CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

7ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Perdão Das Ofensas

CORREÇÃO FRATERNA

“Se o teu irmão pecar vai corrigi-lo a sós. Se ele te ouvir ganhaste o teu irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda questão seja decida pela palavra de duas ou três testemunhas.” (Mt 18:15-16).

A moderação, a discrição, a sensatez devem sempre ser à base de nossas ações.

Muitas vezes, convivendo com nossos semelhantes, momentos há em que vemos alguém agir de forma dura, egoística, agressiva.

Nessas circunstancias, se o momento for oportuno, e estivermos tocados de compaixão pelo nosso semelhante, e, então, despertar em nós um impulso de aconselhá-lo, evidenciando um erro, apenas poderemos fazê-lo, como ensinou Jesus, com discrição e cautela. Isso porque todo escândalo deve ser evitado.

Quando falamos em observar as ações de nosso semelhante, poderia, em uma primeira impressão, aparentar que estaríamos fazendo um julgamento. E certo é que nunca devemos julgar ninguém.

Mas o ato de julgar que é condenável é aquele em que nós fazemos um juízo de condenação de nosso semelhante, faltando, assim, com a caridade. Esse julgar é sim reprovável, pois nós não temos condição alguma de, nesse sentido, julgar nosso semelhante, pois apenas a Deus, que sabe a intenção de cada ação, cabe a analise da ação de cada Ser.

Existe, porém, o ato de discernir, ou seja, de analisar e distinguir, diferenciar uma coisa de outra. Quando, então, avaliamos e ponderamos sobre um certo fato, podemos, pela razão, situá-lo dentro de um sistema de valores. Podemos, assim, pelo sentimento amoroso e, especialmente, pela lógica e pela razão, segundo nossa capacidade de entendimento, afirmar se tal ato representa o bem ou mal, se a conduta é virtuosa ou não.

Usando essa nossa faculdade, poderemos atuar positivamente no mundo, ensinando, exemplificando, corrigindo... Mas, corrigindo fraternalmente.

Isso implica em uma ação suave, respeitosa, afável, nunca constrangendo alguém, mas sempre agindo de forma a acolher e ensinar amorosamente, agindo com caridade, cujo sentido, podemos encontrar na resposta a questão 886 de “O Livros dos Espíritos”:

“Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.”

PERDÃO DAS OFENSAS

“Então Pedro chegando-se a ele, perguntou-lhe: ‘Senhor quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes? ’. Jesus respondeu-lhe: ‘Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete vezes.’.” (Mt 18:21-22).

Nesta passagem, Jesus diz quantas vezes devemos perdoar nosso próximo.

Haveria então certa quantidade limite de vezes que deveríamos perdoar nosso próximo? E depois, estaríamos dispensados de perdoar?

Obviamente que não.

É que o número sete, como se sabe, tinha para os judeus um significado cabalístico e simbólico que representava o infinito. Em outras palavras, temos então: perdoar todas às vezes, tantas vezes quantas forem as agressões. Esse ideal cristão é o grande objetivo a ser alcançado, a ser trilhado passo a passo, eis que é uma grande conquista.

Para muitos de nós, os impulsos mais espontâneos são de ataque, de repelir a agressão, de revanche, de condenação, de ressentimento, de mágoa, etc...

Avançar e evoluir é preciso!

Esse avanço é proporcional aos nossos esforços em estudar e vivenciar o Evangelho e a Doutrina Espírita.

Pelo estudo, compreendemos uma série de circunstancias da vida e do mundo que antes nem desconfiávamos.

“Descobrimos que cada ser só pode agir de acordo com o seu entendimento, e seria, pois, falta de caridade desejar que ele fosse mais do que realmente é”.

Descobrimos ainda que nossos atos são valorosos quando agimos virtuosamente, e que todo ato de desamor será uma semente plantada que gerará uma colheita obrigatória e proporcional ao mal praticado.

Estudando a Doutrina, aprendemos a compreender e ter compaixão pelo nosso semelhante, não por obrigação, por medo de punição, mas pela razão, e também pelo sentimento do coração.

As mensagens de Jesus despertam-nos para a vida, despertam-nos para o desenvolvimento de nossas potencialidades.

Aquele que aprendeu a perdoar descobriu que essa é a única atitude que nos liberta e nos traz paz verdadeira. O exercício constante do perdão vai elevando-nos a níveis cada vez mais sublimes de consciência.

Portanto, mesmo diante de ofensas físicas e morais é possível ficarmos inabaláveis na fé, intocáveis em nossa integridade moral, inalcançáveis pelas ofensas inferiores... Ficamos invulneráveis. Que possamos sempre exercer o perdão e experimentar tais estados sublimes de consciência.

PARÁBOLA DO DEVEDOR IMPLACÁVEL

“Eis porque o Reino dos Céus é semelhante a um rei que resolveu acertar contas com os seus servos. Ao começar o acerto, trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo este com que pagar o senhor ordenou que o vendessem juntamente com a mulher e com os filhos e todos os seus bens, para o pagamento da dívida. O servo, porém, caiu aos seus pés e, prostrado, suplicava-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo.’ Diante disso, o senhor compadecendo-se do servo, soltou-o e perdoou-lhe a divida. Mas, quando saiu dali, esse servo encontrou um dos seus companheiros de servidão, que lhe devia cem denários e, agarrando-o pelo pescoço, pôs-se a sufocá-lo e a insistir: ‘Paga-me o que me deves.’ O companheiro, caindo a seus pés, rogava-lhe: ‘Dá-me um prazo e eu te pagarei. ’Mas ele não quis ouvi-lo; antes, retirou-se e mandou lançá-lo na prisão até que pagasse o que devia. Vendo os companheiros de serviço o que acontecera, ficaram muitos penalizados e, procurando o senhor; contaram-lhe todo o acontecido. Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo mau, eu te perdoei toda tua dívida, porque me rogaste. Não devias, também tu, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? ’Assim, encolerizado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a sua dívida. Eis como meu Pai celeste agirá convosco, se cada um de vos não perdoar de coração, ao seu irmão.” (Mt 18:23-35).

O que faz com que o Homem sempre use um juízo mais duro contra os outros do que contra si mesmo?

O que faz com que ele deseje ser tratado com piedade e misericórdia, se ele próprio não usa da compaixão para com seu semelhante?

A “cegueira” é a resposta.

Quanto mais próximo do primitivismo, da ignorância, menos o indivíduo é capaz de ver e compreender as circunstâncias. Quanto mais avança em estudo e aprendizado, mais se toma capaz de olhar para o mundo e para as pessoas com uma visão mais abrangente, mais coerente, mais sábia.

Na parábola acima transcrita, vemos que o servo que havia sido perdoado pelo seu senhor, não foi capaz, ele próprio, de perdoar aquele que lhe devia, assim, recebeu a punição de seu senhor.

Quando refletimos sobre essa parábola, podemos perguntar-nos: Será que todas as vezes que pedimos e ansiamos por perdão... Será que nós também perdoaríamos nosso semelhante pelos mesmos motivos? Será que pelas mesmas falhas que cometemos diariamente nós somos complacentes quando nosso próximo também as comete?

Esses questionamentos devem sempre ser objeto de nossas reflexões, pois não há crescimento sem autoconhecimento, não há crescimento sem esforço para renovar as próprias condutas.

Sendo certo que pode haver mérito pelas nossas ações, tanto maior será o mérito quando agirmos baseados no Bem.

Esse mérito que conquistamos é exatamente o que nos legitima a também pedir perdão e, especialmente, a merecer o perdão para nós mesmos. Precisamos fazer por merecer!

Joanna de Angelis, na obra “Libertação pelo Amor”, lição 20, inspira-nos: “A saúde integral resulta de inúmeros fatores entre os quais a dádiva da compaixão. Disputa a honra de ser aquele que concede a paz, distendendo a mão de benevolência em solidariedade paternal ao agressor".

QUESTÃO REFLEXIVA

Comente a importância do perdão em nossa vida.

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Franco, Divaldo/Joanna de Angelis - Libertação pelo Amor.


Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário