PARANORMALIDADE OU MEDIUNIDADE?
“Parapsicologia
é o processo cientifico de investigação dos fenômenos inabituais, de ordem
psíquica e psicofisiológica, e tem como objeto, os fenômenos psíquicos não
habituais, mas apesar disso naturais, comuns a toda espécie humana. Esses
fenômenos considerados parapsicológicos são de ordem vital, psíquica e física”.
(J.H.Pires)
O Prof.
Ernesto Bozzano, em sua obra “Animismo ou Espiritismo?”, publicada em 1944, sustenta
a tese, cuja discussão fundamental e de indiscutível importância é a de que “as
faculdades supranormais subconscientes não são e não podem ser fruto da
evolução biológica da espécie”. Além disso, refuta a hipótese de que estas faculdades
se destinem a emergir e fixar-se na espécie, no porvir. (Pag. 16 e 21)
A tese foi
apresentada em 1937, a convite do Conselho Diretor do Congresso Espírita
Internacional, de Glasgow, que propôs ao nobre pesquisador o tema “Animismo ou
Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?”, ao que respondeu
logo no prefácio de sua obra: “Nem um nem outro logra, separadamente, explicar
o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não
podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única e esta causa é o
Espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes, durante a
encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta
mediunicamente, durante a existência “desencarnada”, determina os fenômenos
espiríticos.”
Em suas
pesquisas, Ernesto Bozzano observou inúmeros casos ou “episódios de fenômenos
anímicos” como “leitura do pensamento”, “telepatia”, “visão de corpos opacos”,
“clarividência no presente, no passado e no futuro”, fenomenologia que para o
nobre pesquisador foi suficiente para fazê-lo chegar às conclusões a que se propunha:
a demonstração de que “o animismo prova o Espiritismo”
Baseado em
sua pesquisa psíquica desenvolvida ao longo de quarenta anos, afirma que “as
condições requeridas para que as faculdades sensoriais normais cheguem a
despontar e evolver são diametral e irredutivelmente contrarias as que se
exigem para que as faculdades supranormais subconscientes cheguem a surgir e
exteriorizar-se...”
Explica o
nobre cientista que a Gênese e a evolução dos órgãos dos sentidos e das
faculdades psíquicas normais se executam necessária e exclusivamente no plano
da vida de relação, sob a forma de uma reação continua e complexa, contra os
estímulos exteriores. O que equivale a dizer que se executa no plano da consciência
normal, que é aquele no qual se desenvolve, para o ser vivo, a luta pela vida.
E toda a atividade organizadora da evolução biológica se exercita por meio de
uma lei que é a da “seleção natural”.
Quanto as
faculdades supranormais subconscientes, em vez de se exercitarem no plano da
consciência normal, somente surgem sob a condição de que as funções da vida de
relação se achem temporariamente abolidas ou apagadas, dependendo do grau, mais
ou menos profundo, de inconsciência em que esteja o sensitivo (médium), o grau
de maior ou menor perfeição com que elas se exteriorizam.
As
faculdades supranormais como patrimônios do Espírito, aguardam para emergir e
exercitar-se plenamente, no ambiente espiritual que sucede a vida material.
Mencionando
as palavras do Dr. Gustavo Geley, cientista francês, autor da obra “Do
Inconsciente ao Consciente”, o ilustre pesquisador demonstra a
inconciliabilidade das faculdades supranormais da telepatia, da telestesia, da
clarividência no passado, no presente e no futuro, com o desenvolvimento
regular e natural da existência terrena.
Os poderes
das faculdades supranormais subconscientes se circunscrevem dentro de limites
definidos estabelecidos pela “lei de afinidade”, que governa o universo físico
e o psíquico, que se expressa sob a “lei de relação psíquica”. Todo semelhante
atrai semelhante, esta é a lei de afinidade universal a qual temos que nos harmonizar.
Assim,
fazendo-se uma analogia ao mecanismo do rádio que deve ser regulado com o
“comprimento de onda” que se pretenda captar, para que as subconsciências
humanas recebam e registrem as vibrações psíquicas, necessário estarem
reguladas pelo “comprimento de onda” correspondente a “tonalidade vibratória”
que diferencia de outra qualquer a pessoa ausente que se procura.
Ernesto
Bozzano tece também em seu minucioso trabalho da seguinte questão: se ainda se
discute a autenticidade de algumas categorias de fenômenos físicos de
mediunismo, já se não discute a existência de faculdades supranormais
subconscientes, existência que todos reconhecem, graças, sobretudo, a obra de
dois pesquisadores, considerados pelo mestre, geniais: o professor Charles
Richet e o Doutor Eugene Osty.
Contudo,
conforme ressalta o ilustre pesquisador, as comunicações mediúnicas entre vivos
provam a realidade das comunicações mediúnicas com os mortos.
Diz ele:
“Não esqueçamos que a denominação de fenômenos mediúnicos propriamente ditos
designa um conjunto de manifestações supranormais, de ordem física e psíquica,
que se produzem por meio de um sensitivo a quem é dado o nome de médium, por se
revelar qual instrumento a serviço de uma vontade que não é a sua. Ora, essa
vontade tanto pode ser a de um defunto, como a de um vivo. Quando a de um vivo
atua desse modo, a distância, somente o pode fazer em virtude das mesmas
faculdades espirituais que um defunto põe em jogo. Segue-se que as duas classes
de manifestações resultam de naturezas idênticas, com a diferença, puramente
formal, de que, quando elas se dão por obra de um vivo, entram na órbita dos
fenômenos anímicos propriamente ditos, e quando se verificam por obra de um
defunto, entram na categoria, verdadeira e própria, dos fenômenos espíritas.
Evidencia-se, portanto, que as duas classes de manifestações são complementares
uma da outra, a tal ponto que o Espiritismo careceria de base, dado não
existisse o Animismo”.
Em seu livro
“Metapsíquica Humana”, cap. IV assevera que o “Animismo e Espiritismo”
representam o duplo aspecto pelo qual se apresenta a mesma fenomenologia, que
provém de uma causa única, constituída pelo Espírito humano, na sua dupla fase
de existência: a “encarnada” e a “desencarnada”.
Seus estudos
lograram ainda demonstrar a preexistência da alma, propondo, portanto, a partir
da vasta gama de experiências realizadas, sérias reflexões de ordem moral e
filosófica a respeito das comunicações mediúnicas e a origem e o destino do
ser. O Espiritismo, como asseverou o nobre Codificador, tem por fim demonstrar
e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou
infeliz, seu futuro; em suma o conhecimento do mundo espiritual.
“O
Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas
irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações
com o mundo corpóreo”.
O Prof.
Joseph Banks Rhine, da Duke University, Estados Unidos: O Novo Mundo da Mente
apresenta-nos essa área na forma de um mapa bem delineado. Esse mundo, como diz
o autor, só é novo para as Ciências. Porque, na realidade, é conhecido do homem
há muitos milénios. Talvez desde que o homem existe. (...) Quando, pois, um
pretenso parapsicólogo se propõe a “ensinar” que a parapsicologia nega a
existência de Espíritos, de comunicações espirituais, de princípios religiosos
e filosóficos, como o da reencarnação e da existência de Deus, os seus diplomas
e certificados não tem sequer o valor de atestado de informação sobre o
assunto.
Alguns
parapsicólogos de renome mundial, com base em suas ilações que tiraram de suas
investigações, reconheceram a supervivência da mente após a morte física. O
Prof. Rhine, em seu livro “O Novo Mundo da Mente”, reconhece que nas
experiências realizadas pela sua esposa na Duke University, há casos que
sugerem a participação de uma entidade extracorpórea. O conjunto dessas
experiências, acabou demonstrando de maneira irrefutável que possuímos a
capacidade de percepção extra-sensorial. O homem pode perceber por outra via
que não a dos sentidos Físicos. E o mais importante é que pode “adquirir
conhecimentos verdadeiros sobre a matéria por vias não materiais.” (José
Herculano Pires).
Continua
Herculano Pires: “O homem não é apenas uma estrutura mental. É um ser
espiritual, um organismo psíquico. A mente é a sua cabine de comando”.
A Parapsicologia e o Espiritismo
As relações
entre o Espiritismo e a parapsicologia não são, portanto, amistosas, como
pensam geralmente os espíritas e não espíritas. O enclave científico,
orgulhoso, retém ciosamente o que conseguiu conquistar do vasto império que o
rodeia, e ameaça desmantela-lo por completo, no futuro, se os Espíritos puderem
ser eliminados.
Tanto a
Parapsicologia, quanto o Espiritismo objetivam exclusivamente a descoberta da
verdade sobre a natureza humana.
Diante desse
impasse, Kardec afirma que o Espiritismo é uma Ciência que trata do elemento
inteligente do Universo, ou seja, uma ciência espiritual. Não se pode
confundi-lo com as ciências chamadas positivas, que tratam do elemento material
do Universo. Mas é evidente que as duas formas de Ciência devem conjugar-se, para
abrangerem todos os aspectos do Universo. (J.H.Pires)
Bibliografia:
KARDE,
Allan. Obras Póstumas: Primeira Parte - Causa e natureza da Clarividência
Sonambúlica;
BOZZANO,
Ernesto. Animismo ou Espiritismo?: caps. I, II e III;
BOZZANO,
Ernesto. Metapsíquica Humana: cap. IV;
PIRES, J.
Herculano. Parapsicologia Hoje e Amanhã: primeira e segunda parte
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. I, item 5
Fonte da imagem: Internet Google.
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