A Missão de Jesus
JESUS, O PÃO DA VIDA E A FONTE DA ÁGUA VIVA
“No dia
seguinte, a multidão que permanecera no outro lado do mar percebeu que aí havia
um único barco e que Jesus não entrara nele com os seus discípulos; os
discípulos haviam partido sozinhos. Outros barcos chegaram de Tiberíades, perto
do lugar onde haviam comido pão. Quando a multidão viu que Jesus não estava
ali, nem seus discípulos, subiu aos barcos e veio para Cafarnaum, a procura de
Jesus. Encontrando-o do outro lado do mar; disseram-lhe: ‘Rabi, quando chegaste
aqui ? ’Respondeu-lhes Jesus: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: vos me
procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos
saciastes. Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que
permanece até a vida eterna, alimento que o Filho do Homem vos dará, pois Deus,
o Pai, o marcou com seu selo’.”
(...) “Jesus
lhes disse: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome, e o
que crê em mim nunca mais terá sede’.” (Jo 6:22-27 e 35).
Este
ensinamento de Jesus ocorre após a passagem bíblica em que se narra a
multiplicação dos pães.
Jesus
assevera que as pessoas o procuravam, neste momento, não pelo desejo de ouvir
seus ensinamentos, mas para se beneficiar com a distribuição de pães.
Nesta lição,
o Pão da Vida, o Mestre, utiliza a palavra “pão” em seu sentido figurado. Assim
teríamos dois significados para essa palavra:
- O Primeiro,
o sentido literal, representa o alimento material, que nutre o corpo físico e
mantém a vida;
- O Segundo,
o sentido figurado, representa o alimento espiritual que “alimenta” o Espírito.
Quando
analisamos o Ser em sua jornada, podemos nos deter, para observação e
aprendizado, em cada uma de suas etapas.
Há um
momento em que apenas lhe interessa a saciedade dos interesses materiais, dos
sentidos, das paixões do mundo. Neste estágio ele é como que “surdo” aos
ensinamentos espirituais. Muitas vezes, trata as maiores verdades com ironia e
ceticismo.
Seguindo sua
caminhada, há outro momento em que ele começa a despertar para o conhecimento
espiritual. No entanto, como é da Lei, as progressões são gradativas, passo a
passo. Assim, ainda nesta etapa, haverá muitos conceitos que não foram
assimilados em sua verdadeira essência.
Em
consequência, mesmo buscando seguir um caminho de espiritualização, ainda
estará preso a muitos interesses materiais. Por vezes, então, terá condutas
incompatíveis com os conhecimentos adquiridos, e poderá, eventualmente, querer
fazer barganha com Deus para obtenção de privilégios e de ser poupado de passar
pelas provações comuns a Humanidade.
Mas há um
momento especial em que o Ser realmente desperta para a verdade e começa a
compreender as mensagens do Mestre e a buscar o alimento espiritual.
No diálogo
entre Jesus e a mulher samaritana, que abaixo transcrevemos, encontra-se essa
mesma lição de Jesus. Vejamos: “Jesus lhe respondeu: ‘Aquele que bebe desta
água terá sede novamente; mas quem beber da água que lhe darei, nunca mais terá
sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele fonte de água jorrando para a
vida eterna.” (Jo 4:13-14).
Essa Água aqui
tratada iguala-se ao Pão da Vida, pois traz a mesma simbologia. A água, também,
tem um sentido literal e outro figurado; interessa-nos destacar este último.
Quando o
Espírito, como falamos acima, está buscando sua renovação, sentirá necessidade,
cada vez mais, de se nutrir do alimento espiritual.
É porque
todos os antigos valores vão perdendo sua importância, vão ficando sem
significado. É o momento da transformação interior, em que os antigos
interesses não mais correspondem aos nossos anseios, então, surge uma espécie
de vazio.
O impulso em
direção aos novos valores deriva, assim, da necessidade de preencher aquele
vazio. O Espírito, neste momento, apenas encontrará satisfação na busca do
conhecimento dos assuntos relevantes, na busca da Verdade.
A fome, a
sede, figuradamente falando, só serão saciadas com esse alimento espiritual,
que é a mensagem trazida por Jesus e contida no seu Evangelho.
Quando
realmente começamos a “ver”, e nos sintonizamos com a Boa Nova, reconhecemos
seu verdadeiro valor. Todas as dores, todas as aflições, todas as provações da
vida encontram ali o sustentáculo para que possamos prosseguir com resignação e
fé.
O mundo e
todas as doutrinas materialistas são incapazes de nos dar a verdadeira
esperança.
A Boa Nova
de Jesus é, dessa forma, o bálsamo para qualquer dor, é o consolo nos momentos
de desespero, é a esperança de que após a “tempestade” dias melhores virão. O
Evangelho é a Luz que norteia nosso caminho evolutivo.
O BOM PASTOR
“Eu sou o
bom pastor: o bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas.”
(...) “Eu
sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem.”
(...) “Tenho
ainda outras ovelhas que não são deste redil: devo conduzi-las também; elas
ouvirão minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor.” (Jo 10:11-16).
Estas suaves
palavras de Jesus soam como um poema eterno de encantadora beleza.
Permitamo-nos
adentrar a esta composição de sabedoria, mas, especialmente, de indizível Amor,
para tentamos alcançar, compreender a mensagem do Mestre.
Jesus, não
obstante a inquestionável elevação de seus ensinamentos, utilizava-se,
geralmente, de palavras simples, de figuras conhecidas, de símbolos comuns a
época.
Mas embora
suas lições sejam marcadas pela simplicidade, o alcance de cada de uma delas é
admirável. Portanto, precisamos transcender, abstrair-se, ir além da figura, do
símbolo, para encontrar a verdadeira essência, segundo a nossa possibilidade.
Dissemos
segundo a nossa possibilidade, pois, como é da Lei, estamos constantemente aprendendo
e, por consequência, ocorrerá que ao ler e refletir sobre o mesmo ensinamento,
a mesma passagem, a mesma frase de Jesus, ao avançarmos, seremos capazes de ver
além, de ver de forma mais abrangente do que a primeira vez. Isto é,
ressalte-se, um verdadeiro estímulo ao estudo e a meditação.
Nesta
passagem única, Jesus mostra a magnitude de seu Amor pela Humanidade.
De forma
simbólica, compara-se a um pastor de ovelhas.
A um pastor,
bem sabemos, cabe a proteção, a guarda, o cuidado de todas as suas ovelhas.
Esta função ele fará segundo sua capacidade, sua habilidade.
Um “bom”
pastor fará ainda mais. Não simplesmente cuidará de suas ovelhas, mas dará sua
vida por elas.
Jesus, nosso
Mestre inigualável, é o Bom Pastor, por excelência, pois, em verdade,
ofereceu-nos amparo e consolo, ofereceu-nos um ensinamento supremo, exemplificou-nos
a fraternidade sublime... Deu toda sua atenção, todo seu carinho, todo seu
imensurável Amor... Deu sua vida por suas ovelhas.
Somos
capazes de reconhecer a grandiosidade de sua ação?
Figuradamente
falando, nós somos as “ovelhas”. Somos, então, capazes de “ouvir a sua voz”‘?
Quando
despertamos para a vida, despertamos para o amor e a caridade; começamos a
ouvir a sua voz.
Neste mundo
há, no entanto, aqueles que ainda não o “ouvem”. Mas, prenuncia Jesus: “elas
ouvirão minha voz; então haverá um só rebanho, um só pastor”.
Nestas
comoventes palavras do Mestre, lancemos todo nosso pensamento, toda nossa
emoção, toda nossa esperança.
Sim. Na
Terra, um dia, a “voz” de Jesus será universal, e ressoará em todos os lugares
e todas as “ovelhas” o ouvirão. Nesse grande dia, veremos a vitória do Bem
sobre o Mal, a vitória da Sabedoria sobre a Ignorância. Veremos Jesus, o
sublime Pastor, a nos conduzir em direção a Luz.
A MISSÃO DE JESUS
"Eu, a
luz, vim ao mundo para que aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se
alguém ouvir minhas palavras e não as guardar eu não o julgo, pois não vim para
julgar o mundo, mas para salvar o mundo". (Jo 12:46-47).
A
benevolência e a compaixão estão presentes nestas afirmações de Jesus.
O Mestre, em
sua infinita compreensão de nossas limitações, não veio para nos julgar, mas,
para nos “salvar”.
Refletindo
sobre assunto tão sério, o advento de Jesus, remetamo-nos às palavras de
Emmanuel em “A Caminho da Luz”, cap. XII: “Começava a era definitiva da
maioridade espiritual da Humanidade terrestre, de vez que Jesus, com sua
exemplificação divina, entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os
corações”.
Nesta
afirmação de Emmanuel, encontramos uma bela síntese da missão de Jesus:
entregar o “código da fraternidade e do amor a todos os corações”.
É que o Amor
é o único sentimento verdadeiramente capaz de libertar o ser da ignorância e
das trevas. Jesus, “a Luz”, veio em missão de nos “salvar” no sentido de nos
despertar para a verdadeira vida, a vida do Espírito.
Na mesma
obra citada a pouco, prossegue Emmanuel: “De suas lições inesquecíveis,
decorrem consequências para todos os departamentos da existência planetária, no
sentido de se renovarem os institutos sociais e políticos da Humanidade, com a
transformação moral dos homens dentro de uma nova era de justiça econômica e de
Concórdia universal”.
Nesse grande
passo da Humanidade, não podemos, se desejamos a vitória do Bem, ser apenas
espectadores, mas precisamos ser efetivos participantes, ou, em outras
palavras, ser verdadeiros discípulos de Jesus, ser cristãos, e aproveitar cada
oportunidade que nos seja oferecida para exemplificar o Bem.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Temos
“ouvido” a voz de Jesus e usado todo nosso potencial para implantar o Bem na
Terra?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier,
Francisco C./Humberto de Campos – Boa Nova.
- Xavier,
Francisco C./Emmanuel – A Caminho da Luz.
- Franco,
Divaldo P./Amélia Rodrigues – Luz no Mundo.
FEESP -
CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO – 2º. ANO
- Franco,
Divaldo P./Amélia Rodrigues – Primícias do Reino.
Fonte da
imagem: Internet Google.
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