CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 16 de maio de 2017

7ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Ensinamentos de Jesus Sobre a Fraternidade

Discurso Sobre a Fraternidade

O MAIOR NO REINO DOS CÉUS

“Nessa ocasião, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos Céus?’ Ele chamou perto de si uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Aquele, portanto, que se tomar pequenino como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.’.” (Mt 18:1-4).

As lições de Jesus, em relação aos ensinamentos morais, representam uma sabedoria tão sublime que muitos ainda não conseguem compreender.

Em nosso mundo, as pessoas, em sua maioria, estão sempre disputando por poder, por fama, por serem reconhecidas como as melhores. Há um verdadeiro fascínio pelas coisas externas, pelas aparências, pelo desejo de ser o maior, de estar em evidência.

Essa tendência, de certa forma, podemos dizer que seja natural para todos aqueles que ainda não ouviram o Evangelho, a Boa Nova, pois, neste caso, ainda estão presas aos paradigmas, aos valores mundanos. Presas porque só a verdade é libertadora. Disse Jesus: “... conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (Jo 8:32).

Há, pois, um momento na vida de todas as pessoas, em que se busca um caminho diferente, busca-se um ensinamento de sabedoria, de religiosidade. E, podemos dizer que esse momento, é apenas um início de uma longa caminhada.

Ressaltamos que é um início, pois, como vemos, mesmo dentre aqueles que buscam seguir uma religião, seguir uma vida baseados em princípios de sabedoria e religiosidade, muitos ainda não se desprenderam totalmente dos valores do mundo.

Quantos não foram aqueles que, dizendo-se cristãos, deturparam as mensagens de Jesus, adaptaram-na para servir interesses próprios, para atender caprichos e conveniências de épocas? Quantos não foram aqueles que buscaram a glória do mundo, que disputaram por cargos e funções de relevância, disputaram por reconhecimento público, disputaram por excesso de bens materiais apenas para si?

Nada, bem sabemos, poderia estar mais distante das sublimes lições do Mestre Jesus.

Refletindo sobre esse panorama, entendemos o quão demorado é quebrarmos as nossas antigas crenças e valores, o quão demorado é realmente despertarmos para o significado real do Evangelho. É, às vezes, como um processo de desconstrução, pedra a pedra, ou, se preferirmos, de dilapidação. E bem sabemos o quão trabalhoso é para se dilapidar um diamante.

Então, é preciso esforço e constante vigilância para vencermos as tendências naturais.

Essa tendência natural consiste, muitas vezes, no fato de alguém se achar melhor do que realmente é. Os Homens, então, quando se auto avaliam acreditam ser mais importantes, mais sábios, mais justos, mais humildes do que realmente são.

Havendo essa convicção, essa crença, constata-se que muito há que se aprender sobre as lições do Cristo, porque a pessoa verdadeiramente humilde não ressalta as próprias qualidades, não se vangloria das próprias virtudes.

Jesus traz-nos esse ensinamento usando a imagem da criança: “... se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.”

Então precisamos ser como as crianças? O que significa ser como as crianças?

É que a infância pode ser considerada como um símbolo de pureza e simplicidade. Vejamos: Como agem as crianças? E como elas reagem as mais diversas situações?

As crianças, quando ainda bem pequenas, são sinceras, espontâneas e não ocultam suas emoções como os adultos que, ao contrário, nem sempre costumam dizer a verdade; os adultos costumam falar uma coisa mesmo estando pensando em outra.

As crianças são simples; estão quase sempre sorrindo e felizes a maior parte do tempo. As crianças brincam, sorriem, correm, gritam, e são felizes com muito pouco, com muita simplicidade.

E as crianças ao se relacionarem com outras crianças?

Por acaso, elas se importam se a outra criança é rica ou pobre, se tem beleza física ou não, se é de uma raça ou de outra, se está bem vestida ou não?

Obviamente que não. Se, por exemplo, colocarmos algumas crianças, das mais diversas origens e situações sociais, numa mesma sala e as deixarmos, em poucos segundos estarão totalmente integradas e interagindo.

Os adultos, em sua maioria, ao contrário, quase sempre conseguem encontrar alguma dificuldade em aceitar as circunstâncias, aceitar seu semelhante, seja por motivos de origem, classe social, etc...

O adulto é capaz de conceber um sem número de motivos para se queixar.

Onde está a simplicidade?

Vemos, dessa forma, pelo exemplo das crianças, que é muito mais fácil alcançar a felicidade se nos tornarmos mais puros, mais simples.

É o caminho ensinado e exemplificado por Jesus, para alcançarmos o “Reino dos Céus”.

O ESCÂNDALO

“E aquele que receber uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim. Caso alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor seria que lhe pendurassem ao pescoço uma pesada mó e fosse precipitado nas profundezas do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! É necessário que haja escândalos, mas ai do homem pelo qual o escândalo vem! Se tua mão ou teu pé te escandalizam, corta-os e atira-os para longe de ti. Melhor é que entres mutilado ou manco para a vida do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres atirado no fogo eterno. E se teu olho te escandaliza, arranca-o e atira-o para longe de ti. Melhor é que entres com um olho só para a vida do que, tendo dois olhos, seres atirado na geena de fogo.” (Mt 18:5-9)

Muitas das lições de Jesus, baseadas em fortes simbolismos, exigem uma reflexão serena para alcançarmos o verdadeiro significado, eis que se tomarmos ao pé da letra, chegaríamos a verdadeiros absurdos.

Essas figuras enérgicas eram necessárias à época em que Jesus ensinava, eis que era a linguagem que eles, os hebreus, estavam acostumados, pois se assemelhava, neste ponto, a fala de Moisés e dos profetas.

Regra geral de todo ensinamento, a propósito, é que ele seja capaz de alcançar as pessoas a que se dirige. Cada época de uma civilização é, pois, marcada pelo seu grau de conhecimento e pela sua capacidade de entender o mundo e as lições dos grandes missionários. Quanto mais avança certa civilização, mais vai se tomando capaz de entender conceitos de forma mais suave, mais equilibrada, em uma palavra: mais racional.

Quando meditamos sobres as lições de Jesus, buscamos então encontrar a verdadeira essência.

Primeiramente, em relação à palavra escândalo, encontramos nas palavras de Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. VIII, item 12, o seu significado. Vejamos: “Em seu sentido vulgar; escândalo é tudo aquilo que choca a moral ou as conveniências, de maneira ostensiva.” (...) “No sentido evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão frequentemente empregada, é muito mais ampla, motivo porque não é compreendida em certos casos. Escândalo não é somente o que choca a consciência alheia, mas tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas, todas as más ações do indivíduo para indivíduo, com ou sem repercussões. O escândalo, nesse caso, é o resultado efetivo do mau moral.”

Jesus, como vimos no trecho do Evangelho de Mateus anteriormente citado, diz que: ”É necessário que haja escândalos”. Daí podemos questionar: Se todo o ensinamento do Mestre é para conduzir a Humanidade ao caminho do Bem, por que, então, é necessário que haja escândalos?

É que o livre arbítrio do ser humano é inviolável. Cada pessoa, por suas próprias escolhas, vai escolher um ou outro caminho. Quando opta por seguir o caminho do Bem, não estará gerando resultados futuros que tragam dor e aflição; por outro lado, quando é movido pelo egoísmo e outras más paixões, chegará o momento em que será arrastado para uma situação escandalosa, aflitiva, dolorosa, que o faça refletir e despertar para o Bem.

Há, dessa forma, duas maneiras de se aprender. Uma é pelo exercício da razão, da ponderação, do uso do bom senso; a outra, quando o ser está resignado ao mal, é pela dor gerada pelos escândalos do mundo.

Os escândalos devem, então, ocorrer para que a Lei se cumpra, devem ocorrer para que o Espírito desperte, saia do entorpecimento moral, acorde para a vida e desenvolva sua sensibilidade, sua capacidade de amar.

Mas quando Jesus diz: “mas ai do homem pelo qual o escândalo vem”, significa que embora o mal ainda predomine neste mundo em que vivemos, e, por consequência, muitos escândalos ocorrerão, o homem que for o causador do escândalo sofrerá no futuro, diante da Lei de Ação e Reação, os efeitos lesivos de sua má conduta.

E quando Jesus conclui que: “Se tua mão ou teu pé te escandalizam, corta-os e atira-os para longe de ti", obviamente que não devemos tomar essas palavras ao pé da letra, pois, regra geral, a letra é morta e o que realmente importa é o seu real significado.

Kardec explica que: “... significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa.” (ESE, VIII, item 17).

O Espiritismo, trazendo a chave para a compreensão de muitas passagens do Evangelho, mostra-nos que todos os ensinamentos de Jesus representam a moral por excelência, pois, embora as palavras tenham sido fortes para se adequarem a época em que foram pronunciadas, seu significado sublime permanece, basta que nós o procuremos.

A ORAÇÃO EM COMUNIDADE

“Em verdade ainda vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles.” (Mt 18:19-20).

Nestas palavras inesquecíveis e eternas de Jesus, repousamos nossa esperança em podermos estar sempre próximos ao Mestre.

Quando buscamos o caminho do Bem, pela lei de sintonia, aproximamo-nos daqueles com que temos afinidade e também buscam trilhar uma senda baseada em valores morais.

Ainda pela lei de sintonia, quando perseveramos no Bem, tomamo-nos receptivos aos Bons Espíritos que, reconhecendo nosso esforço, auxiliam-nos a superar todas nossas dificuldades.

Esse auxílio, obviamente, não é para nos eximir de passar pelas provações, até porque isso em nada nos beneficiaria, pois é através das dificuldades que crescemos, mas, esse auxílio, é para nos inspirar fé e coragem para avançarmos.

Quando ingressamos, então, nesse caminho novo, alicerçado nas lições do Evangelho, começamos a formar novos grupos de trabalho, grupos de amigos... todos voltados a prática do Bem.

Nesse momento, então, nossa vida transforma-se, começamos a dar passos mais vigorosos. E quando a meditação e a prece começam a fazer parte de nossa rotina, avançamos ainda mais.

Dois ou mais, unidos em pensamento e em nome de Jesus, serão sempre ouvidos e acompanhados pelo Mestre Maior.

Sim! Jesus, nosso Irmão Maior e nosso Mestre sempre nos acompanhará quando nosso compromisso for com o Bem e a Verdade. Oremos e confiemos em Jesus!

QUESTÃO REFLEXIVA:

De acordo com nossas possibilidades, que ações fraternas devemos fazer para alcançar o “Reino dos Céus”?

Fonte da imagem: Internet Google.

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