CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 26 de março de 2015

2ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

CONHECE-SE A ÁRVORE PELOS FRUTOS

Porque não é boa árvore a que dá maus frutos, nem má árvore a que dá bons frutos. Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu fruto. Porque nem os homens colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do mau tesouro tira o mal. Porque, do que esta cheio o coração, disso é que fala a boca. (Lucas VI: 43-45).

Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas, e por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Por ventura os homens colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Assim, toda árvore boa dá bons frutos, e a árvore má dá maus frutos. Não pode uma árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos. Toda árvore que não dá bons frutos será cortada e lançada ao fogo.
Assim, pois, pelos seus frutos as conhecereis. (Mateus, VII: 15-20).

E respondendo Jesus, lhes disse: vede, não vos engane alguém; porque virão muitos em meu nome, dizendo:
Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. - E levantar-se-ão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E porquanto multiplicar-se-á a iniquidade, se resfriará a caridade de muitos. Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo. - Então, se alguém vos disser: Olhai, aqui está o Cristo; ou, ei-lo acolá, não lhe deis crédito.
Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão grandes prodígios, e maravilhas; tais, que, se fora possível, até os escolhidos se enganariam. (Mateus, V:4-5, 11-13, 23-24, e semelhante em Marcos, XIII: 5-6, 21-22.).

Os fenômenos espíritas, longe de confirmarem os falsos cristos e os falsos profetas, como algumas pessoas gostam de dizer, vem, pelo contrário, dar-lhes o ultimo golpe. O Espiritismo declara formalmente que não produz milagres. Da mesma maneira que a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia, revelaram as leis do mundo material, ele vem revelar outras leis desconhecidas, que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual. Essas leis, tanto quanto as científicas, pertencem à natureza. Dando, assim, a explicação de uma ordem de fenômenos até agora incompreendidos, o Espiritismo destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.

Como se vê os que fossem tentados a explorar esses fenômenos em proveito próprio, fazendo-se passar por enviados de Deus, não poderiam abusar por muito tempo da credulidade alheia, e bem logo seriam desmascarados. Alias, como já ficou dito, esses fenômenos nada provam por si mesmos: mas se prova por condições morais, que nem todos podem produzir. Esse é um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita, que, pesquisando a causa de certos fenômenos, levanta o véu de muitos mistérios. Os que preferem a obscuridade à luz são os únicos interessados em combatê-la. Mas a verdade é como o sol: dissipa os mais densos nevoeiros.

O Espiritismo vem revelar outra categoria de falsos cristos e de falsos profetas, bem mais perigosa, e que não se encontra entre os homens, mas entre os desencarnados. É a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da terra para a erraticidade, e se disfarçam com nomes veneráveis, para procurar, através da máscara que usam, tornar aceitáveis as suas ideias, frequentemente as mais bizarras e absurdas.

Antes que as relações mediúnicas fossem conhecidas, eles exerciam a sua ação de maneira mais ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, auditiva ou de incorporação.

O número dos que, em diversas épocas, mas, sobretudo, nos últimos tempos, se apresentaram como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, sua mãe, e até mesmo como Deus, é considerável. São João nos põe em guarda contra eles, quando adverte: “Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.

O Espiritismo nos oferece os meios de experimentá-los, ao indicar as características pelas quais se reconhecem os Bons Espíritos, características sempre morais e jamais materiais. E, sobretudo, ao discernimento dos Bons e dos Maus Espíritos, que podemos aplicar as palavras de Jesus: “Reconhece-se a árvore pelos seus frutos; uma boa árvore não pode dar maus frutos, e uma árvore má não pode dar bons frutos.” Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como a árvore pela qualidade de seus frutos.

Mas essas palavras também se aplicam ao verdadeiro cristão, ao verdadeiro espírita.
“O espírita é reconhecido pelo esforço que faz para sua transformação moral e para vencer suas tendências para o mal.” (Allan Kardec ESE - Cap. XVII- item 4).

O verdadeiro espírita é aquele que aceita os princípios básicos da Doutrina Espírita. Quando se pergunta ao praticante: você é espírita? Comumente ele responde: “Estou tentando”. Na verdade, a resposta deveria ser sem hesitação: Sou espírita!!! Quanto ao fato de ser perfeito ou qualquer qualificação moral é outro assunto, que não exime o espírita de ser incisivo na sua resposta. Nesse ponto, o praticante não tem que hesitar na sua definição, porquanto Allan Kardec foi claro no seu esclarecimento ao afirmar que se reconhece o espírita pelo seu esforço, pela sua transformação moral, e não pelas suas virtudes ou pretensas qualidades, raras nos habitantes deste Planeta.

O que acontece com frequência, seja no caso do iniciante ou mesmo com os mais antigos na Doutrina é que é mais Cômodo não assumir uma postura mais responsável sem se comprometer com a própria renovação interior permanecendo com um “pé na canoa e outro na terra”.

Assim, conhece-se a árvore pelos seus frutos; vale tanto para os desencarnados quanto para os encarnados.

Com sua lucidez de sempre, Allan Kardec afirma que bem compreendido, mas, sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados de caráter e conduta, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um é o mesmo que o outro.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo, - cap. XXI, itens 1 a 3, cap. XV itens 8 a 1o;

Bibliografia Complementar:

O Espírito da verdade - Diversos Espíritos - itens 28 e 86.

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