CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

15ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

BEM E MAL SOFRER

“Bem aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5:4)

DEFINIÇÕES

Bem – definição: tudo que leva ao aperfeiçoamento espiritual do ser humano; aquilo cuja posse e fruição (física e espiritual) julga a coletividade ser conveniente à manutenção e/ou ao progresso do homem.

Mal – definição: contrariamente à virtude, à moral, ao dever; ao que preceitua a ética; o que prejudica o dever; o que concorre para o dano ou a ruína de alguém ou de algo; o que é nocivo, desastroso para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral; infelicidade; (Dicionário Eletrônico Houaiss)

Podemos defini-los da seguinte maneira:

Bem:

- O bem se constitui na correta aplicação das Leis Divinas ou Naturais.

- Em nosso planeta é a aplicação da lei de amor ao próximo, decorrente do amor a Deus sobre todas as coisas.

- A sua existência é concreta, verdadeira, pois as leis de Deus conduzem a sua aplicação e a torna materializada no dia a dia das criaturas humanas.

Mal:

- É o “vazio”, o “buraco” causado no bem todas às vezes que não são cumpridas as “leis naturais”.

- O mal é toda ação onde o amor não esteja presente, ou seja, aparece em cada desrespeito que praticamos aos nossos semelhantes e à natureza.

- É uma ação destruidora, que incorrerá num sofrimento futuro.

ORIGEM DO BEM E DO MAL

1. – “Sendo Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria, todo bondade, todo justiça, tudo o que dele procede há de participar dos seus atributos, porquanto o que é infinitamente sábio, justo e bom nada pode produzir que seja ininteligente, mau e injusto. O mal que observamos não pode ter nele a sua origem” (A Gênese – Allan Kardec, Cap. III, item 1), portanto, é criação do homem.

2. – “Pode-se dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é atributo distinto; um é o negativo do outro. Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia evitar; mas tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á sempre que o queira”. (A Gênese, Allan Kardec, cap. III, item 8)

No Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 18. Bem e Mal Sofrer, os Espíritos nos lembram as palavras do Cristo: ”Bem aventurados os aflitos, que deles é o reino dos céus”. Diante disso, podemos tecer o seguinte comentário: Jesus Cristo não se referia apenas àqueles que sofrem em geral, pois as mais de seis bilhões e quinhentos milhões de pessoas que se encontram neste planeta e sofrem, independentemente de sua cor, posição, social, poder, religião; mas apenas aos que “sofrem bem”. O sofrimento, seja físico ou moral, gera reflexão e o que determina se bem sofremos é como reagimos.

Temos dificuldades em compreender os sublimes mecanismos reajustadores do sofrimento porque somos, por natureza, demasiadamente afeitos ao prazer e arredios à dor.

A dor que nos atinge, para que sejamos considerados bem aventurados, deve ser suportada com paciência, resignação, sem reclamações ou blasfêmias. Poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao reino de Deus. O desencorajamento é uma falta. Não podemos ser consolados porque nos falta coragem para enfrentar esses momentos, sejam eles longos ou breves. Na Lei de Deus nada está errado, Ele não coloca fardos pesados em ombros fracos; o fardo é sempre proporcional as forças.

Assim também a recompensa será proporcional como a enfrentamos. É preciso merecer essa recompensa; por isso, a vida está repleta de dores e aflições.

“... Cada um deve destruir em si toda a causa do mal, arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Para o homem vale mais ter cortada uma das mãos, antes de servir essa mão de instrumento para uma ação má; ficar privado da vista, antes que lhe servirem os olhos para conceber maus pensamentos.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII item 17)

Existem pessoas que sentem o sofrimento de maneira mais intensa que as outras, porque lhes faltam paciência, resignação e fé, e principalmente por não terem conhecimento ou não aceitarem que somos imortais como Espíritos e que a passagem na Terra é apenas temporária.

Em nossa passagem, como Espíritos imortais, muitas vezes rápida pela escola da vida terrena, habitando em um novo corpo físico, devemos lutar com todas as nossas energias para vencer as nossas deficiências e atenuar o sofrimento decorrente do mau uso de nosso livre arbítrio: (cada um responde proporcionalmente pelos seus erros).

“Não te deixes vender pelo mal, mas vence o mal com o bem” (Paulo - Romanos, 12:21)

Ternos que ter a certeza de que todas as dores que nos atingem hoje, se não forem provas pedidas, são erros de um passado, mas que um dia cessarão, e de que o nosso futuro depende do que estamos plantando hoje. (O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória). Joana de Angelis, através de Divaldo nos fala que “devemos afastar a nuvem cinzenta do pessimismo e da queixa, enquanto a dor se demora conosco, concedendo ao sol da esperança a oportunidade de fulgir ante os nossos olhos acostumados as sombras das recriminações. Quando nos entregamos ao desânimo e o espalhamos, conspiramos contra a ordem natural, o equilíbrio e o progresso da vida. É pernicioso mal sofrer; malbaratando a oportunidade de aproveitar bem a lição do sofrimento”.

Nos fala ainda: Mas se tuas legitimas aflições forem muito grandes e esmagadoras, evoca Jesus, que quando na via dolorosa, esmagado sob a cruz e, no entanto aconselhando e advertindo as «mulheres piedosas de Jerusalém», ou cravejado, logo depois, no madeiro de infâmia, convocando dois estranhos e desafortunados salteadores, neles semeando as esperanças do Reino de Deus, instantes antes do «momento extremo», e refaze as tuas forças reconsidera a situação, recompõe os «joelhos desconjuntados» e avança, confiante, cantando a certeza de que, apôs a partida libertadora, uma madrugada sublime te alcançará, fazendo-te ditoso por fim, vitorioso com o bem”. (Lampadário Espírita, Joana de Angelis, pelo médium Divaldo Pereira Franco)

Só seremos plenamente felizes, alcançando assim o Reino de Deus, quando conseguimos eliminar dos nossos corações toda a maldade.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V itens 18 e 19


Fonte da imagem: Internet Google.

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