CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 23 de maio de 2017

8ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Ninguém Pode Ver o Reino de Deus se Não Nascer de Novo E a Missão de Jesus

Reencarnação

O ADVENTO DE ELIAS

“Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos se apoderam dele. Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram, até João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que deve vir. Quem tem ouvidos, ouça!” (Mt 11:12-15).

O princípio da reencarnação é explicitamente tratado na Bíblia, como vemos, por exemplo, nesta passagem.

Mesmo no Antigo Testamento podemos encontrar citações sobre a reencarnação, como indica Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. IV itens 13 e 14, quando faz referência aos livros de Isaías e de Jó.

A verdade, muitas vezes, está acessível, clara, mas, no entanto, ocorre que cada indivíduo só vê e ouve aquilo que quer; eis a razão da afirmação de Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça!”.

Muitos teólogos dogmáticos rebateram, e ainda rebatem o princípio da reencarnação, alegando que ele não se encontra expresso na Bíblia. Contudo, como citamos, tal princípio encontra-se presente tanto no Novo como no Antigo Testamento.

A crença na reencarnação, como afirma Kardec em “O Evangelho Segundo Espiritismo”, no mesmo capítulo acima citado, no item 4, ‘fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição’. Aquela época, no entanto, esse conceito, como muitos outros, eram obscuros, vagos, pois o conhecimento sobre a ligação entre o corpo e o Espírito era incompleto.

Eles, então, acreditavam que, após a morte, era possível retomar a vida corpórea, porém não tinham ideia de como isso ocorria. Assim, eles chamavam de ressurreição o que, apropriadamente, a Doutrina Espírita chama de reencarnação.

A absoluta impossibilidade da ressurreição há sempre que se repetir, reside no fato de que após a morte do corpo físico, ocorre à desagregação da matéria, e os elementos que o constituíam dispersam-se na natureza. Fato este que hoje a ciência demonstra de forma categórica.

Analisando a passagem do Evangelho de Mateus acima transcrita, constatamos que não há figuras, não há simbolismos, não é uma parábola.

Jesus afirma, de forma categórica, sobre João, que: “ele é o Elias que deve vir”. Nada poderia ser mais expresso.

Ainda no Evangelho de Mateus, no cap. 17, versículos 12 a 13, vemos outra afirmação sobre a reencarnação de Elias: “Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. (...) Então os discípulos entenderam que se referia a João Batista.”

Um dos pontos que chama a atenção nesta passagem é a tranquila aceitação dos discípulos quanto à volta de Elias reencarnado. Vemos que Jesus apenas afirma que Elias voltou e eles próprios deduzem que se tratava de João.

Em muitas outras passagens, podemos encontrar os discípulos com certa dificuldade em compreender os ensinamentos de Jesus. Este não é o caso em relação à crença no retorno a vida corporal, pois esta já fazia parte de suas convicções, como bem pudemos perceber.

Ainda vemos, de forma evidente, essa convicção no Evangelho de João, cap. 9, versículos 1 a 3:

“Ao passar ele viu um homem, cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: ‘Rabi, quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?'.”

Pela pergunta dirigida a Jesus, fica clara a crença na preexistência da alma, pois se ele era cego de nascença, e se não houvesse “pecado” de seus pais, só poderia ser dele mesmo numa vida anterior, segundo acreditavam os discípulos.

O COLÓQUIO COM NICODEMOS

“Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um notável entre os judeus. A noite ele veio encontrar Jesus e lhe disse: ‘Rabi, sabemos que vens da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes, se Deus não estiver com ele 'Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus’.

Disse-lhe Nicodemos: ‘Como pode um homem nascer; Sendo já velho? Poderá entrar segunda vez no seio de sua mãe e nascer?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus’.” (Jo 3:1-5).

Quando abordamos a reencarnação, buscando sua confirmação no Novo Testamento, uma das passagens mais significativas e notáveis é esta do colóquio, ou seja, do diálogo entre Jesus e Nicodemos.

Primeiramente, podemos observar que Nicodemos, embora fariseu mostrava-se receptivo aos ensinamentos do Mestre. Na obra “Boa Nova, lição 14, o Espírito Humberto de Campos, através da psicografia de Francisco C. Xavier, afirma: “Entre estes, figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da inteligência. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos raciocínios, procurou a Jesus, em particular seduzido pela magnanimidade de suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora”.

Um ponto digno de nota na passagem evangélica acima transcrita é que Nicodemos, não obstante todo o conhecimento que possuía como Doutor da Lei, também não compreendia os mecanismos da reencarnação.

Como sempre nos alerta Kardec, Jesus, ao ensinar, falava de acordo com a possibilidade de entendimento de cada um e, em especial, quando o momento era propício. Sendo assim, por vezes, era necessário falar por parábolas, figuras ou símbolos.

Ao tratar da reencarnação, aqui, Jesus utilizou os termos “água” e “Espírito”, ao afirmar: “... quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”.

Mas o que significa, afinal, “nascer da água e do Espírito”?

A resposta encontramos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no cap. IV, item 8. Explica o codificador, inicialmente, o significado dessas palavras:

Água - fora de seu sentido específico, a água era considerada o elemento primordial gerador da vida, da matéria, como se pode notar nas seguintes frases extraídas da Bíblia, do livro da Genesis e indicadas por Kardec: “que o firmamento seja feito no meio das águas”, “que as águas produzam animais viventes...”. Constata-se que era, portanto, o símbolo da natureza material; Espírito - era o símbolo da natureza inteligente e, por consequência, independente, distinto, diferente da matéria.

Em síntese, temos que: nascer da água significa nascer no corpo físico, que é um corpo gerado pelos pais biológicos, e tem uma existência transitória, regida pelas leis físicas, da matéria. Em relação a nascer do Espírito, há, aqui, a indicação positiva de que há uma independência do Espírito em relação ao seu corpo material; logo, embora em cada existência tenhamos um corpo físico diferente, o Espírito é sempre o mesmo.

Este episódio - o de Nicodemos - é, repisamos, um dos mais evidentes e notários que afirmam a pluralidade das existências.

Muitos teólogos; bem sabemos, tudo fizeram para tentar encontrar outro significado para a passagem; um que se adequasse aos seus dogmas. Outros, ainda, ao traduzirem a Bíblia, por oportunismo, buscaram adulterar as palavras de Jesus, como alerta-nos Kardec no item 7, do mesmo capítulo acima indicado, ao ressaltar que muitos substituíram a expressão “Espírito” para “Espírito Santo”, o que, diz o codificador “não corresponde ao mesmo pensamento”.

Em que pese esses intentos, a verdade será um dia conhecida de todos. A Nicodemos; questionou Jesus ainda: “És mestre em Israel e ignoras estas coisas?”.

Nesse dia inesquecível, podemos imaginar que Nicodemos deve ter ficado confundido, talvez pensativo, refletindo sobre os mistérios das “coisas do céu”, sobre as possibilidades infinitas da vida e da jornada do Espírito imortal.

A todos aqueles que quiserem “ver”, o Evangelho é um livro aberto de conhecimento e da suprema Sabedoria trazida pelo Mestre sublime. Que “os que têm olhos” vejam!

CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ

“Disse, então, Jesus aos judeus que nele haviam crido: ‘Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’.” (Jo 8:31-32).

Nesta frase de Jesus - conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará - temos uma sentença; mais do que uma simples possibilidade, encontramos um determinismo, uma circunstância inevitável: todos os Espíritos estão fadados à evolução.

O Espírito, podemos lembrar, nasce simples e ignorante. É da Lei que, através de uma série de existências, vá avançando em conhecimento e moralidade até atingir a perfeição relativa.

Entre esses extremos, o ser estará, pelo seu esforço, conquistando gradualmente o conhecimento. Assim, nesse caminhar, o pensamento vai se construindo e o sentimento religioso vai se aprimorando e se fortalecendo.

Vemos que as diversas religiões, em seu início, tinham práticas rudimentares e tribais; ao avançarem, instituíram vários dogmas e rituais.

Nesse momento, em que o indivíduo encontra-se inserido numa religião dogmática, por um lado a sua fé não é raciocinada, quando aceita todos os dogmas sem questionamento; por outro, pode acabar por dar maior importância às práticas exteriores.

Este, a propósito, era o cenário dominante a época de Jesus; eis porque o Mestre se empenhava em ensinar o verdadeiro caminho de adoração a Deus.

Neste estágio, em que o indivíduo se encontra limitado por conceitos fechados e por práticas exclusivamente ritualísticas, encontramo-lo como que encarcerado.

Toda ignorância, não importa o grau, sempre gerará uma visão deficiente da realidade, gerará decepções, medos, angústias, desconfiança e, às vezes, ceticismo e incredulidade.

Quando o Ser, em seu avançar, começa a rejeitar conceitos antigos, sente a necessidade de buscar novos conhecimentos.

A época de Jesus, como constantemente afirma Kardec, o momento era propício ao advento da Boa Nova.

Os ensinamentos do Mestre representam, pois, a Lei Divina e a Moral universal.

Em cada um de seus ensinamentos, Jesus procura nos despertar para a Verdade. Essa Verdade, quando estamos receptivos e humildes para ouvi-la e acolhê-la, propicia-nos a Libertação.

Essa Libertação é o rompimento de todas as amarras que nos prendem aos valores do mundo, que podem induzir-nos ao egoísmo, as disputas, a discórdia e ao desamor.

Todos esses sentimentos negativos trazem-nos sofrimento, aflição, desequilíbrio físico e espiritual.

A verdade, ao contrário, conduz-nos aos sentimentos de fraternidade, solidariedade e nos torna capazes de perdoar nossos semelhantes, compartilhar nossos recursos materiais e espirituais.

Jesus, nosso Mestre Maior, através da exemplificação de seu Amor incondicional, trouxe-nos a verdade que nos liberará.

Ao Espiritismo, coube a importante missão de resgatar os ensinamentos do Cristo, em sua essência e em sua magnitude, tomando a verdade mais acessível a todos que a buscam.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como a verdade trazida por Jesus influi em nossa vida?


Fonte da imagem: Internet Google.

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