram a todos os que devem reunir-se em seu redor? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé”.

“(...) Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem- amados! Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. (...) Ide, pois, procurar os necessitados; conduzi-os sob as ramagens da árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. (...) Meus irmãos, afastai-vos, pois, dos que vos chamam para apontar os tropeços do caminho, e segui as que vos conduzem a sombra da árvore da vida."

QUESTÃO REFLEXIVA:

Na vida diária, como você está administrando os “Talentos” que recebeu?


Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário