CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

4ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO - FEESP

LEI DE ADORAÇÃO

FINALIDADE DA ADORAÇÃO - ADORAÇÃO EXTERIOR - VIDA CONTEMPLATIVA – POLITEÍSMO – SACRIFÍCIOS

FINALIDADE DA ADORAÇÃO

Adorar é gostar muito, extremamente. Essa expressão é empregada para definir o culto a divindade. Adorar a Deus é buscar a comunhão com Ele.

O ato de adoração está contido na lei natural que rege a vida no universo e impulsiona o processo evolutivo das criaturas, independente do grau de Cultura, pois em todas as épocas, todos os povos praticaram, a seu modo, atos de adoração a um Ente Supremo, o que demonstra ser a ideia de Deus inata e universal.

Com efeito, jamais houve quem não reconhecesse intimamente sua fraqueza, e a consequente necessidade de recorrer a alguém, todo poderoso, buscando Lhe o arrimo, o conforto e a proteção, nos transes mais difíceis desta tão atribulada existência terrena.

ADORAÇÃO EXTERIOR

Desde os primórdios vemos alguns núcleos religiosos utilizando a idolatria como tradição fundamental para manter viva a chama da fé.

Esse hábito vinculou-se tão profundamente ao espírito popular que, mesmo o Espiritismo trazendo o conhecimento da fé raciocinada, às vezes encontramos quem substitua ídolos inertes por companheiros de carne e osso.

A Adoração não precisa de manifestações exteriores, pois o que importa é a sinceridade de sentimentos e sua intenção. No entanto, existem aqueles que têm necessidade de imagens, roupas especiais, ritos e gestos para concretizar a adoração.

Tempos houve em que cada família, cada tribo, cada cidade e cada raça tinham os seus deuses particulares, em cujo louvor o fogo divino ardia constantemente nos altares dos templos que lhes eram dedicados.

Em sua imensa ignorância, os homens sempre imaginaram que, tal qual os chefes tribais ou os reis e imperadores que os dominavam aqui na Terra, também os deuses fossem sensíveis as manifestações do culto exterior.

O monoteísmo depois de muito tempo impôs se ao politeísmo, e seria de crer-se que, com esse progresso, compreendendo que o Deus adorado por todas as religiões é um só, os homens passassem, pelo menos, a respeitar-se mutuamente, mas, não foi, porém, o que sucedeu. Os próprios cristãos, séculos pós séculos, contrastando com os ensinos de Jesus, empolgados pelo fanatismo, não hesitaram em trucidar milhares de irmãos que cultuavam Deus de forma diferente.

É necessário compreendermos a impropriedade da adoração exterior de qualquer natureza, fugindo, entretanto da violência, no culto do respeito diante das convicções alheias, de modo a servirmos na libertação mental dos outros pelo bom exemplo.

O tempo e a energia desperdiçados, outrora, a frente de ídolos mortos, devem ser aplicados na edificação do bem desinteressado, de maneira a substancializarmos o ideal religioso, no progresso e na educação, antegozando as realidades da vida Gloriosa.

VIDA CONTEMPLATIVA

A vida contemplativa é inoperante e, portanto sem mérito perante Deus.

Muitas vezes tal opção significa fuga ante as situações sociais, tais como desilusão, fanatismo, fraquezas, dificuldades.

A renúncia ao convívio social, familiar ou a união afetiva só tem mérito se for para servir ao próximo, pois é na convivência diária com seu semelhante, no difícil exercício do amor e do perdão, que se evolui e se expressa a verdadeira adoração a Deus.

Jesus, nosso modelo a ser seguido, orava, porém, muito trabalhou para o reerguimento dos necessitados do corpo e da alma. A fé sem obras é morta.

Para fazer o bem, é sempre necessário a ação da vontade, mas para não fazer o mal bastam frequentemente a inércia e a negligência (ESE cap.XV item 10).

A Doutrina Espírita é objetiva: sempre que o “móvel” da atitude for o egoísmo, nada terá valor.

POLITEÍSMO

O politeísmo foi uma das crenças mais antigas espalhadas pelo mundo, em razão do atraso moral e intelectual da humanidade (era atribuído nome de Deus a tudo o que não se podia explicar como sol, chuva, raios, agricultura, etc.)

A palavra Deus tinha entre os antigos uma acepção muito extensa; não era como em nossos dias uma designação do Senhor da Natureza, mas uma qualificação genérica de todos os seres não pertencentes às condições humanas.

A concepção de um Deus único não poderia existir no homem senão como resultado da aquisição gradual de conhecimento. Porém, em todos os tempos houve homens esclarecidos, que compreenderam a existência de um Deus único.

O Cristianismo, vindo aclarar o mundo com a sua luz divina, fez com que a adoração voltasse para Aquele a que realmente pertence.

SACRIFÍCIOS

Estudando a história das religiões, verifica-se que o oferecimento de sacrifícios a Divindade remonta a um passado que perde-se na noite das idades.

As oferendas, que a principio eram de frutos da terra, passaram a constituir-se de animais e mais tarde em sacrifícios humanos.

Devido seu atraso moral, não conseguiam conceber a Divindade com os atributos da perfeição, acreditando que o holocausto era mais valioso quanto mais importante fosse a vitima (Ver III Livro de Reis, cap. 19 v.22 a 40) (Genesis cap. 22 imolação suspensa de Isaac).

O que nos importa é saber que se naquele tempo os povos eram dominados por instintos animais e por isso geralmente cruéis; ele foi desenvolvendo seu senso moral e modificando a maneira de ver esses sacrifícios.

Deus jamais exigiu sacrifícios. Ele não pode ser honrado com a destruição inútil de sua própria criação (LE 669b), nem mesmo aceitar as macerações e as penitências que certos religiosos impõem a si mesmos.

Usando a razão e o bom senso, concluímos que para agradar a Deus melhor seria transformar a homenagem em ajuda aos necessitados, em consolo para os que sofrem, ou ainda em prece proferida com sinceridade e humildade.

O único sacrifício abençoado por Deus é aquele que se faz por amor e em beneficio do próximo, pois Deus abençoa sempre os que praticam o bem (LE 673).

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Introdução - “O Problema Religioso”. Livro 2°, Cap. IX, questão 537; Livro 3°, cap. II, - questões 647 a 673;

KARDEC, Allan - A Gênese - cap. I, itens 7 a 9; cap. II, itens 5, 7, 17 a 19, 22; C311 XII, itens 43, cap. XIII, item 18;

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. I, itens 1 a 5 e 9; cap. X, item 7; cap. XV, itens 3, 6; 10 e 13; cap. XIX, itens 11 e 12; cap. XXIII, itens 9 a 14;

KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I; cap. II; questões 161 e 162;


Fonte da imagem: Internet Google.

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