Ensinamentos
de Jesus Sobre a Fraternidade
Discurso Sobre a Fraternidade
O MAIOR NO REINO DOS CÉUS
“Nessa
ocasião, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: ‘Quem é o
maior no Reino dos Céus?’ Ele chamou perto de si uma criança, colocou-a no meio
deles e disse: ‘Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos
tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Aquele,
portanto, que se tomar pequenino como esta criança, esse é o maior no Reino dos
Céus.’.” (Mt 18:1-4).
As lições de
Jesus, em relação aos ensinamentos morais, representam uma sabedoria tão sublime
que muitos ainda não conseguem compreender.
Em nosso
mundo, as pessoas, em sua maioria, estão sempre disputando por poder, por fama,
por serem reconhecidas como as melhores. Há um verdadeiro fascínio pelas coisas
externas, pelas aparências, pelo desejo de ser o maior, de estar em evidência.
Essa
tendência, de certa forma, podemos dizer que seja natural para todos aqueles
que ainda não ouviram o Evangelho, a Boa Nova, pois, neste caso, ainda estão
presas aos paradigmas, aos valores mundanos. Presas porque só a verdade é
libertadora. Disse Jesus: “... conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará”. (Jo 8:32).
Há, pois, um
momento na vida de todas as pessoas, em que se busca um caminho diferente,
busca-se um ensinamento de sabedoria, de religiosidade. E, podemos dizer que
esse momento, é apenas um início de uma longa caminhada.
Ressaltamos
que é um início, pois, como vemos, mesmo dentre aqueles que buscam seguir uma
religião, seguir uma vida baseados em princípios de sabedoria e religiosidade,
muitos ainda não se desprenderam totalmente dos valores do mundo.
Quantos não
foram aqueles que, dizendo-se cristãos, deturparam as mensagens de Jesus,
adaptaram-na para servir interesses próprios, para atender caprichos e
conveniências de épocas? Quantos não foram aqueles que buscaram a glória do
mundo, que disputaram por cargos e funções de relevância, disputaram por
reconhecimento público, disputaram por excesso de bens materiais apenas para
si?
Nada, bem
sabemos, poderia estar mais distante das sublimes lições do Mestre Jesus.
Refletindo
sobre esse panorama, entendemos o quão demorado é quebrarmos as nossas antigas
crenças e valores, o quão demorado é realmente despertarmos para o significado
real do Evangelho. É, às vezes, como um processo de desconstrução, pedra a
pedra, ou, se preferirmos, de dilapidação. E bem sabemos o quão trabalhoso é
para se dilapidar um diamante.
Então, é
preciso esforço e constante vigilância para vencermos as tendências naturais.
Essa
tendência natural consiste, muitas vezes, no fato de alguém se achar melhor do
que realmente é. Os Homens, então, quando se auto avaliam acreditam ser mais
importantes, mais sábios, mais justos, mais humildes do que realmente são.
Havendo essa
convicção, essa crença, constata-se que muito há que se aprender sobre as
lições do Cristo, porque a pessoa verdadeiramente humilde não ressalta as
próprias qualidades, não se vangloria das próprias virtudes.
Jesus
traz-nos esse ensinamento usando a imagem da criança: “... se não vos
converterdes e não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no
Reino dos Céus.”
Então
precisamos ser como as crianças? O que significa ser como as crianças?
É que a
infância pode ser considerada como um símbolo de pureza e simplicidade.
Vejamos: Como agem as crianças? E como elas reagem as mais diversas situações?
As crianças,
quando ainda bem pequenas, são sinceras, espontâneas e não ocultam suas emoções
como os adultos que, ao contrário, nem sempre costumam dizer a verdade; os
adultos costumam falar uma coisa mesmo estando pensando em outra.
As crianças
são simples; estão quase sempre sorrindo e felizes a maior parte do tempo. As
crianças brincam, sorriem, correm, gritam, e são felizes com muito pouco, com
muita simplicidade.
E as
crianças ao se relacionarem com outras crianças?
Por acaso,
elas se importam se a outra criança é rica ou pobre, se tem beleza física ou
não, se é de uma raça ou de outra, se está bem vestida ou não?
Obviamente
que não. Se, por exemplo, colocarmos algumas crianças, das mais diversas origens
e situações sociais, numa mesma sala e as deixarmos, em poucos segundos estarão
totalmente integradas e interagindo.
Os adultos,
em sua maioria, ao contrário, quase sempre conseguem encontrar alguma
dificuldade em aceitar as circunstâncias, aceitar seu semelhante, seja por
motivos de origem, classe social, etc...
O adulto é
capaz de conceber um sem número de motivos para se queixar.
Onde está a
simplicidade?
Vemos, dessa
forma, pelo exemplo das crianças, que é muito mais fácil alcançar a felicidade
se nos tornarmos mais puros, mais simples.
É o caminho
ensinado e exemplificado por Jesus, para alcançarmos o “Reino dos Céus”.
O ESCÂNDALO
“E aquele
que receber uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim. Caso
alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor seria que lhe
pendurassem ao pescoço uma pesada mó e fosse precipitado nas profundezas do
mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! É necessário que haja escândalos,
mas ai do homem pelo qual o escândalo vem! Se tua mão ou teu pé te
escandalizam, corta-os e atira-os para longe de ti. Melhor é que entres
mutilado ou manco para a vida do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres
atirado no fogo eterno. E se teu olho te escandaliza, arranca-o e atira-o para
longe de ti. Melhor é que entres com um olho só para a vida do que, tendo dois
olhos, seres atirado na geena de fogo.” (Mt 18:5-9)
Muitas das
lições de Jesus, baseadas em fortes simbolismos, exigem uma reflexão serena
para alcançarmos o verdadeiro significado, eis que se tomarmos ao pé da letra,
chegaríamos a verdadeiros absurdos.
Essas
figuras enérgicas eram necessárias à época em que Jesus ensinava, eis que era a
linguagem que eles, os hebreus, estavam acostumados, pois se assemelhava, neste
ponto, a fala de Moisés e dos profetas.
Regra geral
de todo ensinamento, a propósito, é que ele seja capaz de alcançar as pessoas a
que se dirige. Cada época de uma civilização é, pois, marcada pelo seu grau de
conhecimento e pela sua capacidade de entender o mundo e as lições dos grandes
missionários. Quanto mais avança certa civilização, mais vai se tomando capaz
de entender conceitos de forma mais suave, mais equilibrada, em uma palavra:
mais racional.
Quando
meditamos sobres as lições de Jesus, buscamos então encontrar a verdadeira
essência.
Primeiramente,
em relação à palavra escândalo, encontramos nas palavras de Kardec em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. VIII, item 12, o seu significado.
Vejamos: “Em seu sentido vulgar; escândalo é tudo aquilo que choca a moral ou
as conveniências, de maneira ostensiva.” (...) “No sentido evangélico, a
acepção da palavra escândalo, tão frequentemente empregada, é muito mais ampla,
motivo porque não é compreendida em certos casos. Escândalo não é somente o que
choca a consciência alheia, mas tudo o que resulta dos vícios e das
imperfeições humanas, todas as más ações do indivíduo para indivíduo, com ou
sem repercussões. O escândalo, nesse caso, é o resultado efetivo do mau moral.”
Jesus, como
vimos no trecho do Evangelho de Mateus anteriormente citado, diz que: Ӄ
necessário que haja escândalos”. Daí podemos questionar: Se todo o ensinamento
do Mestre é para conduzir a Humanidade ao caminho do Bem, por que, então, é
necessário que haja escândalos?
É que o
livre arbítrio do ser humano é inviolável. Cada pessoa, por suas próprias
escolhas, vai escolher um ou outro caminho. Quando opta por seguir o caminho do
Bem, não estará gerando resultados futuros que tragam dor e aflição; por outro
lado, quando é movido pelo egoísmo e outras más paixões, chegará o momento em
que será arrastado para uma situação escandalosa, aflitiva, dolorosa, que o
faça refletir e despertar para o Bem.
Há, dessa
forma, duas maneiras de se aprender. Uma é pelo exercício da razão, da
ponderação, do uso do bom senso; a outra, quando o ser está resignado ao mal, é
pela dor gerada pelos escândalos do mundo.
Os
escândalos devem, então, ocorrer para que a Lei se cumpra, devem ocorrer para
que o Espírito desperte, saia do entorpecimento moral, acorde para a vida e
desenvolva sua sensibilidade, sua capacidade de amar.
Mas quando
Jesus diz: “mas ai do homem pelo qual o escândalo vem”, significa que embora o
mal ainda predomine neste mundo em que vivemos, e, por consequência, muitos
escândalos ocorrerão, o homem que for o causador do escândalo sofrerá no
futuro, diante da Lei de Ação e Reação, os efeitos lesivos de sua má conduta.
E quando
Jesus conclui que: “Se tua mão ou teu pé te escandalizam, corta-os e atira-os
para longe de ti", obviamente que não devemos tomar essas palavras ao pé
da letra, pois, regra geral, a letra é morta e o que realmente importa é o seu
real significado.
Kardec
explica que: “... significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós
todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração
todo sentimento impuro e toda tendência viciosa.” (ESE, VIII, item 17).
O
Espiritismo, trazendo a chave para a compreensão de muitas passagens do
Evangelho, mostra-nos que todos os ensinamentos de Jesus representam a moral
por excelência, pois, embora as palavras tenham sido fortes para se adequarem a
época em que foram pronunciadas, seu significado sublime permanece, basta que
nós o procuremos.
A ORAÇÃO EM COMUNIDADE
“Em verdade
ainda vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer
coisa que queiram pedir isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus.
Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio
deles.” (Mt 18:19-20).
Nestas
palavras inesquecíveis e eternas de Jesus, repousamos nossa esperança em
podermos estar sempre próximos ao Mestre.
Quando
buscamos o caminho do Bem, pela lei de sintonia, aproximamo-nos daqueles com
que temos afinidade e também buscam trilhar uma senda baseada em valores
morais.
Ainda pela
lei de sintonia, quando perseveramos no Bem, tomamo-nos receptivos aos Bons
Espíritos que, reconhecendo nosso esforço, auxiliam-nos a superar todas nossas
dificuldades.
Esse
auxílio, obviamente, não é para nos eximir de passar pelas provações, até
porque isso em nada nos beneficiaria, pois é através das dificuldades que
crescemos, mas, esse auxílio, é para nos inspirar fé e coragem para avançarmos.
Quando
ingressamos, então, nesse caminho novo, alicerçado nas lições do Evangelho,
começamos a formar novos grupos de trabalho, grupos de amigos... todos voltados
a prática do Bem.
Nesse
momento, então, nossa vida transforma-se, começamos a dar passos mais
vigorosos. E quando a meditação e a prece começam a fazer parte de nossa
rotina, avançamos ainda mais.
Dois ou
mais, unidos em pensamento e em nome de Jesus, serão sempre ouvidos e
acompanhados pelo Mestre Maior.
Sim! Jesus,
nosso Irmão Maior e nosso Mestre sempre nos acompanhará quando nosso
compromisso for com o Bem e a Verdade. Oremos e confiemos em Jesus!
QUESTÃO
REFLEXIVA:
De acordo
com nossas possibilidades, que ações fraternas devemos fazer para alcançar o
“Reino dos Céus”?
Fonte da
imagem: Internet Google.
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