Ninguém
Pode Ver o Reino de Deus se Não Nascer de Novo E a Missão de Jesus
Reencarnação
O ADVENTO DE ELIAS
“Desde os
dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos
se apoderam dele. Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram, até
João. E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que deve vir. Quem tem
ouvidos, ouça!” (Mt 11:12-15).
O princípio
da reencarnação é explicitamente tratado na Bíblia, como vemos, por exemplo,
nesta passagem.
Mesmo no
Antigo Testamento podemos encontrar citações sobre a reencarnação, como indica
Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. IV itens 13 e 14, quando
faz referência aos livros de Isaías e de Jó.
A verdade,
muitas vezes, está acessível, clara, mas, no entanto, ocorre que cada indivíduo
só vê e ouve aquilo que quer; eis a razão da afirmação de Jesus: “Quem tem
ouvidos, ouça!”.
Muitos
teólogos dogmáticos rebateram, e ainda rebatem o princípio da reencarnação,
alegando que ele não se encontra expresso na Bíblia. Contudo, como citamos, tal
princípio encontra-se presente tanto no Novo como no Antigo Testamento.
A crença na
reencarnação, como afirma Kardec em “O Evangelho Segundo Espiritismo”, no mesmo
capítulo acima citado, no item 4, ‘fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o
nome de ressurreição’. Aquela época, no entanto, esse conceito, como muitos
outros, eram obscuros, vagos, pois o conhecimento sobre a ligação entre o corpo
e o Espírito era incompleto.
Eles, então,
acreditavam que, após a morte, era possível retomar a vida corpórea, porém não
tinham ideia de como isso ocorria. Assim, eles chamavam de ressurreição o que,
apropriadamente, a Doutrina Espírita chama de reencarnação.
A absoluta
impossibilidade da ressurreição há sempre que se repetir, reside no fato de que
após a morte do corpo físico, ocorre à desagregação da matéria, e os elementos
que o constituíam dispersam-se na natureza. Fato este que hoje a ciência
demonstra de forma categórica.
Analisando a
passagem do Evangelho de Mateus acima transcrita, constatamos que não há
figuras, não há simbolismos, não é uma parábola.
Jesus
afirma, de forma categórica, sobre João, que: “ele é o Elias que deve vir”.
Nada poderia ser mais expresso.
Ainda no
Evangelho de Mateus, no cap. 17, versículos 12 a 13, vemos outra afirmação
sobre a reencarnação de Elias: “Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não
o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. (...) Então
os discípulos entenderam que se referia a João Batista.”
Um dos
pontos que chama a atenção nesta passagem é a tranquila aceitação dos
discípulos quanto à volta de Elias reencarnado. Vemos que Jesus apenas afirma
que Elias voltou e eles próprios deduzem que se tratava de João.
Em muitas
outras passagens, podemos encontrar os discípulos com certa dificuldade em
compreender os ensinamentos de Jesus. Este não é o caso em relação à crença no
retorno a vida corporal, pois esta já fazia parte de suas convicções, como bem
pudemos perceber.
Ainda vemos,
de forma evidente, essa convicção no Evangelho de João, cap. 9, versículos 1 a
3:
“Ao passar
ele viu um homem, cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: ‘Rabi,
quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?'.”
Pela
pergunta dirigida a Jesus, fica clara a crença na preexistência da alma, pois
se ele era cego de nascença, e se não houvesse “pecado” de seus pais, só
poderia ser dele mesmo numa vida anterior, segundo acreditavam os discípulos.
O COLÓQUIO COM NICODEMOS
“Havia,
entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um notável entre os judeus. A
noite ele veio encontrar Jesus e lhe disse: ‘Rabi, sabemos que vens da parte de
Deus como mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes, se Deus não
estiver com ele 'Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade, em verdade, te digo: quem
não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus’.
Disse-lhe
Nicodemos: ‘Como pode um homem nascer; Sendo já velho? Poderá entrar segunda
vez no seio de sua mãe e nascer?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Em verdade, em verdade,
te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de
Deus’.” (Jo 3:1-5).
Quando
abordamos a reencarnação, buscando sua confirmação no Novo Testamento, uma das
passagens mais significativas e notáveis é esta do colóquio, ou seja, do
diálogo entre Jesus e Nicodemos.
Primeiramente,
podemos observar que Nicodemos, embora fariseu mostrava-se receptivo aos
ensinamentos do Mestre. Na obra “Boa Nova, lição 14, o Espírito Humberto de
Campos, através da psicografia de Francisco C. Xavier, afirma: “Entre estes,
figurava Nicodemos, fariseu notável pelo coração bem formado e pelos dotes da
inteligência. Assim, uma noite, ao cabo de grandes preocupações e longos
raciocínios, procurou a Jesus, em particular seduzido pela magnanimidade de
suas ações e pela grandeza de sua doutrina salvadora”.
Um ponto
digno de nota na passagem evangélica acima transcrita é que Nicodemos, não
obstante todo o conhecimento que possuía como Doutor da Lei, também não
compreendia os mecanismos da reencarnação.
Como sempre
nos alerta Kardec, Jesus, ao ensinar, falava de acordo com a possibilidade de
entendimento de cada um e, em especial, quando o momento era propício. Sendo
assim, por vezes, era necessário falar por parábolas, figuras ou símbolos.
Ao tratar da
reencarnação, aqui, Jesus utilizou os termos “água” e “Espírito”, ao afirmar:
“... quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”.
Mas o que
significa, afinal, “nascer da água e do Espírito”?
A resposta
encontramos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no cap. IV, item 8. Explica
o codificador, inicialmente, o significado dessas palavras:
Água - fora
de seu sentido específico, a água era considerada o elemento primordial gerador
da vida, da matéria, como se pode notar nas seguintes frases extraídas da
Bíblia, do livro da Genesis e indicadas por Kardec: “que o firmamento seja
feito no meio das águas”, “que as águas produzam animais viventes...”.
Constata-se que era, portanto, o símbolo da natureza material; Espírito - era o
símbolo da natureza inteligente e, por consequência, independente, distinto,
diferente da matéria.
Em síntese,
temos que: nascer da água significa nascer no corpo físico, que é um corpo
gerado pelos pais biológicos, e tem uma existência transitória, regida pelas
leis físicas, da matéria. Em relação a nascer do Espírito, há, aqui, a
indicação positiva de que há uma independência do Espírito em relação ao seu
corpo material; logo, embora em cada existência tenhamos um corpo físico
diferente, o Espírito é sempre o mesmo.
Este
episódio - o de Nicodemos - é, repisamos, um dos mais evidentes e notários que
afirmam a pluralidade das existências.
Muitos
teólogos; bem sabemos, tudo fizeram para tentar encontrar outro significado para
a passagem; um que se adequasse aos seus dogmas. Outros, ainda, ao traduzirem a
Bíblia, por oportunismo, buscaram adulterar as palavras de Jesus, como
alerta-nos Kardec no item 7, do mesmo capítulo acima indicado, ao ressaltar que
muitos substituíram a expressão “Espírito” para “Espírito Santo”, o que, diz o
codificador “não corresponde ao mesmo pensamento”.
Em que pese
esses intentos, a verdade será um dia conhecida de todos. A Nicodemos;
questionou Jesus ainda: “És mestre em Israel e ignoras estas coisas?”.
Nesse dia
inesquecível, podemos imaginar que Nicodemos deve ter ficado confundido, talvez
pensativo, refletindo sobre os mistérios das “coisas do céu”, sobre as
possibilidades infinitas da vida e da jornada do Espírito imortal.
A todos
aqueles que quiserem “ver”, o Evangelho é um livro aberto de conhecimento e da
suprema Sabedoria trazida pelo Mestre sublime. Que “os que têm olhos” vejam!
CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS
LIBERTARÁ
“Disse,
então, Jesus aos judeus que nele haviam crido: ‘Se permanecerdes na minha
palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará.’.” (Jo 8:31-32).
Nesta frase
de Jesus - conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará - temos uma
sentença; mais do que uma simples possibilidade, encontramos um determinismo,
uma circunstância inevitável: todos os Espíritos estão fadados à evolução.
O Espírito,
podemos lembrar, nasce simples e ignorante. É da Lei que, através de uma série
de existências, vá avançando em conhecimento e moralidade até atingir a
perfeição relativa.
Entre esses
extremos, o ser estará, pelo seu esforço, conquistando gradualmente o
conhecimento. Assim, nesse caminhar, o pensamento vai se construindo e o
sentimento religioso vai se aprimorando e se fortalecendo.
Vemos que as
diversas religiões, em seu início, tinham práticas rudimentares e tribais; ao
avançarem, instituíram vários dogmas e rituais.
Nesse
momento, em que o indivíduo encontra-se inserido numa religião dogmática, por
um lado a sua fé não é raciocinada, quando aceita todos os dogmas sem
questionamento; por outro, pode acabar por dar maior importância às práticas
exteriores.
Este, a
propósito, era o cenário dominante a época de Jesus; eis porque o Mestre se
empenhava em ensinar o verdadeiro caminho de adoração a Deus.
Neste
estágio, em que o indivíduo se encontra limitado por conceitos fechados e por
práticas exclusivamente ritualísticas, encontramo-lo como que encarcerado.
Toda
ignorância, não importa o grau, sempre gerará uma visão deficiente da
realidade, gerará decepções, medos, angústias, desconfiança e, às vezes,
ceticismo e incredulidade.
Quando o
Ser, em seu avançar, começa a rejeitar conceitos antigos, sente a necessidade
de buscar novos conhecimentos.
A época de
Jesus, como constantemente afirma Kardec, o momento era propício ao advento da
Boa Nova.
Os
ensinamentos do Mestre representam, pois, a Lei Divina e a Moral universal.
Em cada um
de seus ensinamentos, Jesus procura nos despertar para a Verdade. Essa Verdade,
quando estamos receptivos e humildes para ouvi-la e acolhê-la, propicia-nos a
Libertação.
Essa
Libertação é o rompimento de todas as amarras que nos prendem aos valores do
mundo, que podem induzir-nos ao egoísmo, as disputas, a discórdia e ao desamor.
Todos esses
sentimentos negativos trazem-nos sofrimento, aflição, desequilíbrio físico e
espiritual.
A verdade,
ao contrário, conduz-nos aos sentimentos de fraternidade, solidariedade e nos
torna capazes de perdoar nossos semelhantes, compartilhar nossos recursos
materiais e espirituais.
Jesus, nosso
Mestre Maior, através da exemplificação de seu Amor incondicional, trouxe-nos a
verdade que nos liberará.
Ao
Espiritismo, coube a importante missão de resgatar os ensinamentos do Cristo,
em sua essência e em sua magnitude, tomando a verdade mais acessível a todos
que a buscam.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Como a
verdade trazida por Jesus influi em nossa vida?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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